Aflitos passos até a janela, mãos inquietas e olhos quase saltando do rosto. Nunca esteve tão nervoso, nunca tão inquieto. A confusão e nada fazendo sentido, o medo de algo com o qual não sabia lidar: A possibilidade de perder o que mais amava na vida.
Afastando as cortinas Diego vê os faróis se apagando e alguém abre a porta do carro. Ele olha para Roberta e ela não parece acordar tão fácil novamente. Então pega o cobertor com o qual ela estava enrolada antes e a cobre, pensando que poderia ficar doente.
A campainha toca.
A campainha toca.
Em um impulso ele vai até lá e abre a porta sem tomar nenhum cuidado, tamanha era seu nervosismo. O rapaz com cara de sono e uma mochila o olha cansado.
-Eu sou amigo do Caio. O que aconteceu?
-A minha namorada... –Diego está agitado. –Ela... Ela não acorda!
O rapaz aparenta ser bem jovem, quase não dá pra acreditar que já é formado. Sua seriedade, porém não deixa dúvidas de que sabe o que faz.
-O que houve? –Ele se ajoelha próximo a ela e começa a examinar.
Afere a pressão, mede a temperatura... Faz todos os tipos de perguntas possíveis para Diego e por fim, não vê nada de errado com Roberta.
-Olha, os sinais vitais estão bons. Ela está dormindo...
-Não. Nada faz ela acordar! Ela não pode estar só dormindo! –Diego não acredita no enfermeiro.
-Ela pode estar sob efeito de algum calmante. Não sabe se sua namorada tomou...?
-A Roberta não toma remédio, só se ela foi sedada!
-Não há outra possibilidade?... –O rapaz insinua.
-Do que você tá falando?
-Eu não quero me intrometer, mas vocês se previnem?...
Antes que Diego responda, a polícia chega ao local. O carro de Caio também estaciona e a confusão começa.
Homens fardados rondando, abrindo os cômodos sem se importar com ninguém, a voz irritante de Caio, a mudez do enfermeiro e a falta de vitalidade em Roberta estão quase enlouquecendo Diego. A única coisa que começa a acalmá-lo é ver que através da janela o sol já está despontando naquela madrugada, em um sinal de esperança.
-Eu levo vocês pro hospital. –Caio se oferece.
Trocadas as roupas molhadas, Diego e Roberta seguem com o amigo até o atendimento mais próximo, deixando que a polícia investigasse o local, claro, depois de convencê-los de que era preciso levar a garota para o hospital, coisa que o amigo de Caio, não acreditava ser necessário.
Estada difícil e burocracia de dar enxaqueca em qualquer um. Eles passam a manhã em um lugar não muito agradável.
Estada difícil e burocracia de dar enxaqueca em qualquer um. Eles passam a manhã em um lugar não muito agradável.
O sol já está alto quando os olhos dela se descolam. A cabeça ainda gira, mas Roberta percebe que não está no último lugar em que se lembrava ter ido.
-Hã?... Diego?... –Ela se ergue assustada na maca.
-Ei, calma, eu to aqui!
O namorado, que cochilava na cadeira no canto do quarto, vai prontamente até ela.
-Porque eu to aqui? O que ouve?
-Se acalma. –Ele segura as mãos dela se sentando à sua frente.
-Me diz logo. Porque eu to aqui? Que lugar é esse? Porque essa maca?... -Ela leva a mão à testa. -Minha cabeça tá doendo... Eu...
-Roberta, Roberta... –Diego segura o rosto dela e a faz olhar só para ele. –Me ouve... Você está em um hospital, meu amor. Você apagou ontem, eu não sei por que, mas amanhã os resultados dos exames devem sair.
-Mas... Eu estava em casa...
-Me me conta o que aconteceu ontem.
-Mas... Eu estava em casa...
-Me me conta o que aconteceu ontem.
-O que aconteceu? –Ela olha para o chão. –Eu... Bom... Eu não lembro.
-Faz um esforço. É importante. - Diego alisa seu braço ansiando por sua fala.
-Tá... –Roberta esfrega a mão na cabeça. –Eu lembro que acordei e você estava dormindo pesado...
-Continua.
-Daí eu desci as escadas pra tomar água. Não, primeiro eu procurei roupa pra vestir, não achei, então me enrolei no cobertor.
-Você chegou a ir à cozinha?
-Não sei. Espera. –Ela parece fazer um grande esforço para se lembrar. –Eu acho que fui, mas não tinha água na geladeira...
-Não?
-Não... Depois disso eu não lembro mais de nada.
