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Cap 110 - De volta ao mar

A noite estava repleta de estrelas no céu e na terra, nos olhos mais comuns de homens e mulheres que dançam ao redor da canção a passos leves ao lado deles. Por pouco mais de algumas horas haviam estado um no outro, sem pensamentos preocupantes, tristezas ou medos. Apenas felicidade, a mais simples e genuína felicidade, que exige apenas que se colha o momento.
Diego colocou os lábios perto dos ouvidos dela e o calor de sua voz a fez estremecer.
-Tem um lugar especial para onde te levar.
-Você sabe que pode me levar a qualquer parte do mundo. -Ela sorri em resposta. E Diego sabe que é verdade. Roberta confiaria sua vida a ele, e disso não tem nenhuma dúvida, assim como deixaria a sua nas mãos dela sem pensar duas vezes.
Eles saíram do restaurante sem pressa, aproveitando o momento, trocando sorrisos e piadinhas internas sobre tudo, como se a vida por si só os divertisse. Ele a guiou com as mãos em sua cintura, dando-lhe largos sorrisos e olhadelas admiradas. Olhos brilhantes sob a luz da lua, bochechas coradas e braços aconchegantes. Ela devolvia todo carinho com que podia, tanto que sentia um calor irradiar de seu peito, espalhando por suas costas e seu estômago, tomando conta de seu olhar, como em um estado de êxtase profundo. Perguntava-se se havia bebido tanto assim, ou se a droga mais poderosa disso tudo fosse outra. E se sentiu contente em saber a resposta ao olhar para Diego, e como a vida tinha sido recompensadora.
O caminho até a praia foi longo, mas o único que notou isso foi o motorista. Diego e Roberta seguiram aos beijos e carícias, determinados a se demorar nesse processo. Aprenderam a guiar um ao outro, a brincar sem medo, a entender que a sincronia vinha de fato do conhecimento que tinham do outro, fosse a respeito de seus sentimentos, fosse a respeito das sensações que o toque poderia provocar. E essa sincronia, que de fato se tornava cada vez mais forte, tornava cada momento juntos um pouco mais intenso a cada dia, a cada mês e ano. Tudo se resumia a seu mundo, o que juntos criaram, que abrangiam a sua casa, a filha que tinham juntos, ao que desejavam construir, ao que sentiam quando dormiam abraçados, quando notavam o cheiro do outro no lençol e sentiam algo de conforto nisso, o perfume dos cabelos, a sensação da pele roçando na madrugada. Até mesmo as brigas que não faltavam, os medos das responsabilidades, a criação de uma criança, a administração das finanças, o pensamento no futuro, tudo era muito difícil, mas tudo estava em sincronia ao mesmo tempo.
Quando a limusine os deixa na praia deserta nessa noite e eles tiram os calçados para caminhar, tudo fica parecendo um filme de Hollywood. Eles vão até onde a água toca a areia e molham os pés, caminham então por ela e conversam, ouvindo o som das ondas do oceano sob imensidão do céu enegrecido.
-Me dá sua mão. - Diego pede, e a segura antes da resposta. Eles prosseguem a passos lentos.
-Será que a Nina está bem? -Ela finalmente deixa a pergunta que a preocupa sair e então eles param de andar.
-Também estou pensando nela. -Ele não nega. -Vamos ligar para ver. -Diego pega o telefone e eles se sentam lado a lado de frente para o mar. Quem atende é Dani. Ela explica toda a confusão de Alice. Eles riem, mas se preocupam por Nina ter comido tanto açúcar.
-Nos ligue se ela passar mal. -Roberta pega o telefone. -Pode ser a qualquer hora. Eu ainda não sei para onde o Diego vai me levar, mas acredito que não estaremos em casa. -Ela olha para ele que confirma.
Quando desligam o telefone, ela coloca a cabeça em seu ombro e respira fundo. A calmaria a desarma.
-Isso é muito bom... -Ela diz, finalmente, depois de olhar do céu para o oceano e depois para Diego. -Nunca estive tão feliz em toda a minha vida. Nunca pensei que poderia ser tão feliz.
-Nem eu... -Ele se inclina para beijá-la, mas para antes que ela o toque. -Porém, hoje você vai ter que sofrer um pouco.
-O que? -Roberta ri, mesmo sem entender.
Diego se levanta e corre.
