As coisas nem sempre tem a realidade, ou talvez tenham tanto, que a gente não acredita. O fato é que a maioria das coisas que a gente faz na vida nos deixa em dúvidas sobre suas consequências futuras, mesmo que tenhamos tomado todas as precauções possíveis.
***
-Você...?
-Vamos ficar neste joguinho de você, eu, você, eu...? –Roberta tenta fazer Diego desenrolar.
-Não, eu só tive um pensamento estranho.
-Não se preocupe, tá tudo bem. –Roberta segura o rosto dele com carinho. –Eles vão pegar o invasor, a gente não vai mais voltar lá e os exames não vão acusar nada demais.
-Será? –O pensamento que está tendo o deixa atordoado.
-Que pessimismo é esse Diego?
-Nada não. –O namorado pega a mão dela e beija. –Eu só estou nervoso ainda... Cansado. Foram muitas coisas que aconteceram.
-Você precisa descansar. Já te dei muito trabalho por hoje.
-Não. Eu que morreria se algo...
-Ei... –Ela se aprofunda no olhar dele. –Estamos aqui agora, e juntos.
-Mas você ainda tá fraca, eu to vendo!
Roberta fica séria e se observa. Mesmo não admitindo, não está se sentindo muito bem.
-Só estou um pouco tonta.
-Tonta?
-É... Meu estômago tá estranho.
-Enjoo? –Diego vai ficando com os olhos cada vez mais esbugalhados.
-Deve ter sido alguma coisa que me deram no hospital.
Ela se levanta do colo de Diego e o puxa pelas mãos.
-Onde vai?
-Vem tomar um banho comigo...
O sorriso dela e a maneira como dobra a cabeça com os olhos enfraquecidos, já faz Diego ficar mais distante desses pensamentos indo mergulhar em novas sensações das quais tanto gosta.
-Vamos então... –Ele a beija enquanto caminham de costas, rumo ao banheiro.
O jeito dele talvez tenha mudado depois da fala do enfermeiro, porém de toda forma preferia estar sempre aproveitando todas as deixas e motivos para ser feliz com ela, afinal se houvessem motivos pra ficar preocupado, também não se importaria com nenhum.
Eva e Franco, assim como Leonardo e Sílvia, ficam sabendo do ocorrido e chegam ao prédio ao mesmo tempo.
O casal os recebe ainda de cabelos molhados e olhares chateados, não estavam esperando tão “ilustres” visitas.
-Roberta, você precisa entender que um segurança é mais que necessário para a filha de uma cantora e...
-Mãe, eu não quero nenhum armário de novo atrás de mim e você sabe que me livro rapidinho dele se vocês insistirem. –Diz recostando no sofá no braço de Diego.
-Mas gente...
-Deixa Sílvia. –Leonardo a corta. –Eles não estão a fim de nos ouvir, eu disse que ia ser um erro vir até aqui.
-Erro é a gente deixar que eles continuem correndo riscos. –Franco se exalta e levanta do sofá para a surpresa de todos. –Nós não podemos negar que já está sendo mais que necessária uma investigação mais precisa, porque o acontecido lá na casa de praia pode ter muito bem relação com o que ocorreu antes aqui no prédio.
-Não acho. –Roberta está calma e boceja, abraçando o namorado que também não está para conversa.
-Vocês bem que podiam deixar a gente descansar né?
-É... O Diego não dorme há muitas horas e além do mais vocês não são da polícia, vão fazer algo útil, como... Sei lá um bolo...
-Bolo? –Eva olha para a filha.
-É, vai manter vocês calados por algum tempo.
-Roberta!
-Deixa Eva.
-É, deixa. –Leonardo se direciona a Franco. –Essa garota não tem a mínima educação.
-E quem é o senhor pra...
-Deixa Diego. –Roberta o segura pelo braço. –Chega de discussão.
-Tudo bem, mas aqui é a nossa casa, nós não dependemos mais deles. Então por favor. –Ele aponta para a porta.
-Tá nos mandando embora? –Sílvia se assusta.
-Desculpa... –Diego tenta ser educado. –Agradecemos a preocupação e o cuidado, mas gente só quer um pouco de tranquilidade agora que tudo acabou.
-Vocês...
-Leo, vamos fazer o que eles pedem. –A madrasta de Diego tenta levar o marido dali. –Eles estão certos, já passaram por muita coisa e a nossa presença agora não está sendo de grande ajuda.
Discutindo até a porta, os pais finalmente saem, deixando o casal com a mente fervendo repleta de ideias.
-Achei que eles nunca fossem embora.
-E eu! –Diego respira aliviado e se senta ao lado dela novamente.
Os dois se olham e sorriem cansados, um beijo no rosto, outro sobre a testa, na mão. Vão dizendo com esses beijos, um “Estou aqui com você”, um “Vai ficar tudo bem” ou simplesmente um “Eu te amo” como tantas vezes diziam somente com um sorriso.
Dia cansativo, corpo pedindo a cama no final da tarde. Eles vestem uma roupa bem leve e fresca após o banho, se deitam na cama sobre um lençol claro e de frente um para o outro cochilam com as mãos brincando, entrelaçando um dedo e outro preguiçosamente com o barulho quase imperceptível do ar saindo e entrando do corpo.
-Roberta... –Ele diz ainda de olhos fechados. -Tem uma coisa que eu não te contei.
-O que?
-Eu achei uma coisa quando estava te procurando pela casa.
-Que coisa? –Ela finalmente abre os olhos, curiosa.
-Aquele brinquedo. Um soldadinho de plástico. Tinha um no corredor da casa de praia.
Roberta não diz nada, mas fica longe, pensando até demais, o que faz com que ela se levante atordoada.
-Então...