Diego fica pensativo e Roberta desconfia de que não esteja sabendo de tudo.
-O que houve nessa madrugada?
-Eu te disse.
-Não disse não. Anda, não tem segredos entre a gente e você sabe. Aconteceu mais coisas, não foi?
-Ok. Aconteceram.
Diego segura as mãos dela e respira fundo. Começa a contar todos os detalhes do que havia acontecido naquela madrugada e a tensa conversa dura até quando chegam ao apartamento, onde os amigos já os esperam.
-Roberta! –Alice vai até ela e a abraça. –Tudo bem? Como você está?
-Com fome.
-Então ela tá bem. -Caio ri.
-Vamos comer pizza? –A menina olha para Diego com um bico ignorando a amiga.
-Então ela tá bem. -Caio ri.
-Vamos comer pizza? –A menina olha para Diego com um bico ignorando a amiga.
-Vamos.
-Ei, mas você tem que nos contar o que aconteceu! –Alice esperneia.
-Ah, leia os jornais depois...
-Roberta, eu sei que você gosta de implicar com a Alice, mas é sério, ficamos preocupados e...
-Relaxa Marcinha... Eu to bem, o Diego tá bem e a polícia tá investigando já.
-Ela fala assim numa boa! –Alice olha para Carla que não havia dito uma palavra, assim como Tomás.
Ambos estão preocupados, como todos. Ficaram esperando e receberam o casal com um abraço e olhares ansiosos, mas as palavras mesmo não saíam. Por algum motivo tudo estava dando errado para os dois e o ocorrido com os amigos não era algo que melhorava a situação.
É estranho, mas algumas coisas nem são com a gente e acabam estragando muitas vezes o nosso dia, como se todas as pessoas do mundo tivessem uma ligação, como se não pudéssemos respirar aliviados todo o tempo e dentro de nós alguém continue gritando: “Você não vê o que está acontecendo? Como pode sorrir?"
Talvez alguns não sejam assim, mas a teoria de que tenham matado isso conforme ficavam adultos parece melhor que a teoria de que nunca tenham tido...
O apartamento aos poucos vai esvaziando e Caio é o último a se despedir.
-Qualquer coisa me avisa.
-Valeu cara. –Diego se despede.
-Cuida bem dela, falou?
-Ele sabe cuidar melhor que ninguém. –Roberta entra no assunto, abraçada ao namorado pela cintura.
Assim que a porta é fechada, Diego a abraça de frente, beija inúmeras vezes o rosto dela e vão caminhando abraçados vagarosamente até o sofá. Ele se senta e trás ela no colo, local onde Roberta se aconchega, laçando os braços em seu pescoço, já parecendo tão bem como sempre esteve.
Não sabe ele, se ela é muito teimosa para admitir que esteja ainda fraca, ou se o problema é que está ainda nervoso e com isso não a sente muito forte ou animada.
-Você está bem? Quer que...?
-Diego, você já me perguntou isso milhões de vezes, eu to bem...
-Vem cá...
Ele a abraça ainda mais apertado do que nunca. Deita as costas no sofá e seu rosto afunda no pescoço dela, sendo levado por seu cheiro e pelo calor tão necessário de seu corpo.
-Diego... Que foi? –Diz ainda abraçada a ele.
-Eu nunca senti tanto medo em toda minha vida.
O cochicho demonstra o quanto somente se lembrar daquela madrugada era traumatizante.
-Eu já to legal. –Ela segura o rosto dele e está tenso. –Ei...
-Você não respirava... –Ele passa a mão no rosto dela. –Tava fria... Não respirava por mais que eu pedisse, por mais que eu implorasse... Você não respirava...
Roberta o abraça rápido e aperta os olhos. Os braços dele tremem e ao mesmo instante a aperta tanto...
-Eu to respirando agora. –E comprime seu corpo ao dele. –To melhor do que nunca.
-Teve uma hora... –Diego parece voltar à cena. –Eu... Eu achei que você não fosse voltar... Nunca mais vou deixar você dormir...
Ela esboça um sorriso.
-Você já quase não deixa.
-Foram os piores momentos da minha vida, sabia? –Diego levanta o rosto e ela fica quieta alguns segundos.
-Já passou... Eu não vou a lugar nenhum... Tá?
