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Cap 71 (faculdade) - O carro preto


 Foram dois dias somente de rejeição, mas para ele, que não conseguia passar um dia sem no mínimo um beijo bem dado, um abraço bem apertado, isso muito no mínimo, já estava vendo esgotar seu estoque de imagens mentais feias que lhe distraíssem.
Roberta passa de shortinho para um lado e para outro da casa, se abaixa para pegar um ursinho no chão e o deixa em transe.
 Ela faz de propósito, não é possível – Pensa ele.


-Eu vou sair. –Diego não aguenta e se levanta passando rapidamente por ela e indo até a porta.
-Aonde você vai?
-Vou... –Ele coça a nuca. –Vou conversar com o Pedro sobre a festa da Nina.
-Festa? –Roberta vai até ele. –Você não me disse nada de festa.
-Cla-claro que disse. A gente tava planejando já.
-É, mas ia ser algo simples, não uma “festa” de verdade.
-Vai ser algo simples, mas eu pedi ajuda do pessoal.
-Então... Tá ok... Vai lá. Se você acha que precisa. –Roberta sorri de canto percebendo a ansiedade de Diego. –Talvez eu aproveite e vá dar um passeio com a Nina.
-Tá. Qualquer coisa me liga.
Roberta dá uma risada quando ele abre a porta correndo assim que diz a frase. Vai imaginando que tudo pode bem piorar para ele, porque não vai ter nenhuma piedade em seu desejo.
O celular toca e ela se distrai indo atender.
-Oi Alice. [...] Como? Levar a Nina aí agora? –Ela não acha uma boa ideia.
-Se quiser eu vou buscar, eu queria passar a tarde com ela, vai ser bom pra você, porque você vai poder descansar.
Nossa, é tentador – Roberta pensa.
-É que eu estava pensando em sair mais tarde, agora tá muito quente...
-Ah, não! Quero aproveitar que agora o meu pai não tá em casa, se você chegar quando estiver, ele não vai largar da neta postiça.
Roberta sorri para si mesma, está adorando essa aproximação do padrasto e da filha.
-Ok, então nós vamos pra aí. [...]. Tá bom Alice, para de gritar! Tchau.
Assim que desliga ela se lembra que não tem como ir.
-Droga, se eu soubesse tinha pedido pro Diego deixar a gente lá... –Roberta pega a filha no colo e sobe as escadas. –Se bem que do jeito que ele estava não ia dar muito certo. –E ri.
Ela vai para o quarto e troca de roupa. Coloca roupas claras e soltas no corpo, e na menina apenas um vestido fino e bem leve. Está muito quente naquela tarde. Ao ligar para a casa da mãe outra vez, descobre que o motorista saiu com o carro e se entedia.
-É... –Diz olhando para a filha. –Vamos ter que ir de táxi, meu amor... Fazer o que...
Roberta então liga para o senhor que sempre chamava quando morava no apartamento de Caio e por sorte ele poderia busca-la, só demoraria alguns minutos, o que dava tempo de dar um jeito no que faltava para sair. Quando o táxi chega, ela coloca uns óculos escuros, tranca tudo e caminha para o portão com a menina no colo. Ao sair, observa um carro preto um pouco adiante, mas não se importa muito com ele. Entra no carro e pede ao homem que a leve até a casa de Franco e Eva. Ele já estava habituado ao caminho.
-Se parece muito com você. –O homem sorri olhando pelo retrovisor.
-Ainda não a tinha visto?
-Não, não. Faz muito tempo que não pede uma corrida.
-Aconteceram tantas coisas nesse tempo.
-E com quem não acontece, não é? –Os cabelos brancos do homem denunciavam caladas experiências. –Mas tudo tem um porque, filha. A alegria vem pra todos um dia e você terá a sua.
-Já tenho. –Ela sorri apertando os olhos.
Sentia saudades de conversar com aquele senhor. É maluquice, mas às vezes um estranho, de quem não se espera nada pode ser mais agradável que um conhecido, afinal os julgamentos se vierem não importarão tanto e os conselhos talvez venham sem segundas intensões.
Ao pensar nisso, se lembra de algo, nunca perguntou nem ao menos o nome do taxista. O chamava todas às vezes com tanta pressa que se esquecia.
-Moço. –Quando olha para frente para perguntar, no entanto, vê o carro preto pelo mesmo retrovisor.
-Sim?
-É... Nada. Nada não. –Ela franze a testa e fica intrigada olhando. –Quer dizer, o senhor pode passar por outro caminho hoje? É que eu preciso comprar umas coisas pra bebê no mercado.
-A senhorita quem manda.
