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Cap 23 (Faculdade) - Não precisa ter medo



 Uma batida se intercalando com a outra, uma forma teimosa que o coração tem de entregá-los. As formas dela encostavam-se ao corpo dele que já há tempos não podia tê-la.
-Valeu. –Roberta permanece estática e sem piscar, mas ele não responde. –Diego?
-Droga!
 O garoto sai como um raio da frente dela, tropeçando na mesinha, no braço do sofá e quase errando o corredor. Entra no banheiro e vai ligando o chuveiro onde entra de roupa e tudo sentindo a água fria passar por seu corpo colando a camisa ao peito.
“Eu vou enlouquecer...” –Diego não controla os pensamentos. “-Será que ela faz de propósito? Não é possível... Mas ela não vai me vencer, eu vou aguentar... O que eu estou dizendo? Olha, minha situação!!”
  Ao ouvir a maçaneta ele arregala os olhos e os sons dos passos se aproximam.
 O box está aberto e a imagem malandra de Roberta surge com um sorriso no canto dos lábios.
-Ah, Diego... –Ela entra junto com ele debaixo da mesma água, o que o faz recuar.
-O que... O que tá fazendo aqui?
-Porque não desiste logo? –Roberta vai levando as mãos no peito dele e desabotoa sua camisa. –Posso resolver seu desespero em questão de minutos...
  Diego, já descontrolado, só vê uma saída. Sai correndo do box todo molhado, quase caindo outra vez ao passar pelo corredor e abre a porta da frente, segue até o apartamento dos amigos.

-Calma! Já vai! –A campainha toca incessantemente e quando Tomás atende leva um susto. –Diego? Tá chovendo?
 O amigo adentra e quando Caio vem passando assoviando estaca em sua frente. Olha-o de cima a baixo e com aspecto gozador vai até a janela. Observa um lado e outro e volta até Diego.
-O céu tá limpo.
-Hã? –Diego ainda está voando.
-Começa a contar a história porque se não foi chuva, tem história... E das boas.
 Os três conversam enquanto jogam cartas. Caio empresta uma roupa para Diego e as risadas não cessam.
-Podem rir. Se fosse com vocês eu queria ver.
-Isso nunca iria acontecer comigo.
-E porque não, Tomás? –Diego cruza os braços frente ao amigo.
-É simples, porque eu nunca iria fazer uma aposta dessas e se chegasse a fazer eu faria questão de perder.
-O negócio é que vocês são muito teimosos. –Caio abre uma cerveja. –Nem sei como estão juntos. Quer?
-O Diego não bebe. –Tomás responde por ele.
-É... Eu não coloco mais uma gota de álcool na boca.
-Por quê?
-Digamos que a bebida já me tirou muito. Ah, isso me fez lembrar uma coisa, Tomás. Você precisa ficar alerta com a Carla.
-Por quê?
-Ela está correndo risco de vida.
 Ao ser informado de tudo que está acontecendo, o namorado se dá conta do perigo. Tomás não sabia de nada, pois Carla sabe disfarçar bem perto dele.

