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Cap 68 (faculdade) - A chegada de Leonel


   Os pés de Eva estão esticados sobre o sofá enquanto ela lê com muita tranquilidade uma de suas revistas de fofocas preferidas. Com tantas notícias sobre o mundo dos famosos, ou seja, o seu mundo, ela nem nota quando a campainha toca.
-Com licença... Eva. –A empregada a chama com ansiedade.
-O que foi Dani? –Diz se virando para trás e pasmando.


-Boa tarde.
 A porta estava aberta, o homem atrás de Dani a olha com um rosto muito sério.
-Leonel? –A cantora se levanta. –Você veio?
-Porque a surpresa? Eu disse que viria, não disse? –Ele caminha até ela.
-Você sempre diz um monte de coisa e metade delas não faz, né meu querido?
-Quero ver a Roberta. –Leonel ignora a crítica.
-Ela está na casa dela, cuidando da...
 A cantora não consegue pronunciar o nome da menina, já que o homem fica de cara amarrada apenas com o começo da frase.
-Me diz uma coisa, Eva! –Ele se irrita. –Como você deixou isso acontecer?
-Eu? –Ela coloca as duas mãos sobre o peito. –E o que eu poderia fazer?
-Você é a mãe!
-E você é o pai!
 Os dois ficam de frente um para o outro, se bicando.
-A minha filha de menos de 20 anos está morando em um sobradinho com o namorado, está fazendo uma porcaria de faculdade e ainda tem um filho?
-Filha. –Eva o corrige. –E você precisa ver como ela é linda, Leonel... –A cantora tenta amansá-lo. –Ela tem as bochechas mais fofas do mundo, é muito inteligente, meiga, tem os olhos da Roberta e você sabe que a Roberta tem os olhos muito parecidos com os seus.
O homem desvia a visão tentando se manter firme.
-Me dá o endereço de onde ela está morando agora.
-Eu não! –Eva se senta, dando as costas a ele e voltando a ler. –A Roberta não quer te ver.
-Escuta, é melhor você me dar logo esse endereço.
-Eu não vou te dar nada... Nadinha de nada... Nem adianta insistir. –E folheia com tranquilidade, como se seu ex-marido nem estivesse ali.
-Ok. Não tem problema. –Leonel se lembra de uma solução. –Eu vou encontrar de qualquer jeito. Adeus Eva, foi bom te ver.
-Ei! Espera!
 Mesmo a cantora tendo se levantado e corrido atrás dele, não obteve sucesso. Ele foi embora feito uma bala.

