A
noite estava repleta de estrelas no céu e na terra, nos olhos mais
comuns de homens e mulheres que dançam ao redor da canção a passos
leves ao lado deles. Por pouco mais de algumas horas haviam estado um
no outro, sem pensamentos preocupantes, tristezas ou medos. Apenas
felicidade, a mais simples e genuína felicidade, que exige apenas
que se colha o momento.
Diego
colocou os lábios perto dos ouvidos dela e o calor de sua voz a fez
estremecer.
-Você
sabe que pode me levar a qualquer parte do mundo. -Ela sorri em
resposta. E Diego sabe que é verdade. Roberta confiaria sua vida a
ele, e disso não tem nenhuma dúvida, assim como deixaria a sua nas
mãos dela sem pensar duas vezes.
Eles
saíram do restaurante sem pressa, aproveitando o momento, trocando
sorrisos e piadinhas internas sobre tudo, como se a vida por si só
os divertisse. Ele a guiou com as mãos em sua cintura, dando-lhe
largos sorrisos e olhadelas admiradas. Olhos brilhantes sob a luz da
lua, bochechas coradas e braços aconchegantes. Ela devolvia todo
carinho com que podia, tanto que sentia um calor irradiar de seu
peito, espalhando por suas costas e seu estômago, tomando conta de
seu olhar, como em um estado de êxtase profundo. Perguntava-se se
havia bebido tanto assim, ou se a droga mais poderosa disso tudo
fosse outra. E se sentiu contente em saber a resposta ao olhar para
Diego, e como a vida tinha sido recompensadora.
O
caminho até a praia foi longo, mas o único que notou isso foi o
motorista. Diego e Roberta seguiram aos beijos e carícias,
determinados a se demorar nesse processo. Aprenderam a guiar um ao
outro, a brincar sem medo, a entender que a sincronia vinha de fato
do conhecimento que tinham do outro, fosse a respeito de seus
sentimentos, fosse a respeito das sensações que o toque poderia
provocar. E essa sincronia, que de fato se tornava cada vez mais
forte, tornava cada momento juntos um pouco mais intenso a cada dia,
a cada mês e ano. Tudo se resumia a seu mundo, o que juntos criaram,
que abrangiam a sua casa, a filha que tinham juntos, ao que desejavam
construir, ao que sentiam quando dormiam abraçados, quando notavam o
cheiro do outro no lençol e sentiam algo de conforto nisso, o
perfume dos cabelos, a sensação da pele roçando na madrugada. Até
mesmo as brigas que não faltavam, os medos das responsabilidades, a
criação de uma criança, a administração das finanças, o
pensamento no futuro, tudo era muito difícil, mas tudo estava em
sincronia ao mesmo tempo.
Quando
a limusine os deixa na praia deserta nessa noite e eles tiram os
calçados para caminhar, tudo fica parecendo um filme de Hollywood.
Eles vão até onde a água toca a areia e molham os pés, caminham
então por ela e conversam, ouvindo o som das ondas do oceano sob
imensidão do céu enegrecido.
-Me
dá sua mão. - Diego pede, e a segura antes da resposta. Eles
prosseguem a passos lentos.
-Será
que a Nina está bem? -Ela finalmente deixa a pergunta que a preocupa
sair e então eles param de andar.
-Também
estou pensando nela. -Ele não nega. -Vamos ligar para ver. -Diego
pega o telefone e eles se sentam lado a lado de frente para o mar.
Quem atende é Dani. Ela explica toda a confusão de Alice. Eles
riem, mas se preocupam por Nina ter comido tanto açúcar.
-Nos
ligue se ela passar mal. -Roberta pega o telefone. -Pode ser a
qualquer hora. Eu ainda não sei para onde o Diego vai me levar, mas
acredito que não estaremos em casa. -Ela olha para ele que confirma.
Quando
desligam o telefone, ela coloca a cabeça em seu ombro e respira
fundo. A calmaria a desarma.
-Isso
é muito bom... -Ela diz, finalmente, depois de olhar do céu para o
oceano e depois para Diego. -Nunca estive tão feliz em toda a minha
vida. Nunca pensei que poderia ser tão feliz.
-Nem
eu... -Ele se inclina para beijá-la, mas para antes que ela o toque.
-Porém, hoje você vai ter que sofrer um pouco.
-O
que? -Roberta ri, mesmo sem entender.
Diego
se levanta e corre.
-Vem!
