Cap 25 (Faculdade) - Saudade

 As mãos apertam, o ritmo do beijo aumenta, a falta de ar se torna constante e o coração parece uma bomba prestes a explodir.

 Diego a segura na parede parecendo que não iria esperar o elevador parar. A vontade era de apertar o botão de emergência e ficar ali mesmo. O problema era a maldita câmera de segurança para a qual já estavam dando um belo show.

-Se não chegarmos logo eu não me responsabilizo...  –Ele fala entre beijos.

-E nem eu...

 A porta se abre e eles saem quase derrubando a planta do corredor. Atracados no beijo e na fúria das mãos, ambos chegam à porta.

 Diego coloca Roberta contra a parede e vai beijando seu pescoço, mordendo seu ombro enquanto procura impaciente pela chave. Se não a encontra é bem capaz de colocar a porta abaixo com um murro.

 Quando finalmente a porta se abre, ele a puxa pela cintura e em seu colo ela laça as pernas em torno de Diego que continua a lhe beijar. As roupas dela amassadas, o cabelo dele bagunçado e total falta de ar em ambos.

-A mesinha! –Roberta grita vendo que ele passa derrubando tudo, quase jogando os dois no chão.

 Diego tenta ir até o quarto ainda preso no beijo dela, mas o telefone da cozinha toca.

-Ah, não! –Roberta joga a cabeça para trás.

-Eu vou resolver isso!

 Diego a coloca sentada sobre o balcão e a garota continua a lhe beijar o rosto e nos cantos da boca enquanto o namorado desliga o telefone e o tira do gancho.  Ele se assusta com as mãos dela afobadas tentando abrir os botões de sua camisa.

“Nossa, o que deu nela?” –Diego pensa. –“Óbvio que o mesmo que deu em mim! Muita saudade!”.

De repente ele só ouve uns estalos e vendo um sorriso malicioso em Roberta, se dá conta de que ela havia rasgado sua camisa. Mostrando gosto pela brincadeira ele resolve fazer o mesmo. A camiseta dela ao se rasgar tem som de batida alta do coração. Ele vem entre as pernas dela e após rasgar sua blusa arrebenta a frente de seu sutiã.

 Ele volta a lhe beijar em um abraço apertado, transmitindo calor e suor de uma pele à outra durante minutos sem fim de respirações ofegantes.

 “Nossa, meu coração vai parar!” –Roberta age com todos os impulsos, revira a cabeça para trás e os pensamentos racionais vão sumindo quando ele desde os beijos por toda extensão de seu corpo, do pescoço à barriga.

 Do nada ele entra com as mãos debaixo de sua saia e como a arrebentar um laço rasga sua calcinha, saindo com o pequeno tecido em mãos.

 Não há como esperar, eles não conseguem nem pensar. Um furacão passa por eles levando toda forma de razão um dia existente, deixando somente uma enorme paixão concentrada e prestes a detonar tudo que passasse ali.

 Eles descem ao chão sem nem saber como e sabem bem que chegara a hora de “estrear” a cozinha...

 Diego se encaixa e vai desabotoando a calça enquanto percorre o corpo dela com os dentes. A saia ainda presa ao corpo era de um tecido muito forte para ser rasgado, então ele a sobe.

 Roberta cerra fortemente os olhos e tenta achar algo para agarrar quando o sente vir de uma só vez. O som que sai de sua boca enlouquece Diego que procura novamente seu beijo.

 Peles pressionadas e um e vir agitado. Tudo acontece em um mesmo ritmo, sem se alternar. As mãos apertam cada vez mais, o beijo se afunda e eles fazem amor no chão da cozinha sem se importar com nada.

 As costas dela sentem o gelo da cerâmica e vez ou outra ela acaba agarrando o pé do banquinho ao lado. Outras vezes segura a nuca de Diego e se distrai no beijo que ele lhe dá, indo parar em outros mundos, como se sonhasse milhares de vezes em apenas alguns segundos em que ele vinha de encontro ao seu corpo.

 Diego tenta ajeitar o braço no chão e às vezes, quando a abraça, sabe que solta seu peso todo nela, então se firma, mas nem sempre consegue evitar a vontade febril de devorá-la por completo. Nem mesmo o incômodo do lugar o faz perder a fome que tem e as saudades parecem se sobrepor, aumentando a excitação.

 Roberta o chama, ouve sua voz perdida, delirante... Sua pele ferve, as marcas já se fazem presentes em ambos. Marcas de dentes, marcas de unhas, marcas de mãos e bocas descontroladas e enfim um último abraço.

  O corpo dele vai e volta nela que já se contorce embriagada pelo cheiro e pelo gosto de Diego. Cada milímetro de seu corpo o pede ainda mais, ansiando pelo ápice da cena.

 Palavras de amor são dos complementos, os mais necessários, indo além de um simples detalhe. Torna mais gostosa qualquer situação e nessas então a torna inesquecível.

 Ele agarra-se à sua cintura enquanto Roberta segura seu rosto e lhe beija a boca.

 Diego vai com toda energia que tem e ela nem aguenta manter o beijo por muito tempo, fazendo seu prazer soar por todo o apartamento.

 Rápido, agoniante, desmedido e em constante estado de insanidade. Assim são os movimentos e as sensações que vão se proporcionando mutuamente até que as contorções internas os dizem que chegaram onde queriam.

 Faíscas dos olhos vão se tornando claros reflexos de tontura. Os batimentos estão acelerados, os lábios inchados e as pernas bambas.

