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Cap 62 (faculdade) - Tormenta na estrada


Roberta olha rapidamente e se levanta.
-Cadê ela, Diego?
-Eu não sei! –Ele leva a mão à cabeça olhando para todos os lados. -Ela não pode ter ido longe! Nem sabe andar. –Diego tenta acalmar Roberta, mesmo não conseguindo nem acalmar a si próprio.
Eles avançam, o estômago se revirando em desespero total. O mundo girando mais rápido em uma agonia profunda.
Reparam em algumas crianças ao lado, brincando na areia, esperando encontrar entre elas o rostinho de Nina. Roberta sente um pavor que nunca, jamais sentiu igual. As pernas tremem, o sangue sobe ao rosto e a visão fica embaçada, tudo em menos de um minuto.
Foi um segundo de distração, nada mais. Como imaginariam que ela sumiria deste jeito? É quando olham para frente e veem uns pezinhos se arrastando pela areia rumo às ondas.
-Nina! –Roberta corre até ela, quase tendo uma síncope ao pegá-la antes que chegue à água. –O que você tava pensando?
 E quando Diego chega, os dois juntos perto do mar percebem que a menina não tira os olhos da água. Apesar do alívio misturado ao susto, há tempo para um fato curioso.
-Olha só, ela não tem medo!
-Ah, nem percebi! –Roberta é irônica, ainda está agitada.
-Calma, o pior já passou. Mas é interessante, olha só...
Diego aponta para o jeito como a menina se exalta junto com a maré.
-Você não é um peixinho não, sabia?
 E conforme ele vai falando, Roberta vai se acalmando e até consegue respirar normalmente. Logo eles pegam as mãos dela, cada um de um lado e treinam um caminhar no rastro das ondas que banham os pés dos três. A menina ri e solta gritos, já louca para sair correndo pelo salgado mar.

***

A tarde de sábado está no fim e eles resolvem voltar para casa. Antes, porém, passam pela casa de Eva e são recebidos na porta por Alice e Pedro.
-Ué... –Roberta vai entrando. –Que fazem aqui?
-Meu pai, né! –Alice reclama. –Veio com um discurso sobre eu ter abandonado ele, então viemos passar um tempinho aqui. E vocês?
-Viemos da praia. –Diego explica.
-Eu preciso trocar a Nina, urgente... Ela precisa de um banho também...
O telefone de Diego toca.
-Pai? –Ele estranha a ligação e se afasta um pouco para ouvir melhor. Nesse tempo Eva chega.
-Awn! –E vem saltando, quase rolando escada abaixo. –Minha fofurinha!!
-Fala oi pra vovó!
-Para com isso Roberta! –A cantora se zanga.
-Ué, mas você é, que eu vou fazer?
Ela entrega a menina a Eva e todos vão para o sofá levando as implicâncias junto, até que Diego desliga o telefone e os interrompe.
-Meu pai nos chamou para ir até a casa dele, disse que tem algo importante pra nos dizer.
-Agora? –Roberta se espanta.
-É, disse que era urgente.
-Mas a Nina tá enjoadinha, tá precisando tomar um banho, deitar um pouco...
-Podem ir, eu cuido dela! –Alice se oferece, animada.
-Você?
-Que foi Roberta?
-Podemos chamar o Tomás e a Carla. –Pedro dá a ideia. –Podemos fazer uma competição de padrinhos. Quem sabe a Nina não escolhe quem ela quer?
-Pedro, ela ainda não escolhe nem as próprias meias... –Diego zomba.
-E vocês tão achando que eu deixaria o meu bebê com quatro malucos?
-Roberta, eu também estou aqui! –Eva reclama.
-Ok, cinco malucos!
A cantora põe as mãos na cintura e aperta os olhos, ofendida.
-Ai, deixa de ser chata! –Alice bate o pé. –Além disso a Dani também tá aí!
 Roberta pensa. A Dani sim. Afinal Nina já estava acostumada com ela. Também era uma judiação a ficar levando de um lado e outro todo o tempo.
 Então ela a deixa com Alice e parte com Diego para a casa de Leonardo. Graças às palhaçadas dos amigos e da mãe, a menina não reclamou.

 Após um banho gostoso e calmo dado por Alice (com supervisão de Dani), a menina é levada de volta para a sala e brinca na cadeirinha enquanto os tios atendem a porta. Tomás e Carla chegaram!

