Pular para o conteúdo principal

Cap 17 (Faculdade) -Vamos brincar direito

 Obter lucidez no susto, na paralisia do cérebro, nos impactos estranhos aos olhos.

-Que tá havendo?

-Vai começar! –Pedro chega com batata frita e se senta vidrado na tv.

 Ao lado dele, Tomás abre uma latinha de refrigerante e conversa com Caio que já se esforça em achar mais dentes para exibir.

 Diego se levanta quando ela passa e faz com que ela pare falando em seu ouvido:

-Te disse que o jogo não tinha acabado.

-E já começou perdendo feio.

 Raiva aparente, ida imediata até ao quarto para fugir da decepção. Esperava uma coisa e recebeu outra, mas enfim entraria no jogo.

 Ele percebe um jeito diferente, um silêncio dela que não era comum, pois não aparece durante a partida, nem ao menos para brigar, quer era o que esperava. Nisso começa a achar seu plano ainda mais idiota do que realmente era.

-Que besteira eu tô fazendo? –Pensa ele. –Podia estar namorando ela... Nós dois sozinhos aqui no apê... Mas em vez disso eu trago um bando de caras pra empestear meu sofá com fedor de macho.

 Diego observa os amigos, já arrependido de tê-los chamado.

 Barulho de tv depois de um dia cansativo misturado com vozes alteradas e eufóricas por uma partida de futebol outra vez sendo motivo de chateação.

-Não me espere.

 Ele desperta de uma vez quando Roberta chega. O penteado prendia o lado direito do cabelo e um vestido preto, curto, fazia um bom par com as botas, as pulseiras e os anéis metálicos. “Uma roqueira bem sensual...” –É a primeira frase que lhe vem a cabeça. “Espera, é a minha roqueira!”

-Tá indo onde?

-Vou sair.

-Percebi. –Ele se levanta. –Mas pra onde? Com quem?

-Com a Carla... Alice... –Ela conta nos dedos. –Ah, e com a Márcia.

-Minha irmã?

-Se você não tiver outra irmã baixinha, loirinha com o mesmo nome, é ela sim. –Roberta é irreverente.

-Mas que negócio é esse? –Tomás se levanta. –A Carla não me disse nada!

-Nem a Alice...

 Todos olham para Pedro que tenta melhorar a frase.

-...Quer dizer... Ela não comentou nada. Onde vão?

-Na boate que a gente tocou da última vez.

-Então a gente também vai!

-Não tá com medo de perder o jogo, Diego?

-Mas em alguns minutos ele acaba... –Caio não entende que Roberta não estava falando do mesmo jogo que ele.

 Ela só deixa escapar um riso curto antes de abrir a porta.

-Beijo!

-Roberta! –Diego grita. –Roberta! –Mas ela já vai longe.

 É interessante como essa disputa não tem prêmio algum, mas mesmo assim o orgulho parece se alimentar dela com muita vontade.

 As meninas descem no elevador com uma mistura de perfumes que tornava impossível a respiração. Nem mesmo as mulheres entendem porque querem sempre estar mais bonitas mesmo quando nem mesmo precisam estar. Ou será que precisam? Estereótipos cada vez maiores e medos incessantes que a beleza não seja a virtude maior. Idiotice pela qual muitas morrem, não só de corpo, matam todo o resto antes do físico não aguentar.

-Tudo bem, Carla?

-Porque?

-Você tá pálida. –Roberta observa.

-Eu... Não me maquiei muito bem, tinha que colorir um pouco mais as maçãs do rosto.

-Hm...

 A amiga fica desconfiada, mas não fala mais. Márcia e Alice iam conversando e chegam a tal boate, muito animadas. Programa de garotas, desses que são tão necessários às vezes e quase sempre para se sentir um pouco menina também e não só mulher, coisa que ainda as dividia. Ser menina, ser mulher, brincar, namorar, fazer festa ou ter responsabilidades. Vivenciar o esquecimento de algumas coisas e adquirir outras, isso é ser adolescente. É viver a perda todos os dias, ver o mundo cair na cabeça mil vezes seguidas, se irritar com tudo, amar tudo, odiar tudo, acreditar que pode ser tudo e que talvez não seja nada. É preciso um tempo nesse tudo para escolher, experimentar a vida e ver do que gosta, o que quer...

 “Eu devia ter feito outra coisa?” –Roberta pensa enquanto adentra ás luzes. “–Diego deve tá pensando o que? Ah, mas desde quando me importo?... Que eu to dizendo? É claro que me importo!”

-Quer dançar? –Um garoto muito bonito se aproxima dela.

-Não obrigada, mas tem uma garota ali de olho em você. Aposto que quer.

 O menino sai de perto e as amigas também recebem convites, propostas e tudo que se possa imaginar. Logo começa a ficar chata toda aquela “azaração” e Carla toma uma atitude.

-O Tomás tá chegando.

-Você chamou ele?

-Claro né Roberta! Mandei sms há alguns minutos e você devia ter chamado o Diego também!

-Eu não. –Ela cruza os braços. –Se eles tem a noite dos garotos, porque não podemos ter a noite das garotas?

