-Roberta! Me-me-me desculpa,
eu não queria...
-Quem tá falando?
-Eu juro que não queria
assustar o neném!
-Caíque? –Ela se dá conta e
não consegue responder. Fica paralisada por um instante e depois de encarar o
celular por um momento, o desliga e joga no chão. Ao olhar para a porta, o
primeiro nome que lhe vem à cabeça a apavora.
-Nina... –E não pensa duas
vezes antes de sair apressada. Parece uma eternidade o tempo em que seus pés
percorrem o corredor, como se estivesse no tipo de pesadelo em que tudo fica em
câmera lenta e você não consegue correr.
Dani, que estava vindo do
corredor ao lado, quase se choca com ela.
-Roberta, o que foi? O que
você tem?
-Cadê minha filha?
-Está no quarto que o seu
Franco montou pra ela.
-E onde é? Me leva lá!
-Mas eu a deixei dormindo há
alguns minutos... –Dani coloca a mão no ombro de Roberta e tenta persuadi-la.
–Está tudo bem com ela. Porque não descansa?
-Não quero descansar! –Roberta
a agarra pelo braço. –Me leva até ela agora!
Assustada, a empregada a
leva até o quartinho, um pouco afastado do restante.
-É ali. –E aponta.
Roberta passa a frente e assim
que se aproxima, vê que a porta está um pouco aberta, apesar das luzes estarem
apagadas. O desespero, sem lógica, a faz imaginar mil coisas horríveis antes de
entrar, mas quando entra, sente um imenso alívio com a imagem que vê.
-Mãaa!
Nina fica de pé na grade a
lhe estende os braços para pedir colo. Está com um enorme bico manhoso, como se a esperasse a muito tempo. Roberta vai rapidamente até ela e a
retira do berço, abraçando-a apertado. O pedido, de tão frágil, chega a doer.
-Graças a Deus... –Ela a
beija muitas vezes. –Eu to aqui, não vai te acontecer nada... Nada, eu prometo.
E olhando para um lado e
outro, ela vê o quarto como em um filme de terror. É como se as janelas
escondessem rostos e os cantos escuros fossem esconderijos de algum fantasma. É
tão apavorante que ela segue para fora sem nem perceber e quando analisa a
situação em segundos, não hesita em correr com a filha para seu quarto.
Ao chegar, tranca a porta e
observa o quintal pela janela. Sabe que parece maluca, mas não consegue evitar.
-Tá tudo bem... Hoje você
dorme comigo. –Diz colocando Nina na cama. –Não vou te deixar sozinha, tá?
Roberta mal tem tempo para
respirar e o telefone volta a tocar. Ela não tem dúvidas de que seja Caíque e não
consegue pegar o celular de imediato. Reluta muitas vezes antes de pegá-lo, mas
quando cria coragem, atende com um rosnado.
-Para de me ligar! Nos deixe
em paz seu maluco!
-Roberta, o que foi? Sou eu,
Diego!
Ela sente como se estivesse
caindo de um precipício e se apoia na cama, sentando-se para não cair de
verdade.
-Diego?... –A voz mal sai no
começo, mas logo fica brava. –Diego porque não me atendeu antes? Por que não
retornou minhas ligações?
Nina se assusta e encara a
mãe, um tanto chorosa.
-Aconteceu alguma coisa? O que
foi? –Ele se aflige. –Eu não te respondi por que estava no hospital, deixei o
celular aqui no hotel. O meu pai está internado. Teve uma ameaça de enfarte.
-O que? –Ela desperta.
-Meu pai!
-Acabei de avisar a Sílvia.
Os advogados não param de me procurar por causa da reunião que iria ter hoje.
Está uma confusão enorme aqui! Mas me fala por que está assim! Aconteceu alguma
coisa?
Ela engasga.
-Roberta?
-Seu pai... Está bem? –Ela
tenta se acalmar para organizar a cabeça.
-Está. Os médicos dizem que
ele está trabalhando demais, está muito estressado. Precisa descansar. Te
liguei pra dizer que não sei quando vou voltar, mas... Me fala o que está
acontecendo!
-Diego... –Ela não sabe se
conta ou não. Percebe que ele já está muito aflito e não tem certeza do que
seria melhor lhe dizer nesse momento.
-O que foi? Está me deixando
louco!
-Era o Caíque! –A respiração
dela é descompassada, mas resolve falar tudo antes que a garganta trave. –Era
ele no carro preto. Ele estava nos vigiando por causa da Nina. Não era meu pai.
-Como é que é? –Diego não
absorve a informação de imediato. É muita coisa acontecendo de uma só vez.
-Alguns minutos atrás ele me
ligou, por isso eu te atendi daquela forma, achei que era ele de novo.
Roberta, mesmo sabendo dos
problemas com Leonardo, decide ser verdadeira e lhe conta tudo.
-Então ele me perseguiu até
o prédio. Foi horrível! Horrível!
-Meu Deus! Onde vocês estão?
E a Nina? Está tudo bem?
-Está, não se preocupe.
Estamos na casa do Franco. Estamos seguras.
Ao pensar em Caíque, Diego
cerra os dentes e dá um soco na parede.
-Desgraçado, eu mato aquele
filho da mãe! O que ele pensa?
-Em nada... Ele é... É um
louco...
Diego percebe, mesmo por
telefone, o quanto a voz dela está trêmula.
-Minha linda... Eu vou fazer
de tudo pra estar aí com vocês o quanto antes.
-Tudo bem. Só de ouvir sua voz já me
sinto melhor...