 Talvez tenha se passado umas duas horas desde que Roberta desceu até o apartamento de Alice e Márcia. Ainda está com aspecto risonho pelo que havia feito com o namorado ao perceber seu “estado” quando a segurou. Está voltando e sobe sozinha no elevador. Já é noite e imagina ela que Diego já tenha voltado ao apartamento deles, já que pela ligação de Tomás, eles não estavam fazendo nada mais que matando o tempo.
 Ao chegar à porta e introduzir a chave, tem o mesmo pânico de dias antes ao perceber que ela está aberta. Demora um pouco a abrir e respira depressa. Mas ao pensar que talvez seja Diego que já tenha chegado e esquecido de fechar a porta ela a empurra. No entanto o que acontece em seguida é um dobrar do pânico, ao perceber que as luzes estão todas apagadas, o que indica que ele não está em casa, já que sempre que chegava as acendia. Porém quando tenta acender, não consegue. O que é estranho, pois a lâmpada havia sido trocada há poucas horas.
 Não sabe por que faz isso, mas em vez de ir embora ela sente a necessidade de entrar, como que movida por uma curiosidade suicida que muitas vezes percorre a mente das pessoas.
-Diego? –Ela passa rapidamente pela sala, correndo e indo até a cozinha onde acende a luz.
 Olha o corredor sinistro e escuro, qualquer coisa poderia estar ali e olhando para ela. O frio que lhe percorre ao olhar para ele e para a porta da frente, que havia deixado aberta, é algo do qual ela não tem controle.
-Diego?
 Ainda o chama com alguma esperança de o ver chegar. Pensa e se lembra de uma lanterna que tinha guardado no armário, toma coragem e se põe de pé após encontra-la e assim adentra o corredor escuro.
 Ela encontra a porta do quarto e no fundo acreditava que veria Diego dormindo assim que abrisse, mas não o vê. Já com as luzes acesas e após vasculhar todo o quarto, Roberta começa a achar uma grande bobagem tudo aquilo, deveria ter esquecido de trancar a porta, ou algo parecido. Pega o celular e resolve ligar para Diego.
-Onde você tá?
-To chegando aí.
-Você por acaso deixou a porta aberta?
-Eu deixei a sua mãe aí...
-Mas ela não tá aqui! Tava tudo apagado! Como você confia na minha mãe?
-Calma, só vim só buscar meu celular que tinha esquecido no apê do Caio, já to voltando!
-Como você faz isso? Quase tive um troço!
 Nesse momento, Roberta ouve passos. Ao retirar o telefone do ouvido a voz de Diego ainda soa chamando seu nome. Ela não sabe quem deve ser, chega à porta e quando ouve um barulho, vira a chave para trancar.
 Cola o rosto ali e tenta ouvir algo e depois se volta rapidamente à cama onde pega novamente o celular.
-Diego, vem logo!
-O que houve?
-Tem alguém na casa.
-Calma, eu to chegando!
 Quando a conversa por celular parecia ficar cada vez mais tensa ela ouve a voz da mãe.
-Roberta!
 Ouvir isso é como se um peso enorme caísse de seus ombros. Sorri e com o corpo mais leve chega até a porta, abre, saindo em seguida pelo corredor.
-Mãe, que susto!
-Ai, susto digo eu, não sabia que estava aí!
-Se chamou! Ô mãe como é que você sai e deixa o apartamento aberto?
-O Franco queria subir de tudo que é jeito, eu tive que ir lá em baixo impedir! Ele não quer nem que você nem que a Alice fique aqui no prédio e pra falar a verdade, nem eu quero.
-Ah, fala sério? –Roberta torce a cabeça e cruza os braços. É nesse momento que Diego chega até sem fôlego.
-Tudo bem?
-Ah, era a doida da minha mãe.
-Oi Eva. –Diego a cumprimenta e os três iniciam uma conversa duradoura.
 O mesmo que Leonardo queria com Diego, mas colocado de outra forma. No fim tudo queria dizer a mesma coisa, mas a resposta foi a mesma.
-A gente não vai pra casa.
-Tá bom, eu cansei de discutir. –Eva se levanta. –Mas eu vou mandar instalar um sistema de segurança aqui e nem vou pedir permissão pra isso.
-Ok, mãe. Valeu.
 Com sorrisos amistosos e um abraço delicado, mãe e filha se deixam. A noite estava estranha demais para se prolongar qualquer assunto e Roberta já está se sentindo paranoica com toda essa história, tanto para se assustar até mesmo com um simples acaso.
-Ele tá preso, Roberta.
-Eu sei.
-Não tem mais perigos aqui, não precisa ter medo. -Diego tenta colocar um ponto final nos temores dela.
-Medo, eu? –Roberta agarra um caderno indo até a mesa.
-Hm... O que houve agora pouco foi o que?
-Eu achei que fosse um bandido! E você que foi o culpado por ter saído e eu também não entendi porque a lâmpada não estava acendendo.
-É porque você não sabe trocar lâmpada!
-Não, é porque ela era velha! Você não comprou lâmpadas novas, não lembra?
-Não e ela já tá normal. Eu quero dormir em paz, pode ser?
 Roberta desfaz-se dos gestos briguentos e coloca docilidade em seu lugar.
-Ok... Boa noite...
-Não vai dormir ainda?
-Vou estudar. Tenho prova amanhã.
-Tudo bem, mas não demora.
-Não vou.
 Roberta devora folhas e folhas. Passa os olhos de cima a baixo em tudo e mais um pouco do que irá cair na avaliação. Fica mais de uma hora ali e logo a cabeça parece pesar cinquenta quilos, os olhos parecem ver em dobro e a coluna dói.
-Ah, eu vou dormir!
 Fecha os livros, o caderno e retorna ao quarto, onde Diego parece dormir em um sono profundo. Ela olha com carinho, já que se ele não sabe não se torna um crime.
-... Olhos lindos...
-Awn... –Roberta não evita o sorriso bobo. –Tá sonhando comigo...
 A garota se aproxima e senta na beira da cama de leve para não acordá-lo. Ao observar seu sono não resiste em lhe fazer um cafuné passando os dedos entre os cabelos dele.
-Saudade da sua boca, Diego...
 A situação, o cansaço do dia, a abstinência. Tudo vai provocando nela uma aproximação quase instintiva. Olha cada vez mais enquanto lhe faz carinho, mas quando chega perto de lhe dar um beijo, se esquiva. Levanta depressa e corre até o banheiro, onde lava o rosto e tenta recuperar a resistência.
 Ao se ver no espelho ainda não entende como está aguentando. Retorna ao quarto, crente de que já está pronta para suportar, mas ao vê-lo resmungar e se virar expulsando o lençol do corpo, ficando coberto somente da cintura para baixo, quase desaba.
-Ai meu Deus, tá cada dia mais lindo...
 Roberta sacode a cabeça, procura uma camisola, toma uma água e se deita de costas para ele a fim de evitar a tentação.
 Fecha os olhos e tenta pensar em outra coisa. Sente o sono vir e junto com ele o braço de Diego que a envolve e puxa para junto do peito.
 Roberta sente a pele quente dele por cima da camisola e suspira. Já não há parte nenhuma do seu corpo que não esteja totalmente entregue.
 Ela volta o rosto para trás tendo o braço dele em sua cintura. Vê que Diego ainda dorme, então engole seco.
-Tá difícil, tá difícil!
 Nesse instante ela percebe um sorriso brotando no canto da boca dele.
-Diego! Seu, seu... –E o empurra cama a baixo.

