Roberta entra em casa com os nervos a
flor da pele. Tem alguns arranhões no braço e o cabelo também está bagunçado.
-Se você não chegasse, eu a mataria!
–Revela.
-Acalme-se. –Sílvia é paciente. –Aquela
mulher não vai mais chegar perto de nós.
-Como ela pode ter feito uma coisa
assim? Se tivesse feito alguma coisa comigo! Se tivesse tentado me matar,
tivesse me machucado! –Roberta grita as palavras enquanto as lágrimas escorrem
pelo seu rosto. –Mas não! Ela ficou torturando uma criancinha, a minha! –E aponta
para o peito. –Ela a maltratou, a deixou doente... –Roberta coloca as mãos na
cabeça, mal acreditando no que Patrícia estava fazendo. –O pior é que a Nina
nem mesmo poderia me contar o que estava acontecendo, porque não tem ideia da
maldade que sofreu... E se eu não descobrisse a tempo?
-Tudo bem, mas você descobriu e isso
nunca mais vai acontecer.
-Aquela mulher é uma vadia sem alma!
Tem o coração podre!
-Ela é má, sim, Roberta. Há muita gente
assim no mundo. Esse tipo de gente sabe que nada dói mais do que atingir quem a
gente ama. É o pior tipo de ser humano que existe. Ataca quem não pode se
defender. Mas ela vai ter o que merece. A vida vai dar a ela o troco, você vai
ver.
-Eu espero que sim, porque se “a vida”
não fizer nada, eu vou fazer! –E dizendo isso, ela se vira e sobe as escadas.
***
Pelos dias seguintes, ninguém tem
notícias de Patrícia e por falta de provas concretas, os advogados não
aconselham um processo contra ela, já que ela pode alegar ter sido agredida no
ambiente de trabalho sem causa alguma, pois é apenas a palavra de duas crianças
contra a dela.
Nina está bem, não tem mais um gatinho
miando no peito e já está mais contente. Roberta dá todos os cuidados possíveis
e ela e quando está segura de que está realmente fora de perigo, toma uma
decisão que assusta a todos, inclusive Leonardo.
-Você vai para Santa Catarina? Mas o
Diego volta em duas semanas.
-Não posso esperar mais. Eu preciso
dele. A minha filha precisa dele.
-Devia ter contado ao Diego o que
aconteceu com a Patrícia. –Diz Leonardo.
-Quero contar pessoalmente.
-Entendo. Mas já sabe que dia você vai?
-Ainda não sei. –Ela mente. –Talvez no
fim de semana.
-Tudo bem, ao menos dá tempo de pensar
melhor.
Apesar de parecer concordar com
Leonardo, ela não quer saber de pensar melhor. Já está com as passagens
compradas e as malas prontas e dentro do carro. Antes de todos acordarem, ela
vai embora. Não há nenhuma chance de esperar mais desastres acontecerem para ir
de encontro com Diego.
***
O dia está nublado quando acorda
naquela manhã. A casa está silenciosa e escura. Ela se levanta, se veste em um
piscar de olhos. Pega Nina ainda sonolenta, coloca nela botas quentinhas, um
casaco azul, de capuz por causa da chuvinha fina que está caindo e desce as
escadas. Vem devagar e olhando os cantos. Não quer que qualquer um tente
impedi-la de ir embora. Se seu pai fica sabendo, tudo vai pelos ares.
Ao sair, vê que o carro está preparado
para elas, como se fossem apenas dar um passeio. Os seguranças abrem o portão
quando ela passa e agem normalmente. Roberta sente um alívio momentâneo e segue
rumo a Vila Lene onde pensa deixar o carro com Pedro, para que ele o devolva
enquanto ela pega um táxi até o aeroporto.
Enquanto dirige, com esses planos em
mente, ela demora a perceber que há algo anormal no trânsito. Há três carros
atrás do seu que não a ultrapassam, nem seguem para outro lugar. São todos
pretos. Essa cena tem muito da outra que viveu no dia em que Diego foi embora.
Mas talvez seja impressão sua, outra vez a paranoia advinda do trauma. Toda vez
que está dirigindo é a mesma coisa.
Ela diminui a velocidade para que eles
ultrapassem. Um deles ultrapassa mesmo, mas os outros dois continuam em sua
cola. O que foi para frente começa a diminuir a velocidade e fica muito próximo
dela. Roberta tem a sensação de que está sendo cercada, pois quando tenta
ultrapassar o carro da frente, ele vai para o centro da pista para dificultar
para ela, que fica apavorada com os próprios pensamentos.
Três nomes vêm em sua mente:
1º Caíque
2º Leonel
3º Patrícia
-Não, isso é loucura. –Ela espalha o
pensamento. –Estou ficando louca?
Logo o carro da frente entra em uma
esquina e o de trás a ultrapassa e vai se afastando. Roberta se sente uma
idiota, se deixando levar por coisas tão bobas. É quando percebe que um dos
carros ainda continua em sua cola. O que está atrás. O motorista não se mostra
hostil, mas parece segui-la. Ela anda por um longo tempo e ele continua pelo
mesmo caminho. Ao entrarem em um ponto menos movimentado, ele se aproxima,
arranhando na traseira do carro dela.
-O que? –Roberta se espanta e acelera,
preocupada com a possibilidade de ser um motorista bêbado.
O asfalto está escorregadio e a
neblina densa atrapalha a visão. Sabe que é perigoso acelerar, mas não é menos
deixar alguém bater na traseira do seu carro. Só que em menos de cinco
minutos ele volta bater na, porém mais forte. Ela percebe que não é acidental.
Alguma coisa está mesmo muito errada. Está vivendo tudo de novo.
