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Cap 7- (faculdade) -Rebeldes para sempre?



 É o primeiro dia de faculdade. Roberta se levanta e se arruma, aliviada por poder vestir uma roupa comum em vez do uniforme do colégio. Se bem que seu estilo rock and roll nem sempre era considerado assim tão comum.
 Diego não acorda com a mesma disposição, o único consolo é que estudaria na mesma faculdade que ela.
-Tá feliz né? –Ele chega atrás de Roberta que passa um batom claro nos lábios.
 Os olhos já estão bem marcados em tons escuros e no fundo duas amêndoas brilhantes o encaram.
-Muito feliz. Eu amo música.
-Achei que depois do que aconteceu com a banda você fosse desistir. –Ele desliza a mão em sua nuca enquanto conversam frente ao espelho.
-Nunca. Eu nasci nesse meio. Minha mãe sempre me levou a shows, bastidores, programas, camarins de amigos dela que também eram músicos... –Roberta contabiliza. –Eu não sei mais viver sem isso.
-É o seu destino! –Ele tomba a cabeça com um meio sorriso. –Já o meu... É ser homem de negócios.
-Não! O seu é ser lindo! –Roberta lhe dá um beijo rápido. –Agora anda logo se não a gente se atrasa!
-Andando então, olhos lindos!! –Ele tranca os dentes segurando seu rosto, beijando sua boca e acelerando o processo para saírem.
 Algum tempo se passa até que eles entram no elevador, abraçados, rindo e conversando alto. Quando Diego aperta o botão para descer...
-Segura! –A jovem entra com muitas sacolas nas mãos. -Obrigada!
 A garota de rosto moreno, cabelos negros e lisos parece uma “índia urbana”, com seu jeans apertado e farto decote na camiseta pink.
-Tão indo pro colégio? –Ela puxa assunto.
-Faculdade.
-Sério? –A resposta de Roberta a surpreende. –Parecem ter a minha idade.
-Temos 18. Hoje é nosso primeiro dia. –Diego é simpático.
-Ah, eu também, mas ainda não acabei o colégio. Você é novo no prédio né?
-Somos. –Roberta responde por ele, um tanto descontente com o singular “você”.
-Eu sou Diego e ela é minha namorada...
-Roberta. –A menina é seca, tentando evitar que a conversa continue.
-Prazer, eu sou...
 E quando a menina estica o braço para cumprimentar Diego acaba por deixar cair as sacolas em seus pés.
-Ah, eu te ajudo! -Ele se oferece.
-Não precisa ajudar amor!
-Como? –Roberta se segura para não pisar nas mãos dela quando a ouve chamar seu namorado de amor.
-Eu disse que não precisava ajudar. –A garota sorri como havia feito desde que entrara. -Ai, esses trabalhos logo no começo do ano acabam comigo, olha quanta tralha pra carregar!
-Deixa que te ajudo.
 Diego sempre cavalheiro, pega algumas das sacolas dela nas mãos, a maioria na verdade, ficando com os braços carregados de cartazes quase caindo.
-Como você é gentil...
 Roberta observa um gemido de Diego e fica com um olhar raivoso pressionando a boca. Quem a conhece bem sabe que está quase explodindo. Quando o elevador enfim para, a garota toda radiante retoma as sacolas em mãos.
-Ai, brigada!!
 Mas ao virar para sair, tropeça no pé de Roberta colocado propositalmente à sua frente.
-Caiiiu...
 Diego observa o que a namorada acaba de fazer, espantado. Devia brigar com ela, fazer um gesto repreensivo e correr para ajudar a pobre que ela jogara no chão. Mas o ciúme caía bem a Roberta e o biquinho que fez com o “caiiiu...” havia acabado com todas as probabilidades disso acontecer. Era um charme vê-la assim, mesmo que à sua frente uma desconhecida estivesse estirada no chão passando a vergonha de ter caído de bumbum pra cima e cara no chão.
-Tudo bem com você?
-Eh, mocinha... –Um senhor chega para ajudá-la quando Diego já estava indo vestir a capa de herói.
-Estamos atrasados. –Roberta agarra no braço do namorado e o leva para fora, evitando qualquer contato a mais com a menina que... Qual era mesmo o nome?

 Durante o caminho eles vão conversando sobre o assunto. Roberta se esquiva, mas Diego persiste arrancando de pouquinho em pouquinho tudo que queria ouvir.
 Já na porta, perto do estacionamento da faculdade, ela deslancha a falar:
-Eu vi que ela te beliscou!
-Deve ter sido sem querer Roberta... –Nem Diego acredita no que diz.
-Ninguém belisca sem querer, muito menos nessa área né?
 Diego ri um riso gostoso e vai envolvendo sua cintura.
-Tentaram invadir um playground particular e foram metralhados.
-Hm... –Roberta tenta não rir. –E vai haver uma chacina se ela beliscar aí de novo!
-Não vai... Aqui é só seu...
 O jeito de Diego, de quem está adorando tudo aquilo a vai deixando relaxada. Tanto para esquecer tudo que aconteceu e entrar na onda maliciosa.
-Aí e em todo resto... você é todo meu...
-E você é toda minha! -Ele a agarra e beija sua bochecha até o pescoço.
-Diego!
-Que?
-A gente vai se atrasar!

