Cap 38 (faculdade) O segundo desejo

Caio ainda está pasmo com a revelação de Alice.

-Desculpa! Eu só estou surpreso, eu não achei que... Bom, esquece...

-Fala! Não achou que existisse ainda alguém na minha idade virgem? É isso não é?

-Não é isso! Eu não sou assim, eu entendo que cada um tem seu tempo, não é errado ser virgem. Errado é ficar com qualquer um em qualquer momento só porque está sendo pressionado.  –Ele olha sério pra ela, sendo firme e doce ao mesmo tempo, algo surpreendente, pois quem o vê com todo seu jeitão louco, jamais pensa que por trás de todo aquele sorriso, músculos e cabelos com vida própria, tem alguém de pensamentos puros. Isso surpreende Alice, que dá um meio sorriso.

-Olha, vamos com calma então gata! Eu não vou forçar a barra...

-Não é isso Caio... Eu quero... Só que não era bem assim que eu imaginava...

-Sofá da minha casa? É péssimo né?... –Ele dá também um meio sorriso e meche na cabeleira. –Desculpe! Mas é que eu não sabia que era sua...

-Eu sei. –Alice sorri e faz carinho no rosto dele. –...Você é bem diferente do que passa ser!

-Como assim?

-Parece ser do tipo que não tá nem ai pra nada, mas é muito legal.

-Ah, eu sou mesmo... Só não espalha se não vai acabar com minha reputação! –Ele brinca.

 Eles ficam rindo até que Caio se lembra de que ainda está só de toalha e então Alice desce para o seu andar enquanto ele retorna ao apartamento. Antes, lógico eles trocam mais um beijo de despedida.

  No colégio, Roberta se empolga ao mesmo tempo que se assusta com a proposta.

-Piscina?

-É, onde foram dados os beijos mais gostosos do começo do nosso namoro.

-Hm... Foram tão bons assim, é?

-Maravilhosos... –Ele a abraça pela cintura. –Você coberta debaixo d’água é uma sereia...

-Que cantada horrorosa, Diego!

-Eu tenho culpa de que você parece mesmo uma sereia? –Ele a aperta em um abraço provocante. –Toda molhada e sensual, olhando pra mim, me hipnotizando sem mover um músculo... Quando eu te beijava naquela piscina sentia que iria me afogar, que iria morrer, mas estava tendo a melhor experiência da minha vida... Então se eu morresse não faria diferença...

-Nossa. Que exagerado.

-Hm, vai dizer que não era surreal de tão bom?

-Era mágico... Perfeito... Uma delícia... –A última palavra ela usa para provocá-lo.

 Diego não aguenta esperar e começa a beijá-la ali mesmo levando-a para o sofá onde tantas vezes ficaram juntos. Muitos beijos pelo pescoço, mãos passando debaixo da blusa e o suor começando a brotar.

-Ui... –Ela suspira se levantando e se abanando. –Tá quente aqui...

-Acho que somos nós... -Ele provoca.

 Roberta fica em silêncio como a hipnotizá-lo do jeito que Diego mencionou.

-Eu quero mergulhar... –E sussurra indo até ele e mordendo seu lábio de leve.

 Diego balança a cabeça para cima e para baixo, quase enlouquecido, mas quando tenta segurar o rosto dela para continuar o beijo, ela se afasta.

-Anda! Corre! ...A sereia vai realizar os seus desejos...

-Roberta!

 E correndo escada acima Diego a persegue tentando alcançá-la, mas dado o tremor de suas pernas e o acelerar de seu coração, ela chega primeiro ao jardim.

 Quando ele chega em seguida, a vê do outro lado da piscina, porém quando pensa em ir até ela a vê começar a se livrar das roupas e freia. Ela ergue a blusa e joga em um canto, exibindo o decote de um sutiã vermelho, que tonteia Diego, talvez fosse esse o propósito dela ao escolher esta cor. Quando retira o short e o joga de lado, ela sorri e lança um olhar para ele, parecendo ter algo mais em mente para deixá-lo tão louco quanto ele está merecendo ficar, por conta desses desejos.

“Que ela vai fazer?” –Ele fica atento.

 De repente a vê desabotoar o sutiã.

“Bem que ela disse que iria acabar comigo.” -E limpa o suor da testa.

 Roberta segura os seios com os braços, de jeito que ele não visse nada e então pula, sumindo na água.

 Assim que a perplexidade diminui, ele arranca a roupa tão rápido que quase a rasga e pula atrás dela. O som da água no mergulho vai diminuindo e ele afunda.

 Perdido no azulado da piscina, se move buscando por ela. Vê somente um vulto mais longe. Ele ergue a cabeça retirando o excesso de água nos cabelos e no rosto.

-Isso é uma caçada?

 Roberta sobe um pouco para respirar.

-Talvez. –E volta para debaixo d’água.

