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Cap 115 - O tempo passou

Um pouco mais de 2 anos se passam e as notícias de cada um deles ficam mais raras. Alice começa a viajar cada vez mais com Pedro e se tornou o braço direito dele no trabalho. É extremamente organizada e o deixa muito entusiasmado com tudo que estão construindo juntos. Eles ainda vêm ver Nina a cada três meses e aproveitam para saber como Roberta e Diego estão se virando com a filha que vai crescendo e ficando a cada dia mais sapeca, além do trabalho e do estudo que prossegue deixando-os exaustos.
Carla e Tomás de vez em quando ligam e sempre estão postando fotos no facebook. Ele ainda está em Santa Catarina, parece que conseguiu se dar bem lá e, até onde se sabe, estava com uma namorada atrás da outra. Carla, por sua vez, sempre posta muitas fotos de viagens ao exterior, sempre em restaurantes diferentes. Parece estar se divertindo como merecido e trabalhando seu transtorno alimentar por meio do aprendizado sobre gastronomia. O homem que aparece ao seu lado pode ser qualquer coisa dela, já que ela jamais assumiu outro romance além do que teve com Tomás.
O dia está um pouco nublado quando Roberta acorda. Ela abre os olhos e seu coração dispara ao pensar que perdeu as horas. Dá um salto da cama e sacode Diego.
“Diego, acorda!” Nós perdemos a hora de novo! Acorda a Nina pra escola!”
Ele abre os olhos inchados e pega o relógio no criado mudo. Os cabelos estão arrepiados e o rosto amassado. Seria possível que se atrasaram outra vez? A professora já estava se irritando com isso. Ele tem certa dificuldade em enxergar e mesmo em pensar direito.
“Ainda são quatro e quinze da manhã.” Ele olha para os lados e Roberta já está no banheiro escovando os dentes. Ele se levanta e abre a porta, encontrando-a sobre a pia, quase arrancando os dentes em uma escovação desesperada. Diego para ao lado dela e muito calmo, olha em seu rosto.
“Você fez de novo.”
Roberta faz bochecho rápido, cospe e depois se vira para ele, agitada e confusa.
“Como assim?...” Ela então se dá conta. “Ah, não! Jura que eu acordei cedo demais outra vez?”
“Sim.” Ele sorri, sonolento.
“Ah... Que droga...” Ela vai até ele choraminga em seus ombros.
“Tudo bem, volta pra cama.” Ele alisa suas costas. “Eu já estou indo.”
Ela volta para a cama, mas não consegue dormir. Quando Diego retorna e vê que ela está acordada, abre um sorriso. Vem sob o lençol abraçando a cintura, colocando a mão por baixo da camisola, apertando os seios e beijando o pescoço dela.
"Não podemos..." Roberta segura as mãos dele. "Vamos nos atrasar de novo."
“Ah, é..." Diego para, mas continua olhando para ela pensativo. "Vamos viajar depois do natal. O que me diz?...” Ele cochicha, massageando sua cintura. “Sei que você tá cansada e eu também. Ou você já tem planos?”
“Claro que não! Vamos viajar.” Ela envolve o pescoço dele e o puxa para perto. "Eu preciso definitivamente de umas férias!"
"Alguns dias sem ter de me preocupar se há tempo para um beijo..." Diego segura o rosto dela e sorri, passando a mão pelos cabelos embaraçados. Ela retribui o sorriso, mas quando vão se beijar, Diego se afasta.
"E se eu colocar um despertador?"
“Diego, aquela professora não vai com a nossa cara...”
“A gente não vai se atrasar, prometo.” Ele sussurra e vem devagar, sorrindo de lado, com um jeito travesso.
"Talvez..." Ela fecha os olhos quando sente o calor da boca dele em seu pescoço." ...se a gente não demorar..."
"Você que manda..."
Diego a abraça sob os lençóis, mordendo o pescoço e percorrendo o corpo dela com as mãos. Quando Roberta começa a ofegar, ele arranca o pijama dela e atira ao chão. Roberta ri quando ele segura sua cintura, coloca-se entre suas pernas e sussurra em seu ouvido.
"E se eu demorar só um pouco?"
"Não podemos!" Ela segura o rosto de Diego, desliza as mãos pelas costas dele e o traz para junto de sua pele. "Lembra da última vez, né?"
Ele sorri, malicioso.
"Foi maravilhosa.." Ele a traz com força para si e a mantém bem perto. Investe devagar e segura o rosto dela, olhando para os lábios um pouco abertos e que formam um sinal quase imperceptível de um sorriso. Roberta tem os olhos brilhantes e ternos, olhos que suplicam os dele a cada movimento que Diego faz. Movimentos fortes, doces e excitantes. Olhar para ela enquanto fazem amor ao amanhecer faz com que ele deseje que o mundo pare por algumas horas.
Se sente sempre muito a fim dela pela manhã e os atrasos tem sido a melhor coisa errada que já fizeram nos últimos tempos. O dia tem sido sempre muito cansativo e a noite estão mortos e só querem dormir. Tirando que nunca conseguem se sentir realmente a sós. Mas pela manhã, quando tudo é silêncio e calma, é o momento perfeito para toma-la nos braços.
Roberta mergulha em uma sensação de prazer e sonho. Talvez seu cérebro esteja errando as horas de propósito, afinal. Esses momentos de manhã são os melhores. Sente o corpo relaxar e gostaria de ficar o resto do dia assim, sentindo Diego. O cheiro dele é reconfortante, adora seu hálito quente no pescoço, seu calor e a forma como as mãos dele a seguram, fortes e ansiosas.