O homem desvia da rota normal e em alguns instantes pela avenida, estaciona. Roberta desce um segundo com a menina e entra no comércio, vendo que o carro preto também parou um pouco atrás. Está desconfiada, se lembra agora de já ter visto esse carro em sua rua, mas como antes não havia a ameaça do pai, não o havia ligado a nada. Após comprar apenas uns lenços, que nem precisa, ela retorna ao táxi.
-Obrigada, podemos ir.
Ela volta a observar e constata, o carro já não está por perto, sumiu de vista. Paranoica, ela balança a cabeça se repreendendo. Quanta bobagem. E sorri para si mesma enquanto faz um carinho na cabeça de Nina que está um tanto amuada. O dia realmente está quente.
Assim que chega à casa da mãe, Roberta sai do táxi se despedindo do senhor que continuou esquecendo de perguntar o nome e dá uma olhada na estrada antes de entrar.
-Ai, eu acho que eu to ficando maluca.
 Nisso, Nina começa a chorar.
-Oh, meu amor, o que foi? Hein? –E lhe dá um beijo na testa enquanto entra. –Nós já chegamos.
Ela segura a cabeça da filha no ombro e a consola enquanto segue. Assim que entra, Alice pula sobre elas parecendo ter colocado pilhas novas.
-Oi! Que bom que chegaram, mas que demora viu? Awn! E como tá a minha lindinha?
-Alice! –Roberta se zanga.
-Que foi?
-Que foi? –Ela a imita. –Maneira aí, vai assustar a Nina.
-Até parece, se ela não se assusta com você, vai se assustar comigo? –A patricinha põe as mãos na cintura, zoando a amiga.
-Para de palhaçada, ela tá enjoadinha hoje. –Roberta vai se sentar no sofá.
-Por quê? O que ela tem?
-Acho que é o calor. Vou dar um banho nela.
-Não! Deixa que eu dou! –Ela se oferece. –Aí você pode ir!
-Tá me expulsando?
-Não... –Alice se faz de boba. –Eu só acho que você poderia me deixar te ajudar já que além de madrinha eu também sou tia.
Roberta fica olhando com estranheza.
-Ah... Tudo bem. –Ela lhe entrega a menina. –Mas eu vou ficar mais alguns minutos pra ver se ela fica bem. Quando o Pedro chega?
-Deve estar quase chegando. Por quê? –Alice pega Nina e se prepara para subir.
-O Diego disse que ia falar com ele.
-Então devem vir juntos. Anda, vamos pra cima.
 Roberta concordou e subiu com ela. Ficou alguns minutos ali rodeando Alice que ficava de lá pra cá brincando com a sua menininha levada. Ela já estava bem melhor depois de um banho e brincava apenas de fraldas pelo quarto quebrando os arquinhos da tia.
-Essa é a minha filha! –Roberta gargalha sentada no chão enquanto Alice se desespera.
-Roberta!
-Ué! Que culpa eu tenho se ela também não gosta dos seus arquinhos?
-Influência sua!
 Roberta continua rindo.
-Bem, eu já vou indo. –Ela se levanta do chão.
-Aonde você vai?
-Hm... Não posso dizer. –O brilho nos olhos denuncia. –Mas oh... Cuida bem dela, hein?
-Claro, né! Mas vem cá, tá muito misteriosa você. Que tá indo aprontar?
-Segredo.
 Roberta a olha significativamente e se despede, correndo escada abaixo. Não tem muito tempo para preparar tudo, mas com toda a certeza valeria a pena.
Enquanto isso, Diego está vindo de carro junto com Pedro para a casa de Franco. A conversa está evoluindo.
-Para de rir, cara!
-Não dá né? –Pedro segura a barriga já engasgando de tanto rir. –Vou te mandar umas fotos da minha avó na praia pra você não precisar fugir pra minha casa.
-Há-há-há. Que engraçado.
O telefone toca quando estão quase chegando.
-Atende pra mim, cara.
-Alô. –Ele tenta parar de rir. –Oi Roberta, é o Pedro. Ah... –Ele presta atenção ao que ela diz. –Ah, entendi. De nada. Tchau.
-O que foi que ela disse? –Diego fica curioso.
-Ela disse pra você encontrar ela no clube.
-Qual clube?
-Ela disse que você saberia.
-Mas... –Diego não entende. –Como eu vou saber? Ela tá doida?
-Já estamos chegando, liga pra ela quando parar.
 E assim ele faz, quando chega à mansão e Pedro o deixa, ele liga para Roberta.
-Oi. Onde você está?
-Em uma toca.
-Hã? –Ele se assusta. –Tá onde?
-É hora da caçada, amor.
-Espera, espera! Não desliga! –Diego fica eufórico, finalmente saberia o plano dela. –Ao menos, ao menos me dá uma pista de como te achar.
Roberta fica em silêncio por um segundo e em seguida diz:
-“Porque seus olhos me desequilibram, seu sorriso me arrepia por dentro. O seu beijo faz meu corpo inteiro ferver...”
Diego sorri enquanto ouve. Agora ele sabe muito bem onde deve ir.


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