Os riscos de se amar (Em 2 partes)- 1ª vez de Roberta e Diego

Parte 1

Após todo o esclarecimento da mente e toda entrega do coração, não havia mais porque esconder que estavam novamente juntos. Mas ainda era preciso colocar alguém em seu devido lugar.
Diego chega na cantina com um sorriso no rosto. A noite passada ainda estava na mente em tom de reconciliação, feito um inesperado presente.
-Pelo visto você já superou sua derrota! -Binho não perde a oportunidade e o provoca.
-Nem tente porque eu não vou sujar minhas mãos com você outra vez!
-Ué, eu só estou admirando um perdedor!... Um otário! -Binho debocha. -Todos estão vendo que a Roberta é minha!... Ela nunca te amou sabe por que? Porque ela gosta é de um homem de verdade.
-Isso mesmo! -Roberta interrompe. -Eu gosto de um homem de verdade.
Binho sorri.
-Eu gosto de um homem que vale a pena! -Roberta dá a mão a Diego. -Não um lixo igual a você Binho!
-Você não tá se esquecendo de nada não Roberta? -Ele fica assustado.
-Suas ameaças não podem mais me obrigar a nada! -O colégio todo os olha. - Quero que todos saibam que você me ameaçou pra que eu aceitasse te namorar! Que você foi, e é um covarde! Um idiota!. E principalmente eu quero que todos saibam, que eu amo o Diego, que eu sempre amei!! E que eu tenho nojo de você!
Binho olha ao seu redor e vê que todos os olhares se voltaram a ele.. Alguns zombam e riem, outros ainda recriminam, mas todos se viram para ele.
-Você vai se arrepender Roberta!
Binho sai humilhado, atropelando todos e tudo.
-Fugindo como um rato sujo! -Acrescenta Tomás. E todos caem em gargalhadas.
E tudo tem uma hora, e nenhum momento escapa se tiver de acontecer...

O fim de semana chega, e junto com ele o castigo de Binho e Diego pela briga na sala de estar. Os dois ficam se evitando o dia todo, e a situação já está insuportável para ambos. É no mínimo desconfortável dividir espaço com alguém que não se suporta.
Ao sair do quarto Diego tem uma surpresa que se joga sobre ele agradavelmente. Os passos confusos se atropelam e rumam a mesma porta, que logo é batida com violência.
Bocas se agarram no sabor da outra, e se experimentam loucamente.
-Eu não ia aguentar ficar o fim de semana sem te ver! -Roberta fala entre intervalos dos beijos.
Diego sorri e continua a beijá-la sem parar, até que alguém bate na porta.
Roberta corre e se esconde no banheiro. Diego abre a porta e dá de cara com Binho.
-Ela tá aí não é?
-Ela quem?
-Não se faz de bobo não, que eu vi!
-Ah, é? Viu o que? -Diego cruza os braços e o desafia.
-Você entrou muito rápido no quarto. A Roberta deve tá aí e o Jonas vai gostar de saber disso!
-Ela não tá aqui... Mas fique à vontade pra dar uma de mocinha fofoqueira! Vai lá...
Binho tranca os dentes e sem ter resposta procura um rumo.
Roberta sai do banheiro e eles voltam a namorar, mas desta vez com a porta trancada. Sentam-se sobre a cama e ficam um bom tempo nos carinhos e beijos que esquentam mais a cada momento. Até que novamente alguém volta a bater.
-Será o Binho de novo? -Roberta fica apreensiva.
-Não sei mas é melhor você se esconder...
A rebelde sai pela janela e em seguida Diego abre a porta.
-Seu Jonas? -O diretor não responde e entra no quarto acompanhado de Binho.
-Vamos lá Roberta apareça!
-Seu diretor, ela não tá aqui... -Mesmo Diego afirmando isso, Jonas vasculha todo o quarto. Olha no banheiro, debaixo das camas e até no armário. Tudo sob os olhos atentos de Binho.
-Seu Fábio, o senhor me fez perder tempo?
-Não ela tava sim...
-O senhor viu?
-Não, mas...
-Então nada de mas...- Ele olha para Diego. -Me desculpe rapaz... E você seu Fábio! Que isso não se repita, está me ouvindo?
Binho fica fumegando de tanto ódio, enquanto Diego segura o riso.
Poucos minutos após saírem, ele recebe uma mensagem de Roberta. Mas ao tentar sair percebe que Binho está no corredor ainda com Jonas, o que o faz recuar.
Já no quarto das meninas Roberta anda de um lado pro outro impaciente. Diego pula a janela e eles se encontram.
-Ninguém te viu? -Roberta fica preocupada.
-Não ninguém...
E sem muita conversa, ele já foi puxando ela pela cintura junto com o beijo.
-Você ouviu isso? -Diego alerta.
-Ah, não de novo não!
Binho e Jonas conversam no corredor e parecem ir em direção ao quarto das meninas. Jonas se enfurece ao abrir a porta.
-Olha não tem ninguém!
Diego e Roberta estão no banheiro e ouvem quando os dois saem.
-Será seguro sair? -Roberta questiona.
-Precisa?
E dizendo isso eles voltam a se esquecer do que existe ou deixa de existir...
Diego segura seu rosto trazendo a boca para a dele. Tendo-a presa contra a parede, o rebelde aproveita para seguir beijando e apertando seu corpo ao dela. E assim vai sentido-a cada vez mais entregue, mas trêmula, mais apaixonada. Os dedos vão suaves e cautelosos entrando debaixo da blusa. Os toques arrepiam, aceleram a respiração...


