Leonel se levanta e caminha sorrindo ironicamente.
-Brincadeira? Brincadeira é essa vida que vocês têm
levado, com a ajuda da louca da Eva!
Roberta ameaça avançar, mas Diego a segura e encarando
Leonel, começa a falar.
-Quem você pensa que é para entrar aqui desta forma? Invasão
é crime, sabia?!
Leonel ri com desdém, olhando-os de cima a baixo.
-Então chame a policia e vejamos o que acontece.
-O que você quer, afinal? -Roberta pergunta, tentando
controlar a raiva que sente.
-Já disse o que quero, vim apenas te dar um prazo.
-Ah, é mesmo?! –Ela coloca as mãos na cintura e ergue as
sobrancelhas, irônica. –E posso saber quais serão as consequências se nós simplesmente
fingirmos que o que você diz é menos que um latido?
-Olha o respeito, menina!
-Você não merece meu respeito!
Vendo que Roberta está irritada, Leonel tenta se manter
frio.
-Me escute, eu tenho uma proposta... Para evitar
problemas, levo apenas a criança, você não precisa vir! Ela será criada como
você deveria ter sido criada, com disciplina!
-Você é maluco? Em primeiro lugar “a criança tem nome”
–Roberta não aguentou. –E em segundo, você não vai nem chegar perto da Nina.
Nunca! Está ouvindo?
-E o que vai fazer para evitar? Ela tem o meu sangue
também.
Roberta perde a paciência com as ironias do pai e está
prestes a ataca-lo, mas Diego é mais rápido passando-a para traz e encarando Leonel
a um palmo de distancia, com total hostilidade.
-Não se meta com a minha família. –Ele olha bem dentro
dos olhos de Leonel.
-É a minha família também.
-Você não tem família. –Roberta interfere.
-Você vai se arrepender se não nos deixar em paz, é a ultima
vez que falo.
Percebendo a fúria que emana de Diego, Roberta se
preocupa, e começa a puxa-lo.
-Diego não faz isso! É o que ele quer, tirar nossa razão,
provar que somos incapazes de criar a Nina!
-Mas vocês são incapazes! E não sou o único que pensa assim.
-Como? –Diego fica desconfiado.
-Muitas pessoas tem absoluta certeza disso.
-Olha aqui!
-Olha vocês! –Ele levanta o dedo. –Eu não quero brigar,
mas também não vou recuar se vocês quiserem me enfrentar. Eu só quero o melhor
para Roberta e para minha neta, e estou aqui para ajudar, mesmo que seja contra
a vontade de vocês, porque sei que um dia verão que foi o melhor a se fazer.
O casal não consegue absorver aquilo. Será que ele não
compreendia que aquela mistura dos três já era insolúvel? Não havia como, não
havia chances da vida deles retroceder. Eles já estavam divididos em outra
pessoa. Uma pessoa muito pequena para entender o quanto carregava de amor.
-Você... –Roberta fica pasma. –Você ainda tem coragem de
dizer que quer ajudar?
-Claro que quero. –Ele se mostra prático. –Vocês dois
terão uma vida muito, mas muito mais fácil sem a menina.
-Você é um doente! -Diego voltou a encará-lo. –Acha mesmo
que seria fácil?
-É porque pra ele foi, Diego. –Roberta diz com rancor ao
se lembrar de que ele a havia abandonado.
-É só pensar um pouco. –Leonel pareceu não compreender a
indireta. –Pensem em quanta despesa essa menina dá a vocês, além do tempo que ela
consome. Pensem em como terão de novo a liberdade, vão poder sair mais, se
divertir, até dormir mais.
-Ao contrário. Eu não vou conseguir dormir nunca mais na
minha vida. –Roberta encarou-o triste e orgulhosa.
-Sem dramas, por favor, filha. Não é para tanto. Pense
que além de tudo, vão garantir a ela um futuro maravilhoso, nos melhores colégios
da Europa.
-Chega. –Diego se exalta. –Não quero mais saber. Fora
daqui!
-Como?
-Eu disse, FORA da minha casa! –Ele gritou e avançou em
Leonel ao mesmo tempo em que Roberta segurou seu braço, temerosa.
-Diego...
-Por favor...
Ele desviou o olhar para ela, pedindo silenciosamente que
o soltasse, mas ao perceber que ela temia sua reação, ele a olhou nos olhos, e
acariciando seu rosto disse:
-Vai ficar tudo bem! Eu te prometo!
Ela o soltou e Diego voltou a encarar Leonel, que o
olhava Diego contrariado.
-Está surdo?! Eu disse para sair da minha casa! Agora! –E
apontou para a saída.
Ao perceber que não conseguiria mesmo intimidá-los desta
maneira, que não eram mais jovenzinhos assustados, que na verdade estavam se
transformando em adultos, e que sua pressão não irá funcionar, Leonel começa a
caminhar em direção a porta, mas antes se vira orgulhoso e dando um meio
sorriso, diz:
-Aguarde noticias minhas!
Mas antes que ele saísse com triunfante, Diego devolve:
-Aguarde noticias nossas também, ou melhor, dos nossos
advogados.
Leonel primeiro ficou surpreso ante aquela resposta, mas
em seguida sorriu ironicamente em desafio, e saiu em silêncio.
Assim que a imagem do pai desapareceu, Roberta deixou os
ombros relaxarem e desnorteada, começou a andar de um lado a outro.
-O que vamos fazer Diego? Ele quer levar a Nina! O meu
pai quer ela! –Roberta colocou a mão na testa e se entregaria aos prantos
naquele instante se a revolta não fosse maior.
-Se acalma, eu não vou deixar isso acontecer.
