Diego corre, acotovelando as pessoas e se desculpando
mutuamente. Roberta e Nina estão bem à frente dele, mas mesmo assim não desiste
de alcança-las. Corre e se esgueira conseguindo por fim chegar perto o
suficiente para agarrar Roberta pelo braço.
-Espera! Não pode sair assim e me deixar daquele jeito!
Ela puxa o braço.
-Não, não faz! Você está com a minha filha e não pode sair
correndo assim com ela!
-Eu não saí correndo! E além do mais ela é minha filha
também e é você que não quer ficar com ela!
-Eu não disse isso!
-Disse sim! –Roberta lhe dá as costas e tenta andar.
-Espera! Que coisa! Para de fugir! –Ele volta a agarra-la
pelo braço.
-Eu não quero ficar com seu mau humor! Vai conversar com seu
pai, que os dois têm a mesma rabugice!
-Olha como fala!
Neste momento, cansada de ficar olhando de um para o outro e
apavorada com toda aquela algazarra, Nina começa a chorar, interrompendo os
dois, que se esquecem instantaneamente da briga ao ouvi-la.
-Não, não chora meu amor... –Roberta segura a cabeça da
menina contra o ombro.
-O que ela tem?
-O que você acha? Nós a assustamos...
-A gente não estava gritando com você não, filha. –Diego a
conforta.
-É, amor, tá tudo bem, a gente não vai mais gritar, tá? Não
chora. Mamãe só queria socar um pouquinho o papai.
-Roberta!
-Que? É verdade...
Roberta sai do caminho e se senta em um banco alguns passos
adiante, embalando a menina que ainda está com os olhos molhados e totalmente
vidrados no rosto deles, como que esperando tudo aquilo recomeçar.
Diego se senta ao lado delas, observando, preocupado. Roberta o olha feio, com muita vontade de dizer
“A culpa é toda sua”, mas termina não querendo piorar as coisas com uma frase
tão medíocre. Em vez disso o que diz é:
-O que a gente fez foi errado.
-Mas foi você é que saiu feito uma doida e...
-Eu estou falando de brigar na frente dela! –E o
corrigiu no tom mais delicado que conseguiu manipular.
-Ela é um bebê, ainda não entende.
-Mas sente! Além do mais... –Roberta se deteve, temendo
provocar mais choro em Nina. –Ah, deixa pra lá, eu vou pra casa. –E disse se
levantando. –A gente volta a conversar em casa quando ela estiver dormindo.
-Mas... –Ele se levantou e pareceu querer impedi-la, mas acabou
desistindo. Também não queria brigar na frente da filha. Mas mesmo que quisesse
dizer mais alguma coisa, também não iria adiantar muito, pois Roberta não esperou
para ouvir e já está distante, desviando das pessoas e saindo do parque.
Diego respira fundo enquanto as olha, chateado e confuso. E
como que para terminar de vez com o que tanto queria fazer e que agora havia se
tornado um peso, ele segue para a casa do pai.
-“Eu não deveria ter falado daquele jeito com ela.” –Ele pensa
enquanto dirige. –“Mas a Roberta também não é fácil. Ela deveria entender que
não era...” –Diego analisa. –“Ah, que dia!”
Os pensamentos continuaram divididos e não pararam até ele
chegar à casa do pai. Turbulências e tanto gerando minutos de angústia durante
a trajetória.
Ao tocar a campainha ele é recebido pelos irmãos.
-E aí molecada? –Ele brinca com os meninos. -Cadê o papai?
-Tá no escritório falando no telefone um montão de tempo.
–Bruno avisa e Danilo só olha. Com quatro anos, ele já estão muito espertos.
-Valeu, eu vou lá falar com ele, podem voltar a brincar.
Diego caminha até atingir o final do corredor e bate na porta de
madeira escura.
-Entre.
-Oi pai. Sou eu. –Ele abre e encontra Leonardo na poltrona, atrás
da mesa, acabando de desligar o telefone.