Parte2


Aos poucos eles vão saindo da parede e rumando ao box. Os pensamentos estão parados somente nos sentidos. A água malicia o momento ao cair sobre eles, ao encharcar as roupas debaixo do chuveiro. Eles sentem o sangue circulando mais rápido.A água morna toca entre os lábios, entre a roupa e a pele. Os cabelos caem pesados nas costas quando ele retira dela a blusa. Os beijos vão se aprofundando. As roupas carregadas de água vão sendo carinhosamente retiradas. O corpo é beijado, é provado...
Quando eles se descobrem completamente acaba-se o último dos pensamentos racionais. Tudo agora é impulso, é  agitação. É um segundo em que aceleram, outro segundo em que param para sentir a presença do outro em cada pedacinho do seu corpo. Como um controle perdido ao se deixar pertencer a alguém, Não há mobilidade nem como conter cada ato.
Diego puxa as pernas de Roberta, e elas sobem à sua cintura. Algumas vezes sentem a pressão de um toque de paixão, outras vezes um massagear de um toque de amor. Os lábios dele vão se perdendo nela, vão rosando algumas partes, avermelhando outras, deixando marcas dos dentes, dos dedos e da alma. As palavras mal saem, mas é preciso lembrar ao coração do outro o quanto de amor há neste prazer. O quanto de amor há em cada suspiro, em cada palpitação que causa desequilíbrios, em cada permissão concedida para se estar em alguém.

E enquanto as intrigas rolam, Roberta e Diego se amam escondidos. Não importa nada e nem ninguém. E assim quando ela atravessa a porta do banheiro correndo só de roupão, ele se atira sobre ela e os dois caem na cama aos risos, aos beijos. Com as mãos no rosto de Roberta, Diego firma os olhos intensamente nos dela ainda antes do segredo, do gosto e do tempo passar.
A cada dia era maior vontade de estar somente um com o outro. Vontade de estar sozinhos, de poder aproveitar cada pedacinho minuciosamente sem parar. Decorar cada curva com o tato, a textura da pele.
O cheiro parecia estar impregnado um no outro, e onde estavam pareciam levá-lo junto...


As aulas da manhã acabam. Só resta uma de educação física para os meninos e o almoço vai ser servido. Alice se arruma para após a aula, e antes de abrir o armário, ela apressa Roberta.
-Hum...Olha quem fala, demora mais que uma noiva!
Alice não liga e começa a escolher uma saia.
-Roberta, a saia azul fica legal em mim?
A rebelde não responde e ao fechar a porta do armário, ela vê que a amiga está caída no chão.
Desesperada Alice grita e pede ajuda. Tenta ouvir o coração de Roberta e se perceber se está respirando. Logo chega a ajuda e os alunos a levam para a enfermaria.
Diego está na aula quanto Vitória chega:
-Gente a Roberta desmaiou!
-Que?
-É isso mesmo a...
Diego nem termina de ouvir e sai correndo à procura da namorada. No corredor ele encontra com Eva totalmente descontrolada.
-Ai, Diego cadê minha filha? Roberta, meu Deus! Eu preciso ver a Roberta!
-Eu também tô procurando ela!
-Ela já tá no quarto gente. -Carla interrompe.
-Então o que que a gente tá fazendo aqui? -Eva bate as mãos e segue se perdendo na direção dos corredores, até que finalmente os três entram no quarto.
-Filha, minha filha, como você tá? -Eva a abraça, a sufoca, põe a mão em sua testa, vê se tem febre...
-Mãe, mãe eu tô bem tá, calma!
Diego se aproxima e segura as mãos de Roberta.
-Own minha linda, o que aconteceu? Me deixou preocupado.
-Não foi nada, eu tô bem foi só um desmaio...
-Desmaio é? -Eva olha desconfiada.
-Você comeu Roberta? -Alice pergunta.
-Não vai por esse caminho Roberta você sabe que eu...
-Eu sei Carla, além do mais eu como feito uma draga. Todo mundo já viu.
-Gente eu posso falar com a Roberta sozinha?- Eva resolve terminar com o alvoroço. Diego dá um beijo na mão da namorada e junto com as meninas ele deixa o quarto.
-Agora me diz: O que foi que aconteceu?
-Nada já tô ótima! -Roberta tenta se levantar.
-Nada disso, a senhorita vai ficar aí deitada. E vai me contar direitinho que história é essa de desmaio.
Antes de Roberta responder Eva solta um grito.
-Ah, meu Deus você tá grávida!!
-Claro que não!!
-Roberta me diz que você não...
Roberta não responde.
-Ah, meu Deus! Você... Ah!! eu preciso falar com o Franco!!
-Mãe!! -Roberta grita enquanto Eva sai às pressas, deixando Roberta muito preocupada.
-Não. Seria possível?- Roberta se desespera.
Alice entra no quarto e já vai sentando perto da amiga com os olhos arregalados.
-Você tá grávida Roberta?
-Não eu não tô grávida!
-Mas a sua mãe...
-Ah, a louca da Eva Messi entendeu que meu desmaio pudesse ser isso e...
-Mas não pode?
-Não!
-Tem certeza?
-Pior que não...
-Então você e o Diego...?
-É, a gente fez...
-E não se protegeram?
-Foi no impulso... A gente não esperava que acontecesse naquele lugar e daquele jeito...
-Então é possível...
Roberta deita a cabeça no colo de Alice. A amiga tenta consola-la mas a ansiedade e o medo começam a invadir os pensamentos.
Logo todos estavam falando da suposta gravidez de Roberta. Os olhares quando passava, a rádio corredor que não parava nem um minuto de aumentar e inventar sobre o acontecido tornava tudo mais difícil.

