Quando
Roberta acorda nessa manhã, com o sol sobre seus pés descalços,
nota que Diego não esteve ao seu lado por algumas horas. A pequena
janela do iate revela um dia muito bonito do outro lado do planeta em
que ela pensava habitar. Está com um roupão branco e os cabelos
desgrenhados. Lembra-se de que a noite foi longa e que o banho foi o
último lugar em que esteve com Diego antes de caírem juntos mais
uma vez naquela cama deliciosa de onde não queria mais sair.
Voltou
a se jogar de costas nela e em seu rosto surgiu um sorriso grande ao
se lembrar da noite anterior, do restaurante, do passeio na praia e
na madrugada sobre o mar. Deslizou a mão sobre o peito e abraçou os
braços, com a lembrança do toque de Diego sobre seu corpo, com a
sensação da presença dele em sua carne, muito real.
Levantou-se,
então, de uma só vez e correu para procurá-lo. Queria se jogar em
seus braços outra vez, vê-lo sorrir e ouvir lhe dar bom dia com a
voz rouca e os olhos inchados. Perguntaria se ligou para Alice, se
falou com Nina, se ela tinha perguntado pela mamãe e se estava com
saudades. Queria que pudessem estar os três navegando agora, sem
pressa para voltar à rotina. Anotou mentalmente um agradecimento à
Eva. Não conseguia negar atualmente o quanto sua mãe era
maravilhosa e a sorte que tinha por tê-la em sua vida. Nem mesmo
faria falta se o pai fosse uma parte desesperadora de sua realidade,
um mal que não se apagaria. Tinha ela, e tinha Diego. Sabia também
que à Nina não lhe seria dada à mesma realidade. Teria um pai
maravilhoso por toda a sua vida.
***
Diego
está na cabine de comando. Navega devagar, tentando se lembrar de
todas as instruções que recebeu nos últimos tempos. A noite
anterior havia sido incrível, umas das melhores noites de sua vida
com Roberta. Gostaria de estar com ela agora, ainda dormindo, ainda
aproveitando seu cheiro. Sente-se leve e feliz, com algo a tamborilar
na garganta. Deve ser seu coração subindo a cada imagem que retorna
da madrugada. É como se a visse no mar que se estende à sua frente,
ou no céu de poucas nuvens que se confunde com as águas. É como se
Roberta estivesse impregnado toda a sua vida e por todo o canto só
conseguisse vê-la. Deve estar quase acordando, ele pensa. E virá
até ali. Seria melhor que não viesse, pois não quer que veja para
onde estão indo.
***
Quando
Carla deixa as malas e retoma o celular do bolso, sente um frio
percorrer a espinha. Não que o chamado de Diego não fosse
importante, não que voltar a ver a afilhada e os amigos não fosse
realmente importante, mas se pudesse escolher, evitaria o confronto
com todos, com as experiências do passado. De volta e meia ao ver
uma imagem deles no facebook ou instagram, todo seu mundo desmoronava.
Sempre foi mais fácil fugir da realidade. Talvez, em algum momento,
devesse enfrentar suas escolhas e fazer da sua vida algo mais firme,
mas parece que de todos os seis amigos, é a única que ainda não
sabe o que sente ou o que fazer com os seus dias. E ver todos
caminhando, e apenas ela sem lugar, é como perder-se, é como estar
em uma estação vendo todos partirem, e não conseguir embarcar. É
estar sempre de pé olhando quem chega e quem vai, e sentir que a
vida de todos prossegue, e a sua empaca nas decisões que nunca são
tomadas. E Tomás... O que ele é afinal na sua vida?