-Oi filho. Tudo bem com você? –O homem é natural e sorri.
-Na verdade não. Estou com problemas com Leonel. –Diego vem
a frente e se senta.
Leonardo fica apreensivo. Já sabe do que se trata.
-Mas o que houve?
-Vou direto ao ponto. -Diego está tenso. -Leonel quer levar a Nina pra
Roma. Disse que vai conseguir a guarda dela porque segundo ele, Roberta e eu
não somos maduros o suficiente pra criar uma criança.
-É sério isso? –Leonardo atua, se mostrando assustado.
-Muito. Eu preciso da sua ajuda. Roberta e eu não entendemos
de leis. Estamos muito nervosos.
-Sei. –Leonardo fica pensativo. –Não se preocupe.
Vou falar com ele primeiro para ver se consigo chegar a um acordo. Qualquer coisa
nós brigaremos no tribunal. Eu vou te ajudar no que eu puder.
-Sério pai? Nossa, obrigada! –Diego fica emocionado. –Não
sabe o quanto esse seu gesto significa pra mim.
-Imagina. –O pai fica sem graça.
-Não, mas é verdade. Eu nunca imaginei que pudesse contar
com você dessa forma e que o senhor fosse se importar tanto com a gente.
-Diego... Não precisa...
-Não, eu quero dizer. Eu sei que as coisas sempre foram
difíceis de aceitar pro senhor. Achei que pela Roberta e eu sermos muito jovens
e termos tido uma filha, o senhor jamais iria nos aceitar, mesmo que não
tivéssemos sido responsáveis. Mas hoje vejo o quanto o senhor mudou, vejo que posso
contar o meu pai e...
-Chega, Diego! –O homem fica desconcertado.
-Tá, eu to falando e falando sem parar. –Diego ri para si
mesmo. –É que o senhor não sabe como fiquei feliz. Tive medo que me negasse
ajuda.
-Que isso... –Leonardo fica sem graça. -Eu não... Não faria algo...
-Não sei como pude duvidar, me desculpa. -Ele se levanta. -Agora eu já vou, e
mais uma vez obrigada pai. Não sabe como estou muito mais aliviado. –Diego lança
um segundo olhar carinhoso a ele, deixando-o pior.
Assim que o filho sai, Leonardo recosta na cadeira, olhando
para o nada, completamente atingido e derrubado por um amargo remorso. E de um
momento para outro ele pega o telefone e disca. Para na metade dos dígitos, pensando
no que irá fazer, mas em seguida continua. O telefone chama.
-Alô? Leonel? Você precisa falar com a Roberta. Eu tive uma
ideia. Me escute bem...
A conversa é rápida. O plano será, com certeza, logo posto
em prática.
***
Diego está atravessando a sala quando escuta uma voz
diferente.
-“Danilo? Bruno? Cadê vocês, crianças”?
Uma garota, que não deve ter mais de 18 anos desce correndo
as escadas e para bem em frente a Diego. Tem os cabelos castanhos, lisos e
cortados bem curtos, estilo chanel. Tem um belo corpo e veste uma roupa simples,
apenas jeans e camiseta.
-Quem é você? –Diego pergunta, estranhando.
-Sou a nova babá das crianças. –Ela gosta da visão que tem e
deixa um sorriso no canto da boca. –E você? Quem é?
-Sou irmão deles. Diego.
-Ah, muito prazer. –Ela estende a mão. –Sou Patrícia. Será
que pode me ajudar a achar eles?
Diego sorri e aponta o dedo para a mesinha no canto da
parede. Bruno e Danilo estavam debaixo dela, segurando o riso.
-Ah, vocês estão aí! –Ela corre até eles e os puxa de lá,
segurando cada um por uma mão. –A mãe de vocês está doida procurando!
Ela já vai subir, quando lhe bate uma curiosidade.
