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Cap 76 - A guarda de Nina

Leonel se levanta  e caminha sorrindo ironicamente.
-Brincadeira? Brincadeira é essa vida que vocês têm levado, com a ajuda da louca da Eva!
Roberta ameaça avançar, mas Diego a segura e encarando Leonel, começa a falar.
-Quem você pensa que é para entrar aqui desta forma? Invasão é crime, sabia?!
Leonel ri com desdém, olhando-os de cima a baixo.
-Então chame a policia e vejamos o que acontece.
-O que você quer, afinal? -Roberta pergunta, tentando controlar a raiva que sente.
-Já disse o que quero, vim apenas te dar um prazo.

-Ah, é mesmo?! –Ela coloca as mãos na cintura e ergue as sobrancelhas, irônica. –E posso saber quais serão as consequências se nós simplesmente fingirmos que o que você diz é menos que um latido?
-Olha o respeito, menina!
-Você não merece meu respeito!
Vendo que Roberta está irritada, Leonel tenta se manter frio.
-Me escute, eu tenho uma proposta... Para evitar problemas, levo apenas a criança, você não precisa vir! Ela será criada como você deveria ter sido criada, com disciplina!
-Você é maluco? Em primeiro lugar “a criança tem nome” –Roberta não aguentou. –E em segundo, você não vai nem chegar perto da Nina. Nunca! Está ouvindo?
-E o que vai fazer para evitar? Ela tem o meu sangue também.
Roberta perde a paciência com as ironias do pai e está prestes a ataca-lo, mas Diego é mais rápido passando-a para traz e encarando Leonel a um palmo de distancia, com total hostilidade.
-Não se meta com a minha família. –Ele olha bem dentro dos olhos de Leonel.
-É a minha família também.
-Você não tem família. –Roberta interfere.
-Você vai se arrepender se não nos deixar em paz, é a ultima vez que falo.
Percebendo a fúria que emana de Diego, Roberta se preocupa, e começa a puxa-lo.
-Diego não faz isso! É o que ele quer, tirar nossa razão, provar que somos incapazes de criar a Nina!
-Mas vocês são incapazes! E não sou o único que pensa assim.
-Como? –Diego fica desconfiado.
-Muitas pessoas tem absoluta certeza disso.
-Olha aqui!
-Olha vocês! –Ele levanta o dedo. –Eu não quero brigar, mas também não vou recuar se vocês quiserem me enfrentar. Eu só quero o melhor para Roberta e para minha neta, e estou aqui para ajudar, mesmo que seja contra a vontade de vocês, porque sei que um dia verão que foi o melhor a se fazer.
O casal não consegue absorver aquilo. Será que ele não compreendia que aquela mistura dos três já era insolúvel? Não havia como, não havia chances da vida deles retroceder. Eles já estavam divididos em outra pessoa. Uma pessoa muito pequena para entender o quanto carregava de amor.
-Você... –Roberta fica pasma. –Você ainda tem coragem de dizer que quer ajudar?
-Claro que quero. –Ele se mostra prático. –Vocês dois terão uma vida muito, mas muito mais fácil sem a menina.
-Você é um doente! -Diego voltou a encará-lo. –Acha mesmo que seria fácil?
-É porque pra ele foi, Diego. –Roberta diz com rancor ao se lembrar de que ele a havia abandonado.
-É só pensar um pouco. –Leonel pareceu não compreender a indireta. –Pensem em quanta despesa essa menina dá a vocês, além do tempo que ela consome. Pensem em como terão de novo a liberdade, vão poder sair mais, se divertir, até dormir mais.
-Ao contrário. Eu não vou conseguir dormir nunca mais na minha vida. –Roberta encarou-o triste e orgulhosa.
-Sem dramas, por favor, filha. Não é para tanto. Pense que além de tudo, vão garantir a ela um futuro maravilhoso, nos melhores colégios da Europa.
-Chega. –Diego se exalta. –Não quero mais saber. Fora daqui!
-Como?
-Eu disse, FORA da minha casa! –Ele gritou e avançou em Leonel ao mesmo tempo em que Roberta segurou seu braço, temerosa.
-Diego...
-Por favor...
Ele desviou o olhar para ela, pedindo silenciosamente que o soltasse, mas ao perceber que ela temia sua reação, ele a olhou nos olhos, e acariciando seu rosto disse:
-Vai ficar tudo bem! Eu te prometo!
Ela o soltou e Diego voltou a encarar Leonel, que o olhava Diego contrariado.
-Está surdo?! Eu disse para sair da minha casa! Agora! –E apontou para a saída.
Ao perceber que não conseguiria mesmo intimidá-los desta maneira, que não eram mais jovenzinhos assustados, que na verdade estavam se transformando em adultos, e que sua pressão não irá funcionar, Leonel começa a caminhar em direção a porta, mas antes se vira orgulhoso e dando um meio sorriso, diz:
-Aguarde noticias minhas!
Mas antes que ele saísse com triunfante, Diego devolve:
-Aguarde noticias nossas também, ou melhor, dos nossos advogados.
Leonel primeiro ficou surpreso ante aquela resposta, mas em seguida sorriu ironicamente em desafio, e saiu em silêncio.
Assim que a imagem do pai desapareceu, Roberta deixou os ombros relaxarem e desnorteada, começou a andar de um lado a outro.
-O que vamos fazer Diego? Ele quer levar a Nina! O meu pai quer ela! –Roberta colocou a mão na testa e se entregaria aos prantos naquele instante se a revolta não fosse maior.
-Se acalma, eu não vou deixar isso acontecer.
-Mas eu mato ele, eu juro! Antes que ele sequer toque em um fio de cabelo dela, eu o mato!
-Não fala assim. Apesar de tudo é seu pai.
-Ainda vai defender?
-Não. Não é isso. É que...
-Não importa se ele é meu pai. Ele não vai tocar na Nina. Eu acabo com ele se se atrever a chegar perto dela! Eu juro, Diego! Eu juro!
-Vem aqui...
Vendo o quão alterada ela estava, Diego segurou seus braços trazendo-a até o peito, em um abraço silencioso de consolo e proteção. Beijou sua testa e afagou seus cabelos, sabendo que ela seria realmente capaz de cumprir as ameaças.
-Se acalma, meu amor, vai ficar tudo bem.
-Não vai não, Diego! Não vai, ele vai pegar a guarda da Nina!
-Ele não pode fazer isso, Roberta!
-Ele pode tudo com o dinheiro que ele tem. Ele conhece gente, e se não consegue o que quer por bem, consegue por mal!
De repente, como uma represa se rompendo ao ouvir a própria fala, Roberta começa a chorar, mostrando uma fragilidade e um temor que nem ela mesma julgava existir.
Espantado com aquilo, Diego a abraça ainda mais forte e a leva para o sofá.
-Não chora. Eu não suporto te ver assim. Você que é sempre tão forte.
Ela não levanta o rosto do peito de Diego, mas agarra sua camisa com força, como se estivesse caída em precipício e tentasse subir desesperadamente.
-Não dá pra ser forte o tempo todo... Não agora, não com o que pode acontecer...