-Grita para ela. O riso toma conta de Roberta vem mesmo sem entender
quando se levanta e vai ao encontro dele. Diego segura sua mão e a
puxa pela praia. Eles correm até o outro lado e logo ela vê um iate
à sua frente. Tenta recuperar o fôlogo sem acreditar que possa ser
sua mãe quem conseguiu isso também, mas quem mais poderia, não é?
-Está vendo? É nosso essa noite. - Diego diz.
-E
você sabe como andar nisso? -Ela duvida.
-Hum...
Acho que sim.
Havia
um segurança esperando por eles, mas Roberta sequer se importou com
ele ou com o que haviam combinado. O homem conversou brevemente com
Diego enquanto ela entrava e se maravilhava com aquele interior. Era
branco, com moveis em tons claros, um pouco de preto, bege e branco.
Havia mais bebida gelada e alguns tira-gostos preparados, além de
duas velas acesas recentemente sobre a pequena mesa retangular. O
movimento do mar era suave, e tudo à volta muito quieto. Seu
estômago se contraiu de excitação.
-Então...
-Diego voltou, deixando-a ver que estavam por fim sozinhos. - O que
acha de passar uma noite no mar?
-Acho
que você copiou isso de algum filme. -Não conteve a admiração e
felicidade, apesar do comentário.
-Mas
nas comédias românticas... -Ele vem e a segura pela cintura... - As
coisas nem sempre terminam bem.
-Verdade.
-Ela põe as mãos em seu peito. -Ainda bem que não é o fim...
Enquanto
a lua subia cada vez mais para o centro do céu, sobre um pequeno
sofá, eles se beijavam, trocando toques, sentindo o ir e vir do
muito suave do mar. Não se sabe em que momento Diego tira as mãos
dela, para de beijá-la, se levanta, enche uma taça e se senta na
poltrona em frente, olhando-a com um sorriso sério, sentindo o
cheiro da cera das velas derretendo e o calor agradável do ar.
Roberta se senta curiosa, se prende ao olhar dele, que passa a taça
de uma mão para outra e não bebe. Os dois ficam se olhando por
alguns segundos e tudo é muito claro para ambos. Ela espera um pouco
até se levantar e, passo a passo, com um sorriso misterioso, para em
sua frente e pega a bebida de suas mãos. Bebe devagar, olhando-o
enquanto isso. Quando termina, se inclina para ele, senta de lado em
seu colo, pega sua mão e a coloca sobre o seio, que ele aperta com
cuidado sobre o vestido. Eles continuam se olhando. Ela encontra o
fecho de sua calça, abrindo-a em um som oco. Sente a mão de Diego
apertar com força seu seio ao sentir seu toque. E então eles se
aproximam mais. O beijo segue aquecendo seus ventres, doendo e
pulsando. Roberta retira dele a camisa enquanto ele desliza o zíper
de seu vestido e baixa as alças, relevando os seios que ele toma de
imediato para seu prazer particular. E quando a aperta contra a pele,
sente-se queimar por dentro. Roberta sente as mãos dele nas coxas,
subindo, e antes que possa respirar, ele já a puxou de um lado e
outro as rendas da calcinha, rasgando-a. O coração dela disparou
quando sentiu a peça se despedaçar e deslizar de seu corpo, sendo
jogada de lado como se um animal a tivesse unhado.
Assim,
ela se ajeita, rodeando a cintura dele com as pernas, ficando frente
a frente com ele, olhares intensos um no outro, impossíveis de
desviar. É quando Diego quer senti-la com as mãos, descendo até
onde a umidade e o calor do corpo dela o enlouquecia. Ele não estava
com pressa para nada, muito pelo contrário, poderia ficar por muito
tempo ali, sentindo cada parte dela vibrar, vendo sua boca se abrir
levemente ao toque de seus dedos, e suas pupilas se dilatando junto
de um pequeno gemido fugitivo. Poderia olhá-la toda a noite, como
tantas vezes o fez.
Foi
Roberta, no entanto, que escolheu o momento de levantar-se, firmando
as mãos nos ombros dele. Desceu com o olhar ainda ininterrupto,
engolindo em seco, sentindo-o deslizar para dentro de seu corpo
devagar. Ela ia se ajeitando em seu colo percebendo como seu estômago
se contraía e suas pernas estremeciam. Diego então a puxou com
força para si, fazendo com que ela ofegasse e não se mexesse mais.
Seus olhos se arregalaram e seus lábios se entreabriram. Ele,
notando que os pelos de seu braço se arrepiavam enquanto a via e a
sentia, passou o indicador sobre os lábios macios próximos aos
seus, e com o polegar acariciou a bochecha, até segurar o pescoço
dela e trazer a boca à sua com carinho. O beijo ardeu seu ventre
quando ela se movimentou pela primeira vez.
