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Cap 74 - Um toque aveludado

 Cada milímetro de sua pele tinha uma condição diferente naquele momento. Lembrava-se de fugir, lembrava-se de ficar. Roberta estava assim, entre a vontade e o castigo que deveria infligir a ele. Mas não havia tempo para o pensamento, pois Diego era rápido e já estava roubando sua boca e sua língua com uma vontade louca antes que ela pudesse formular uma simples ideia. O beijo a prendia e a deixava desnorteada por vários minutos a fim. Tudo estava indo a favor dele, que tinha o corpo dela nas mãos e tudo sobre o seu controle, como queria.


Roberta tinha certas intenções desconhecidas por ele e logo que se lembrou delas, parou um beijo com uma mordida proveitosa nos lábios de Diego enquanto segurou firme suas mãos que estavam presas em suas costas.
-Vamos ficar aqui de pé? –Ela cochichou perto dos lábios dele, ainda vermelhos da mordida.
-E onde...?
-Vem comigo.
Ela o agarrou pela mão e o levou pela escuridão ainda entre os sons da tormenta que ocorria do lado de fora. O barulho da chuva no telhado era realmente forte e a negritude do momento quase irreal.
Quando ela parou e soltou sua mão antes de ser agarrada novamente, Diego sentiu um impulso e caiu em cima de um colchão.
-Que foi...?
-Psiu...
Nem pôde reclamar, pois ela veio logo por cima de seu peito, deitando sobre ele e colocando o dedo em sua boca a pedir silêncio. Era o suficiente para deixa-lo quieto, mas não para fazê-lo não querer novamente partir para as preliminares que tanto gostava. E que difícil se tornou sair dos braços dele, de seus dedos, de suas formas apaixonadas e tomadas de puro êxtase. Era difícil e ela sabia disso. Estava preparada para fazer tudo quanto fosse preciso para dominá-lo, ela que era a fera dos dois.
Resolveu então ser lenta e precisa e com um jeito teimoso vai proibindo-o de se manifestar. Ela vem continuamente sobre ele, beijando seu peito, deitando suas mãos pelos braços e por sua barriga enquanto o lava com os cabelos, com a língua, com a boca em toda extensão de seus músculos. Vai notando os arrepios, os tremores e o fogo que vai se instalando na pele dele. É como se Digo já não tivesse mais o controle que tinha no começo e isso a agrada. Está um tanto inebriado e perdido em detalhes que vai sentindo, está delirando acordado com o talento dela em lhe deixar fora da realidade.
A chuva vai diminuindo e com espaço curto de tempo, todos os barulhos vão cessando e ficam apenas os raios que cortam carinhosamente o céu como forma de mostrar sua ferocidade. É um detalhe intenso na janela ao lado deles, como uma luz que agoniza por não vir em todos os momentos em que os olhos desejam ver o que se passa. A visão fica por conta das mãos, por conta da pele, por conta de tudo que possui tato, além do paladar e da intuição, que entre os dois servem um tanto de caminhos.
Roberta termina o beijo antes que algo mais aconteça e se levanta sobre ele sentindo apenas as mãos teimosas de Diego vagando em sua cintura, subindo e descendo em suas coxas a apertar cada parte de seus desejos como só um homem apaixonado sabe fazer. E o olhar busca entre outras coisas, alguma forma de fazer a luz acontecer naquele ambiente ilusório. E ela se retira de cima dele enquanto o embriaga com beijos e carícias e recolhe algo em algum lugar, um barulho de vidro é ouvido.
-Que cheiro bom. –Ele observa.
-É um óleo. Sente... -Ela esfrega as mãos e passa pelo peito dele.
-Bom...
Roberta umedece os dedos delicados e os deixa percorrer pela pele de Diego lentamente enquanto beija sua orelha de modo incessante, deixando um leve riso escapar da garganta um momento.
Diego se levanta sem avisar e sentado com ela em seu colo, ele a agarra pelas costas e puxa com força de encontro ao peito. A garota solta um gemido rápido como uma retirada brusca do ar e o ouve completar.
-Eu posso?
Ela sorri.
-Será que você sabe?
-Eu posso tentar.
Diego afunda os dedos lado a lado da cintura dela e a beija com ardência antes de deitá-la no colchão sem retirar a boca, a língua ou a energia ao fazer isso. Ele não consegue vê-la bem e isso o deixa com mais cede.
Chega os lábios sobre o umbigo de Roberta e sopra o ar quente de seu organismo fazendo-a se arrepiar e experimenta com os dentes a pele que tem abaixo de si. Ela fecha os olhos, o corpo palpitando ao toque dele. Sente-o pegar o vidrinho de óleo e percebe que ele o colocou nas mãos antes de tocá-la novamente. A sensação é de calor, de deslize suave, massagem relaxante, ao mesmo tempo que a eletrifica até a alma.
Os dedos de Diego são fortes, precisos e parecem quase ter olhos. Sobem esfregando o abdômen dela, subindo mais, entre as curvas, entre as saliências do caminho, os seios se enrijecem num arrepio, o coração começa a palpitar e a face dela fica em brasa conforme ele a toca. Seus olhos se comprimirem ao sentir o calor da língua dele sobre cada parte de seu corpo. Um toque aveludado de senti-lo colando a ela, a sensação do peito dele unido ao seu, as pernas se laçando, as maçãs do rosto se unindo, tudo ao mesmo tempo. O afundar de um beijo longo no pescoço.
Ela suspira.
-Eu sou bom massagista?
-Não... –A palavra nem sai.
-Que pena.
-Também acho.
-Posso fazer outra coisa por você? –Ele arrisca.
-Se essa você souber.
Ele sobe ao ouvido dela.
-Você vai dizer se eu sei.
As costas dela estão ajeitadas sobre o colchão. Os clarões dos raios ainda se apresentam nos vidros da janela apesar de não haver mais chuva. Está escuro, está calmo, está um clima perfeito de desejo misturado com delicadeza. É assim que ela sente tudo à sua volta e ele também. Estão calmos e capazes de viver com intensidade cada segundo da noite. Como um amor que se espera a vida inteira para sentir, como se as músicas fossem apenas uma frase de um imenso romance que nenhum poeta jamais poderia eternizar. A realidade, ainda mais forte que o verso, intensifica a vida, tornando tudo, mesmo que em tão curto tempo, mais valioso e impressionante que qualquer suspiro inventado.
Diego é carinhoso, ainda mais do que sempre é, apesar de estar com os hormônios à mil. Beija-a nos lábios demoradamente enquanto se encaixa em seu corpo, as pernas se ajeitando uma na outra, os braços formando um abraço confortável e só assim, bem devagar e sem sessar o beijo, é que ele encontra o interior do corpo dela, ocupando-o por inteiro, sentindo-o se contrair, comprimir, aquecê-lo. Abriga-se em Roberta, a faz estremecer sem pressa, ajeitando-se calmamente, os corpos se sincronizando prazerosamente, até que ele possa iniciar um ir e vir suave e profundo, que desliza do corpo e invade a consciência, formando labirintos de rosas perfumadas, de nuvens e penhascos onde podem percorrer em minutos de prazer irracional. Um paraíso físico dentro deles provocando pequenos choques nas veias, o sangue que se torna mais vivo do que nunca, como se fosse possível senti-lo circular.
-Você é minha vida inteira. –Ele cochicha. –Eu não sei o que eu faria sem você, eu morreria.
Ela o abraça apertado, força os músculos a tê-lo mais junto ainda de si.
-Eu também. –Uma lágrima lhe escapa do canto do olho e ela sorri para si mesma. –Não quero viver outra vida que não esta... Esta que construímos.
Diego beija o rosto dela, os olhos, o queixo, fica parado, grudado nela, acariciando a face corada e risonha que ela tem, que se revela a cada relâmpago, também suada e trêmula. Fica alisando os cabelos dela e dizendo a si mesmo que quer ter essa visão para todo o sempre. Pensa que são mesmo diferentes do resto do mundo. Foram os primeiros e querem ser os últimos um do outro, não importa o quanto isso pareça inocente perto do que os amigos querem. E ele se dá conta de que é mesmo algo inocente, pois o amor tem essa cara de safado todo o tempo, mas se é desse jeito, verdadeiro, expõe logo sua pureza. Ele não é para qualquer um.