-Vem! -Grita para ela. O riso toma conta de Roberta vem mesmo sem entender quando se levanta e vai ao encontro dele. Diego segura sua mão e a puxa pela praia. Eles correm até o outro lado e logo ela vê um iate à sua frente. Tenta recuperar o fôlogo sem acreditar que possa ser sua mãe quem conseguiu isso também, mas quem mais poderia, não é? -Está vendo? É nosso essa noite. - Diego diz.
-E você sabe como andar nisso? -Ela duvida.
-Hum... Acho que sim.
Havia um segurança esperando por eles, mas Roberta sequer se importou com ele ou com o que haviam combinado. O homem conversou brevemente com Diego enquanto ela entrava e se maravilhava com aquele interior. Era branco, com moveis em tons claros, um pouco de preto, bege e branco. Havia mais bebida gelada e alguns tira-gostos preparados, além de duas velas acesas recentemente sobre a pequena mesa retangular. O movimento do mar era suave, e tudo à volta muito quieto. Seu estômago se contraiu de excitação.
-Então... -Diego voltou, deixando-a ver que estavam por fim sozinhos. - O que acha de passar uma noite no mar?
-Acho que você copiou isso de algum filme. -Não conteve a admiração e felicidade, apesar do comentário.
-Mas nas comédias românticas... -Ele vem e a segura pela cintura... - As coisas nem sempre terminam bem.
-Verdade. -Ela põe as mãos em seu peito. -Ainda bem que não é o fim...
Enquanto a lua subia cada vez mais para o centro do céu, sobre um pequeno sofá, eles se beijavam, trocando toques, sentindo o ir e vir do muito suave do mar. Não se sabe em que momento Diego tira as mãos dela, para de beijá-la, se levanta, enche uma taça e se senta na poltrona em frente, olhando-a com um sorriso sério, sentindo o cheiro da cera das velas derretendo e o calor agradável do ar. Roberta se senta curiosa, se prende ao olhar dele, que passa a taça de uma mão para outra e não bebe. Os dois ficam se olhando por alguns segundos e tudo é muito claro para ambos. Ela espera um pouco até se levantar e, passo a passo, com um sorriso misterioso, para em sua frente e pega a bebida de suas mãos. Bebe devagar, olhando-o enquanto isso. Quando termina, se inclina para ele, senta de lado em seu colo, pega sua mão e a coloca sobre o seio, que ele aperta com cuidado sobre o vestido. Eles continuam se olhando. Ela encontra o fecho de sua calça, abrindo-a em um som oco. Sente a mão de Diego apertar com força seu seio ao sentir seu toque. E então eles se aproximam mais. O beijo segue aquecendo seus ventres, doendo e pulsando. Roberta retira dele a camisa enquanto ele desliza o zíper de seu vestido e baixa as alças, relevando os seios que ele toma de imediato para seu prazer particular. E quando a aperta contra a pele, sente-se queimar por dentro. Roberta sente as mãos dele nas coxas, subindo, e antes que possa respirar, ele já a puxou de um lado e outro as rendas da calcinha, rasgando-a. O coração dela disparou quando sentiu a peça se despedaçar e deslizar de seu corpo, sendo jogada de lado como se um animal a tivesse unhado.
Assim, ela se ajeita, rodeando a cintura dele com as pernas, ficando frente a frente com ele, olhares intensos um no outro, impossíveis de desviar. É quando Diego quer senti-la com as mãos, descendo até onde a umidade e o calor do corpo dela o enlouquecia. Ele não estava com pressa para nada, muito pelo contrário, poderia ficar por muito tempo ali, sentindo cada parte dela vibrar, vendo sua boca se abrir levemente ao toque de seus dedos, e suas pupilas se dilatando junto de um pequeno gemido fugitivo. Poderia olhá-la toda a noite, como tantas vezes o fez.
Foi Roberta, no entanto, que escolheu o momento de levantar-se, firmando as mãos nos ombros dele. Desceu com o olhar ainda ininterrupto, engolindo em seco, sentindo-o deslizar para dentro de seu corpo devagar. Ela ia se ajeitando em seu colo percebendo como seu estômago se contraía e suas pernas estremeciam. Diego então a puxou com força para si, fazendo com que ela ofegasse e não se mexesse mais. Seus olhos se arregalaram e seus lábios se entreabriram. Ele, notando que os pelos de seu braço se arrepiavam enquanto a via e a sentia, passou o indicador sobre os lábios macios próximos aos seus, e com o polegar acariciou a bochecha, até segurar o pescoço dela e trazer a boca à sua com carinho. O beijo ardeu seu ventre quando ela se movimentou pela primeira vez.
