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Cap 73 - Nua


(Muito tempo sem escrever... ferrugem do mal ou do bem? Vcs é que vão dizer...)

Uma gota pesada de água cai sobre o ombro de Diego e ele logo recebe mais uma e mais uma cada vez mais forte sobre seu corpo enquanto corre. A chuva está chegando até ele deixando-o ensopado. Seus olhos se apertam para poder ver Roberta logo a sua frente. Ela corre com os braços balançando no ar para manter o equilíbrio e é nessa dificuldade dela de se manter de pé na lama recém-formada que ele vê a chance de pegá-la. Corre mais e mais rápido, aproveitando sua vantagem e consegue segurá-la pelo braço tão repentinamente que seu movimento os derruba no chão.
-Ai! –Roberta cai de costas com Diego por cima.
-Não falei que te pegava?
Ele nem espera que ela responda qualquer coisa. Ao olhar em seus olhos profundos e arregalados, ele percebe a inquietação dela, ainda com o corpo quente da corrida e repara também no ar que entra e sai de seus lábios entreabertos. Se pudesse fazer outra coisa naquele momento, com certeza o faria, mas o beijo estava para servi-lo como um troféu e Diego precisou roubar dela encostando-se à boca quente e cobrando o seu prêmio.
Roberta agarrou-o pela camisa com força enquanto ele a beijava com desejo e orgulho. Uma força descomunal ele proferia, como se estivesse necessitando devorá-la sem piedade, afinal, ela havia pedido assim. Um movimentar saboroso do beijo, intenso e quente sob a chuva fria, entre mato, cansaço e água. Gradativamente um jeito de fazer fluírem os mais febris pensamentos corrompidos a esmagar o outro na prática.
Um relâmpago traz um clarear do céu seguido de um trovão que os assusta e os faz se soltarem de prontidão. Diego a agarra pela mão ajudando-a a se levantar e ambos correm para a cabana que estava escura e embaçada diante de seus olhos pouco a frente. A chuva está a cada minuto mais pesada e o céu vai tocando uma música cada vez mais alta.
Passo a passo eles correm em meio à grama encharcada e chegam a casa. Entram ofegantes e completamente molhados. É quando ela some na escuridão do lugar.
-Roberta? –Diego a chama e tenta ligar a luz. –Droga, não tem luz?
-Tinha. –Ela responde calma se comparada à aflição dele. –Deve ter dado algum problema, tá chovendo muito.
-Cadê você? Eu não estou te vendo!
-E precisa? –A voz dela é provocante.
-Ei, isso não vale.
-Vale tudo... Esqueceu? Você perdeu, agora eu dito as regras.
-Eu não perdi. Te peguei atrasado, mas peguei.
-Regras são regras...
 Diego vai tateando curioso, coloca a mão direita na parede do corredor e com a esquerda vai tentando sentir se o caminho está livre para dar os passos seguintes. Não consegue enxergar absolutamente nada, está um breu total. Apenas quando um ou outro relâmpago atravessa a janela de vidro é que ele consegue ter alguma visão do lugar.
-Ei, ao menos me fala o que eu tenho que fazer?
-Mas você não terá que fazer nada.
-Como nada?
-Eu é que vou fazer...
E a escuridão deixava Diego ainda mais confuso. Nada tinha condições de trazer a ele a ideia de que algo estava prestes a acontecer. É quando sente delicadas mãos entrarem debaixo de sua blusa e a erguerem.
-Está frio. –Roberta está atrás dele. –Não quero que fique doente. –Diz enquanto retira a blusa dele e a joga em algum lugar. Ele ouve o barulho dela caindo.
-E você? –Diego pergunta.
-Quer ver?
-Se tivesse luz. –Ele ri.
-Tudo bem... Você vai “ver”...
Roberta dá a volta, pega a mão dele e traz ao pescoço. Diego sente a pele fria e ainda úmida dela e vai descendo por seus ombros. Não há mangas, não há alças... Ele respira fundo. Ela guia sua mão por seu peito e a coloca sobre o coração.
-O que sente?
-Bate forte. –Diego fica bem próximo. O casal praticamente consegue sentir a respiração do outro na face.
-Me agoniza às vezes, sabia?...
-Por quê?
-É como se não tivesse controle sobre os meus desejos. –Roberta sussurra sentimental.
Diego tateia com os dedos a textura que há sobre os ossos dela, por cima do coração arisco que ela carrega ali, tão docemente embalado em um corpo tão delicado.
-Não tem porque controlar...
Roberta sorri secretamente na escuridão da noite antes de conseguir dar uma resposta.
-Você é um ótimo caçador, Diego... Tenho que admitir...
Ela continua sussurrando, ao passo que abaixa a mão dele e o deixa sentir seu corpo, contornando a pele à mostra ao escuro. O namorado tem a respiração descompassada e sente seu sangue ferver conforme os sente nas mãos, macios, circulares e arrepiados por seus dedos ágeis. Não consegue aguentar e aperta-a para mais perto com a mão que tem solta.
-Não, não... –Ela se afasta. –Vai ser como eu quero.
-Roberta...
Diego implora e se desespera quando ela solta sua mão e tenta perceber ao som dos passos, para onde ela pode ter ido. Suas pernas fraquejam e ele tenta em vão fazer sua mente raciocinar. Com certeza algo muito bom estaria por vir.
De repente, sem que esperasse, sente um beijo quente sobre as costas e um abraço dela em torno de sua cintura faz como que logo perceba que ela está nua. Pode sentir o contorno do corpo dela colado ao seu enquanto Roberta distribui beijos lentos e provocantes em suas costas. Ele está preso, quer agarrá-la, tocar seu corpo, dominá-la, ter ao colo, mas sente uma mordida. Os pelos de seu corpo vão se arrepiando. Ele todo se arrepia e Roberta o solta.
-Isso é maldade. Não some assim. –Diego reclama feito criança.
-Ah, nem é uma tortura.
-Mas tá parecendo!
-Eu só quero brincar com você um pouquinho... –A voz é risonha.
-Ah é? Quando estiver na minha mão também vou querer brincar.
-Você tem andado um tanto safado.
A voz dela soa em vários cantos daquele cômodo e à medida que a chuva cai, a voz fica mais incompreensível.
-Não é malícia. É verdade. Você tá mexendo onde não deve. –Ele está aflito.
-Você é que mexeu onde não devia agora pouco...
-Ah, mas eu devia... Devia mais ainda. –Ele brinca e só ouve um riso dela como tantos outros naquela noite.
-Eu estou aqui, Diego. Use os seus sentidos de caçador.
Ele entende o que acontece, talvez faltasse um pouco disso o tempo todo. Se pudesse tê-la nas mãos, sem ter de ver, sentir ou perceber, talvez a tivesse mais perto.
-Pele branca, com leves pintinhas em algumas áreas que conheço bem. O cabelo cheira a flores do campo, aquelas que a gente não pega se não entrar na floresta. Um brilho que parece ter roubado os raios do sol. Tudo bem, deixa eu ser poeta. Cada bobeira que digo é uma paixão diferente. Eu não consigo tirar a lembrança do teu corpo agarrado ao meu nesses anos. Já o sinto parte do meu e necessito dele, mas necessito ainda mais do teu riso, do brilho dos seus olhos, do carinho que me dá.
-Meu carente... –Ela faz uma voz doce e chega a seu ouvido com um sussurro quente. –Isso é lindo...
Diego sente a nuca se arrepiar com a boca dela encostando em sua orelha e as mãos em suas costas geladas. É quanto não resiste e a puxa para si de frente, pressionando-a com os braços e prendendo-a ao peito de modo que seus abdomens ficassem unidos. Sente os seios dela, sua barriga e ombros encolhidos nesse abraço, teu ser inteiro pronto a provocar um terremoto de sensações.


