Pular para o conteúdo principal

Cap 22 (Faculdade) - Pacto de Amor


 Foi um barulho muito grande, muitas perguntas feitas e gente para todos os lados. As câmeras do elevador mostravam muitas pessoas e nenhuma delas encapuzadas, fazendo pensar que o homem houvesse descido ou subido usando as escadas, sendo talvez até mesmo um morador do prédio. Hipótese que não poderia ser descartada pela polícia que pouco pôde fazer.

-Qualquer coisa, me liguem, que eu sou pequena, mas sei brigar. –Márcia é a última a sair e deixa o aviso bem humorado para o irmão e a cunhada.

  Os policiais ainda devem estar pelo prédio. Já haviam recolhido todas as informações do casal, além de informações com os vizinhos e com os amigos deles. Caio, que foi quem abriu a porta para eles, ainda liga para Diego mais uma vez e juntos os dois instalam mais trancas. Algumas bem fortes e também um alarme não só na porta, mas nas janelas também. Caso alguém tentasse entrar teria muita dificuldade em conseguir.

-Ele não deve voltar. Vocês sabem se ele levou algo?

-Não. –Diego se lembra de ter vasculhado tudo. –Tá tudo aí.

-Que nem em filmes.

-É, mas eu acho que ele só não levou porque nós chegamos e o assustamos. Parecia que não estava armado.

-Melhor. Ele poderia render vocês e...

-Mas não aconteceu isso. –Diego adianta. –E nem vai acontecer.

 Os dois conversam um pouco após a instalação das fechaduras, mas assim que sai, o papo retorna com Roberta.

-Acho melhor você ir pra sua casa. –Diego a olha. Ambos sentados à mesa redonda que fica entre a sala e a cozinha.

-Eu já estou na minha casa.

-Você entendeu. Aqui é perigoso.

-Se é pra mim, também é pra você! Ou tá se achando o homem de ferro agora?

-Roberta, você não sabe ficar sem zoar nem em uma situação dessas?

-E adiantaria de que?

 Diego para e pensa. Na realidade não adiantaria mesmo de nada.

-Eu só acho que seria mais seguro se você dormisse com as meninas ou na sua casa.

-Eu não! –Ela fecha a cara.

-Porque não? Deixa de ser teimosa! Vê se entende que...

-Quem precisa entender aqui é você! –Roberta se levanta batendo as mãos na mesa e falando alto. –Eu não vou te deixar enfrentar isso sozinho! Você tem a mim, você escolheu ter a mim e agora vai me suportar por bem ou por mal do seu lado, me ouviu?

  O rosto dela irritado fita o dele que está meio espantado com sua fala.

-Do meu lado? –Os olhos brilham e Diego acaba sorrindo. -... Ok... –Ele lhe estende a mão e Roberta com um pouco de resistência, a segura. -Sempre juntos, né?

-A gente pode estar brigado, pode estar mal, mas nunca vamos deixar o outro sozinho.

-Eu nunca te deixaria.

-Diego, a minha vida inteira eu me virei sozinha e sei que com você não foi diferente.

-É... Meu pai me dava tudo, mas nunca estava por perto pra me ajudar em nada.

-Você sabe que amigos vão embora e que nossos pais não são eternos.

-Sei. A gente ainda é jovem demais e tudo que nos dá segurança tá ficando longe.

-Você é o que me dá segurança. –Ela é séria, de um jeito que poucas vezes Diego pôde ver. –A gente é um pelo outro, não importa o que aconteça. Mesmo que eu queira te esganar eu ainda vou estar com você.

-Eu também. –Ele a olha com carinho.

-Então para de me mandar ir embora quando os problemas surgem porque eu não vou te deixar!

-Ok. –Ele olha para ela alguns segundos e se volta para a janela. A noite já está presente, tranquila, como se fosse do contra e não aderisse as situações pesadas do dia. –Vamos fazer um pacto...

