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Cap 91 - Morando com o inimigo

Se as batidas do meu peito
Fossem canções para o meu anjo lindo
Multidões se fariam ao meu lado
E veriam as notas dos meus olhos caindo...

 Eva, que estava ali para chamar Roberta por causa de Leonel, ficou ouvindo a canção por detrás da porta do quarto. Foi apenas um pedacinho, mas a emocionou. De todas as coisas das quais nunca teve certeza na vida, uma delas era de que sua filha um dia pudesse ser mãe, porque mesmo que isso fosse biologicamente possível, jamais imaginou que Roberta iria querer, ou mesmo assumir esse papel. Sente até um pouco de vergonha de nunca ter sido um pouco mais carinhosa com ela na infância, mais presente em sua vida e mais mãe mesmo. Isso de ficar a todo tempo tentando ser sua amiga, nunca deu certo para nenhuma das duas.
E pensando nisso, ela desce as escadas, decidida a expulsar Leonel, nem que fosse a unhadas de sua casa.
-Volte amanhã! Eu não posso acordar a Roberta agora!
-Achei que já tivesse dito que...
-Eu sei muito bem o que você disse! –Eva se irrita. –Mas se tentar incomodar minha filha hoje, eu acabo com você!
-Calma Eva. –Franco a segura. –E você Leonel, saiba que não queremos impedir que fale com a Roberta, só estamos pedindo que espere até amanhã. Não seja cruel com as duas. Realmente o dia não foi fácil pra elas.
Leonel olha para os próprios pés como se meditasse e em seguida ergue o olhar para Franco.
-Eu tenho tido dias difíceis desde que me casei com essa mulher. –Ele aponta para Eva. –E principalmente depois que ela colocou uma filha no mundo que também é minha.
-Mas eu acabo com você... –Eva avança, mas Franco a detém.
-Agora que essa sucessão está continuando. –Ele prossegue. –E preciso garantir que meus descendentes não irão pelo melhor caminho, diferente da Roberta... Não há tempo a se perder. A minha neta já passou um ano da vida dela com vocês e isso é muito tempo. –Leonel pega o telefone.
-O que está fazendo? –Franco se agita.
-Estou ligando para a polícia. A criança que está lá em cima me pertence e vou tirá-la dessa casa. Ela vai comigo para Itália ainda hoje.
Eva e Franco ficam em choque.
-Você não pode fazer isso! Não pode tirar um bebezinho da mãe!
-Ainda não perdeu esse sentimentalismo, Eva? –Leonel caçoa.
-Juízes corruptos! Não acredito que se vendem tão fácil! –Franco fala entredentes e se aproxima de Leonel. –Mas você não vai conseguir fazer isso.
-E como vão me impedir?
-Você liga para a polícia, meu bem, que eu ligo pra imprensa. –Eva ostenta o celular em mãos. –Em cinco minutos teremos tantas câmeras aqui e de tantos canais diferentes que você será mais reconhecido que o Obama. Eu faço uma cena aqui, choro e digo que você é um monstro! Meus fãs vão comer teu fígado na rua e ninguém vai ter coragem de tocar naquela menina.
Leonel mantém a pose, mas fica preocupado. Não prossegue na ligação e fica olhando para Eva, pensando no que dizer.
-Anda! –A cantora pressiona. –Liga pra quem você quiser, que eu já estou ligando para os meus amigos. –Diz colocando o celular no ouvido.
-Espera! –Ele diz rapidamente.
-O que? Mudou de ideia? –Franco caçoa. –Ligue para a imprensa, Eva!
-Não, não ligue. –Leonel cerra os dentes, irritado. –Ok... Eu não vou ligar para a polícia, mas eu não quero a Roberta aqui com a minha neta. Se não vai comigo, amanhã mesmo ela irá para a casa dos Maldonado. Eu falo com eles e mando o carro para busca-las. Lá, eu dou um jeito nela. Passar bem.
Quando o pai de Roberta sai, sem ao menos esperar resposta e a porta é fechada, Franco se vira para Eva, ambos aliviados e preocupados ao mesmo tempo. Se abraçam e sentam no sofá, tentando pensar em como dizer a Roberta o que está acontecendo.

***

 Em seu quarto, Roberta não consegue dormir, pois os olhinhos de Nina estão quase se fechando e mesmo assim ela continua tentando ficar acordada para ficar com a mãe.
-Você está muito gordinha! Uma coisa muito gostosa, sabia? –Ela beija a bochecha dela como se mordesse e a bebê ri. –Tenho que dizer isso enquanto você não puder ficar brava, né? Oh, você tá a coisa mais fofa e linda desse mundo!

 Roberta brinca, mas vai fazendo carinho e volta a cantar bem baixinho para conseguir que ela desista e entregue os pontos. Em menos de cinco minutos, a menina acaba adormecendo. Mas Roberta mesmo não dorme. Fica observando, com um sorriso bobo nos lábios, a sua menina banhada em sonhos ao seu lado. Os bracinhos estão virados para cima e as pernas gorduchas esticadas, como boa espaçosa que é. E se dá conta de que talvez a canção que escreveu para Nina, realmente fosse compreendida por ela, mesmo com tão pouca idade. Sempre quando canta, como agora, ela se acalma e dorme, quando não fica concentrada a olhar seu rosto. Não seria possível que fosse apenas a melodia de sua voz que a fizesse ficar assim, tão atenta ou tão tranquila.
-Eu te amo minha pequeninha. –Ela sussurra e ri. –A única pessoa no mundo que me faz gostar dos diminutivos...
Roberta deixa o indicador entre os dedinhos dela e vai sentindo sua respiração leve muito próxima. Havia se esquecido de como era bom dormir sentindo-a ao seu lado, o seu cheiro, a sua doçura. E a inércia e a calma logo contagiam Roberta, que deitada, com o lençol puxado até a cintura, termina por adormecer também.
É uma noite de sono tranquilo, em que nem mesmo pesadelos vem lhes incomodar. A vida deixa um pouco de paz na inconsciência.