<<Cap 22 (faculdade)            Cap 24 (faculdade)>>

Comentários

  1. hahhaa mto bom, vai continuar ainda hj Aline?

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  2. Ai meu Deus!!! quem não tá aguentando sou eu....
    Desiste logo Betinhaaaaaaaaaaaa


    Darly

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  3. AHAHAHAHAHA MUITO BOM! Rindo demais com a última 'cena'!

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  4. Completamente viciada, e mais uma vez um ótimo capitulo, sempre deixando no fim um gostinho de quero mais!! Vai postar mais hj Aline?

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  5. Completamente viciada,na sua web Aline quando que vc vai postar o 24.....

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  6. Pooxa ALine!! já estou com dó desses dois!!! kkkk Ajuda aê vai!! bjksss

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  7. Aline tenho boas noticias ontem eu fui no show dos rebeldes aqui em São Paulo e tenho certeza que a Lua e o Arthur voltaram!Os olhares deles um para o outro não mentem!
    Esse capitulo ta demais.Uma perguntinha quem voce acha que ganha a aposta?
    (bjs Julia)

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  8. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA ROBERTA EMPURROU DIEGO DA CAMA QUE CAIU NO CHÃO KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK RINDO LITROS AQUI ALINE KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK EU ACHO QUE VAI DAR EMPATE PQ OS DOIS JÁ ESTÃO ENLOUQUEÇENDO COM ISSO KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK ILÁRIOOOO

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  9. Primeiramente, parabéns, novamente. E sério, como é que você consegue mexer com a gente assim? Só quem é apaixonado por "LuAr" sabe sobre o que estou falando.

    E mais uma vez, aguardando ansiosamente o próximo capítulo.

    Bruna Matos.

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  10. Os dois tinha quem desitir mais ta muito ingrasado e pede grasa se roberta peder porcalsa da marra e geito dela nuca pare pensa
    Ela fazeno um coisa para o diego

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  11. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk MORRI COM O DIEGO FINGINDO QUE TA DORMINDO! Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk POSTA ++++++++++++++++ LOGO! VAI POOSTAR ESSA MADRUGADA???

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