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Cap 33 (Faculdade) -Não é bobo, não!

 Roberta não leva Diego a serio, rindo e brincando com o jeito dele, achando de modo ingênuo que o namorado realmente estivesse se preocupando com sua saúde.
-Roberta, você entende do que eu falo não é?
-Entendo.
-Então sabe que eu to preocupado.
-Não entendo por que... –Roberta dá a volta no banquinho onde ele está sentado e Diego fala às costas dela.
-Como não entende? Quer dizer, não que seja ruim... –Ele dá um sorriso, mas logo fica apavorado. –Mas não é a hora! Como aconteceu? Quer dizer, eu sei como aconteceu... Só não devia... Quer dizer, devia, foi muito bom... Sempre é bom...
 Diego começa a falar mais consigo mesmo do que com Roberta.
-Dá pra fazer sentido? Você tá muito estranho... Au! –Ela se joga no sofá e solta um grito.
 Diego corre até ela assustado e a levanta.
-Tudo bem com você? Se machucou?
-Calma, eu só caí em cima do controle... –O exagero é incompreendido. –Que você tem?
-Você não devia se jogar desse jeito.
-Deixa de ser bobo, que eu sempre fui assim... Eu passei mal, mas já estou bem...
-Tá bom, só se cuida tá? –Ele segura o rosto dela que fica sorrindo sem reação. –Eu vou lá buscar seus livros.
 Ainda com o rosto dela nas mãos Diego lhe dá um selinho carinhoso, saindo em seguida. Roberta se põe a pensar em todo esse cuidado, mas logo decide que é melhor acreditar que tudo isso não passa de preocupação por causa de todo o ocorrido.
 Ainda sozinha recebe um telefonema.
-Oi. –É o porteiro. –Lá no andar que a gente ensaia? Mas eu não posso ir lá agora... –Ela ouve o homem de certo modo agitado. –Mas não dá pra ver isso amanhã? Eu duvido muito que tenha alguém lá... O senhor não pode ir?
 Depois de alguns minutos de conversa a decisão havia sido tomada: Roberta se põe a ir então ao 31º andar.
 Já deve ser umas 10 e meia da noite e ele chega à porta do apartamento de Alice.
-Tá aqui os livros.
-Valeu.
-Porque a Roberta mesma não veio?
-Eu preferi que ela ficasse descansando.
 A patricinha não dá muita atenção a esse fato. Quando Diego volta, já no elevador, recebe um sms de Roberta.
“O Seu Zé quer q a gente olhe o 31 andar agora.”
 Ele fica atento às horas e talvez tivesse passado uns dez minutos desde que saiu de casa... Ou talvez mais.
-Ela não iria sozinha... Ao menos eu espero... –Diego pensa alto. –Esse lugar já não é seguro. Será que o Caio tem algo com isso mesmo? Não... Ele não pode...
 A porta se abre no andar dele. Alguns passos e já está abrindo a porta.
-Roberta? –Ele olha de um lado e outro. –Não acredito que ela não esperou.
-Eu to aqui! –Roberta surge do nada.
-Ah, você não foi...
 A garota se olha.
-Acho que não.
-Ha, ha...
-Anda. –Ela o puxa pelo braço. –Temos que ver o bendito salão antes que nos dê problemas...
 Eles saem, com ela praticamente a arrastá-lo de volta ao elevador. Quando chegam ao 31º andar, encontram tudo apagado. Como sempre, precisam atravessar o murinho feito para ser um corredor desnecessário, até conseguir ter acesso ao salão.
-Ouviu? –Roberta segura o braço dele.
-Ouvi, será que tem alguém aí?
-Talvez o Tomás tenha vindo pra cá esfriar a cabeça, afinal ele e a Carla não estão muito bem.
-Pode ser, mas desde que tudo aquilo ocorreu...
-Ah, deixa de ser paranoico. –Ela avança na frente gritando por Tomás.
-Roberta, espera!
-Acho que ele não tá aqui não...
 Ambos se deparam com uma escuridão tremenda, tentam acender as luzes, mas não funcionam, somente dá para ver o brilho dos instrumentos através de algumas luzes que entram pelas janelas de vidro.
-Talvez ele tenha ido embora e...
 Roberta suspende a fala na mesma hora quando ouve um barulho atrás da bateria.
-Não se assustem, sou eu. –Caio sai de trás da escuridão munido de uma lanterna e um largo sorriso.
-Que faz aqui?
-Desculpa Diego, as luzes não estão funcionando. Desculpa Roberta, não quis te assustar.
-E quem tá assustada aqui? –Ela cruza os braços.
-Mas isso de luz não funcionar... Como você soube?
-É, isso não é tarefa sua.
-Você nem é da banda.
-O porteiro ligou irritado com o barulho, parece que ligaram pra ele pra reclamar ou algo do tipo.
-Bom... –Ele esfrega as mãos enquanto tenta falar, já que o casal o estava intimidando. –Eu... Foi o... Tomás que... Que pediu pra eu vir arrumar.
-Ah... –Diego olha para Roberta. –O Tomás?
-É... Quem mais?
 Um silêncio estranho se instala e Caio ri sem graça.
-Gente, eu juro que não queria assustar vocês, não queria incomodá-los.
-E você conseguiu encontrar o problema? –Roberta investiga.
-Ainda não, mas encontrei isso. –Ele estica as mãos iluminando com a lanterna. –Parece que tem alguém colecionando isso, alguém da banda.
-Isso não pertence a banda.
-Não? –Caio mira Diego.