Ele consegue sentir como ela
está com medo, mas não diz. Sabe que Roberta não gosta de admitir, nem quer que
ela se sinta fraca. Mas a incapacidade de proteger a ela e a sua filha nessa
hora, o irrita, o incomoda. Se não fosse seu pai, sairia na mesma hora e
pegaria um voo para o Rio. É como se fosse um inútil, de pés e mãos atados.
Depois de se despedir e desligar
o celular, Roberta segura os joelhos e fica olhando para o nada. Queria que Diego
estivesse apenas atrás da porta e não há tantos quilômetros de distância. Se
pudesse ter seus braços em volta do corpo, suas mãos, seu sorriso, seus olhos.
Mesmo o maior dos medos não conseguiria lhe abater. Mas assim, tão distante,
era como enfrentar um mar de bombas equilibrando uma bolha de sabão entre os
dedos.
Um pouco tristonha, mas
tentando manter a pose de durona, ela se vira para Nina, que está deitada no
travesseiro com o velho urso apertado nos braços e os olhos arregalados a
observá-la durante todo o tempo.
-Own... Por que está assim, meu amor? Hein? –Diz se ajeitando ao seu lado e passando a mão pela cabecinha loura. –Não
precisa ter medo, tá? Eu vou cuidar de você... –E vai acariciando as bochechas rosadas, tão
mordíveis. E ao lhe dar um beijo, sente uma grande angústia. A vontade é de apertá-la nos braços e nunca mais soltar. Mas sabe que precisa se conter e parar
de pensar bobagens.
-Nada vai acontecer. –Ela sussurra
para si mesma. –Nada...
***
Na sala, Franco conversa com
os seguranças e lhes dá instruções sobre a vigilância da casa. Não quer que
ninguém se aproxime sem permissão, muito menos do quarto de sua “neta” e
qualquer um deve ser identificado.
-Não é um pouco de exagero
isso não, bebê? –Eva se intromete.
-É precaução, ou você não se
preocupa com a sua...?
-Me preocupo! –Eva o corta,
só para não ouvir a palavra “neta”. –Chame quantos seguranças quiser! –Diz
enquanto desaba no sofá. –Mas eu acho que a Roberta não tá legal... Digo, da
cabeça. Devíamos ver isso primeiro.
-Foi um susto, Eva! Você
também ficaria assim se tivesse sido perseguida por um maluco que...
-Eu sei, eu sei... Só quero
dizer, bebê, que talvez devêssemos chamar alguém para ajuda-la com a Nina.
-Você acha?
-Eu conheço minha filha...
–Eva pensa. –Nunca a vi tão paranoica!
De repente um dos seguranças
aparece. Está vestido de preto e tem porte de soldado.
-Desculpe incomodar. –Se dirige
a Eva. –Tem um homem lá fora que deseja lhe falar.
-Mas quem pode ser? –Ela
olha para Franco.
-Diz que se chama Leonel.
E de repente toda a
tranquilidade se vai e Eva começa a acreditar que ainda pode ficar pior.
-Fica tranquila e deixe ele
entrar. –O marido aconselha. –Vamos ver o que quer.
Quando o pai de Roberta
entra, com um sorriso cretino no rosto, já desperta em Eva a antipatia que
sentia dele desde o dia em que se separaram.
-O que você quer aqui? –Ela pergunta.
-Quero ver minha filha e
minha neta.
-A essa hora? –Franco coloca
as mãos na cintura, irritado.
-Eu já sei o que aconteceu e
quero oferecer minha proteção. Aliás, proteção que é bem melhor que a que vocês
podem oferecer.
-Na-na-não! –Eva balança o
dedo. –Elas não precisam de você! Já perturbou muito a minha filha! Pode ir
embora! Xô! Rua!
-Pois bem. –Ele retira um
papel do bolso do casaco e entrega a Franco.
-O que é isso? –Ele olha
confuso.
-É uma ordem do juiz. Ou a Roberta vem falar comigo, ou eu subo e pego a minha neta agora
mesmo.
=OOOOOO ahhh me arrependi de ter lido agora!!! ansiosa demais pro próximo! hahaha
ResponderExcluirAh, me Pai! Agora fiquei nervosaaaaaaaaaaaaaaaaa!
ResponderExcluirQuero mais URGENTEMENTE!!!!
Amanda
Dio miooo quero maaaais
ResponderExcluirNão demore tanto a postar o próximo novamente Alinee, já estou ansiosa.. Poste maiis..
ResponderExcluirNathália Oliveira
ALINEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE NAO FAZ ISSO.. TO CHORANDO AQUI, NAO DEIXA ELE LEVAR A NINA E TRAZ O DIEGO LOGO DE VOLTA..
ResponderExcluirOMG! E agora?! Por favor, posta o proximo logo... E mais uma vez, Parabens pelo cap.
ResponderExcluirvelho, esse cara é um idiota! Tadinha da Rob!
ResponderExcluirPosta ++++++++++++++++++++++
ResponderExcluirAmeeii *-*
Não faz ele levar a Nina e faz o Diego voltar logo !!! :)
Acima de tudo: PARABÉNS! Você se supera casa vez mais Aline! Continue assim! Depois: Gostaria que você não me matasse do coração de tanta ansiedade que eu fico por mais capítulos.. Poste maaaaais! O mais rápido possível! Bjs
ResponderExcluirAhhhhhhhhhhhhh
ResponderExcluirTo pirandooooooooo
Capítulo perfeito! Continue assim querida, cada capítulo vale a pena.
Bjs da fã nº1
Darly
Oonw Lindo to ansiosa pro proximo ;D
ResponderExcluirposta maisssssssss URGENTE
ResponderExcluirAline estamos suuper anciosos posta logo pfv, amo dmais essa web !!!!!!!!
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