***


 Um pouco mais longe dali, Diego sai chateado da empresa. Não conseguiu o estágio e seu pensamento com isso volta-se para a proposta do pai. Ir a uma dessas viagens com ele seria uma das melhores coisas que poderia fazer, alavancaria sua carreira e muitas outras portas abririam.
-A Roberta me mataria. –Ele abre a porta do carro e entra, falando sozinho. –E eu não conseguiria ficar longe por tanto tempo delas também. Ainda mais que o aniversário da Nina tá chegando...
Neste mesmo instante recebe uma ligação que interrompe seu diálogo intrapessoal. Olha o nome e estranha.
-Pai?
 É mais estranho ainda o que ouve, porque Leonardo outra vez lhe faz mais e mais propostas de viagens. É como se tivesse adivinhado que ele estava mesmo pensando nelas.
-Eu sinto muito por não ter conseguido, meu filho. –Ele tenta consolá-lo. –Mas pense na minha proposta. A Roberta poderia ficar com a Sílvia enquanto viajamos.
-Ah, tá! Roberta nunca aceitaria isso.
-Mas você é o homem da casa, tem que se impor!
-Não acha isso não é muito machista, não, pai?
-Claro que não, Diego! Não importa o quanto haja igualdade em um relacionamento, alguns papéis são femininos e outros masculinos. É igual pagar a conta do restaurante, abrir a porta do carro... Se elas fazem questão de algumas gentilezas, nós homens fazemos questão de alguns comandos.
Diego vai ouvindo, a conversa vai ficando bem chata, mas outra vez ele prefere não aceitar a oferta do pai. Ainda teria mais algumas entrevistas e processos de seleção em outras empresas. A banda também estava dando alguns lucros, então, não havia muito com o que se preocupar.
Assim que se despede de Leonardo, liga para Pedro. Um plano em sua cabeça envolvendo a banda.
-E aí cara! –Pedro responde entusiasmado. –O que manda?
-Então, eu to querendo fazer a festa de aniversário da Nina, como eu tinha comentado como você.
-Um aninho, né cara! Como o tempo voou!
-Voou mesmo. –Ele pensa. –Mas eu queria saber se você e os outros me ajudariam. É que vocês são os padrinhos e o tempo tá meio curto, você sabe...
-Que isso cara! É lógico que todo mundo vai ajudar! Eu vou ligar pros outros e a gente combina tudo!
-Ah, valeu Pedro! Mas não conta nada pra Roberta. Ela não sabe ainda.
Diego explica tudo para o amigo e quando desliga o telefone, finalmente consegue ir embora. Está bem tarde e calcula que deve chegar em casa por volta de umas cinco ou seis da tarde, dependendo do trânsito, é claro.
E é assim mesmo, chega aos portões do lar por volta de umas cinco da tarde. O aconchego que sente e o suspiro que deixa soar são inevitáveis. Fica louco para entrar e vê-las.
 Assim que entra e abre a porta da sala, cai uma garotinha em seu colo.
-Sua vez! –Roberta dá meia volta indo para a cozinha.
-Mas o que foi? –Diego vai atrás, brincando com Nina.
-Eu to exausta! Essa menina parece que tem pilhas.
-Papá!
 Diego olha para Nina e não crê.
-Ah, que exagero, Roberta.
-Exagero? –Ela arregala os olhos e o encara enquanto enche um copo de água. –Vamos contar. Ela subiu na mesa, quebrou a jarra de suco, tentou pular do carrinho e até entrou na geladeira!  –Roberta perde a voz. –A... A Nina é um bebê suicida, Diego!
 Ele ri, sem acreditar no que ela diz.
-Eu não to brincando. Perdi ela umas dez vezes hoje dentro dessa casa...
 Diego franziu o cenho e continuou olhando para o rostinho de Nina que lança sempre um olhar de pura inocência.
-Ah, eu não acredito, ela é um anjinho. –E dá um beijinho na bochecha da filha.
-É... Ela é mesmo um anjinho... –Roberta sorri virando a cabeça. –Mas não deixa de ser uma Messi.
-E Maldonado também...
-Hm... –Roberta franze o nariz e vai até ele lhe dar um beijo. –Foi uma boa mistura né?
-Se foi...
-Ah! Mas me conta! O que aconteceu na empresa?
-Eu não consegui a vaga.
-Sério?
-Sério. E o meu pai me ligou quando eu tava saindo... Voltou a me fazer aquela oferta.
-Ah, não!... –Roberta tenta se soltar, mas Diego a puxa de volta pela cintura.
-Ei!... Nada disso! Eu não aceitei, não se preocupe.  
Ela sorri e o beija outra vez. Diego a abraça pela cintura enquanto Nina está firme em seus braços os observando em silêncio.
-Me desculpa, é que meu dia foi cansativo.
-A Nina tá dando muito trabalho, né?
-É... –Roberta se vira para a filha e passa a mão pelo rosto dela. –Mas ela vale todo trabalho do mundo. Você nem imagina o que ela fez hoje, Diego! Foi tão lindo!
A campainha toca e os interrompe.
-Ah, deixa que eu vou... –Roberta se afasta, mas logo se volta para Diego, falando e andando até a porta. –Amor, pode colocar um casaquinho nela pra mim? E umas meias? É que tá esfriando.
-Claro que posso.
-Obrigada.
 Eles trocam um olhar risonho antes de se separarem.
 Diego sobe e quando chega lá em cima, entra no quarto um tanto perdido.
-E agora? Onde tá esse casaquinho, princesa? –Diz abrindo as gavetas. –Bom... –Ele não acha. –É melhor você ficar aqui enquanto o papai procura, porque pode demorar...
Ao deixar Nina no berço, Diego consegue finalmente achar as roupas na cômoda.
-Pronto. –E vai até ela. –Agora vamos vestir?
Um tanto confuso quanto ao que está fazendo, como a maioria dos pais ficaria, ele começa a vesti-la.
Primeiro um bracinho... Depois o outro... Não foge não, bebê! ... E, mas tá torto... Avesso... Esse lado é pra direita?... Pronto... Ah, sim... Abotoa... Agora as meias... E será que elas vão parar nesses pés espertos? ...Essa menina não para!
-É uma moleca bonitinha essa que eu tenho!