-Se fosse em casa tudo bem, aqui nem tá dando pra se divertir hoje e...

-Oi gatinha, dança comigo? –Um rapaz chega em Carla.

-Não. –Ela é seca e ele sai até quicando. –Viu? É isso que eu ia te falar! Vir nesse lugar sem namorado é pedir pra ser...

-Carla? –Tomás chega.

-Ah, que bom que chegou!

 Roberta olha ao lado e Caio vem chegando seguido de Pedro e Diego. Por dentro ela fica feito uma bomba relógio prestes a fazer um estrago, mas por fora nem mesmo um “tic tac” se ouve. Por que caminho levar esse jogo?

-Bom, já que estamos aqui... Quer dançar, Carlinha?

 A menina vai sorridente com o namorado e logo Caio dá um jeito de envolver Alice em algum assunto. Márcia dança com alguém que ninguém sabia dizer quem era, talvez o tenha conhecido ali mesmo, mas isso Téo, seu namoradinho desde o colegial, não deveria saber. Aliás, onde andaria?

 Roberta se senta frente a Diego e toma um coquetel que o namorado fica observando se tem ou não álcool.

-Bem... Pedro sente o clima... Vou... Vou chamar alguém pra dançar.

 Tanto por querer provocar Alice, quanto por querer deixar o casal mais a vontade para conversarem sobre as bobagens da noite, Pedro se levanta. Até uma mosca  se torna algo mais interessante que uma “DR” em balada.

-Ficou maluca?

-Sempre fui. –Roberta o evita.

-Era brincadeira.

-Sua ou minha?

-Dá pra não debochar?

-E quem disse que eu tô debochando?

-Eu digo. Não responde minhas perguntas, só fica tirando onda com a minha cara!

-E você não tirou uma com a minha com aquela história de “hoje à noite”?

-Já te disse que foi brincadeira!

-Eu também to brincando... –Ela brinca com o copo.

-Brincadeira perigosa.

-Nem acho.

 Diego apoia os cotovelos na mesa se inclinando diante dela que evita olhá-lo. De um momento para outro ele se levanta, autoritário.

-Anda, vamos embora.

-Eu não quero!

-Não?

-Não... Vim curtir um pouco... –Ela continua sentada olhando para ele.

-Curtir aí sentada?

-Qual o problema?...

-Então se é assim... –Ele a levanta segurando pelo braço e a agarrando pela cintura. –Eu também vou ficar. Mas você vai dançar comigo.

 Roberta vai sendo levada até onde os outros casais dançavam. Os braços de Diego passam apertado em volta de sua cintura colando os quadris e os contornos do tronco. Ela pode sentir o hálito dele de perto enquanto balançam de um lado e outro. Um jeito enfurecido nos dois é uma pirraça boba instalada em instantes sem sentido, mas era antes de tudo atraente e inquietante, mesmo com a força que ele impunha com os braços e ela com as unhas em uma tensão aparente.

 "Ela tinha que ser assim?" -Diego a olha de forma intensa e tenta lhe dar a impressão de que está irritado e ela faz o mesmo enquanto o pensamento continua fervendo.
 "Porque ele tinha que chamar o povo pra nossa casa? Que vontade de te matar Diego!" 
 "Sua doida! Irresponsável!"
 "Seu palhaço!"
-Vamos continuar jogando? -Diego cessa a briga que ocorria com olhares e Roberta dá corda a uma verbal.
-Acho que ele tá ficando interessante.
-Sabe que isso pode não acabar bem. –Ele raciocina e se irrita com o próprio pensamento. –Afinal de contas, que jogo é esse?
-É o jogo de ver quem cede.
-Quem cede a que?
-Aos encantos do outro... –Ela faz charme, mesmo zangada.
-Sério? -Diego faz uma cara de quem gosta e em um arranco a trás ainda mais junto fazendo um suspiro involuntário e um olhar assustado saltar dela. Olhar que rapidamente ela disfarça.
-Muito. –Ela mira a boca dele muito de perto se segurando para continuar sem perder o equilíbrio. –Se a brincadeira é pra ver quem provoca mais, vamos brincar direito. Vamos fazer o que você disse naquele dia.
-Eu disse muitas coisas.
-Sobre sermos colegas de quarto. –Ela resolve aprontar.
-Ok... –Diego sorri. –Vamos ver quanto tempo você aguenta.
 Ele vai inclinando a cabeça próxima a dela rodeando a boca rosada. Tem os olhos levemente abertos, pois gosta de ver quando lhe toca os lábios, gosta de ver a forma como se mistura aos dele e assim que quase se tocam em um beijo muito desejado, os dedos dela formam um muro entre eles.
-Digo o mesmo pra você, lindo. Quero ver quanto aguenta.
  E que o jogo comece.

