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Cap 57 (faculdade) - Os sonhos possíveis


Tem desejos eternos que nunca se vão, assim com há aqueles que jamais aparecem. Se a vida traz algo ela tem um motivo, se ela retira ela tem outro, mas isso não significa que iremos entender.

Roberta e Diego estão dormindo. Os braços dela passam pelo peito dele e sua mão lhe toca o ombro. Não há roupa sobre a pele, somente um lençol fino cobrindo as digitais que sobre a extensão do corpo não é vista. Estão sonhando.
Um dia claro na mente de um deles, um dia escuro na de outro, mas na de nenhuma tem tormenta. Os dois têm sonhos tranquilos e imaginam-se juntos de mãos dadas ou gargalhando pela manhã como as famílias dos comerciais de pasta de dente. Um tipo de bobagem com a qual os dois agora não deixam de pensar a cada dia que passa.

***

Ainda antes do amanhecer, quando o sol ainda estava do outro lado do mundo, no pequeno cercado de madeira branca, forrado de almofadas e brinquedos, Nina abre os olhos. Os vultos em sua volta e sua incompreensão do mundo lhe assustam, não tem capacidade de fazer qualquer movimento maior por conta própria e em sua impotência de recém-nascido só pode começar a chorar para expressar sua fome.
Roberta interrompe os sonhos imediatamente e se levanta, recupera o roupão que nem vê direito onde está e sai arrastando roupas com os pés até a saída enquanto o amarra. Esfrega os olhos enquanto abre a porta do quarto da menina e caminha até ela morrendo de sono.
-Ei... Eu to aqui... –Ela estica as mãos e a pega dentro do berço aos berros. –Que garganta boa você tem.


Dani a tinha treinado bem, mas que dificuldade era lidar com um bebê. Sua vida estava tão corrida, tão trabalhosa, tão cheia de complicações desde que ela chegou que pensa que nunca mais terá descanso... E talvez esteja certa. Angustiada com os pensamentos durante a madrugada, ela tenta traçar planos para o futuro enquanto a filha se cala pouco a pouco em seus braços. Não imagina como irá fazer com a faculdade, com os shows e com o trabalho na gravadora. Quer continuar a vida, mas agora tudo parece muito mais difícil do que ela imaginava que seria.
Nina levanta a mão e toca seu braço de repente, como qualquer bebê faria, mas entre covas e dobrinhas insinuantes, faz Roberta sorrir abobalhada e esquecer que estava perdendo uma noite de sono e se concentrar naqueles olhinhos que não desviavam do seu rosto. Como sempre parecem conversar com ela, lhe acalmando o espírito. É como se lhe dissessem “Ah, mamãe, vai ser fácil”. E a partir disso, ela perdeu todas as ideias preocupantes e se encheu de dotes que nem sabia ter. A vontade de morder aquela menina e enchê-la de beijos era grande demais para caber-lhe preocupações. Ai que coisa estranha, que coisa louca. Quem era essa que estava dentro dela agora? Não faz ideia, mas insiste em tentar acreditar que ainda é a mesma, mas sabe que não é.
-Você tem uma carinha de espoleta, mas é tão quietinha.  –Diz se levantando com ela. -Quero só ver até quando uma Messi consegue permanecer assim. –E lhe dá um beijo na testa colocando-a de volta, já dormindo. –Boa noite meu amor.

Com o mesmo sono, Roberta se encaminha entre bocejos para a cama. O restante da madrugada foi feito de mais sonhos, literalmente...
No sonho dele, está sentado ao lado de Roberta em uma praia bonita e desabitada. Beija-lhe os ombros nus enquanto brinca com as alças de seu biquíni. Ela deita as costas em seu peito e vira para beijá-lo enquanto a filha recolhe conchas pela areia em um balde de plástico. Os cabelos cacheados e loiros brincam de saltar em seus ombros e seu riso enquanto mostra a eles uma nova concha amarelada que achou, é música junto às águas do oceano.
No sonho dela, está na varanda do sobrado onde moram, naquele lugar dourado de tantas madeiras marrons adornando a visão. A noite está quente e ela está deitada em uma rede quando acorda com um beijo de Diego. Percebe então que ele está deitado junto dela em uma bagunça de pernas e braços. Começam a ouvir passos e em seguida “Ah!” Nina pula sobre eles fazendo a rede se arrebentar e cair ao chão, levando junto muitas gargalhadas em meio a dores no traseiro por causa da batida. Os motivos para rir não terminam por algum motivo idiotamente feliz, se é que essa expressão é possível.
Não há nada mais bonito, e quem tem sabe disso, que ter um sonho possível. Imaginar uma coisa que se tem certeza de ter e querê-la com a mesma intensidade que se quer o impossível. Um sonho que está a caminho, que é mais concreto que o próprio chão onde se pisa é a felicidade antecipada e que só por imaginar, já se torna um motivo para amar o futuro.