-Ei, mas... –Ela se volta para Diego. –Parece que já te vi
na faculdade.
-Você não está no 1º período de nutrição?
-Sim!
-É do lado da minha sala. –Ele se lembra. –Seu rosto bem que me é
familiar.
-O seu então... –Ela o olha de cima a baixo. –Mas você não mora
aqui, não é?
-Não. Moro num sobrado com minha namorada...
-Ah... –Ela desfaz o sorriso na hora.
-...e com minha filhinha Nina.
-Filha? –O queixo da garota cai. –Você tem filha?
-Sim. Vai fazer 1 aninho. -Diego sorri.
-Nossa. –Ela busca se recuperar. –Bom, então trás ela um dia
aqui. Adoraria conhece-la.
-Pode deixar. Agora eu já vou. E vocês... –Ele se vira para
os irmãos que a todo tempo observaram calados o diálogo. –Obedeçam à Patrícia,
ouviram bem? Não causem problemas a ela, ok?
-Siiim! –Eles gritam em uníssono.
-Foi um prazer. -E se volta a ela.
-O prazer foi TODO meu.
A garota fica imóvel, vendo-o sair, mordendo os lábios e
sorrindo.
-Gente... De perto é ainda mais gato... Aposto que a garota engravidou pra prender ele, só pode.
-Que? -Danilo perguntou.
-Nada, pirralho! -Ela acorda. -Anda, subam logo! -E empurra as crianças para cima.
***
Ao chegar em casa, a primeira coisa em que Diego pensa é em
contar vantagem. Agora até Roberta dormiria mais tranquila, afinal seu pai
também os iria proteger e ele tinha tanta força quanto Leonel. Ela devia isso a
ele, que estava certo desde o começo.
-Quero ver se ela não vai me agradecer. –Vai resmungando
enquanto sobe as escadas até o andar de cima. –Vai ter que me dar razão!...
E a chama:
-Roberta!
Como ninguém responde, ele segue até o quarto.
Um capitulo e melhor q o outro! Impressionante! Mto curiosa! Posta mais *-*
ResponderExcluirAaah foi tão pequeno ! Posta mais essa semana ! Beijooos
ResponderExcluirBabá vadia.. Posta ++ line *-*
ResponderExcluirE aí Aline?! Aqui estou eu outra vez :D! E com o coração na boca, isso não vai prestar... Como se não bastasse os pais prepotentes e idiotas que eles tem, agora ainda tem a babá vadia! Posta logo o outro, não deixa a gente assim não! :*
ResponderExcluirLindo, lindo, lindo, lindo, lindo!
ResponderExcluirQuero mais!
Nossa, essa tal de Patricia chegou em uma pessica hora, mas eu sei q o Diego ama a Roberta e jamais a trairia.. Eu acho!
Tô mega curiosaaaaaaaaaaaaa
hum...patricia...não gostei dela kkk
ResponderExcluiramei amei amei!
Amei!
ResponderExcluirPosta ++++++++++++++++++++
ResponderExcluirAmeeii *-*
Maaaaais,vc se supera a cada dia
ResponderExcluirAh não essa Patrícia!! Posta logoo mega curiosa By: Julia
ResponderExcluirmeu velho q odio dessa tal de Patricia... to amando,posta +++++++++++ Line!
ResponderExcluirALINE, VC ESCREVE SUPERBEM!!!!
ResponderExcluirEu posso ser entrometida e te implorar para essa Patricia levar um toco????
posta mais!!!!
prevejo essa Patrícia atrapalhando Diego e Roberta,aff hahaha,capítulo ótimo Aline :3
ResponderExcluircada vez melhor
ResponderExcluirposta mais pf
eles nao podem tirar a Nina do Diego e da Roberta pf
Aline.. to ansiosa demais. Comecei a ler apenas alguns capitulos e de uma hora pra outra me apaixonei e terminei de ler tudo em dois dias.
ResponderExcluirpf posta logo!!