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Cap 19 (Faculdade) -Colegas de quarto

 Momento de susto, de sentir um frio percorrer a espinha. A possibilidade de estar lindando com um perigo que poderia estar rondando em secreto, os deixa assustados como qualquer um ficaria.
 Diego ao perceber que um vaso de planta estava estraçalhado no chão, com terra para todos os lados, resolve ir até a sacada e ver como isso havia acontecido.
-Que tá fazendo? –Roberta se espanta ao ver que ele abre a porta da sacada.
-Vou lá fora!
-Não mesmo!
-É rapidinho.
-Diego!
 Ele não a ouve e sai ao som da voz dela, se agacha olhando os lados para ver se há alguma coisa e volta com algo em mãos.
-E aí? –Ela chega aflita.
-Olha isso.
 Roberta para e analisa, trás de volta a mente a lembrança de coisas que haviam ocorrido antes.
-Outro soldadinho.
-Isso mesmo. –Diego também analisa. -Jogaram ele amarrado em uma barrinha de ferro. Foi ela que quebrou o vaso e fez aquele barulho.
-Mas foi um barulho muito alto, parecia um tiro!
-É exagero dizer que parecia um tiro.
-Ei, você não tava aqui! Eu que tava!
-Calma, você tá nervosa. É que o vaso é muito grande e aquela barra de ferro pesa muito. No impacto o som...
-Diego, tinha uma luz na janela, indo de um lado e outro e vinha de algum lugar, de uma lanterna, um laser... Sei lá! Alguém lá fora parecia estar mirando nosso apartamento.
-Calma. Já tá tudo bem. –Ele segura os ombros dela.
 Do nada alguém chama na porta. Aperta a campainha e bate ao mesmo tempo, como se tivesse pressa em ser atendido.
-Caio? –Diego vai até lá atender e o amigo ao vê-lo dispara a falar.
-Tudo bem? Vocês ouviram?
-Ouvimos. O que era aquilo?
-Eu não sei. Dizem que tem um povo mal encarado atacando os moradores do prédio, mas a polícia já foi avisada.
-Mas isso já havia acontecido?
-Eu também não sei.
-Mas você não sabe de nada? –Roberta se irrita com Caio e Diego interfere.
-Vamos ficar tranquilos que discutir não vai adiantar nada.
-Falou o sabe tudo. –Roberta cruza os braços emburrada. –Se ele não tem informações para que veio?
-Eu vim ver se estavam bem e dizer para tomarem cuidado na hora de sair. Tranquem bem as portas, janelas e ao deixar o prédio tomem mais cuidado ainda. Ouvi dizer que são um grupo perigoso.
-Ok. Obrigada.
 Diego se despede do amigo e ao fechar a porta vê Roberta apertando bruscamente os botões do celular. Devia ser por isso que sempre tinha que trocá-los, nenhum a aguentava.
-Que tá fazendo?
-Vou ver como a Alice e a Márcia estão. –Ela coloca o telefone no ouvido.
 O namorado senta no sofá e a observa nervosa, a morder a boca e andar de um lado para o outro. A conversa que ela tem é tensa e repleta de detalhes. Se realmente era uma gangue, um grupo de idiotas, alguma vingança ou qualquer outra coisa, eles não tinham como saber. O estranho eram alguns pontos como o brinquedo que já era o terceiro a aparecer para eles, mas que no momento nenhum dos dois estava lembrando.
 Tranquilizado os ânimos eles voltam a se deitar, separados por uma muralha de travesseiros. De costas um para o outro eles buscam o sono escasso.
-Roberta.
-Hm?
-Nada.
-Então porque chamou?
-Pra saber se tava dormindo.
-Não consigo.
-Desse jeito também é mais difícil...
 Ela franze o cenho com a frase e levanta o rosto acima dos travesseiros. Diego percebe e a olha.
-Que jeito?
-Assim, sozinha... Sempre dormia melhor quando deitava mais perto de mim.
-Seu metido, eu sempre dormi muito bem sem você. –Ela retorna e joga a cabeça no travesseiro batendo nele com as mãos e cerrando os lábios com força.
-Você é quem sabe... Já que amanhã é feriado mesmo, acho que vou pra sala ver se tá passando aquele seriado...
-Não. –Roberta levanta quando ele senta na cama e seus olhos ficam com aspecto infantil, cheio de dengos. –Eu... Eu não quero dormir sozinha...
-Que isso! Você fica bem.
-Diegooo! –Ela esperneia vendo que o rapaz se faz de difícil e se levanta.
-Ok, eu tava brincando, eu não vou pra lá.
 Ele se deita novamente, rindo disfarçado. Roberta vai jogando os travesseiros no chão rapidamente e se ajeitando mais perto dele fechando os olhos.
-Quer deitar no meu braço? –O garoto vai de manso.
-Não. Você tá jogando.
-Não tô.
-Tá sim.
-Te juro. Sei que você dorme rapidinho quando deita no meu peito e eu te faço cafuné... –Ele vai lembrando olhando para o rosto dela de perto.
-Como eu sei que não tá jogando?
-Você é muito desconfiada.
-Viu? Não me respondeu. Tá jogando.
-Não to. Olha só. Deita no meu braço e eu te faço dormir, a gente não vai se beijar, não vai fazer nada... Sou só um colega de quarto oferecendo apoio a uma colega. Nada demais. –Diego tenta não sorrir, pois ela continua séria.