 Diego fica louco, como um marinheiro atirado ao mar, se afogando nos olhos da deusa das águas. Ele fantasia em sua mente, deixa flutuarem os olhos por imaginações que só os homens têm, em uma nostalgia de enlouquecer.

 Como deve ser retornar àquela sensação de tê-las nos braços? Retornar àquele desejo de apertar o corpo ao dela sempre que a via nadar?

“Como, depois de tempos longe daqui e de tudo isso posso me sentir de novo o mesmo de algum tempo atrás, com um amor ainda muito maior por ela?”

 Ele nada rápido. São segundos em que consegue pensar em tudo. Pensa em como mudaram desde o primeiro beijo até ali. Já estão tão cúmplices, já se conhecem tão bem e mesmo sendo um casal em constante transformação, conseguem ter um pelo outro um amor cada vez maior.

 Ele sente a água o envolver, contornando suas sensações e seus sonhos. Quando vê o sorriso dela desabrochando sobre a água quando sobe à superfície, percebe-se a menos de um braço de distância de Roberta. Vem andando devagar enquanto ela afunda, deixando o sorriso dentro da água e os olhos nos dele.

 Diego vem até ela e quando afunda, a segura pela cintura e a busca do fundo, surgindo dois corpos grudados feito um só, corpos que descem novamente.

 Eles se beijam, voltam ao mesmo ritmo do porão.

 Diego avança mais, é aflito, é faminto, é carnívoro... Mas ela não se intimida e segue na provocação da língua, nas fricções do corpo e nos murmúrios inquietantes.

 Ficam grudados a se beijar na água até que ele a pega no colo. Agarrada ao pescoço dele, ela não deixa de prendê-lo ao corpo, nem de caprichar nos beijos, cumprindo assim a promessa de “acabar” com ele.

 Eles chegam à beira da piscina, o tempo está quente e a água muito propícia. Ele a coloca na parede do azulejo e ambos se olham já com o coração a mil, sabendo bem o que vão fazer.

-Não viu nenhum movimento, né? -Ele olha para os lados.

 Roberta sorri e segurando o queixo dele traz o olhar de Diego para o seu.

-Não... To esperando os seus movimentos...

 Taquicardia. Ele não aguenta e a comprime contra o azulejo, descendo beijos pelo rosto, pescoço e ombros dela. Leva as mãos pela cintura submersa e vem subindo por seu abdome onde vê a respiração de Roberta cada vez mais agitada. Ao subir mais, ele encontra um dos maiores alvos de desejo masculino. 

As mãos, já hábeis no corpo dela, contornam e apertam delicadamente, como se tocassem uma obra de arte. Ele desce os beijos para essa parte do corpo com a sensação constante de perigo.

 Mordidas arrepiantes, mãos esganadoras e línguas de fogo.

 Roberta o detém depois de um tempo e começa a lhe beijar o pescoço, a lhe arranhar a barriga e a assoprar quente em seu ouvido. É sua vez de lhe bambear os sentidos.

 Ela desce as mãos pelas costas dele até para baixo da cintura, apertando com força por cima da sunga já colada ao corpo. Diego fica nas mãos dela e a sente retirar sua única roupa.

-Você tá brincando com fogo... 

-Não tem problema, estou dentro d'água. -Roberta sorri.

 "Provocante, provocante em todos os sentidos..." 

 A mente dele não para e seu corpo já pulsa de vontades apressadas. 

 Quando ela termina, ele também retira dela a única roupa, ficando ambos completamente nus. Diego é quem recomeça o beijo invasor, molhado e quente.

 Roberta cruza as pernas em sua cintura.

 Ele vem de leve, contrastando entre um beijo aflito e um começar suave.

 Mesmo com toda a euforia queria também provoca-la. Um jeito lento e gradual de perder também a sanidade. Neste instante, porém ela se espreme a ele com força, sem conseguir conter um gemido alto que logo abafa nos ombros dele, que também estava se segurando e a apertava em um abraço para conseguir se conter.

 A pressão da água faz o ir e vir de Diego ser ainda mais prazeroso. Ele tem um ritmo que se alterna entre devagar, lento e angustiante, passando em seguida para o rápido, exaltado e frenético.

-As luzes... –Ela abre os olhos um instante e vê acenderem.

-Não podemos parar.

-Vão nos ver!

No diálogo rápido, Diego vê uma única solução e afunda com ela na água, continuando com os movimentos lá dentro enquanto mais luzes se acendiam. Ele é muito rápido, intenso, constante mesmo no desengonçado bailar da água. E o com o ar preso nos pulmões, o desespero bate e eles sentem que vão se afogar a qualquer instante quando não conseguirem mais suportar. Se abraçam forte enquanto as pernas vão perdendo as forças entre o prazer do amor e a morte por afogamento.

<<Cap 37 (faculdade)