 Ultrapassar a linha de chegada e se jogar nos braços de alguém, subir a montanha mais alta e gritar até doer a garganta. Saltar de um penhasco no sonho e se ver caindo em nenhum lugar... Todos esses arrepios e alívios próprios tem seu lugar e nenhum deles se compara ao que estão sentindo nesse momento.

-Uau... Foi... –Roberta olha para cima ao lado de Diego, cobrindo-se com a blusa (rasgada) dele.

-Incrível.

-Alucinante.

-Perfeito.

 Os dois se olham querendo rir. A saudade é tanta e o amor imenso. Voltam a se beijar ali mesmo, no chão frio e depois no chuveiro e onde mais é possível.

 Enquanto se vestem após o banho, Diego a abraça pela cintura e levanta.

-Ah, que delícia! -Ele beija seu pescoço. -Que saudade que eu tava de você!

-Eu também! Tava ficando doida!

-Mais?

-Palhaço! –Ela ri.

-Vamos sair?

-Jura? –Roberta se desanima. –Achei que fôssemos namorar... 

-E quem disse que não? Eu quero ir pra um lugar onde com certeza ninguém vai nos incomodar.

 Mesmo que tudo já esteja mais que bom, uma pitada de solidão a um casal sempre faz bem, principalmente se há muito estão sem vivenciar tudo que tem direito.

 Noite linda, de lua clara e fatiada. Dois olhos brilhantes acompanham os postes que passam na janela do táxi, quando sente uma respiração quente em seu pescoço seguido de um beijo.

-Diego, fala pra onde a gente vai!

-De jeito nenhum! –Ele a puxa para junto abraçando seu corpo por trás e lhe dando mais beijos arrepiantes atrás da orelha.

 Eles seguem nessa, grudados ao mesmo tempo que testando a paciência um do outro.

 Depois de algum tempo, talvez até mais de uma hora de viagem (não estavam nem aí para o tempo), eles chegam. Roberta deixa o queixo cair na primeira mirada ao encontrar o cenário. O verde das árvores desenha imagens no céu limpo, onde o barulho do mar nina uma casa rústica no final de uma passarela de pedras brancas.

-Que lugar lindo!

-É nosso esse fim de semana.

-Nosso? –Ela se vê arrastada pela mão de Diego até a entrada.

-É... Foi um favor que eu ainda não tinha cobrado. –Ele destranca a porta. –Tava esperando uma boa oportunidade! E melhor que essa não teria!

 E dizendo isso ele entra puxando Roberta para um beijo e segue a casa toda invadindo sua boca. A casa tem uma lareira e um sofá enorme na sala, o que já deu milhões de ideias só de olhar.

-Essa casa é demais! –Ela vai até a janela e olha o horizonte. –Deve ser de alguém que tem muita grana...

-Acertou...

-Caio?

-Dos pais dele, mas não se preocupe, ela quase não é usada, só é aberta pra faxina e pra quando o Caio vem passar uns dias aqui.

-Ah, é. –Roberta se recorda. –Você disse mesmo que ele não passa sempre o fim de semana no apartamento e...

-Sabe de uma coisa? –Diego se aproxima. –Eu falo demais...

-É? –Ela entende.

-É... Estou precisando que me calem rápido...

-Com prazer...

 Roberta se larga nos braços dele dando espaço para as brincadeiras das línguas que vão entrecortando os voos das borboletas no estômago.

 Diego vem de leve, namorando, sentindo o cheiro e a textura que ela traz nas roupas, nos cabelos e na pele. Quando cai de costas no sofá a traz junto em cima do peito e ambos riem.

Um olhar dentro do outro conversam bem mais e com tanto a dizer que nem todas as noites que tivessem juntos seria capaz de dar tempo a tudo.

-Você não faz ideia do tamanho do amor que sinto por você... –Diego diz com um sorriso no canto dos lábios.

-É muito grande? –Roberta brinca.

-Explode um pouco dentro de mim cada vez que te vejo, de tão grande que é.

-Meu lindo... Nem sei como ainda to viva, de tantas palpitações que você me causa.

-Acho que somos um perigo um para o outro. Devíamos arriscar mesmo assim?

-Acho que não me importo de morrer de tanto amar você!

 -Ainda to com saudade... –Ele segura seu rosto e alisa de leve. –Você junto de mim é uma tentação, sabia?

-Claro que sabia...

-Sua convencida...

-Me beija logo.

 Pedido feito é pedido atendido. Eles se beijam no sofá perto da lareira, enquanto a luz do LuAr os ilumina... Seus reflexos de verdade vão se intercalando com a forma que tem de acreditar todo dia que a força de um sentimento insano é capaz de mover todo o mundo e todas as esperanças depositadas nele.

 Já não há correria para se devorar e calmamente as roupas vão sendo jogadas para longe,  com o carinho das mãos quentes e sedutoras, fazendo com que eles comecem tudo de novo, já que o desejo ainda não matou toda saudade que tinha e a brasa ainda está estalando com o fogo que os sustenta.

 E assim a noite vai indo com carinhos suaves e beijos mais mansos, longos e profundos. Beijos e mais beijos por toda a pele, carinhos e doces mimos dos mais ternos escolhidos para se dar a um coração. Noite com gosto de amor, de colo e abrigo após tufões instantâneos. Noite de sentir horas inteiras do sentimento do outro colherada a colherada sem nenhuma pressa de acabar...
Eles não cansam e não desistem de aproveitar tudo que estava inacessível até se fartar... Coisa que talvez demorasse toda uma vida e ainda assim corresse o risco de não acontecer.

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