***
Alice
desistiu de tentar cuidar de Nina, e deixou-a resignada ao cargo de
Dani. Senta-se no tapete com ela nessa manhã e se contenta em ser
apenas mais uma criança com ela. Era muito mais fácil ser a
madrinha que brincava, comprava presentes e tentava ensinar a ela os
seus gostos apenas para irritar Roberta. Não que fosse realmente
querer fazer com que quisesse usar rosa e rendinhas, assim como
imaginava que Roberta também não fosse influenciar a filha a ter um
visual louco e extravagante. Era tudo parte do hábito, da rotina de
briguinhas a qual estavam ambas tão acostumadas. Amava aquela
criança como se fosse de seu sangue, assim como amava Roberta. Amava
sim. Era sua irmã afinal, não a irmã que nascera do mesmo útero,
mas a irmã que a vida lhe deu. Às vezes queria ser mais madura, um
pouco mais como Roberta ou como seu pai, mas estava compreendendo que
para tudo há um tempo, e que cada um tem o seu. Nenhuma das duas
viveu as mesmas coisas e a verdade é que não precisam viver. E
agora, e por mais algum tempo, ainda deveria ser apenas Alice.
***
Pedro
sempre se sentiu muito feliz de poder ajudar a mãe o irmão. Gosta
também de se sentir maduro o suficiente para aconselhar o irmão
adolescente, pois sabe em que lugares pisar e nos que não. Porém,
algum cansaço tem sido difícil de aguentar. Um peso muito grande
para suas costas não poder relaxar em nenhum momento, estar sempre
pensando em como todos estão. Queria não pensar em nada algumas
vezes. E foi assim que, dirigindo, chegou até sua casa pensando todo
o caminho. Quando abriu a porta, no entanto, e viu Alice vir correndo
até ele, jogando os braços sobre seu pescoço, algo se dissipou.
-Me
desculpa por te preocupar. -Ela disse aos solavancos. -Eu quero estar
aqui com você sempre, para te ajudar e te amar e cuidar de você.
Não precisamos de filhos agora, ou de uma casa luxuosa, eu só quero
nós dois pra todo o sempre.
Ele
sorri surpreso e a abraça. É como se Alice assoprasse as nuvens
escuras de sobre sua cabeça. Não se preocupava de verdade com o que
ela queria ou não. Se ela quisesse a lua ele buscaria, isso não é
o que importa. Só tê-la ao lado importa, só ter seu carinho
importa. E voltar para casa e encontrá-la, era saber que tinha colo
e poderia descansar em seus braços. O resto ele poderia aguentar.
***
A
mascotinha gostaria do presente. Tomás observa e não tem dúvidas.
Ansiava por brincar com ela naquela bicicleta e ouvi-la rir alto,
aquela risada gostosa de bebê arteiro que tinha. Não recordava em
que parte de sua vida havia deixado de ser criança. Gostava de ser
assim, e de levar a vida com poucas preocupações e muitas alegrias.
Mas algo estava errado e mesmo que seu rosto não demonstrasse, tudo
em seu redor precisava de reparos. Mas não queria pensar nisso
agora, nem nela, em Carla. Hoje era um dia feliz e isso não poderia
ser quebrado.
-”Carpe
Diem”, é o que dizem. -E saiu com um sorriso torto e a bicicleta
debaixo dos braços. -A mascotinha vai gostar! Sei que vai!
***
E
enquanto as horas e os minutos se dissipavam, as seis pontas da
estrela se aproximavam como há tempos um dia fizeram. A amizade, a
juventude, tudo que passou e cresceu dentro deles, o mundo ao seu
redor, os novos planos e os medos, tudo iria se encontrar outra vez... Uma última vez
Postarei o horário do próximo capítulo na minha página. Ative as notificações caso queira saber mais rápido: https://www.facebook.com/alinestechitti1/
Postarei o horário do próximo capítulo na minha página. Ative as notificações caso queira saber mais rápido: https://www.facebook.com/alinestechitti1/
Aaaaaaah posta mais Alineee, não desiste da web. Amo vc
ResponderExcluirAaaah, mais por favor. Meu coração não aguenta de tanta saudade desse casal, desse grupo.
ResponderExcluirAaaah que ansiedade pro próximo capítulo, Aline vc é demais adoro sua web.
ResponderExcluirAmo sua web pasta mas
Ah, esses seis ♡ É como se o tempo não tivesse passado...
ResponderExcluirA já quero mais,isso q da viciar as pessoas jovem
ResponderExcluirMeu coração não aguenta ❤️
ResponderExcluirEstou ansiando por mais caps.
ResponderExcluirmenina você é top, foi a primeira história da web que eu li, e com certeza o melhor livro que já li. Você é muito talentosa, que Deus te abençoe <3
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