Quando Diego chega à
Santa Catarina, vai direto ao hotel onde disseram que Leonardo estaria
hospedado. O lugar é imenso e muito bonito, todo decorado com detalhes em
dourado e preto, além dos arranjos de flores e uniformes impecáveis dos
empregados.
Ao subir o elevador e encontrar o quarto
do pai, não hesita em bater. Está louco para acabar logo com esse problema e
voltar para casa. O pressentimento estranho ainda o persegue e sabe que nada o
convencerá enquanto não regressar e ver com seus olhos que está tudo bem.
-Diego? –Leonardo abre a porta e fica
assustado quando o filho o abraça.
-Que susto o senhor me deu, pai!
-Eu sei. Entre, vamos conversar.
Diego caminha até ao centro do quarto e
deixa a mala perto da cama.
-E aí? O que aconteceu com o senhor?
-Nada demais. –Responde ele, com certo
nervosismo. –A Sílvia não deveria ter te enchido a cabeça com bobagens.
-Sua saúde não é bobagem. –Diz se
sentando na cama. –Não pode trabalhar desse jeito, ainda tem dois filhos que
ainda nem fizeram cinco anos! Eles precisam de você saudável!
-Eu sei. –Leonardo compreende a
situação.
-A Sílvia quer que você volte e eu
também.
-Infelizmente eu não posso, tenho uma
reunião hoje à noite.
-E não pode voltar depois dela? –Diego
insiste.
-Você não entende.
-Entendo que você não está em condições
de ficar de pirraça.
-Olha como fala!
-Pai, por favor...
Leonardo pensa e algo em seu físico não
lhe dá sustento para continuar a discussão.
-Pois bem... Depois da reunião, se
tudo correr como esperamos...
-Volta comigo?
-Volto.
-Volta comigo?
-Volto.
Diego sorri satisfeito. Pelo menos o pai
não iria continuar insistindo. Com isso decide então a esperar para voltar com ele
depois da tal reunião que ocorrerá horas mais tarde. Mas não consegue se
concentrar em nada que Leonardo lhe diz nos instantes seguintes. Comentários
vagos sobre estagiar em sua empresa recebem respostas automáticas. Sua mente
está no Rio, vagando por um sobrado rústico onde uma garota linda e louca
costuma se sentar de pernas cruzadas no chão da sala para brincar com uma linda
bebezinha que ama torturar bichinhos de pelúcia. Não entende porque está tão
cismado, quase paranoico, mas as doces imagens o aliviam ao mesmo tempo em que
o preocupam.
-Você está bem, Diego? – O pai pergunta,
fazendo-o despertar.
-Ahn? Sim, claro. Tudo bem.
-Tem certeza?
-É que estou preocupado com o lance do pai da
Roberta. Eu não te contei, mas tem um carro que fica sempre parado na nossa porta e eu acho que está
a mando dele.
Leonardo desvia os olhos. Está metido
até o pescoço nessa história.
-Porque não liga pra ela? –Finalmente
sugere.
-Já tentei antes de subir até aqui, mas
o celular dela parece estar desligado e em casa, ela não atende. Deve ter ido
pra casa da Eva.
-Pra casa daquela mulher?
-É a mãe dela... Eu disse que me
sentiria melhor se fosse para lá com a Nina.
-Deveria ter dito para que fosse pra
minha casa. –Leonardo se chateia.
-O senhor não conhece a Roberta. Ela não
iria!
-Você deveria tê-la obrigado! Não pode
deixar uma mulher mandar assim em você!
-Não é assim que funciona entre a gente.
–A coisa começa a esquentar.
-Ela faz o que quer com você! –Leonardo vira
de costas e se serve de whisky enquanto resmunga. –Não sei como fui criar um
filho assim tão frouxo, que deixa uma mulher trata-lo dessa forma.
Diego cerra os dentes e os punhos.
-O senhor não sabe nada da minha relação
com a Roberta.
-Sei que você anda debaixo dos pés dela!
-Sei que você anda debaixo dos pés dela!
A raiva e a mágoa que as palavras
provocam em Diego o fazem querer ir embora. Mas quando se vira para pegar a
mala, pensa que fazer isso seria como abaixar a cabeça. Está ali para levar Leonardo para casa. Seu pai era o imprudente, o irresponsável de toda história, não ele. E tal
pensamento o faz decidir ficar.