E aproximando os lábios, assim meio tensos, atrapalhados... Eles vão se encontrando, como se há mil anos não se beijassem. O gosto reanimador e os olhos se fechando, uma entrada calma e um mergulho profundo. Uma dança suave de línguas carinhosas, bocas receptivas e braços protetores. Ficam algum tempo nessa sincronia, um beijo escondido atrás dos cabelos dela, atrás de um abraço terno e um colo como abrigo. Roberta estica as pernas pelo sofá, descansando o corpo ainda balançado na força de Diego. Não está mesmo se sentindo muito forte, mas se dependesse dela, ninguém saberia. Daria mil sorrisos para seu herói, mil piadas aos amigos e mil ironias para os dias ruins, sem permitir a fraqueza dominar sua vida.
O fôlego vai acabando e um suspiro sai dele no descolar das bocas.
-Linda...
-Eu te amo.
Ele volta à sua boca e lhe dá um selinho demorado descendo por seu pescoço e apertando sua cintura, já provocando sorrisos em ambos. Não são sorrisos dos melhores, mas é o máximo que conseguem.
Quando ele para olhando para ela, deixa no ar uma dúvida:
-Quer me perguntar alguma coisa?
-Por quê?
-Não sei... –Roberta brinca com o queixo dele. –Parecia que ia me perguntar.
-Eu ia te perguntar se os exames saem mesmo amanhã.
-Acho que sim... Não sei se costumam atrasar... Quase não faço exames...
-Tem ideia do que possa ter acontecido?
-Não. Não tenho. Eu acho que desmaiei... Eu não sei direito... Nunca me senti daquele jeito antes...
Diego fica calado e o pensamento distante. As palavras do enfermeiro lhe vêm à cabeça e ele arregala os olhos inevitavelmente.
-Roberta... Você...?
-Eu?
Ele a olha assustado, fita seu corpo de cima a baixo e engasga na pergunta. Talvez fosse somente uma bobagem, mas a suspeita do enfermeiro não teria alguma validade?
<<Cap 30 (faculdade) Cap 32 (faculdade)>>
<<Cap 30 (faculdade) Cap 32 (faculdade)>>
Não tenho palavras, mais uma vez o capitulo está PERFEITO! Toda essa preocupação do diego me deixa cada dia mais encantada; Parabéns Aline!
ResponderExcluirEita poxa! Robs prenha? Line, to curiosíssima pra saber o que realmente aconteceu. Será que isso tem a ver com o atentado no prédio? Porque pra mim não ficou nada resolvido disso. Necessito de mais! Beijos
ResponderExcluirPrenha? kkkkkkkkkkkkk sem conclusões precipitadas amores... Vcs sabem o q eu acho disso
ResponderExcluirAline!!! Capítulo perfeito!!! superou!! (comentando de novo rs)
ResponderExcluirvcs sabem o q Aline acha sobre (chata rsrsrsrsrsto brigando) gravidez então nem rola o Diego Junior hahahahaha , isso é só pra deixar um suspense no ar , mais se a Roberta estive-se gravida ia ser chato
ResponderExcluirR.C.F.S
ahhhhhhhh necessito do prox cap. bom demaissssss! eu acho q a marina esta de volta kkkkkkk
ResponderExcluirPosta +++++++++++++++++++++++++++++++
ResponderExcluirNecessito mais rápido possivel !!!
AHHHHHHHHHHHHHHHH POSTA MAIS AMEI AMEI AMEI AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH
ResponderExcluirAhhhh Aline voce tá me deixando loca!A cada capitulo voce se supera me deixando com uma CURIOSIDADE acima do normal!Parabéns!!!
ResponderExcluir(bjs Julia)
posta mais por favor... super curiosa... o que vai acontecer???
ResponderExcluirviciadíssima na web Aline!!
ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhh ameiiiii muitoo bomm
ResponderExcluirTo ficando sem dedos, pq as unhas já se foram faz tempo....
ResponderExcluirAgora vamos combinar que prenha, é feio pra caramba....
Darly
Aliiiine, eu sou a "LuArnatica Forever" lá do Nyah Fanfiction. Finalmente criei vergonha na cara e fiz uma conta no google, rsrsrs..
ResponderExcluirSobre este capítulo, me desculpa, mais eu nao digo mta coisa, porque nao sei avaliar perfeição..então.... rsrsrs =)
Posta logooooo, estou arrancando os cabelos aqui!
Pera pera, a Rô tá gravida?! Oi?! Se estiver, e se for menina, o nome pode ser Merlia?! *-*
Dois dias seguidos q entro aki e nao vejo o cap 32? Cade! KK BJS
ResponderExcluirvéi a Aline demora muito pra posta
ResponderExcluirTO COMEÇANDO A PENSAR: SERÁ QUE ISSO TEM A VER COM A MARINA??????
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