 Eles correm para dentro do centro universitário e lá se dividem. Voltam a se ver somente no intervalo de 15 minutos e na saída onde também outra vez se dividem para ir trabalhar.
 As coisas estão mudando e a correria começa. Apesar do corpo sentir a diferença, da mente sentir e de tudo o que estavam acostumados mudar de uma hora para outra dentro deles, estavam gostando disso.
 Sentem em cada experiência de mudança um crescimento, algo que não compreendem diretamente, mas que surte efeito em uma força nos motores, em uma arrancada brusca, como um jogador que ficava sempre na reserva e foi finalmente chamado e quer dar tudo de si.
 As mudanças são assim, são pra gente se assustar e ao mesmo tempo se habituar a querer que continuem nos assustando, e olha que isso não faz o menor sentido.

-Diego já olhou os papéis?
-Já...
 Leonardo a todo tempo fica indo e vindo na mesa que havia deixado o filho para estudar dados da empresa. O escritório do pai é grande e a tal mesa havia sido colocada em um canto todo preparado para Diego, onde uma pilha de papéis o encobria atrás de sobrancelhas rígidas.
-Não é assim. -O pai tira a folha de baixo dos olhos dele e revisa. -Aqui... Essa empresa não faz parte do nosso ramo de negócios...
 E o rapaz vai ouvindo tudo atentamente sem jamais reclamar. Vai aprendendo cada coisa que vai lhe sendo ensinado durante os dias que se sucedem. Nesse em especial, muitas reuniões estressantes haviam feito a cabeça dele martelar uma dorzinha aguda e aflitiva que o acompanhou até em casa.
 Nem mesmo o presente que o pai deu há dois dias, um carro prata, novo em folha, foi capaz de evitar o estresse diário.

 Ele e Roberta chegam sempre por volta das 5 da tarde. Nenhum dos dois tem uma hora para chegar e o combinado é de quem chegar primeiro faz a comida ou compra, já que sempre quando um chega mais cedo o outro chega até duas horas mais tarde.

 Já tinham se passado vários dias desde que Alice havia voltado aos Estados Unidos para o mundo da moda, Carla e Tomas à Europa, passando por Portugal e França enquanto que Pedro nem dava sinais de vida.

-Como é? -Roberta atende o celular e não entende nada. -Ligar onde? Mãe, eu não to... Tá, espera...
 Assim que ela liga a televisão o queixo cai no mesmo instante. O jornalista entrevistava um fã da banda que havia acampado com mais centenas de outros na frente do estúdio onde eles gravaram o primeiro CD.
"Rebeldes pra sempre! Rebeldes pra sempre! Rebeldes pra sempre!"
 O coro gritava na frente das câmeras, os cartazes em mãos já derretidos da neblina da noite e alguns realmente choravam seus ídolos unidos outra vez. Exigiam que eles aparecessem para lhes dar uma  explicação.a
 Roberta no sofá morde o lábio e sorri emocionada com os olhos apertados e uma grande euforia. Com certeza os amigos iriam logo descobrir.
 Dito e feito.
-Como? -Alice se assusta com a ligação de Eva. -Eu não posso falar agora mas... Tá, eu vou procurar então... Que site é?
 Em Portugal as coisas não são diferentes, Carla havia acabado de se apresentar e estava chegando no quarto de hotel junto a Tomás quando um bombardeio de ligações e emails foram aparecendo de todos os cantos.
 Beth, mãe de Pedro também já havia visto o jornal e o conta tudo ao vê-lo chegar do trabalho.
 O único que nada sabe até então é Diego, mas assim que abre a porta, Roberta corre até ele.
-Lindo! -Ela lhe dá um beijo mal correspondido.
-Oi...
 O rapaz tem o semblante cansado, já passam das 7 e ele parece em órbita.
-Diego eu tenho uma coisa pra te contar, você nem vai acreditar!
-Tem que ser agora? -Ele mal a olha e vai retirando a roupa e jogando pelo sofá.
-Tem! É...
-Eu queria um pouco de sossego.
-Mas é sobre a banda!
-Até quando isso? -Ele fala alto e depois diminui vendo que ela se cala. -Acabou... Não tem mais banda... Vida real... Chega de sonhar.
-Claro que não! -A garota pisa firme. -A gente pode levantar esse sonho! -Ela vai falando alegre enquanto ele se senta no sofá sem olhá-la. -A gente é um grupo e agora as chances de que tudo volte a ser como era, que a gente volte a sonhar com a vida nos palcos e tudo mais, retorna! A gente vai voltar a ser rebeldes como foi dito e...
-Chega!... Dá pra me deixar em paz? -Diego a mira enraivecido. -Meu dia foi horrível e eu só quero isso!... Paz!
 Roberta engole seco e não tem voz. Até mesmo Diego se assusta com o que acaba de fazer.
-Por que... Porque tá falando assim comigo? -Ela fica perdida quando em alguns segundos recobra o poder da fala.


Comentários

  1. onde foi esse beliscão??? o.0

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  2. amei, adoro ver ela com ciumes e ele todo bobo puxando por ela até q ela confessa r eles riem juntos.
    posta mais pf

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  3. amei ele com ciume fica fofo nao faz eles terminarem

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  4. Kkkkk Que menina asanhda mas afinal onde foi o biliscão?? kkkkkkk 0_o

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  5. -Tentaram invadir um playground particular e foram metralhados.
    -Hm... –Roberta tenta não rir. –E vai haver uma chacina se ela beliscar aí de novo!
    Ri litros!!!!
    Cada dia melhor Aline....
    Darly

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  6. To rachando de rir Aline!
    Ta demais,voce e uma otima escritora!
    (bjs Julia)

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  7. Posta +++++++++++++++++++++++++++
    Ta muito bom e engraçado, morrendo de rir aqui !!!
    Parabéns Aline

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  8. posta o resto por favor !!!!!!!

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