Comentários

  1. Ferrugem mt do bem Alinee... posta ++... Essa web é simplismente viciante, quanto mais vc le, mais vc qr ler... Incrivel :)

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. enferrujada ? Eu queria estar enferrujada assim hahaha! Você tem um certo poder Aline, é um dom, eu me apaixonei pela sua web,suas palavras ... é como se pudéssemos realmente imaginar tudo! Não para não ! Eu sei que vc vai escrever muitos livros :)
    Leio e releio sua web sempre que preciso de inspiração >< Bjo

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  4. DO BEEEEEEEEEEEEEEEEEEM KK SEM DUVIDA,MAS PELO AMOR DE DEUUUUS POSTO LOGO O CAPITULO INTEIRO EU TE IMPLOROOOO TO AMANDO A WEB FÃ NÚMERO 1 PARABÉNS

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  5. EEEEEEEEEEEEEE! Adorei haha

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  6. Isso é enferrujada? kkkkkkkkkkkkk, MUITO bom Aline, posta mais por favorrrrrr.

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  7. Que ferrugem o que Aline? Escrevendo super bem como sempre e claro deixando as leitoras na super curiosidade com esses finais de chegar a faltar o ar. kk *-* XxCamila

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  8. Enferrujada onde Aline! Está perfeito! Anciosa pelo próximo cap! Abraço, dani.

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  9. Mais mais mais mais mais mais mais !!!!!!

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  10. Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaah, que vontade de te matar menina ? Porque paras na melhor parte ?
    Vicky

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  11. Continue enferrujada pelo tempo que quiser.... Nossa! capitulo de tirar o fôlego!
    Parabéns querida, vc não perdeu o jeito!



    Darly

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  12. se isso for ferrugem enferruge sempre viu? kkk
    maravilhoso!

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  13. Nossaaaaaaaaaaaaaaa que lindo!!!!!!
    Parabéns Aline!!!!! Vc é incrível!!!!! Valéria Rocha

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  14. Muito boa aline parabens! Posta maissssss

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  15. Caraca,muito bom.. Voce tem talento hein,parabéns.

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  16. Se isso é com ferrugem imagina sem ... PERFEITOOOOOOOOOOO,NECESSITO DE MAIS

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  17. cara,ta mto perfeito Line!!! poossta mmaiiissss pllleaaaaaaaaaaaaaaaaaaseee!!! lindo,maravilhoso,perfeito! Mellina Muniz

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  18. posta +++++++++++++++++++ pelo amor de deus

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