-É algo que pode estar ligado aos ataques ao prédio. –Roberta cruza os braços. –E a polícia vai ficar sabendo.
 O garoto fica parado olhando para os dois que em segundos dão meia volta abandonando-o na escuridão, que conforme eles andavam mais o cobria de suas visões.
 Durante o resto da noite nada mais foi dito e todos foram dormir, para preparar o corpo para um novo dia.
 Roberta não vai à aula e Eva a dispensa de ir à gravadora, deixando o dia livre para que ficasse em casa. Já Diego não consegue se livrar do trabalho. Acorda cedo, faz o café e volta para o quarto, já que ela não havia se levantado. Está lá, recolhida, como parte dos lençóis e da cama. Talvez não fosse a cama dele se ela não estivesse nela. Já está acostumado com as cores com que Roberta colore aquela imagem todas as manhãs, assim como o perfume de sua presença que se mistura na casa e na bagunça da cama.
 Diego vem devagar até ela que está deitada de lado na beirada. Se senta perto dela, retirando seu cabelo do rosto. Os lábios estão juntos tanto quanto os olhos, e ela se mexe um pouco quando as mãos dele lhe tocam o rosto.
 Ele acompanha com os olhos sua silhueta, que por estar coberta somente pelo lençol é bem notada. Tem bonitas curvas e a cor e uniformidade de sua pele vão fazendo Diego se esquecer das horas.
-Parece que você está ainda mais bonita... –E dando um beijo em seu rosto, ele sai, permitindo que o sonho dela continue e que ao acordar venha se tornar tão secreto a ela quanto é ao mundo.
 Diego pega ônibus até o clube. Ao contrário do que esperava, chega alguns minutos antes do expediente, podendo assim conversar com alguns dos funcionários que também já haviam chegado.
 Josias, um rapaz de boa aparência, com aspecto de uns vinte e poucos anos o cumprimenta.
-Tudo bem, Diego?
-Tudo e você?
-Tudo. Escuta cara, quando são suas férias?
-Vai demorar...
-Ah, eu tinha me esquecido que você é novato, é que eu queria ver se dava pra trocar com alguém. Queria poder ajudar a minha mulher com o aniversário da minha filha nos próximos meses. Ela tá irritada com isso já.
-Você tem filhos? –Diego se interessa.
-Só uma. Giovanna.
-E quantos anos ela tem?
-Então cara, ela tem 8 meses!
 A ternura nos olhos do homem acaba se transferindo para Diego e os dois sorriem meio disfarçados, como só homens sabem fazer quando falam desses assuntos.
-Cara, eu... Eu posso te perguntar uma coisa?
-Pode. –Josias se põe a ouvir.
-Como é ser pai?
 Frente ao interesse do colega de trabalho e a vontade de falar sobre o que é tão forte como o amor paterno, o rapaz vem sem demora.
-Ah, é maravilhoso. Ver aqueles olhinhos brilhando, o sorriso, as graças que faz... É um pedaço de você e de quem você ama...
 Diego sorri.
-Mas tem a parte de trocar fraldas...
 Diego faz cara de nojo e o colega de trabalho continua.
-Também dão um gasto danado. Minha mulher trancou a faculdade porque não dava pra continuar pagando. Eu tive que largar meu curso também e trabalhar em período integral.
-Nossa, mas é tanto assim?
-E tem mais. São remédios, roupas, hospital, móveis... Nossa! Além da festa agora que já vai ficar muito cara, mas é o primeiro ano da neném e a gente não podia deixar passar em branco. Meu salário vai quase todo pra ela e da minha mulher também.
-Mas deve ser gostoso ter um bebê em casa.
-É sim... Ela é tudo pra nós... –O homem parece lembrar e de repente seu rosto fica estranho.
-Que foi? –Diego tenta acordá-lo. –Ei!
-Ah, é que eu lembrei dessa noite.
-O que houve?
-Bom... Acho que você me entende... Sua garota aparece toda linda, de camisola transparente e você fica... Sabe?
-Entendi. –Diego ri.
-Então...
-A noite foi...?
-Não foi...
-Porque não?
-Você acha que a Giovanna deixou? Foi mamadeira e fralda a noite toda, tirando a dor de ouvido que deu nela e a gente teve que ligar pra minha sogra porque não fazíamos ideia do que poderia ser o choro dela. E olha, a menina tem uma garganta...
-Nossa...
-É... Mas porque essas perguntas? Tá planejando ter um filho?
-Filho? –Um funcionário mais velho chega. –Fez um pequeno “acidente”?  –Diz fazendo aspas com as mãos.
-Sério isso, Diego? –Josias o olha.
-Não... Quer dizer, eu não sei ainda.
-Não sabe o que? –Outro funcionário chega e conforme vão se aprontando para pegar seus postos de trabalho vão conversando e deixando Diego cada vez mais assustado.
-Então você não sabe se ela está grávida?
-Não.
-Mas vocês se cuidam?
-Sim... Remédio e preservativo, porque algumas vezes a gente não tá prevenido, então...
-Mas e se em algumas dessas vezes em que não usaram o preservativo ela não tomou o remédio? Pode acontecer... Um dia que elas esquecem e já era. O bebezinho se instala...
-Não é bobo não!
 Os homens caem na gargalhada enquanto Diego só escuta.