-E sabe de uma coisa, sou eu quem não
entende como posso ter um pai assim, tão arrogante! Como pode sempre se colocar tão superior a todos? Te faz bem ser tão hostil? Hein pai? Se nos ama,
como pode agir dessa forma? Vai criar os meus irmãos dizendo as mesmas coisas
que diz pra mim desde que me lembro? Quer vê-los passar pelas mesmas rebeldias
e cair mesmos buracos que eu?
Leonardo não responde. Está com as mãos
sobre o balcão, ainda de costas. Quando tenta se virar, seu rosto está pálido,
seus olhos morteiros e não consegue falar. Quando tenta o movimento, fracassa e
o copo de whisky se espatifa no chão. Antes que Diego possa socorrê-lo, o homem também desaba, quase desmaiado.
-Pai! –Diego se ajoelha ao lado dele e
tenta chama-lo, mas o homem parece em transe, com os olhos abertos mirando o
nada. É como se não pudesse respirar.
-Me perdoe. –Diz com voz baixa antes de perder por completo a
consciência.
Em meio a todo desespero, Diego ainda
consegue chamar a ambulância. O socorro vem rápido e o levam para um hospital
particular. Leonardo é internado às pressas, mas ninguém diz nada a Diego sobre
o que ele tem.
***
E pisando fundo no acelerador, feito uma
louca pela cidade, Roberta acaba se deslocando para muito longe de casa. Não
sabe exatamente para onde está indo, até que se lembra da Vila Lene. Com
certeza, o único lugar onde Caíque não imaginaria encontra-la.
Quando chega perto do loft do professor
Vicente, vai logo estacionando. Sobe e já começa a esmurrar a porta.
-Já vai! Já vai! –Vicente vem atender e
se assusta com o desespero de Roberta ao entrar.
Tomás e Carla, que estavam no sofá, vão de
encontro a elas.
-O que houve? –Eles perguntam.
-Tranca a porta!
-Mas o que aconteceu? –Vicente questiona.
-Ele tava me seguindo!
-Ele quem? –Carla se inquieta. –Calma,
Roberta! Explica o que tá havendo!
-É, e dá cá minha afilhada, que você tá
assustando a garota. –Tomás pega Nina. –A mascotinha tá parecendo um tomate de
tão vermelha! O que fez ela chorar assim?
-É que... Bom... Acho que perdi a
chupeta dela, e o Caíque...
-Caíque?
Carla se espanta ao se lembrar do nome e
então Roberta conta toda a história. Seus olhos inquietos e arregalados causam
pânico nos amigos e Vicente a aconselha:
-Liga pro Franco! Conta a ele! Pede
ajuda!
Carla busca um copo de água para ela e
se senta no sofá ao seu lado.
-O Franco?
-Claro! Quem mais?
-E avisa o Diego também. –Tomás
completa. –Ele tem que vir proteger a cria né?
-Tomás! –Carla o corrige.
-O que foi?
-Agora não é hora de brincar! Faça algo
útil e vá à farmácia buscar uma chupeta pra menina.
-Mas ela não tá mais chorando.
-Vai logo! –Carla se irrita.
-Ok, tá bom... –Ele entrega a bebê para Vicente.
–Vou aproveitar e comprar uma pra mim também, pra ver se me consola desse
tratamento que você tá me dando... Buhbuhbuh... –E sai resmungando.
Quando volta, alguns minutos depois,
Roberta está tentando ligar para Diego pelo telefone fixo, enquanto Carla fala
com Franco pelo celular. Quando olha para Vicente, percebe que o professor não
é muito bom com crianças.
-Que bom que você chegou! É toda sua!
–Ele lhe entrega Nina, que está muito agitada.
Com um sorrisão, Tomás se senta no sofá e
a coloca de pé sobre seus joelhos.
-Essa garotinha não é fácil! Vai ser
metaleira, né gatinha? –E ele brinca com ela, no intuito de fazer com que ria. –Olha
o que o dindo trouxe! –E lhe mostra a chupeta nova, mas a menina não dá a
mínima. Fica todo tempo virando o pescoço para ver a mãe. É como se pudesse
sentir a aflição dela.
Durante todo o resto de tarde e um pouco
da noite, Roberta fica com os amigos no apartamento de Vicente. Diego não havia
atendido o celular, mas Franco sim e já estava vindo para busca-las. Quando já
está perto das dez, uma limusine para na Vila. O casal, vindo diretamente do show, entra
enlouquecido no loft.
-Ai, meu Deus, vocês estão bem? –Eva
chega agarrando Roberta e enchendo Nina de beijos que a borram de glíter.
-Agora está. –Roberta diz, ansiosa. –Mas
foi um baita susto!
