A sensibilidade nos faz amar
a inocência, a fragilidade e a pequenez que nos rodeia. Ela nos torna admiradores
das coisas delicadas do mundo, das que se danificam muito facilmente. Ela nos
torna seres que nunca vão compreender como alguém pode obter prazer ao destruir
o que a natureza produz de mais puro.
***
Com as mãos soltas sobre a
barriga e as pernas gorduchas esparramadas, Nina continua a dormir em um sono
profundo. Patrícia, no entanto, decide mudar essa situação.
-Ei! Acorda! Olha pra mim! -Com
a mão em seu peito, ela a balança insistentemente para que acorde.
Nina abre os olhos, ainda
sonolenta e desorientada. O olhar espremido fica fixo em Patrícia, que vista de
dentro do carrinho, parece um enorme monstro pronto para comê-la.
-E então? Deixaram a
loirinha melequenta sozinha, foi? Você não é assim tão importante não é, meu
bem?
Nina olha ao redor em busca
da mãe, mas como não a encontra, começa a sugar a chupeta com força, tentando
canalizar o medo.
-Que asco! –Patrícia se
incomoda com a atitude. –Quem inventou essa porcaria, não tinha nada melhor pra
fazer não? –E é quando a tira da boca dela, intrigada com os detalhes gravados
no objeto transparente. –Mas o que é isso?
Percebe rapidamente que
aquele não é um objeto qualquer. O nome da bebê está gravado no centro com
pequenos strass. Havia sido presente de Carla, que pediu para colocarem o nome
da afilhada nele. Isso dá uma ideia a Patrícia, que sorri pensativa. Logo que enrola
a chupeta em um lenço e a guarda no fundo da bolsa, Nina reclama.
-Ah, não seja chatinha vai...
–A garota ignora os choramingos. –Não vou perder essa oportunidade. Isso aqui
vai ser muito mais útil pra mim do que pra você. –Assim ela sai, subindo as escadas
rumo ao quarto dos meninos, sem ao menos reparar no rosto de desamparo de Nina.
A única coisa em que pensa, é que pode tirar muito proveito do fato de estar tão
próxima daquela família, ainda mais sabendo que seres indefesos sempre podem
servir muito bem como alvo.
***
No escritório, Roberta continua
a conversar ao telefone com Dani. Ao ouvir a empregada dizer que Eva está
fazendo show e que Franco foi para acompanha-la, conclui que não há porque
passar a noite lá. Se estaria sozinha de qualquer forma, pensa que é melhor
dormir na própria casa mesmo.
-Obrigada Dani. Não, não
precisa dar recado, não é nada importante.
Ela desliga e suspira. Em
outras circunstâncias não se preocuparia em ficar sozinha, mas a possível ameaça
do pai lhe tira o sossego. Mesmo que Carla ou Alice fossem dormir em sua casa,
não conseguiria se sentir segura. Seu pai, ou quem quer que ele mandasse,
dobraria facilmente um bando de garotas magrelas com um bebê a tira colo.
-Saco. Hoje não é o meu dia
mesmo.
Assim que retorna à sala
tentando formular um plano e reclamando consigo mesma, Roberta se espanta com a
cena. Não há choradeira, nem escândalo na sala, mas os balbucios, a carinha
assustada e os olhos marejados de Nina no colo de Sílvia, a desequilibram.
-Oh, meu bebê, o que foi?–Roberta
caminha rapidamente para pegá-la nos braços e a envolve em carinhos.
-Fui ver os meninos por um
minuto e quando voltei estava assim. Deve ter se assustado ao acordar sozinha
em um lugar que não conhece.
Roberta se senta, franzindo
o cenho. Isso não é normal.
-Pra uma criança que acorda
sempre falando ou cantando como um papagaio até nos camarins dos shows, isso é
novidade.
-Crianças sempre têm
novidades! Pode ir se acostumando. –Sílvia brinca.
Mesmo pensativa, Roberta decide
não estender mais o assunto e se concentra em Nina que deitou a cabeça em seu ombro
e se encolheu, chupando o dedo. Ainda está com muito sono e em alguns minutos, volta
a dormir.
-Então a Eva está viajando?
–Sílvia pergunta após ouvir o relato de Roberta sobre a conversa que teve por
telefone com Dani.
-Sim. Mas depois eu falo com
ela. Não é nada urgente. –Disfarça.
-É algo em que eu possa
ajudar?
-Não, não... Mas obrigada
mesmo assim.
-Quando precisar, saiba que
estou do seu lado. –A madrasta de Diego a olha como uma cúmplice, dando a
entender que não era indiferente aos problemas que estava passando.
Roberta ia agradecer quando
ouve um barulho de passos na escada. Uma voz rapidamente se interpõe entre
elas.
-Desculpe, não quero
incomodar, só estou procurando os meninos. –A falsa timidez não convence a
todos.
-Eles foram para o quintal,
Patrícia. –Sílvia se vira para ela e responde, sorrindo. –Disse a eles para não
ficarem lutando dentro de casa, então foram jogar futebol no gramado. Por
favor, não deixe que eles causem muitos hematomas um no outro!
-Claro, não se preocupe. –Patrícia
sorri e desce mais alguns degraus. Quando passa por Roberta, não resiste a
provocação. –Sua filha está uma gracinha!
Quando tenta passar a mão na
cabeça de Nina, no entanto, Roberta desvia, encarando-a com hostilidade.
-Acho que se lembra bem do
nosso último encontro.
A garota entende a frase, assim
como se lembra do último encontro, mas está se sentindo em muita vantagem para
se zangar. Então apenas se recompõe e tenta manter a pose.