***

No dia seguinte, depois que todos acordaram e já estão tomando o café da manhã, Eva conta a Roberta sobre o ocorrido na noite anterior e diz que logo um carro irá levar ela e a filha para a casa de Sílvia. A mulher de Leonardo já havia ligado para dizer que Roberta tinha lugar lá a qualquer momento que quisesse ir.
-Droga! Eu não quero ir! –Ela reclama com a mãe. –Não quero ficar naquela casa, quero ficar com vocês! Não vou conseguir fechar os olhos um segundo naquele lugar! Não me sinto segura lá!
-Eu sei, filha... –Eva fica com pena. –Mas seu pai está de novo naquele joguinho. Eu não sei por que ele se preocupa tanto com a criação que a Nina terá!
-Deve ter medo que fique como a Roberta! –Franco diz distraído e as duas se ofendem.
-Ei! –Eva coloca as mãos na cintura. –O que você quer dizer com isso?
-Bom, eu... –Ele fica sem fala.
-Saiba que se for como eu ela terá garra e personalidade! –Roberta se levanta, orgulhosa. –Não será uma idiota como meu pai!
E com isso ela sobe as escadas, indo direto para o quarto para arrumar as coisas. Franco se arrepende instantaneamente de não pensar antes de abrir a boca, pois Eva passa o resto da manhã em seu pé.
 Ao meio dia, o motorista de Leonardo chega. Roberta pega a filha, se despede de todos e segue para a mansão dos Maldonado. Quando chega, Sílvia a recepciona.
-Se quiser pode subir para descansar. Pedi para colocarem o berço que era dos meninos no quarto do Diego.
-No quarto dele? –Roberta parece se iluminar e Sílvia sorri confirmando.
-Achei que se sentiria melhor.

Quando sobe as escadas e abre a porta do quarto de Diego, respira fundo, sentindo o cheiro do perfume dele no ar. Coloca Nina sobre a cama e deita de costas com o celular na mão ligando para ele. A menina se inclina em seu peito e segura seu nariz.
-Atu!
-Dão, dão! –Roberta balança para se soltar e quando consegue, Nina segura de novo. –Eu tenho que ligar pro papai, amor!
-Dão! Dão! –Nina a imita e Roberta tem um ataque de risos, desistindo de ligar para brincar com ela.

De repente alguém bate na porta e abre uma fresta.
-Dido! –Nina aponta e Roberta olha para trás. É Danilo, com uma caixa de brinquedos nas mãos. De alguma forma ela consegue saber quem é quem. Os dois garotinhos são idênticos, com os cabelos lisos, escuros e os olhos castanhos, muito espertos, mas Danilo lembra muito com Diego, principalmente no jeito gentil de falar. Bruno, no entanto, tem uma fala autoritária e lembra Leonardo.
-Oi!
-Oi Danilo! –Ela se senta quando ele se aproxima. –Tudo bem?
-Tudo. Eu posso brincar com ela? –Ele questiona.
-Pode, mas só aqui dentro, ok?
-Ok!
-Ah, você vigia ela um segundo pra mim?
-Vigio.
-Obrigada, lindo!
Danilo fica contente e se ajoelha perto da cama, mostrando a Nina seus brinquedos. Roberta deixa os dois e se afasta, indo até o banheiro para tentar ligar de novo para Diego. Tinha medo da maneira como iria reagir a ligação.

***

No andar de baixo, a porta da frente se abre. Patrícia chegou para cuidar dos gêmeos e não está no melhor dos humores.
-Oi Patrícia! –Bruno chega e a cumprimenta.
-Oi. –Diz secamente. –Cadê seu irmão?
-Tá brincando com a bebê lá em cima.
Ela se espanta.
-A filha do Diego?
-É.
-Ela está aqui?
-Tá. Tá lá no quarto dele.
-Hm... –Ela coloca o dedo no queixo.
-Eu não quis brincar com ela. Bebês não tem graça.
Patrícia o olha.

-É só saber brincar, querido. –Diz com maldade. –E sabe? Acho que vou lá em cima dar um “beijinho” nela. –E sobe as escadas.

Comentários

  1. Aii Meu Deuuus !
    Tira essa Patrícia de perto da Nina !!
    Posta +++++++++++++++++++
    Ameeii *-*

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  2. ALINEEEEEEEEEEEEEEE TRAZ O DIEGO DE VOLTA LOGO PELO AMOR DE DEUS.. FAZ TIPO UMA CENA QUE NA HORA QUE O LEONEL QUISER LEVAR A NINA, O DIEGO CHEGA E SALVA ELA..

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  3. haaaaaaaaaaaaaa posta maisssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss
    traz o diego de volta logo pfv pfv pfv pfv pfv pfv pfv pfv pfv pfv pfv

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  4. Tira essa Patricia! Que raiva que tenho dela!
    Maisssssssss por favor!

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  5. ai meu deussssssssssssss roberta selvagem tem que voltar a tona kkkkkkkkkkkk

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  6. Eita,Patriranha vai apanhar,uhu,mete a peia Roberta kkkkkkk

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  7. Caramba, cada capítulo fico mais admirada. Vc escreve muito, cara! hahaha o/ sorte nossa.

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  8. Mais um otimo capitulo!! E essa sua mania de deixar todos morrendo de ansiedade esperando o proximo!kkkkk

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  9. Poste mais Alineee, muito bom o capítulo, aliás como todos os outros..
    Ps: Não demore para postar..
    Nathália Oliveira

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