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Comentários

  1. Aiii ameei,to loca pra saber se a Roberta ta gravida ou não!Ai Aline sua web fica melhor a cada dia!!

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  2. afinal ela tá grávida ou nao??? curiosidade
    posta mais Aline por favor, amo a sua web demais *.*

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  3. Essa curiosidade já esta me matando mais eu sei que você nunca faria isso kkkkkkkkkkkk

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  4. Ainnnnnnnn......tadinho do Diego!!!!
    Essa web tá cada dia melhor, um mistério atrás do outro, fico roendo as unhas, os dedos, e arrancando os cabelos.


    Darly

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  5. Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah, que fooofo! Ela podia ficar grávida e seilá, perder o bebe, ja que voce nao escreve sobre familia e tals. Ia ficaar fofo.

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  6. hahahaha... o Diego tá muito engraçado!!! O cap ficou ótimo!!

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  7. Rsrsrsrsrs não tenho mais palavras para elogiar voce Aline!Ah achei uma MARIVILHOSO tudo que voce faz é maravilhoso!
    bjs Julia)

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  8. era bom q ele contasse a ela da suspeita de gravidez e ela ficasse com uma pulga atras da orelha ai o exame custasse mt tempo para sair mas eles ñ contavam a ninguem dessa suspeita mas quando recebeçe o resultado ela ñ estava gravida... pode ser + ou - isso aline to super curiosa posta logo pf pf pf vc é mt talentosa. bjs !!!

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  9. eu amo vcs todos eu sou fa de todos pra sempre

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