-Mas eu mato ele, eu juro! Antes que ele sequer toque em
um fio de cabelo dela, eu o mato!
-Não fala assim. Apesar de tudo é seu pai.
-Ainda vai defender?
-Não. Não é isso. É que...
-Não importa se ele é meu pai. Ele não vai tocar na Nina.
Eu acabo com ele se se atrever a chegar perto dela! Eu juro, Diego! Eu juro!
-Vem aqui...
Vendo o quão alterada ela estava, Diego segurou seus
braços trazendo-a até o peito, em um abraço silencioso de consolo e proteção.
Beijou sua testa e afagou seus cabelos, sabendo que ela seria realmente capaz
de cumprir as ameaças.
-Se acalma, meu amor, vai ficar tudo bem.
-Não vai não, Diego! Não vai, ele vai pegar a guarda da
Nina!
-Ele não pode fazer isso, Roberta!
-Ele pode tudo com o dinheiro que ele tem. Ele conhece
gente, e se não consegue o que quer por bem, consegue por mal!
De repente, como uma represa se rompendo ao ouvir a
própria fala, Roberta começa a chorar, mostrando uma fragilidade e um temor que
nem ela mesma julgava existir.
Espantado com aquilo, Diego a abraça ainda mais forte e a
leva para o sofá.
-Não chora. Eu não suporto te ver assim. Você que é
sempre tão forte.
Ela não levanta o rosto do peito de Diego, mas agarra sua
camisa com força, como se estivesse caída em precipício e tentasse subir
desesperadamente.
-Não dá pra ser forte o tempo todo... Não agora, não com
o que pode acontecer...
-Eu sei, eu sei... –Diego beijou seus olhos úmidos e seu
rosto corado enquanto acariciava sem sessar os seus cabelos. –Não precisa ser
forte agora. Você sabe que tem a mim. Estamos só nós dois aqui e eu... Bom, eu
vou cuidar de você. E também vou cuidar da nossa família. Eu juro.
A luz acesa era fraca e o conforto do sofá não era muito.
As gotículas de chuva ainda eram testemunhas da noite quando se olhava para os
vidros das janelas. A falta de som no ar, aliado ao cansaço, ao esgotamento
mental e aos carinhos, terminaram por fazê-los dormir ali mesmo, entre
pesadelos reais e sonhos imaginários que vez ou outra se encontravam.
***
Na casa de Eva, como que pressentido toda a tensão em
torno de seus pais, Nina havia acordado chorando desesperada, deixando todos da
casa loucos. Eva tentou, Dani tentou, Alice tentou, mas ela não parava de
chorar. Foi quando Franco entrou no quarto querendo saber o que estava
acontecendo, para descobrir que falação era aquela e porque Eva já estava com o
telefone em mãos.
-Vai ligar pra quem a esta hora Eva?
-Pra que você acha bebe? Pro Dr. Henrique.
-Pro Dr. Henrique? –Franco estranhou. –Mas Eva continuou
a andar de um lado e outro com a mão no quadril.
-Isso mesmo, ué!
-Mas como ele vai ajudar? Ele é analista, não é pediatra!
-Sei disso, né bebe! –Eva bateu o pé. –Preciso falar com
ele antes que a Nina me deixe ainda mais louca!
Com isso ela saiu do quarto falando ao telefone e
deixando Franco, Alice e Dani rindo, mas Nina ainda aos berros.
-Ai pai, eu vou ligar é pra Roberta, ela é a mãe, ela vai
saber o que fazer, já tentamos de tudo. –Alice devolve a sobrinha para Dani que
recomeça a sacudir a criança como um saco de batatas.
-Que nada. –Ele balançou a cabeça. –Dá ela.
Franco pegou Nina que deitou o rosto em seu ombro. Foi
andando de um lado e outro esfregando as costas da menina, cochichando
calmamente com ela. Não demorou muito para que diminuísse o choro e apenas
mantivesse aquele suspiro distante e tristonho.
Dani arregalou os olhos para Alice e ambas fica
ram boquiabertas.
-Que foi? –Ele as olhou com um meio sorriso.
-Incrível, pai! –Exclamou Alice.
-Parece que eu não perdi o jeito! –E foi saindo do quarto
com Nina. -Vamos dar uma volta como vovô...
PS: Esboço feito pela Darly, mais obrigadas a ela ;)
PS: Esboço feito pela Darly, mais obrigadas a ela ;)
Ownnn muito fofo o franco cuidando da neta *-*
ResponderExcluirai q fofo o franco *-*
ResponderExcluirAwwn.. Adorei sz beijos
ResponderExcluirAline e Darly... Dupla incrivel... Parabéns pelo capitulo que ficou emocionante :)
ResponderExcluirPosta +++++++++++++++++++++++++
ResponderExcluirAmeeii *-*
Ain q fofo *-*
ResponderExcluirAmei o capitulo!
Awwwwwwwwwwin, o Franco é demais u.u
ResponderExcluirEsse Leonel é uma praga mesmo :@
Maravilhoso capitulo >.<
amando cada vez mais, tá perfeita.... o leonel não pode levar a Nina da Rob e do Di pf
ResponderExcluirFranco acalmando a Nina kkkkkk evoluindo muito o bebé da Eva
cada vez fica maravilhoso, amo demais a web.
ResponderExcluiro Leonel nao pode levar a Nina pf
posta mais pf
ass:Sophia
Muito lindo :'( :-) <3
ResponderExcluirNossa que medo horrível akie ... Esse Leonel não tem coraçao. Não merece ser pai nao.
ResponderExcluir. . . Mas fora isso o capítulo ta maravilhoso . Parabéns meninas vocês arrasaram. Bjus de miim . 'mariím Aguiar
posta maissssssss
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