 Roberta tenciona as sobrancelhas estranhando.

-Pacto?

-É... Um pacto para cuidarmos um do outro, independente de qualquer coisa. Independente do que o futuro nos reserva ou... Sei lá, independente do que a vida reserva. Um pacto de amor.

 Roberta sente uma nuvem lhe abraçar o coração. Sabe bem como as coisas estão entre eles e que esse ouriçar sempre ao ver o outro não encobriria o que sentem nunca. Apesar dos desejos, apesar da paixão explosiva e da forma louca que tem de viver, eles sabem que vai além de um simples namoro, talvez nem saibam explicar o que fariam e onde seriam capazes de chegar pela felicidade um do outro.

-Eu aceito o pacto. –Ela sorri ainda séria com o jeito arcaico da situação.

 Diego se levanta e estende a mão a Roberta, fazendo-a se levantar.

-Um pacto de verdade precisa ser selado...

-É o que dizem...
-Eu quero fazer isso há muito tempo...
 E segurando em seu pescoço, o namorado se aproxima com os olhos fixos nos dela, que vão se fechando à medida que ele chega a sua boca. Já não aguenta mais essa distância, essa falta dela, essa disputa... Mas parece que ainda não é hora.

 O celular toca fazendo ambos recuarem sem jeito.

-Eu... Eu vou atender... –Diego pega meio perdido o celular sobre a mesa.

 A conversa não dura muito, mas informa o suficiente para mantê-los calmos.

-Jura?

-A gangue foi presa pelo que parece. O Caio me disse que ouve um tiroteio e dois deles foram baleados... Não sei se estão mortos ou internados. Já os outros já foram presos.

-Mas será que o cara era dessa gangue mesmo? –Roberta desconfia da história.

-É o mais provável. Estavam atacando o prédio.

 Um toque da campainha os interrompe.

-Quem será?

-Eu vou ver. –Diego vai até a porta. –Pai?
 O homem engravatado e com um olhar quase fuzilante adentra sem ser convidado.
-Você precisa vir comigo.
 Diego paralisa diante do pai e Roberta logo atrás não diz nada.
-Como é que é? -Ele não consegue acreditar no que ouve.
-Eu soube o que aconteceu. Você vai voltar pra casa que é mais seguro.
-Me perdoe senhor Maldonado, mas ainda acha que tem alguma autoridade sobre mim? –Diego cruza os braços.
-Eu sou seu pai!
-Eu sei.
 Uma discussão se inicia e Roberta fica deslocada, não cabia sua presença ali.
-Eu vou deixar vocês conversarem.
-Não. Ele já está de saída. –Diego olha firme para o pai que engole seco.
-Você vai se arrepender de não me ouvir.
-Uma ameaça?
-Um aviso.
 O filho o encara enquanto ele deixa o apartamento com olhos fumegantes. Teme que não voltem a se falar bem como algum dia se falaram, mas mesmo assim não cederia. Era necessário ganhar o respeito de Leonardo e retirar as rédeas que o pai ainda acredita ter.

 Cansados, Roberta e Diego vão dormir. Mesmo sem a muralha de travesseiros ou a raiva, eles não se tocam. Permanecem sim, um de frente para o outro, mas em silêncio. Vão ouvindo a música que esse gigante faz dentro da gente, dando respostas que muitas vezes nem pedimos. Vão ouvindo o que ele tem a dizer com seu grito mudo. O silêncio é um perigo, mas também é um bom indutor de filósofos.