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Despedida

Obrigada a todas e todos por terem estado comigo até agora. Me perdoem qualquer coisa e um beijo enorme no coração de cada um. Eu gostaria de poder ter feito melhor em todo esse tempo, mas juro que o fiz foi de coração e tive um enorme prazer em estar aqui. Era uma escritora bastante amadora, mas me diverti demais e me senti abençoada com a companhia de cada um. Quem quiser me seguir no Wattpad, estou escrevendo outras histórias por lá >>>  AlineStechitti

Aviso Importante:

Devem ter notado que na minha web os rebeldes estão no segundo semestre do último ano escolar, então... Surgiu um problema: Como continuar a história? Eu não vou ter como alongar isso p muito tempo, porque passa cap e mais cap e um dia eles terão que se formar e sair da escola! Com isso eu tive duas ideias: 1ª RECOMEÇO: Fazer uma nova história de Roberta e Diego lá do comecinho, tudo de novo. Os dois chegam no colégio, se odeiam, se apaixonam mas brigam todo o tempo mesmo se amando... Tipo quando começou a novela e no desenrolar eles logo começam a namorar. Os rebeldes começam a banda, os shows, as intrigas e tudo mais dentro do Elite Way. 2ª FACULDADE: Fazer uma continuação dessa mesma história que já conhecem e que escrevo há mais de 6 meses. Diego, Roberta e todos os rebeldes vão para a faculdade. Alguns fazem o curso q querem e outros, como Diego, faz o que o pai obriga. Lá eles estão mais livres, com mais responsabilidades, frequentam baladas, teatros, alguns trabalham, passam...

Comunicado:

 To muito feliz mas tb muito triste com alguns comentários que li.  Estou em um tempo muito difícil não só no trabalho mas tb na faculdade, talvez isso não pareça tão difícil p vcs, mas viajo 160km todos os dias p estudar, nunca me senti tão cansada nem com tanto sono na vida, fiquei dois dias sem almoçar e sem jantar por que realmente não tive tempo p isso.  Entre trabalhar e estudar me sobram somente 6 horas p dormir e 2 horas p comer, fazer o q tenho p fazer, estudar p as provas, resolver os problemas de casa e tudo mais q uma pessoa normal tem p resolver.  Estou dando toda essa explicação por que eu os compreendo, agradeço o carinho que tem pela Web e tb para que possam me entender ou não.  Agradeço a todos q leem, que conversam comigo pelo twitter, pelo msn, pelo face, que sempre tem algum comentário sobre o que escrevo e que sempre são gentis. De verdade, fiz muitos amigos dos quais gosto muito e mesmo sendo virtuais não esqueço por um segundo. Não vou...