E
se mexia devagar e depois mais rápido, e como o provocava. Os
músculos dele se enrijeceram ao pegá-la com força, sentindo o
ouvido latejar. As marcas de suas mãos ficavam nela, assim como as
dela nele. Ficaram assim até que ela começasse a sentir o corpo
suar e as pernas estremecerem. As forças estavam acabando.
-Me
leve para a cama. - Cochichou ao ouvido de Diego.
Como
se só estivesse esperando que ela pedisse, ele se levantou,
segurando-a firme ao redor de si. Deitou-a então sobre a colcha
macia da cama ao lado, sentindo o cheiro de madeira e alecrim no ar.
-
Agora é a minha vez.- Diego segurou os pulsos dela para cima,
prendendo-a debaixo de seu corpo. Ele não se mexia, mas beijava seu
pescoço, mordia sem pressa e cochichava ao seu ouvido, roçando em
volta dele, cheirando seu cabelo.
-Não...
-Ela ofegou, um tanto aflita, enquanto suas pernas subiam e desciam
sobre a colcha.
-Não
estou fazendo nada. -Diego riu baixo.
-É
por isso mesmo. -A voz saiu num sopro. Ela fechou os olhos e se
contraiu, colocando as pernas outra vez em volta dele.
-Eu
quero você... - Ele prosseguiu entre beijos e sussurros. -Gota a
gota.
Ele
havia se enterrado ao corpo dela, e permanecido imóvel, como parte
dele. Sentia-se louco, às vezes, pois queria devorá-la, usar toda a
força que tinha, comer cada pedaço dela, ao mesmo tempo que queria
ser amável, tocar com suavidade e cuidado. E, dentro de si, ambos
sentimentos brigavam quando estavam juntos.
Mas
ao olhar nos olhos dela por alguns segundos, enquanto respiravam
ofegantes, soltou seus pulsos e entrelaçou os dedos com carinho,
como se estivesse se dissolvendo. E então beijou-a com ternura
quando ela tremeu com mais força em seu primeiro movimento, e
beijou-a muito mais amorosamente nos próximos, pois a cada tremor, a
cada respiração em seu ouvido, sentia que a queria outra vez, e
outra, queria sentir novamente o que ela estava sentindo e mergulhar
nesse prazer que seu corpo experimentava com ela, e ver seu coração
se encher de ternura e desejo maiores a cada vez.
Não
sabe por quanto tempo ficou assim, sobre ela, se movendo no mesmo
ritmo, beijando sua boca com suavidade e com as mãos unidas, quase
perdendo a circulação dos dedos de tanto que se apertavam. Só
sabia que deveria durar o quanto a noite era grande, e o quanto a
vida era bonita.
A
vida, essa era como uma música, afinal, que se iniciou quando
nasceram, e foi necessitando de acordes mais complexos para se
desenvolver, e que em algum momento também haveria de terminar. No
entanto, no tempo em que é tocada, o único que se pode fazer é
apreciá-la sem pressa, pois cada nota é importante, cada som
minúsculo compõe toda a melodia, e sem qualquer instante tocado ou
vivido, nem a vida ou a canção seria a mesma. E se há de terminar
um dia, há de pelo menos se ter aproveitado o que enquanto foi
tocada, ela proporcionou. Seja a vida, seja a música...
E
o mar continuou a embalá-los, por uma noite mais.
Postarei o horário do próximo capítulo na minha página. Ative as notificações caso queira saber mais rápido: https://www.facebook.com/alinestechitti1/
Aaaaah que bom que voltou a escrever, estava com saudades e curiosa sobre a web.
ResponderExcluirParabéns você escreve muito ����
Alinee do céu ... Que bom que voltou. Você é uma gênia, um talento ... Fico feliz por ter acompanhado essa web desde o principio. Por favor, não parece de escrever. O mundo precisa de você.
ResponderExcluirVoltou e voltou com tudo!
ResponderExcluirCap lindo, como sempre. Ansiosa para o próximo.
Que delícia ler algo assim, de uma forma tão leve ♡
Quanto tempo não lia sobre esse casal, até estranhei, mas achei tudo muito lindo...
ResponderExcluirJá li duas vezes pq estava com saudades. E VC continua ótima,espero q finalize essa Web com carinho pq nós temos carinho por ela.
ResponderExcluirAaaaahhhh que perfeito...
ResponderExcluirQue saudade
Parabéns Aline!