-Me desculpe, com licença. –E
segue para fora da casa.
Assim que ela cruza a porta,
Roberta decide ir embora. Não se lembrava de que encontraria a garota ali e
isso a deixa irritada consigo mesma. Sílvia a entende, mesmo que não veja o que
Patrícia possa ter feito para despertar tanta antipatia dessa maneira.
-Qualquer coisa me liga,
ouviu Roberta? –Diz ao chegar à porta. –Qualquer coisa.
-Ok, pode deixar.
E com um sorriso de gratidão
à “pseudo-sogra”, ela deixa a mansão dos Maldonados. Está contente por ter
Sílvia ao seu lado, mas mesmo assim não sabe se deve confiar em deixar Nina todos
os dias naquela casa. Algo lhe diz que talvez não seja uma boa ideia.
***
Um pouco distante dali, com
um pouco mais de alegria e menos de problemas, estão Pedro e Alice. O rapaz a
levou até um bairro de classe média para lhe mostrar algo que, segundo ele, é
muito importante.
-Porque estamos parados aqui
na calçada, nesse sol escaldante? –Alice reclama batendo o pé no chão sem
parar. –O que tem de extraordinário nesse lugar, afinal?
Pedro chega mais perto e
fala em seu ouvido.
-Está vendo aquela casa? –E
aponta para uma simples à esquerda, em tons pastéis.
-Qual? Aquela feia, pequena
e com a grama mal aparada?
Toda a alegria se vai do
rosto de Pedro instantaneamente e Alice então nota que fez burrada.
-Ah, não me diga que... –Ela
deduz apavorada. –Não foi isso que eu quis dizer.
-Eu sei que não é grande
coisa.
-Não é isso, eu...
-Juntei grana desde nosso
primeiro show e ainda vou pagar muitas prestações, mas pra você isso é troco de
bala, não é? –Ele fecha a cara, chateado e começa a caminhar pela calçada,
deixando-a para trás.
-Ei, espera! Pedro!
Quando o alcança, Alice
agarra seu braço e tenta acalmá-lo.
-Não saia desse jeito, por
favor.
-Eu deveria saber que quem
tem tudo não iria ver graça naquele barraco!
O orgulho dele é grande
demais, mas Alice não se deixa abater.
-Não é um barraco! Não ligue
pro que eu disse. Estou de TPM e você sabe que mulher de TPM não é culpada por
seus atos! –Ela faz dengo. –Por favorzinho amor, não faz isso comigo. Me leva
pra conhecer a casa!
Pedro para e olha para ela,
tentando decifrar em seu rosto se o que diz é verdade.
-É sério que quer conhecer?
-Sim, amor, me leva!
Convencido então pelos
clamores, Pedro a leva para conhecer a casa por dentro. Apesar de simples, é
muito aconchegante e delicada. Não tem quase nenhum móvel, mas cheira a lar.
Alice ouve todos os planos
do namorado quanto às mudanças que deseja fazer para que o lugar fique
perfeito. Quando se afasta um pouco, para em uma janela grande com vidros
transparentes e fica observando como Pedro fita com carinho cada pedaço daquela
casa.
-Estou muito orgulhosa de
você, amor.
Ele desperta com a frase e
vai até ela, um tanto surpreso.
-Orgulhosa?
-Lógico! –E lhe dá um beijo.
–Está pensando em sua família. Em dar a eles uma vida mais confortável. Isso é
muito fofo da sua parte!
Pedro balança a cabeça
negando.
-Não. Minha mãe e meu irmão
não precisam dessa casa e não é para eles que eu comprei.
-Não é? Então, pra quem...?
Pedro fica em silêncio,
apenas com um sorriso no rosto, até que Alice entende e arregala os olhos.
-É isso mesmo que está
pensando. –Ele se aproxima mais e segura as mãos dela. –Eu comprei pra nós
dois. Quer dizer... Se você aceitar ser minha mulher.
Obaa...
ResponderExcluirQ bom q ta tendo mais tempo pra postar Aline... Tava com saudade de
quando postava toda semana rs' Nem preciso dizer q o Cap ta perfeito
neh? Parabens e obrigado por nos dar a oportunidade de ver o seu
talento. =)
ARGGHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirCOMO EU ODEIO ESSA patricia!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ficou completamente incrivel, Aline. Eu amei o pedido do Pedro!
PS: Já tô com saudade do DiRo junto...
Posta ++++++++++++++++++++
ResponderExcluirAmeeii *-*
Esta lindo Aline, quando puder posta mais. bjkasss
ResponderExcluirraaaaaaaaaaaaaaaiva da patricia, não gosto quando ela maltrata a Nina.
ResponderExcluirtadinha da Nina, essa Nina não pode fazer mal a ela. não deixa que essa patricia/monstro faça mal a ela pf
ResponderExcluirass Sophia
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh
ResponderExcluirQue perfeito! Quero mais!
ameiiiiiiiii
ResponderExcluirTô super feliz que tenha arrumado um tempinho amiga!
A Nina podia dar uma bela dentada nessa peste!
Ass: Darly
To com odio dessa Patrícia e ainda por cima essa praga tem o meu nome grrrrr
ResponderExcluirÉ mto bom ler sua web Aline, vc arrasa, obg,obg,obg :)
ResponderExcluirPatricia vadiaaaaa! Posta mais line!! E faz ela morrer! Bjsss
ResponderExcluirFaz um caminhao pasar em cima dessa Patricia!
ResponderExcluirVanuza