-Ok... –Roberta vai mesmo desconfiada. –Mas sem mão boba.
 A menina se ajeita no braço dele, a cabeça em seu ombro e os olhos novamente lacrados. Diego satisfeito de conseguir o que queria vai afundando os dedos nos cabelos dela.
-Tudo bem... Vai ser como quiser.
 Passando alguns minutos, assim que ela dorme, Diego alisa o rosto dela, se inclina para lhe dar um beijo na testa, mas freia em cima da hora.
-Ah... Quase... –E ao se chatear com a proibição ele deposita um beijo nos dedos e leva à boca dela de modo sutil para que não acorde.
 Nem mesmo Diego entende porque está aguentando tanto, já queria há horas ter lhe dado um beijo que a deixasse sem fôlego por dias, mas pensa nos três desejos e por eles aguentaria mais. No momento ele somente aproveita para sentir um pouquinho dela ali, assim como Roberta está também aproveitando. No fundo eles sabem que será preciso muito para conseguir vencer o outro, já que a teimosia é uma das coisas que tem em comum.
O dia amanhece calmo outra vez e Diego havia dormido pensando em aproveitar o feriado para planejar suas táticas com Roberta. As regras eram simples, não valia nudez, beijo e muito menos sexo, mas outras coisas eles poderiam usar.
 Ele se levanta por volta das 9 da manhã e não a vê. Parece estar virando hábito o fato de um deles nunca estar no quarto quando o outro acordava.
 Dá uma espiada pela fresta da porta e vê que ela está na cozinha, com um robe branco enfiando os olhos na geladeira minutos a fim, sem saber o que quer, como era de costume. Isso o faz retornar, queria tomar um banho e aproveitar o ócio da manhã, feliz pelo começo de ano ter tantos feriados.
-Roberta acordando cedo... –Ele estranha e vai falando sozinho enquanto pega a toalha e entra no banheiro. –Será que foi pelo que aconteceu na sacada? Ou foi medo de acordar do meu lado?
 O garoto sorri feito um bobo imaginando, mas logo muda o modo de pensar.
-E se ela já tá preparando alguma coisa? Não... –Ele se desfaz da ideia. -Não vou ficar paranoico com esse jogo.
 Se permitindo ficar mais leve, após o banho Diego somente enrola uma toalha na cintura e vai até a sala. Roberta não está em nenhum lugar e ele então se senta no sofá e liga a tv, mais por hábito que por interesse na programação.
-Bom dia!
-Bom di... –Ele se vira e se depara com Roberta de roupas íntimas e uma toalha em cima do ombro.
-Já tomou café?
 Diego fica olhando para ela que adora saber que está sendo observada por ele.
-Ainda não...
-Quer algo? Acabei de tomar um iogurte.
-Não, depois.
-Ok. Eu quero te agradecer. –A garota tem um jeito picante que o deixa sem lugar. -Muito obrigada por ontem, eu dormi tão bem... Você é um ótimo colega de quarto.
 Ela sorri e vai até ele de modo casual, mas no exagero da fala fica nítida a atuação dela.
-É?
-Muito bonzinho... –Roberta se senta em seu colo.
-Isso não vale.
-Não tem regra nenhuma que diz que eu não posso me sentar no seu colo.
-Mas do jeito que você tá...
 Diego somente de toalha, Roberta de roupas íntimas. Era difícil para ambos, mas o jogo está apenas começando e o primeiro movimento é dela. Talvez não fosse mais que duas casas à frente com um peão.
-Ah, você já tá vacinado contra qualquer reação de me ver de lingerie.
-Cla... Cla...
-Claro? –Ela sorri envolvendo os braços em seu pescoço mordendo o lábio ao ver que ele fica se segurando.
-É... Já...
-Que bom... –Roberta mira os lábios dele. –Porque eu não vou encostar minha boca em você e outros riscos não vamos correr porque também, literalmente, estamos vestidos... Quer dizer... Essa sua toalhinha não é roupa né? Não foi o que combinamos.
-Foi mal... Esqueci.
 A menina balança a cabeça de um lado e outro muito serena.
-Foi péssimo... Poderia dizer que ganhei agora mesmo.
-E vai?
-Hm... Não. Quero jogar mais um pouco e... Você é um bom colega de quarto.
-Você também é muito boa... Colega de quarto. –Ele completa rápido.
 Roberta se acomoda em seu colo, subindo um pouco mais. Ora olhando para os lados como se quisesse ver algo na cozinha, ora como se alguém chamasse na porta. As mãos dele não sabiam onde ficar, depositando-se em sua cintura de leve.
“Eu to ferrado...” –Diego pensa. “Se ela ao menos ficasse parada.”
-E... Alguém chamou. –Roberta pula de seu colo. –Vou tomar meu banho.
 Ela vira o corredor gritando “Entra tá aberta”!, e assim que Tomás abre a porta, percebe Diego um tanto perplexo agarrando uma almofada.
-Que foi cara?
-O que?
 Tomás ri do amigo perdido.
-O Caio quer falar com você. Seu telefone não funciona “cumpade”.
-Ah, ele tá... Tá desligado eu acho.
-Bora lá então?
-Me dá uns minutos.
-Que ouve?
-Não dá pra levantar agora...