E ao brincar com ela, Diego se distrai da ideia de viajar com o pai. Não... Não era necessário, ainda tinha muitas outras opções as quais recorrer e seria doloroso demais ter de ficar longe de casa todo esse tempo que Leonardo queria.
 De repente, entre risos e gracinhas de Nina, ele ouve uma voz exaltada vindo do andar de baixo.
-Roberta?
Ele reconhece logo que, com certeza, ela está discutindo com alguém e desce correndo deixando a menina no berço.
-Eu já volto, meu amor, fica quietinha aí, tá?
 E ao descer metade da escada, ele para.
-O que está acontecendo aqui? –E é quando Diego reconhece o pai de Roberta, o homem que havia visto apenas uma ou duas vezes em toda a vida.
-Sou o Leonel.
-Eu sei. –Diego acaba de descer e vai até Roberta, mantendo o queixo erguido. –E o que o senhor quer?
-Quero levar a minha filha comigo.

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Despedida

Obrigada a todas e todos por terem estado comigo até agora. Me perdoem qualquer coisa e um beijo enorme no coração de cada um. Eu gostaria de poder ter feito melhor em todo esse tempo, mas juro que o fiz foi de coração e tive um enorme prazer em estar aqui. Era uma escritora bastante amadora, mas me diverti demais e me senti abençoada com a companhia de cada um. Quem quiser me seguir no Wattpad, estou escrevendo outras histórias por lá >>>  AlineStechitti

Aviso Importante:

Devem ter notado que na minha web os rebeldes estão no segundo semestre do último ano escolar, então... Surgiu um problema: Como continuar a história? Eu não vou ter como alongar isso p muito tempo, porque passa cap e mais cap e um dia eles terão que se formar e sair da escola! Com isso eu tive duas ideias: 1ª RECOMEÇO: Fazer uma nova história de Roberta e Diego lá do comecinho, tudo de novo. Os dois chegam no colégio, se odeiam, se apaixonam mas brigam todo o tempo mesmo se amando... Tipo quando começou a novela e no desenrolar eles logo começam a namorar. Os rebeldes começam a banda, os shows, as intrigas e tudo mais dentro do Elite Way. 2ª FACULDADE: Fazer uma continuação dessa mesma história que já conhecem e que escrevo há mais de 6 meses. Diego, Roberta e todos os rebeldes vão para a faculdade. Alguns fazem o curso q querem e outros, como Diego, faz o que o pai obriga. Lá eles estão mais livres, com mais responsabilidades, frequentam baladas, teatros, alguns trabalham, passam...

Comunicado:

 To muito feliz mas tb muito triste com alguns comentários que li.  Estou em um tempo muito difícil não só no trabalho mas tb na faculdade, talvez isso não pareça tão difícil p vcs, mas viajo 160km todos os dias p estudar, nunca me senti tão cansada nem com tanto sono na vida, fiquei dois dias sem almoçar e sem jantar por que realmente não tive tempo p isso.  Entre trabalhar e estudar me sobram somente 6 horas p dormir e 2 horas p comer, fazer o q tenho p fazer, estudar p as provas, resolver os problemas de casa e tudo mais q uma pessoa normal tem p resolver.  Estou dando toda essa explicação por que eu os compreendo, agradeço o carinho que tem pela Web e tb para que possam me entender ou não.  Agradeço a todos q leem, que conversam comigo pelo twitter, pelo msn, pelo face, que sempre tem algum comentário sobre o que escrevo e que sempre são gentis. De verdade, fiz muitos amigos dos quais gosto muito e mesmo sendo virtuais não esqueço por um segundo. Não vou...