 Quando a manhã surge e durante todo o dia a tranquilidade reina, eles se sentem novos. Com o passar do tempo as coisas parecem se normalizar e talvez fosse mesmo o membro da gangue que houvesse entrado na casa deles.
-Não achou mais bonequinhos?
-Soldados. –Roberta abocanha um sanduíche na cantina da faculdade ao lado de Carla.
-Que seja. Não encontrou mais depois do que houve?
-Não. –Ela faz uma pausa no lanche. –Já tem três dias.
-E a aposta? –Alice se recorda.
-O Diego quase encerrou a aposta, mas eu quis continuar. Ele tá ficando louco já. Qualquer roupa mais curta que eu visto, vejo ele suar!
 Roberta ri e as meninas acompanham. Elas falam de assuntos picantes e até se esqueceriam completamente das rixas que estavam tendo há alguns dias se Alice não fizesse questão de perguntar.
-E aquelas amigas suas Carla? O que aconteceu com elas?
-Alice, você ainda não entendeu? –Roberta se adianta.
-Não.
-Só posso dizer que são boas amigas e eu vou seguir as duas enquanto eu viver. –Carla se impõe.
-O problema é se não viver! –Roberta se levanta irritada, larga o lanche na mesa e toma o rumo da sala de aula, sem nenhuma paciência com elas.
-Você não vai me dizer?
-Desculpa Alice, mas tanto você quanto a Roberta não entendem o quanto eu preciso delas.
 Carla também sai e a amiga que sobra na mesa continua perdida, não se sabe se na inocência ou na ignorância mesmo.
 A tarde, por volta das cinco horas, Roberta chega em casa. Já havia estudado e trabalhado enquanto Diego continuava nas piscinas vigiando as taradas que se afogavam propositalmente para que ele as pegasse no colo. Coisa que ferve seu sangue imaginar. Na realidade ela tenta não imaginar, para evitar ir até lá e afoga-las de verdade.
-Droga. –Roberta tenta acender as luzes, mas não consegue. –Deve ter queimado.
 Ela joga a bolsa sobre o sofá e vai para o quarto, em seguida procura onde deve haver lâmpadas novas pela casa, já que parece que a da sala se queimou mesmo.
-Achei... –Ela faz bico olhando para a lâmpada e depois para o teto. –Agora como eu subo pra trocar?
 Não há escada, então ela busca um banco de cozinha daqueles altos e de base pequena. Não era muito seguro, mas dificilmente ela se importa com isso.
 Nesse instante Diego chega e a vê de costas para ele e de minissaia. Havia trocado de roupa, já que o calor estava sufocante.
 Ele arqueia as sobrancelhas, respira fundo e fecha os olhos por um segundo.
-Roberta.
-Hm? -Ao virar para vê-lo ela se desequilibra. –Ah!
 Diego é rápido em ampará-la quando ela cai sobre ele, mas quase acabam caindo os dois no chão. Os olhos dele parecem saltar no rosto quando a desce colada ao peito, sentindo a textura de suas coxas nas mãos, observando a suntuosidade dos seus lábios e a velocidade do coração dela colado ao seu. 

<<Cap 21 (faculdade)            Cap 23 (faculdade)>>

Comentários

  1. Carambaa, tá muitto bom. Nãao demora pra posttar não, to muito curiosa. O que será que o Leonardo quer ? Quando eles vão terminar essa aposta ? Aaaaaaaaaaaah, to enlouquecendo Alinne ! Obriigada, por tentar ;) Mesmo ocupada, você tenta né, rs'

    ResponderExcluir
  2. Aliine, pq será q não ta mais aparecendo no google a web, ainda bem que eu achei no computador

    ResponderExcluir
  3. pessoa que não achou a web no google, acabei de olhar e achei, joguei:umarockstar.blogspot e apareceu a web novela e o outro blog da Aline


    Darly

    ResponderExcluir
  4. Deixa eu ver...Romance, ação, comédia, e jogo de sedução. PERFEITOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
    Só essa palavra para descrever, lindo a Roberta falando que vai sempre estar ao lado dele...

    Darly

    ResponderExcluir
  5. Ah, para, Line! Quer dizer, não para não que tá bom demaaaaais! Sei que todo mundo fala, mas só pra reforçar quero dizer que tá maravilhosa tua história. E como disse a Darly, Romance, ação, comédia, e jogo de sedução tudo no mesmo lugar. Você é muito talentosa! Mil beijos, Line!!!