***

Algum tempo depois...

É chegada a hora. Um ano havia se passado desde que Carla havia se internado para o tratamento da bulimia e agora aqui está ela, estreando uma manhã quente de quarta-feira estalando os dedos e olhando para todos os cantos com nervosismo. As meninas, companheiras de momentos difíceis e divertidos estão recebendo visitas, abraçando a família e os amigos enquanto ela continua sozinha. Onde estaria sua irmã? Ah, claro, Beck era enrolada mesmo, ela tinha se esquecido disso. Mas e Tomás? Ele, por mais louco que fosse, não a deixaria sozinha no dia em que voltaria para casa. Ou deixaria?
Do nada, enquanto ela se angustia, uma algazarra começa na entrada da sala e ela tem de longe uma certeza: Seus amigos estão ali. Ninguém teria a capacidade de chamar tanta a atenção quanto eles.
-Carla! –Alice é a primeira a se aproximar para lhe dar um abraço saltitante. –Estou tão feliz que vai sair daqui!
-E eu então!
-Eu vim te buscar, titia! –Tomás a surpreende chegando com Nina no colo. Ela olha para todos os cantos e se fixa rapidamente em Carla.
-Meu Deus, como tá grande! –Ela a pega. –Que gostosura! Seis meses não é? –Pergunta se virando para Diego que balança a cabeça afirmando.
-Tá passando muito rápido!
-Gente... Vamos logo embora? –Pedro os interrompe, incomodado. –Essa clínica é muito estranha.
-É mais que uma clínica. –Carla diz, como quem já vê o lugar como um segundo lar.
-Mas temos que ir mesmo. –Roberta conta. –Temos um encontro muito, mas muito importante com o empresário da banda. Parece que a divulgação que fizeram nesse tempo surtiu efeito, agora estão pedindo shows em várias cidades. Precisamos ensaiar as novas músicas e experimentar os novos figurinos.
-Sério? –Carla para de brincar com Nina, surpresa.
-Claro... Estamos completos agora.

***


Foi uma tarde tranquila que passaram com o empresário na casa de Eva. A cantora estava animada, levaria a banda para vários shows com ela até que as novas músicas fossem reconhecidas. Ainda eram uma banda pop, mas agora amadurecida, firme, com letras engajadas em ritmos bem marcados. Um ano de preparação havia sido realmente um tempo para que se preparasse algo muito caprichado.
Quando o empresário vai embora, os demais se retiram pouco a pouco. Carla estava cansada e Tomás a levou para o loft de Vicente. Pedro e Alice foram dar um passeio, já que a fase do namoro deles estava ás mil maravilhas e Roberta e Diego saíram por último.
Antes de ir embora, Diego decidiu visitar o pai, que sempre dizia que nunca o visitavam e que não era justo que só ele os visitasse. Então para provar que não havia rancores nutridos ali, partiram para a mansão dos Maldonado. Quando chegaram, foram recebidos amavelmente por Sílvia, que os levou para a sala e ficaram algum tempo de conversa. Os irmãozinhos de Diego já estavam com três anos e corriam para todos os lados. Roberta sentiu um calafrio e olhou para Nina sossegada no colo de Diego, imaginando que daqui a pouco poderia ser ela.
-Logo vai estar engatinhando, pega tudo e coloca na boca, sabe lá o que pode acontecer...
-Mas a sua mãe tem empregados. –Sílvia tenta ver lados positivos. –Tem muita gente pra olhar a menina enquanto vocês fazem o show. Não vai acontecer nada. Garanto que sua mãe vai cuidar muito bem dela, Roberta.
-Vocês são loucos? –Leonardo chega de repente. –Vão deixar a minha neta com a Eva?
-Qual o problema? –Roberta se agita, agora virando a favor da mãe, só para contrariá-lo.
-Me desculpa, mas a sua mãe não tem condições de cuidar de uma criança.
-Mas ela que cuidou de mim.
-Isso é mais uma prova de que ela não tem condições.
-Ei! –Roberta se ofende.
-Pai, vamos parar com isso.
-Não, eu não quero que a Nina fique na casa da Eva, ela vai ficar é aqui.
-Você bebeu? –Roberta dá um tapinha na testa. –Vocês têm duas crianças pequenas, como vão cuidar de mais uma?
-Ela tem razão, meu amor. –Sílvia a apoia. –O Bruno e o Danilo ainda exigem muita vigilância e...
-Eu contrato mais babás. –Leonardo é firme. –E se eu souber que deixaram a menina na casa daquela louca eu...
-Você o que? –Roberta põe as mãos na cintura e ergue as sobrancelhas, insinuando que ele não poderia fazer nada, afinal a filha era deles.
-Eu os acuso de negligência e peço a guarda da Nina.