Ela acelera outra vez e o carro vem
atrás, também acelerando. Eles passam muito rápido por outros carros e a
neblina parece aumentar. Ela olha pelo retrovisor. Nina acordou e apesar de não
chorar, está visivelmente assustada com as manobras bruscas.
Sentindo a respiração descompassada e o
pulso acelerado, Roberta apenas sussurra para ela:
-Eu te amo, filha.
E é nesse momento que ela perde o
controle do carro e rodopia três vezes antes de sair da pista. Ele vai parar em
um barranco pequeno onde bate de frente em uma árvore.
Roberta desmaia e o socorro chega
somente depois de uma hora.
***
O que acontece quando dormimos é um
mistério, e contra um mistério nada se pode fazer, mas ainda pior é a realidade
que acontece diante dos nossos olhos. Ela pode ser mudada e nem sempre mudamos.
Cada enigma exibe sua verdade claramente, mas são poucos capacitados a ler.
***
Ao acordar na maca de um hospital,
Roberta acredita ver uma lâmpada girando sobre sua cabeça. Quando capta
claramente as imagens, no entanto, percebe que não havia lâmpada alguma, apenas
uma dor de cabeça muito forte.
-Ela acordou! –Carla grita e os amigos
chegam até ela. Pedro, Alice, Tomás, Márcia, Sílvia... Todos se aproximam com
uma expressão pesada.
-O que houve? –Roberta pergunta com a
voz cansada. Ao sentir a testa, percebe que há um curativo.
-Você sofreu um acidente de carro.
–Sílvia segura sua mão. Está com os olhos vermelhos. –Você não quebrou nada,
teve apenas alguns ferimentos leves.
Ela arregala os olhos.
-E cadê a minha filha? Cadê a Nina?
Todos se olham, sem responder.
-Ela se machucou? –Ela tenta se sentar
na cama.
-Você não pode se levantar. –Carla
tenta fazê-la se deitar, mas isso só a deixa mais agitada.
-Onde ela está? O que está acontecendo?
Alguém me diz alguma coisa!
Roberta percebe como os garotos estão
nervosos, passando a mão pelo rosto e andando de um lado para o outro, vê as
olheiras de Carla e Alice, e quando olha para Sílvia entende perfeitamente que
ela esteve chorando por várias horas.
-Me digam... –Ela fica desorientada.
–Onde ela está?
-Ninguém sabe. –Tomás finalmente
explica, com a voz embargada. –Disseram que ela não estava no carro quando te
encontraram. Também não encontram sinais de que tivesse caído dele na hora do
acidente.
-Ela foi levada. –Sílvia completa,
chorando.
-O Diego está vindo pra cá. –Alice
chega mais perto e segura sua mão. –A polícia já está procurando por ela.
-Todos estão procurando. –Pedro se
junta também. –Nós vamos encontra-la, não se preocupe. Vai ficar tudo bem.
É como um eco... "Vai tudo ficar
bem". Tudo o que? Que verdade ela ouviu? Não é possível nem mesmo
chorar. Roberta não entende as palavras. As vozes estão
distantes. Traduzir esse tipo de dor que seu corpo experimenta para
lágrimas é impossível. Seus olhos enxergam uma grande nuvem negra sob o teto.
Em segundos essa massa de horror desce, cobrindo e sugando sua consciência do
mundo real. E para onde é levada, tudo parece mentira.“Eu estou dormindo” ela
pensa. Mas não está dormindo. Sente a textura engomada dos lençóis e respira
para ter certeza do ar que entra nos pulmões. “Estou dormindo”. Sua cabeça dói,
pulsa, incomoda. “Como posso estar dormindo?”. Uma voz a chama, sua filha está
desaparecida. “Não, não estou dormindo...”
Meu Deussssssssssssss,aline eu quase morri de chorar aqui achando que a nina tinha morrido :'( parabéns pelo capítulo,mas eu tô muito preocupada mesmo!!!!
ResponderExcluirhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhha posta maissssssssssss pelo amor de deus se não eu vou ter um piri paque aqui
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
pfv pfv
ha faz ela achar a nina né
ResponderExcluirpor que se ela achar a nina depois de anos a web vai perde a graça
pfv pfv pfv pfv pfv faz ela achar a nina
Aaah, ela tem que achar a nina e ter uma ultima briguinha com o diego pq ele deixou elas sozinhas. Ta mto massa, perfeito parabéns aline!!!
ResponderExcluirah estamos adorando q os cap estao sendo postados com mais frequencia.
bjo :* sou sua fã!!!!!!!
Poosta ++++++++++++++++++++++++!!!
ResponderExcluirAiiii Meuuu Deeeeus !
ResponderExcluirA Nina tem que aparecer logo !
Posta +++++++++++++++++++
Ameeii *-*
Cade a Nina?! OMG Eu já era fanatica pela sua web, agora então...
ResponderExcluiraaa me diz q foi o Leonel filha da mae q pegou e não o Caique ou a Patricia! aaaa
ResponderExcluirMDsss scrr :'((
mas ta muuuito bom! porsta mais!!
Meu Deus Line to quase morrendo de tanta curiosidade foi o Leonel que pegou a Nina? ://
ResponderExcluirPosta mais e pff continua a web! Ta demais!!
Concordo e não concordo com a anonima que disse que eles tem que brigar se for pra eles brigarem que tenham uma reconciliação daquelas depois!rsrs e concordo que eles tem que achar a Nina logo por que se for pra achar ela depois de anos vai ficar triste e chato :(
ResponderExcluirLine me tira uma duvida?Vc ainda vai colocar o nome daquelas fãs que pediram a um tempinho atras,por que se vc for colocar to na fila em!rsrsrs ;)
Bjinhos sou sua fã vc escreve muitoo bem :))