E se mexia devagar e depois mais rápido, e como o provocava. Os músculos dele se enrijeceram ao pegá-la com força, sentindo o ouvido latejar. As marcas de suas mãos ficavam nela, assim como as dela nele. Ficaram assim até que ela começasse a sentir o corpo suar e as pernas estremecerem. As forças estavam acabando.
-Me leve para a cama. - Cochichou ao ouvido de Diego.
Como se só estivesse esperando que ela pedisse, ele se levantou, segurando-a firme ao redor de si. Deitou-a então sobre a colcha macia da cama ao lado, sentindo o cheiro de madeira e alecrim no ar.
- Agora é a minha vez.- Diego segurou os pulsos dela para cima, prendendo-a debaixo de seu corpo. Ele não se mexia, mas beijava seu pescoço, mordia sem pressa e cochichava ao seu ouvido, roçando em volta dele, cheirando seu cabelo.
-Não... -Ela ofegou, um tanto aflita, enquanto suas pernas subiam e desciam sobre a colcha.
-Não estou fazendo nada. -Diego riu baixo.
-É por isso mesmo. -A voz saiu num sopro. Ela fechou os olhos e se contraiu, colocando as pernas outra vez em volta dele.
-Eu quero você... - Ele prosseguiu entre beijos e sussurros. -Gota a gota.
Ele havia se enterrado ao corpo dela, e permanecido imóvel, como parte dele. Sentia-se louco, às vezes, pois queria devorá-la, usar toda a força que tinha, comer cada pedaço dela, ao mesmo tempo que queria ser amável, tocar com suavidade e cuidado. E, dentro de si, ambos sentimentos brigavam quando estavam juntos.
Mas ao olhar nos olhos dela por alguns segundos, enquanto respiravam ofegantes, soltou seus pulsos e entrelaçou os dedos com carinho, como se estivesse se dissolvendo. E então beijou-a com ternura quando ela tremeu com mais força em seu primeiro movimento, e beijou-a muito mais amorosamente nos próximos, pois a cada tremor, a cada respiração em seu ouvido, sentia que a queria outra vez, e outra, queria sentir novamente o que ela estava sentindo e mergulhar nesse prazer que seu corpo experimentava com ela, e ver seu coração se encher de ternura e desejo maiores a cada vez.
Não sabe por quanto tempo ficou assim, sobre ela, se movendo no mesmo ritmo, beijando sua boca com suavidade e com as mãos unidas, quase perdendo a circulação dos dedos de tanto que se apertavam. Só sabia que deveria durar o quanto a noite era grande, e o quanto a vida era bonita.
A vida, essa era como uma música, afinal, que se iniciou quando nasceram, e foi necessitando de acordes mais complexos para se desenvolver, e que em algum momento também haveria de terminar. No entanto, no tempo em que é tocada, o único que se pode fazer é apreciá-la sem pressa, pois cada nota é importante, cada som minúsculo compõe toda a melodia, e sem qualquer instante tocado ou vivido, nem a vida ou a canção seria a mesma. E se há de terminar um dia, há de pelo menos se ter aproveitado o que enquanto foi tocada, ela proporcionou. Seja a vida, seja a música...

E o mar continuou a embalá-los, por uma noite mais.

Postarei o horário do próximo capítulo na minha página. Ative as notificações caso queira saber mais rápido:  https://www.facebook.com/alinestechitti1/

Comentários

  1. Aaaaah que bom que voltou a escrever, estava com saudades e curiosa sobre a web.
    Parabéns você escreve muito ����

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  2. Alinee do céu ... Que bom que voltou. Você é uma gênia, um talento ... Fico feliz por ter acompanhado essa web desde o principio. Por favor, não parece de escrever. O mundo precisa de você.

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  3. Voltou e voltou com tudo!
    Cap lindo, como sempre. Ansiosa para o próximo.
    Que delícia ler algo assim, de uma forma tão leve ♡

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  4. Quanto tempo não lia sobre esse casal, até estranhei, mas achei tudo muito lindo...

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  5. Já li duas vezes pq estava com saudades. E VC continua ótima,espero q finalize essa Web com carinho pq nós temos carinho por ela.

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  6. Aaaaahhhh que perfeito...
    Que saudade
    Parabéns Aline!

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