<<Cap 16 (faculdade)      Cap 18 (faculdade)>>

Comentários

  1. Mas será possível?! Esse tempo todo e Diego ainda não aprendeu que não se cutuca onça com vara curta?!
    Mas ainda sim, parece que a noite promete, quando estão com raiva é que o negócio pega fogo....kkkkkk


    Darly

    ResponderExcluir
  2. Essa mancada do Diego é bem coisa de homem mesmo!!! kkkkk

    ResponderExcluir
  3. Aline não aguento de Curiosidade...Kkkkkkkkkkkkkk Vc vai editar e escrever mais nesse? Dps que fizer isso <--- Tenta postar o 18 ? Por favor Por favor! To muitooooo curiosaaaa!

    ResponderExcluir
  4. É impressão minha ou os capitulos tão menores? (Esse eu sei queé apenas um rascunho) Mas to com a empressão de que diminuiram! Mas mesmo assim! To amandoooooooooooooooooooooooo muitoooo TUDOOOOOOO!!!!!!

    ResponderExcluir
  5. Aline eu vou SURTAR com esse joguinhos de sedução... mas sério: TÔ AMANDO ISSO TUDO! kkkkkk :3

    ResponderExcluir
  6. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    naum sei pq mais acho que nenhum dos dois vai conseguir continuar com esse joguinho por muito tempo u.u
    aline anda tarada ultimamente
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    brincadeira
    a web ta ótima

    ResponderExcluir
  7. huruh jogo de sedução nao sei não eim isso vai acabar em e voçê sabe o que amo quando eles brigam ahahahah principalmente quando discute um pouco disso na história sempre é bom =)

    ResponderExcluir
  8. Vou pirar antes deles!!!! Caracaaaaaaaaa ta muito boa essa web!!!!

    Parabéns Aline, mais um capitulo enlouquecedor!!!



    Darly

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Veeerdade ! A Aline botaa pra geente pirar e morrer de curiosidade....to louquinha aqui KKKKKKKKKKKKKKQUERO O 18

      Excluir
  9. Aiai Aline, eu amo essa Web, cada vez melhoor em menina ? KKKKKKKKKKKKK eu amei esse tal jogo de sedução eu acho que eles nao vao aguentar por muito tempo, e se é pra apostar em alguem coloco minhas fichas na Roberta, ela é forte KKKKKKK

    ResponderExcluir
  10. Amei Amei Amei
    Posta ++++++++++++++++++++++

    ResponderExcluir
  11. eu acho que roberta tinha que toca terror com aqueles caras fazer todos ficar com medo dela ñ abusar da boa e doce roberta principalmente Diego abusou de mais de dela





    ResponderExcluir
  12. por favor não deixa o diego da web igual o diego na novela, um pau mandado da roberta.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Despedida

Obrigada a todas e todos por terem estado comigo até agora. Me perdoem qualquer coisa e um beijo enorme no coração de cada um. Eu gostaria de poder ter feito melhor em todo esse tempo, mas juro que o fiz foi de coração e tive um enorme prazer em estar aqui. Era uma escritora bastante amadora, mas me diverti demais e me senti abençoada com a companhia de cada um. Quem quiser me seguir no Wattpad, estou escrevendo outras histórias por lá >>>  AlineStechitti

Cap 25 (Faculdade) - Saudade

 As mãos apertam, o ritmo do beijo aumenta, a falta de ar se torna constante e o coração parece uma bomba prestes a explodir.  Diego a segura na parede parecendo que não iria esperar o elevador parar. A vontade era de apertar o botão de emergência e ficar ali mesmo. O problema era a maldita câmera de segurança para a qual já estavam dando um belo show. -Se não chegarmos logo eu não me responsabilizo...  –Ele fala entre beijos. -E nem eu...  A porta se abre e eles saem quase derrubando a planta do corredor. Atracados no beijo e na fúria das mãos, ambos chegam à porta.  Diego coloca Roberta contra a parede e vai beijando seu pescoço, mordendo seu ombro enquanto procura impaciente pela chave. Se não a encontra é bem capaz de colocar a porta abaixo com um murro.  Quando finalmente a porta se abre, ele a puxa pela cintura e em seu colo ela laça as pernas em torno de Diego que continua a lhe beijar. As roupas dela amassadas, o cabelo dele bagunçado e...

Aviso Importante:

Devem ter notado que na minha web os rebeldes estão no segundo semestre do último ano escolar, então... Surgiu um problema: Como continuar a história? Eu não vou ter como alongar isso p muito tempo, porque passa cap e mais cap e um dia eles terão que se formar e sair da escola! Com isso eu tive duas ideias: 1ª RECOMEÇO: Fazer uma nova história de Roberta e Diego lá do comecinho, tudo de novo. Os dois chegam no colégio, se odeiam, se apaixonam mas brigam todo o tempo mesmo se amando... Tipo quando começou a novela e no desenrolar eles logo começam a namorar. Os rebeldes começam a banda, os shows, as intrigas e tudo mais dentro do Elite Way. 2ª FACULDADE: Fazer uma continuação dessa mesma história que já conhecem e que escrevo há mais de 6 meses. Diego, Roberta e todos os rebeldes vão para a faculdade. Alguns fazem o curso q querem e outros, como Diego, faz o que o pai obriga. Lá eles estão mais livres, com mais responsabilidades, frequentam baladas, teatros, alguns trabalham, passam...