    ResponderExcluir
  6. amo cada vez mais a sua web Aline!!
    faz com que eles desistem dessa aposta, coitados eles já estão subindo pelas paredes

    ResponderExcluir
  7. Esperando vc gostar o 23 Alline : ) P.S Tipo acordada até agora com cel na mão só esperando ! Vai postar agr de madrugada ?? Se for eu viro a noite só pra ler kk. By: Camila

    ResponderExcluir
  8. Eu cheguei depois da meia noite, mas vou postar agora um rascunho, adiantei o máximo q pude, beijo

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Aviso Importante:

Devem ter notado que na minha web os rebeldes estão no segundo semestre do último ano escolar, então... Surgiu um problema: Como continuar a história? Eu não vou ter como alongar isso p muito tempo, porque passa cap e mais cap e um dia eles terão que se formar e sair da escola! Com isso eu tive duas ideias: 1ª RECOMEÇO: Fazer uma nova história de Roberta e Diego lá do comecinho, tudo de novo. Os dois chegam no colégio, se odeiam, se apaixonam mas brigam todo o tempo mesmo se amando... Tipo quando começou a novela e no desenrolar eles logo começam a namorar. Os rebeldes começam a banda, os shows, as intrigas e tudo mais dentro do Elite Way. 2ª FACULDADE: Fazer uma continuação dessa mesma história que já conhecem e que escrevo há mais de 6 meses. Diego, Roberta e todos os rebeldes vão para a faculdade. Alguns fazem o curso q querem e outros, como Diego, faz o que o pai obriga. Lá eles estão mais livres, com mais responsabilidades, frequentam baladas, teatros, alguns trabalham, passam...

Cap 25 (Faculdade) - Saudade

 As mãos apertam, o ritmo do beijo aumenta, a falta de ar se torna constante e o coração parece uma bomba prestes a explodir.  Diego a segura na parede parecendo que não iria esperar o elevador parar. A vontade era de apertar o botão de emergência e ficar ali mesmo. O problema era a maldita câmera de segurança para a qual já estavam dando um belo show. -Se não chegarmos logo eu não me responsabilizo...  –Ele fala entre beijos. -E nem eu...  A porta se abre e eles saem quase derrubando a planta do corredor. Atracados no beijo e na fúria das mãos, ambos chegam à porta.  Diego coloca Roberta contra a parede e vai beijando seu pescoço, mordendo seu ombro enquanto procura impaciente pela chave. Se não a encontra é bem capaz de colocar a porta abaixo com um murro.  Quando finalmente a porta se abre, ele a puxa pela cintura e em seu colo ela laça as pernas em torno de Diego que continua a lhe beijar. As roupas dela amassadas, o cabelo dele bagunçado e...

Cap 86 -Desejo descontrolado

 Aos sustos somente o respeito, pois à emoção se deve nossas forças internas, que mantém nossos reflexos para nos defender do inesperado.  Diego está vermelho e com um olhar jamais visto por Roberta. Um misto de raiva com determinação desenfreada e nociva, só não imagina ela, o porquê disso. A menina acaba de entrar, ainda está de biquíni e se depara com Diego que havia aberto a porta do seu quarto com violência. -Ei! –Ela se zanga enquanto enrola uma toalha no corpo. -Você ficou com algum dos caras da piscina? -Que? –Ela nem imaginava a pergunta. –Tá louco? -Você ficou se exibindo na piscina pra eles! -Você tá delirando! –Ela se afasta irritada. –E eu não te devo satisfações!  Ela fica firme nas palavras, querendo que ele saia. Haviam se agredido tantas vezes naqueles dias que ela já sabia o que dizer para que ele se afastasse logo, mas ao contrário das últimas vezes em que era grossa e ele ia embora, sente que Diego não tinha essa intenção. Percebe isso n...