No jardim em pleno começo da tarde, enquanto todos os outros estão em aula, Roberta está com Diego.  Escondidos atrás de uma árvore mais afastada eles conversam. Ela sentada de lado entre as pernas dele, os ouvidos encostados em seu peito. Podendo ouvir cada batida do coração. Diego a tem dentro dos braços e   curvando a cabeça, ele encontrava seus lábios com os dela.
-O que você queria me falar?
Roberta respira fundo e levanta o corpo.
-É algo muito sério.
-Fala!
-...
-Você tá me deixando nervoso Roberta.
-Ok, eu posso tá grávida. -Roberta solta a frase de uma vez, como se arrancasse um curativo.
-Grávida? -Diego perde a reação. -Mas como?
-Você sabe como né Diego!! -Roberta não perde a ironia.
-Você tem certeza? Já...
-Calma é só uma hipótese. Mas você lembra que a gente não usou proteção naquele dia então...
-Ah, foi tão intenso, tão no repente. Eu não pensei.
-Nem eu... -Ela faz um olhar tristonho.
-Ei...Olha pra mim. -Ele desliza as mãos no rosto dela. -Estamos juntos nisso. Eu tô do seu lado sempre e a gente vai enfrentar essa barra juntos, tá? Não se preocupe.
Roberta retira um papel do bolso.
-Eu fiz o exame de sangue, mas ainda não abri.
Os dois se olham e Diego resolve:
-Abre, pode abrir...

E na reação das horas também reage uma ação das consequências, que muitas vezes depende não só da sorte que se faz, mas da sorte que se tem.
Roberta entra no quarto e Alice para na frente dela como que perguntasse com os olhos.
-Que foi?
-Como assim o que foi? Eu quero saber qual foi o resultado, você e o Diego não iam ver?
-Sim.
-Robertaaa!!!
-Negativo.
-Ah, sério...? -Alice parece decepcionada .
-Alice!?
-Mas você desmaiou?
-Eu fiquei muito tempo no sol aquele dia na aula de educação física. Deve ter sido isso... Nossa foi um alívio. É muito bom amar mas...
-Tem seus riscos né?
Roberta faz que sim.
-...Ah, de um lado eu até queria até ver como ia ser...
-Ã... como ia ser o que?
-O bebê de vocês. -Roberta faz um olhar estranho -Eu até imagino. Olha só, se fosse menino teria aquele topetinho igual do Diego, seria dengoso e andaria de terninho. E se fosse menina teria esses cachinhos loirinhos, usaria botinhas pretas, tachinhas nas fraudas e dormiria com uma caveirinha ao invés de boneca!

Roberta bate com um travesseiro em Alice que ri em disparada. Elas brincam e riem, mas com um alívio no peito Roberta puxa um ar apertado.
O amor, os sonhos e os desejos, são um experimento único. Mas como tudo que é bom, isso que também trás consequências, e uma necessidade de se provar com mais cuidado dos prazeres, provar com zelo do gosto do amor, mas provar com mais amparo ao destino que a gente mesmo faz.


(Apesar de não ser a melhor história que fiz na minha opinião, foi feita com carinho. O pessoal do twitter pediu que engravidasse a Roberta na história e eu fiz assim pra eles... mesmo achando doida essa ideia... rs...
Mas não dá pra fazer mais histórias assim, afinal meu blog fala da 1ª vez deles né, então... Mas obrigada a todos pelos comentários e pelos tweets que tanto me motivam a continuar escrevendo, obrigada mesmo!! E podem ser sinceros no que acham, digam a verdade porque ela sim vai me ajudar a crescer no meu sonho de escrever. Beijos e até a próxima história!! )

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