-Que foi? –Ele também se senta na cama.
-Não, é bobagem.
-Fala.
-Tem quanto tempo que você conhece o Caio?
-Algum tempo. Eu e o irmão dele sempre saíamos juntos, o irmão sempre foi mais tímido, então eu e o Caio saíamos mais e... –Diego se dá conta. –Por que tá perguntando isso?
-Diego, os soldadinhos começaram a aparecer aqui no prédio e somente onde a gente ensaia e aqui em casa, depois na casa de praia esse fim de semana.
-O que tem?
-A casa da praia é do Caio, o apartamento também! E quem mais sabe que a gente ensaia naquele andar vazio além da banda?
-Minha irmã, Téo...
-Então?
-Você desconfia dele? Porque ele iria fazer mal pra gente? Está cobrando um preço de banana pelo apartamento e...
-Tudo bem, pode ser só uma desconfiança minha, mas pensa direito.
-Eu vou pensar... Mas não fique preocupada.
-Eu não vou ficar preocupada, só atenta.
-Também vou ficar. Ninguém nesse mundo é mais importante pra mim que você. Vou te proteger sempre.
Ele segura a mão dela e Roberta sorri.
-Você já faz isso muito bem.
Eles se inclinam, juntam o hálito, o sabor da tarde e o calor interno... Conforme se beijam vão deitando outra vez na mesma posição. Diego junta os lábios dela, dá uma mordida suave enquanto segura em seu rosto, vem por seu pescoço terminando em seu queixo. Ela o abraça, deixando que fiquem com os corpos mais juntos e ele colocando a cabeça por cima da sua faz o beijo ficar mais profundo e mais demorado.
Vão assim, entre carinhos diminuindo a intensidade, deixando o cansaço e a fragilidade das forças os levarem para um sono profundo, onde novamente está presente a tranquilidade de que ambos acordariam.
A noite não demora a vir cobrir as janelas com um manto negro desenhado de estrelas. Há um desligar da vida naquele quarto e eles bem sentem, mesmo dormindo, que em algum canto de suas mentes alucinadas no mundo dos sonhos, algo estava ainda mal.
Diego abre os olhos alguma hora naquela noite e ao se espreguiçar se percebe em uma cama vazia. Estranhando a ausência da namorada ele se levanta, vindo pelo corredor até se deparar com ela na cozinha fazendo um enorme sanduíche.
-Quer? –Ela oferece já abocanhando o alimento assim que o vê.
-Não, obrigada. –ele vai rodeando e se senta em um banquinho do balcão, ficando ao lado dela. –Tá com muita fome? –Ele a olha mais acima.
-Nossa, nunca senti tanta fome na minha vida. Parece que tem alguém dentro de mim comendo tudo que eu como.
-Hã?
-É. Eu tava enjoada e agora já tô faminta.
Diego fica inquieto com ela, mas Roberta não percebe. –E não se sentiu mais tonta?
-Não, acho que era fome.
Um silêncio se instala e ela estranha o jeito dele de quem parecia estar procurando algo diferente nela.
-Que foi?
-Nada.
-Diego, você tá estranho.
-Eu? Não, eu não estou estranho, só que...
-Só que, o que?
-Você acha que tem alguma possibilidade.
O telefone toca.
-Espera um minuto. –Ela vai até o telefone da parede da cozinha e após uma conversa rápida volta até Diego, que está curioso.
-Que houve?
-A Alice disse que chegou alguns livros da faculdade que eu tinha pedido emprestado. Eu vou lá buscar.
-Deixa que eu vou. –Diego se levanta. –Eles devem ser pesados.
-Não, são só livros. Alguns são enormes, mas...
-Eu vou. Não quero que faça esforço.
-Diego, eu não estou doente.
-Mas nesse estado.
Posta +++++++++++++++++++++++++++
ResponderExcluirMuito bom, Line! Me divertindo a vera com essa suspeita do Di! Você arrasa! Beijaço!
ResponderExcluirAmei,simplesmente Perfeito! :) To amando o Diego desconfiando da Roberta kkkkkkkk
ResponderExcluirELA TA GRAVIDA O_O ??????
ResponderExcluirmaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaais *-*
ResponderExcluirserá que ela tá grávida????
Tava com a msma desconfiança da Roberta com relação ao Caio mas agr acho q nao...Mas o q esses soldadinhos significaaam? Ótimo capítulo, haha valeu Aline!
ResponderExcluirTô amando mas tomara que ela não esteja gravida vai acabar com a minha alegria vai ser bizarro a roberta gravida.aline qual é o seu twitter? Ass:Eduarda
ResponderExcluirAmandoooooooooooo!!!!
ResponderExcluirEsse mistério ta me deixando loucaaaaaaaaaaaaaaaaa
Mas ta muito bom, tbm to adorando as suspeitas do Diego, mto engraçado.
Mais uma vez parabéns!!!
Darly
O mistério dos soldadinhos !!!
ResponderExcluirCaio
To rindo litros!Tá demais Aline eu to ficando louca com esse mistério,ta MARAVILHOSO!_!
ResponderExcluir(bjs Julia)
Aline!! vc podia deixar mais alguns caps com o Diego desconfiado da gravidez e a Roberta sem entender nada. Já pensou ele ficar todo cuidadoso? awnnnn Tá muito bom isso!! kkkk
ResponderExcluiradorei o cap
ResponderExcluirdarcy
Será q o Leonardo e o Diego vão fazer as pazes ?
ResponderExcluirGabi
Posta mais@ =#
ResponderExcluirTa bem lega :)
Daniele
Ele pensa que ela ta gravida??????? O.O
ResponderExcluirAline posta mais pf :/ OMG a Roberta ta msm gravida?
ResponderExcluirAss:Julia