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Comentários

  1. Esse jogo está cada vez melhor...to louca pra saber quem vai ganhar.


    Darly

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  2. Aline AMEI esse capitulo foi muito engraçado kkkk tomara que o jogo continue e que no final empate kkk 6 desejos

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  3. Se for o que eu to pensando.... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk (Do Diego não poder levantar) Vou rir muitooooooooooooooooooooooooooooooo!kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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  4. Aline me bota na web por favor como uma fã dos rebeldes nem que seja bem pequena a participação pois sou super sua fã e dos rebeldes também adoro tudo o que vc escreve! Bjs ASS:EDUARDA CHAMEL REBELDES

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  5. Aline, não vai ter mais por hoje? Nem mais tarde (de madrugada)? Beijo! :)

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  6. Posta +++++++++++++++++++++++++
    Morri de rir com esse capitulo KKKKKK

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  7. Quero maaaaaaaaais! hahaha mto bom, aline!

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  8. Line, gostei demais desse capitulo, e concordo com a @LuAr_Rebelde. Sou super a favor de rolar empate e acabar tendo 6 desejos! Hahaha! E esse misterio desses soldadinhos? Quero saber logo! Beijos de gloss :) Ass: @_gabidegabriela

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  9. posta mais por favorr amooo sua web a melhor que eu ja li,e esse misterio de soldadinhos?? to curiosaa aquela historia que vc postou Despedida de uma alma tem alguma coisa a ver com a web ?? por favor me respondee

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  10. Aline concordo com as duas meninas que assim como eu querem que esse jogo empate e seja 6 desejos!
    Ta demais!
    (bjs Julia)

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  11. Respondendo: Mistério dos soldadinhos eu não posso contar...rs
    O texto q eu fiz "Despedida da alma" é um texto de uns dois anos atrás, eu só postei caso alguém quisesse ler e talvez poste outros se eu encontrar e sobre empate...hm...acho q não hein.

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