-Eu já informei as autoridades e estão
atrás dele. –Franco avisa. –E não se preocupe, que você e a Nina vão lá pra
casa. Já tem dois seguranças contratados pra que esse louco não possa se aproximar
de vocês.
Roberta respira com alívio, apesar de ainda
sentir que algo ruim está por vir.
Quando se despede dos amigos e vai
embora, percebe o quanto fica sem chão quando Diego não está ao seu lado.
***
Ao chegar à casa de Eva, Dani vai logo
se oferecendo para cuidar e dar banho na bebê.
-Não precisa. –Roberta se esquiva. –Eu
mesma faço isso.
-Você teve um dia difícil. –A empregada
insiste. –E pra mim é um prazer cuidar dessa lindinha.
-É isso aí! –Eva tira a menina de seus
braços. –Vai pra cima, que você precisa tomar banho também.
-Mas mãe!
-Mas nada! Anda! Vai, vai!
Contra a vontade, e praticamente
empurrada, Roberta sobe para seu antigo quarto. A cabeça cheia de paranoias por se afastar da filha.
Ao entrar, ela ajeita suas coisas em um
canto e coloca o celular para recarregar. Observa que seu quarto ainda está com
a mesma decoração: O preto e o branco predominante, as várias caveirinhas
brilhantes nas paredes e os pufes negros e roxos espalhados pelo chão. O quarto parece
ter parado no tempo.
Ela escolhe um pijama confortável,
composto de meias longas e camiseta folgada. Deixa-o em cima da cama e segue
para box, onde toma um banho relaxante, tentando tirar aquele dia de
seu corpo.
Assim que termina e se enrola na toalha, ouve o celular tocar. Não consegue deixar de imaginar quem seria e seu coração se aperta. Sai do banheiro às pressas, fazendo um caminho de respingos pelo o tapete do quarto até impulsivamente atender a chamada.
-Diego?
Assim que termina e se enrola na toalha, ouve o celular tocar. Não consegue deixar de imaginar quem seria e seu coração se aperta. Sai do banheiro às pressas, fazendo um caminho de respingos pelo o tapete do quarto até impulsivamente atender a chamada.
-Diego?
Aiii meu deuuuus,meu corção ta apertado hahaha ta maravilhoso Aline,como sempre hahhaha quando vai postar mais?
ResponderExcluirPosta +++++++++++
ResponderExcluirAmeeii
OMG q nervoso... Arrasando sempre Aline! Hiper, mega, ultra, super ansiosa pro proximo cap u.u
ResponderExcluirPosta +++++++++ esta cada dia melhores os capitulo..... quando vc vai posta o proximo?
ResponderExcluirPerfeito.. Como sempre né Aline?? A cada dia você se supera, poste mais.. Tô esperando..
ResponderExcluirameii
ResponderExcluir++++++++++++++++++++++++++
ResponderExcluirAAAAAAAAAAAH QUE NERVOSO ALINE!! Ta perfeito, simplesmente <3 posta mais looogo
ResponderExcluirMulher,você quer matar-nos de ansiedade?? Tá demais!! Eu tô criando milhões de hipóteses sobre o que aconteceu com o Leo... Vou acabar morrendo de ansiedade!! haha
ResponderExcluirBeeeeijoos! <3
Mari!
ahhh vou ficar loucaaa posta maisss
ResponderExcluirAlineeeeee quer me matar... Poste mais, por favoooooor...
ResponderExcluircaraca posta mais
ResponderExcluirPelo amor de Deus Aline, poste mais.. Tô desde o dia 10 ansiosa aqui..
ResponderExcluirEstou em final de período, mta prova, mto trabalho, mas vou postar nessa quarta... Tenho mais uma prova e to de férias, aí termino a web rapidinho também ;) bjks
ResponderExcluirMaravilhosoooooo! haha caramba, sua web marcou o último ano! Parabéns! Seu talento é incrível! Sucesso!
ResponderExcluirAline mulher quer matar a gente é? Quarta ja passou cade o movo epsodio, muuuuuuuuito anciosa
ResponderExcluirSe garante vc! Parabens.
Posta logo eu estou morrendo de anciedade
ResponderExcluirAlineee.. Poste logo, to quase achando que abandonou a Web.. Não faz isso comigo, acaba logo com a minha tortura..
ResponderExcluirNathália Oliveira
Alineeeeeee nao faz tortura :"(
ResponderExcluirLinee por que o Caíque fica chamando a Nina de meu nenem? O.o posta logooooo!
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