“Não dorme...” Ele cochicha. Estão frente a frente, cansados e de olhos fechados.
“Não vou dormir...” Ela responde, segurando a mão dele contra o peito. “Me fala sobre a viagem.”
“Pensei em ficar na casa de praia do meu pai.” Ele tenta abrir os olhos, mas não consegue. “Nós passaríamos todas as manhãs assim...”
“Me amaria todo dia?” Ela sorri e mesmo sem abrir os olhos. “Me beijaria toda manhã assim?”
“Passaria o dia todo te amando... Nossa lua de mel...”
Roberta adormece pensando nisso e acorda com o sol sobre os olhos. Diego está babando ao seu lado, em um sono profundo. O coração dela volta a disparar e quando olha o relógio são seis horas e quarenta minutos.
“Ai, não!” Ela se levanta correndo. “Diego, acorda!”
 “O Que? De novo? Ai, eu vou acordar a Nina!”
“E eu vou fazer o café!”
Quando eles abrem a porta, encontram um pequeno ser diante deles. Nina está descalça no corredor, usando pijama de patinhos dorminhocos, carregando um ursinho detonado em uma mão e esfregando o olho com o outra. Com os cabelinhos bagunçados e morrendo de preguiça, ela boceja e olha para eles.
“A gente vai se atrasar de novo?”
“Não, amor.” Diego a pega no colo e sai correndo. “Vamos dar um jeito.”
A manhã é corrida. Em poucos minutos eles se vestem. Diego pega a mochila da filha e liga para a escola para avisar que pode ser que cheguem um pouco atrasados. Enquanto isso Roberta coloca o uniforme na filha e penteia o cabelo dela.
“É hoje.” Nina se inclina e fala baixinho com a mãe que está ajoelhada amarrando seu tênis.
Roberta ergue os olhos para ela, para o par de bochechas rosadas e o sorriso entusiasmado.
“Sim, é hoje. Mas é nosso segredo, lembra?
“Eu não contei pra ninguém, eu juro!”
“Eu sei, agora vamos. Estamos atrasadas.” “Roberta ergue os braços para pegá-la e Nina pula em seu pescoço, abraçando apertado.
“Quero que chega a noite logo, mamãe.”
Roberta esquece o atraso, a abraça de volta e beija sua bochecha.
“Eu também, amor... Eu também...”


***

Ao chegar aos portões da escola, a professora os recebe de cara feia. Roberta tira os óculos escuros e a olha com cara de “ok, essa é a última vez”. Diego se desculpa pelos dois e Nina interfere com um jeitinho cúmplice.
“Eu demorei pra acordar, tia. Eu tenho sono pesado.”
A professora olha para a menina que está segurando a mão do pai e balançando o pezinho para frente e para trás distraidamente.
“Hum... Tudo bem, vamos entrando.”
“Tchau filhinha, comporte-se.” Diego acena para ela ao lado de Roberta. “Às vezes você não acha que a Nina tá ficando mais esperta que a gente?”
“Se eu acho?” Ela ergue as sobrancelhas. “Eu tenho é certeza!”

***

Eles vão para o trabalho e o dia passa como qualquer outro. Estão na segunda semana de dezembro e as pessoas estão todas animadas para o Natal. Eles, no entanto, só estão animados para sair um pouco da rotina.
Diego sai um pouco mais cedo do trabalho, como combinado e passa de carro para pegar Roberta. Eles estão indo para a escola buscar Nina na saída da escola. Ela está empolgada para o passeio que haviam combinado de fazer. Ir ao parque, ver as decorações de Natal, entrar nas lojas e depois jantarem juntos. Seria a melhor sexta-feira de dezembro.
“Ainda tá cedo.” Diego olha o relógio. “Quer tomar um café primeiro?”
“Claro. Mas, parece que vai chover, a gente não pode demorar. A Nina nunca ficou sozinha em dia de chuva.”
“A gente não vai demorar.”

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