-Eu sei, eu sei... –Diego beijou seus olhos úmidos e seu rosto corado enquanto acariciava sem sessar os seus cabelos. –Não precisa ser forte agora. Você sabe que tem a mim. Estamos só nós dois aqui e eu... Bom, eu vou cuidar de você. E também vou cuidar da nossa família. Eu juro.
A luz acesa era fraca e o conforto do sofá não era muito. As gotículas de chuva ainda eram testemunhas da noite quando se olhava para os vidros das janelas. A falta de som no ar, aliado ao cansaço, ao esgotamento mental e aos carinhos, terminaram por fazê-los dormir ali mesmo, entre pesadelos reais e sonhos imaginários que vez ou outra se encontravam.


***

Na casa de Eva, como que pressentido toda a tensão em torno de seus pais, Nina havia acordado chorando desesperada, deixando todos da casa loucos. Eva tentou, Dani tentou, Alice tentou, mas ela não parava de chorar. Foi quando Franco entrou no quarto querendo saber o que estava acontecendo, para descobrir que falação era aquela e porque Eva já estava com o telefone em mãos.
-Vai ligar pra quem a esta hora Eva?
-Pra que você acha bebe? Pro Dr. Henrique.
-Pro Dr. Henrique? –Franco estranhou. –Mas Eva continuou a andar de um lado e outro com a mão no quadril.
-Isso mesmo, ué!

-Mas como ele vai ajudar? Ele é analista, não é pediatra!
-Sei disso, né bebe! –Eva bateu o pé. –Preciso falar com ele antes que a Nina me deixe ainda mais louca!
Com isso ela saiu do quarto falando ao telefone e deixando Franco, Alice e Dani rindo, mas Nina ainda aos berros.
-Ai pai, eu vou ligar é pra Roberta, ela é a mãe, ela vai saber o que fazer, já tentamos de tudo. –Alice devolve a sobrinha para Dani que recomeça a sacudir a criança como um saco de batatas.
-Que nada. –Ele balançou a cabeça. –Dá ela.
Franco pegou Nina que deitou o rosto em seu ombro. Foi andando de um lado e outro esfregando as costas da menina, cochichando calmamente com ela. Não demorou muito para que diminuísse o choro e apenas mantivesse aquele suspiro distante e tristonho.
Dani arregalou os olhos para Alice e ambas fica

ram boquiabertas.
-Que foi? –Ele as olhou com um meio sorriso.
-Incrível, pai! –Exclamou Alice.

-Parece que eu não perdi o jeito! –E foi saindo do quarto com Nina. -Vamos dar uma volta como vovô...

PS: Esboço feito pela Darly, mais obrigadas a ela ;)

Comentários

  1. Ownnn muito fofo o franco cuidando da neta *-*

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  2. Aline e Darly... Dupla incrivel... Parabéns pelo capitulo que ficou emocionante :)

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  3. Awwwwwwwwwwin, o Franco é demais u.u
    Esse Leonel é uma praga mesmo :@
    Maravilhoso capitulo >.<

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  4. amando cada vez mais, tá perfeita.... o leonel não pode levar a Nina da Rob e do Di pf
    Franco acalmando a Nina kkkkkk evoluindo muito o bebé da Eva

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  5. cada vez fica maravilhoso, amo demais a web.
    o Leonel nao pode levar a Nina pf
    posta mais pf
    ass:Sophia

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  6. Nossa que medo horrível akie ... Esse Leonel não tem coraçao. Não merece ser pai nao.

    . . . Mas fora isso o capítulo ta maravilhoso . Parabéns meninas vocês arrasaram. Bjus de miim . 'mariím Aguiar

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