Comentários

  1. o Leonardo ta louco??
    OMG!!
    amo d mais a web!!
    posta mais? e ja decidiu quants capitulos fazer?

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  2. o Leonardo não tem jeito mesmo. ele não pode tirar a Nina do Diego e da Roberta.
    Super amando a web cada vez mais, parabéns!

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    Respostas
    1. Infelismente tem uma droga de lei que permite que os avós façam isso. Mas não deixa Aline. Posta mais

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  3. AH Aline ñ deixa isso acontecer!!!eles formam uma familia perfeita e ñ podem ser separados!!!

    MAS A WEB TA MUITO BOA!!!

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  4. Posta mais A WEB É MUITO BOA mas ñ deixa q o Leonardo tire a Nina do Diego e de Roberta!!!!!

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  5. Posta ++++++++++++++++++++++++++
    Não faz o Leonardo tirar a Nina da Roberta e do Diego *-*

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  6. aFF Leonar não toma jeito mesmo..

    Continua ,tá perfeita!

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  7. Ai meu Pai! O Leonardo perdeu a noção né.. Nina tem que ficar com os pais,não com um avô chato.. Parabéns tá demais... /Elaine Moraes

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  8. O leonardo esta muito muito muito louco n deixa ele tirar a nina deles pf pf pf a web esta otima

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Despedida

Obrigada a todas e todos por terem estado comigo até agora. Me perdoem qualquer coisa e um beijo enorme no coração de cada um. Eu gostaria de poder ter feito melhor em todo esse tempo, mas juro que o fiz foi de coração e tive um enorme prazer em estar aqui. Era uma escritora bastante amadora, mas me diverti demais e me senti abençoada com a companhia de cada um. Quem quiser me seguir no Wattpad, estou escrevendo outras histórias por lá >>>  AlineStechitti

Aviso Importante:

Devem ter notado que na minha web os rebeldes estão no segundo semestre do último ano escolar, então... Surgiu um problema: Como continuar a história? Eu não vou ter como alongar isso p muito tempo, porque passa cap e mais cap e um dia eles terão que se formar e sair da escola! Com isso eu tive duas ideias: 1ª RECOMEÇO: Fazer uma nova história de Roberta e Diego lá do comecinho, tudo de novo. Os dois chegam no colégio, se odeiam, se apaixonam mas brigam todo o tempo mesmo se amando... Tipo quando começou a novela e no desenrolar eles logo começam a namorar. Os rebeldes começam a banda, os shows, as intrigas e tudo mais dentro do Elite Way. 2ª FACULDADE: Fazer uma continuação dessa mesma história que já conhecem e que escrevo há mais de 6 meses. Diego, Roberta e todos os rebeldes vão para a faculdade. Alguns fazem o curso q querem e outros, como Diego, faz o que o pai obriga. Lá eles estão mais livres, com mais responsabilidades, frequentam baladas, teatros, alguns trabalham, passam...

Comunicado:

 To muito feliz mas tb muito triste com alguns comentários que li.  Estou em um tempo muito difícil não só no trabalho mas tb na faculdade, talvez isso não pareça tão difícil p vcs, mas viajo 160km todos os dias p estudar, nunca me senti tão cansada nem com tanto sono na vida, fiquei dois dias sem almoçar e sem jantar por que realmente não tive tempo p isso.  Entre trabalhar e estudar me sobram somente 6 horas p dormir e 2 horas p comer, fazer o q tenho p fazer, estudar p as provas, resolver os problemas de casa e tudo mais q uma pessoa normal tem p resolver.  Estou dando toda essa explicação por que eu os compreendo, agradeço o carinho que tem pela Web e tb para que possam me entender ou não.  Agradeço a todos q leem, que conversam comigo pelo twitter, pelo msn, pelo face, que sempre tem algum comentário sobre o que escrevo e que sempre são gentis. De verdade, fiz muitos amigos dos quais gosto muito e mesmo sendo virtuais não esqueço por um segundo. Não vou...