***

 Ao chegar à casa de Leonardo, Roberta e Diego vão direto para o escritório, onde o empresário os espera com jeito manso e gentil, o que era bem de se desconfiar. Ao se sentarem, a proposta que ouvem é realmente boa, mas não evita a irritação dela.
-Viajar com você nas férias? Para o exterior?
-Somente alguns dias. –O homem os olha com firmeza. –Seria muito bom para o Diego. Ele conheceria os meus negócios e saberia com funciona o trabalho de um administrador.
-Eu não sei se é uma boa ideia, pai.
-Por quê?
-Eu quase não estou ficando em casa. –Diego relembra. –Nessas férias eu estava pensando em curtir a Roberta e a Nina nos dias que eu não tiver show. Não quero mais trabalho do que já tenho com a banda.
-Eu entendo filho, mas pense no seu futuro. –Leonardo é perspicaz. –E se em alguns anos a banda de vocês não existir? Como vão se sustentar?
-A gente tá muito bem, obrigada. –Roberta fica emburrada, não gostando nem um pouco da conversa.
-Agora, mas e daqui a uns três anos? Vocês precisam pensar à longo prazo... Diego deve saber disso, por que é o que um administrador faz, pensa longe.
-Eu vou pensar.
-Você vai pensar? –Ela fica incrédula, imaginava que ele fosse dizer um “não” em alto e bom som.
-Vou. Meu pai tá certo. Temos realmente que pensar no futuro.
-E aquele papo de dedicar tempo pra gente?
-E hoje fizemos o que? Ficamos juntos o dia todo!
-Tá reclamando? –Roberta se irrita cada vez mais.
-É claro que não!
 Leonardo começa a sobrar na história e fica em silêncio, somente observando. Não havia nada que pudesse dizer e realmente não saberia nem por onde começar. Talvez uma boa intensão, repleta de segundas intensões estivesse no ar, mas como afirmar que sim ou que não? Nem ele mesmo sabe os motivos do que está fazendo, mas sente um desejo imenso de fazer.

Quando o casal sai de lá, cabeça quente e sangue à mil nas veias, a noite está escura e sem uma única estrela. Os trovões vêm altos e os raios cortam o céu, se preparando para uma grande tormenta. Entram no carro falando como dois rádios, só que sintonizados em canais diferentes.
-Só porque você é homem?
-É porque no fundo é o homem que carrega tudo nas costas...
-Desde quando você carrega tudo? –Ela para ao lado da porta do carro. –Que eu saiba NÓS sempre fomos parceiros nesse tudo!
-Eu não disse o contrário! -Diego abre a porta do seu lado e eles entram juntos.
-Disse sim! Disse que no fundo você acha que faz muito mais que eu!
-Claro que não! –Ele liga e dá a partida. –Não foi o que eu quis dizer! Só que algumas coisas são mais minha responsabilidade que sua!
-E a sua responsabilidade é viajar com o seu pai e me deixar sozinha com um bebê de nove meses?
-Você não está sozinha. -Diz enquanto o carro atravessa os portões. -Você não entende que no futuro podemos não ter o mesmo padrão de vida que hoje? Eu quero um futuro melhor para nós três!
 A chuva começa a cair enquanto ele dirige rápido pelo asfalto. A discussão prossegue.
-Quer saber Diego? Faça o que quiser então! –Roberta escora o cotovelo na janela do carro com a mão no rosto.
 O limpador de para-brisas retira água em abundância. As gotas pesadas caem fazendo barulho e ensurdecendo as vozes. Os raios passam de um lado e outro pelos prédios e parece que o céu vai realmente desmoronar em forma de chuva.
-Que briga mais idiota!
-Idiota fui eu que acreditei no que você disse!
-Eu nem decidi nada ainda!
-“Ainda”. –Ela imita. -Mas é claro que o papai vai te convencer! Eu não duvido que você não esteja todo lisonjeado com o convite!
 Diego vira de repente em uma estrada ao lado e ela se assusta.
-O que você está fazendo?
-Desse jeito eu vou acabar batendo nessa estrada movimentada!
-E bater no meio do nada é melhor? –Roberta ironiza, assustada.
-Talvez se você parasse de falar feito uma louca!
-Você é que tá falando! E vê se olha pra estrada, Diego!
-Eu to olhando!
-Para esse carro! Você nem sabe pra onde tá indo!
-É claro que eu sei! –Ao dizer isso uma luz forte e rápida passa por eles.
-Ah! –Roberta grita.
 O carro balança de um lado e outro na estrada rumando a uma árvore.

Comentários

  1. Aliine ta muuuuuuuito boom *-* Parabéens! Só não deixa o pior aconteceer... beeijos

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  2. Ain meu Deus ,agora fiquei preocupada.. Muito preocupada!

    Posta mais!

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  3. Aaaaaaaaaaaaaaaaaaawwwn posta mais hj !!Por favor !!!!

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  4. amando, espero que não aconteça nada de grave a eles, tbm fiquei preocupada.

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  5. Tá muuuito massa. Mais espero que esse dois não voltem pro hospital tão cedo!

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  6. WOW! Fortes emoções estão por vir! Só espero que não sejam tão fortes, eu não aguento!!! rsrsrsrsrsrs. Mas enfim, como sempre você arrasou Aline! :***
    Raiane

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  7. Ah! Fiquei até preocupada, espero que não aconteça nada de grave com os dois.. Não pense em deixar alguns dos dois em coma hein.. muito sofrimento pra nós leitoras u.u .. Muito bom a web,continue assim arrasando :)

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  8. uuooou, esse capitulo so é a prova mais uma vez q sua web so tem a melhorar....
    foi perfect, parabéns;
    esse final deixou pontinhas de curiosidade em mim, rsrs!

    Talita

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  9. Vai postar hj? To morta de curiosidade ja ta mto boa a web uma das melhores q eu ja li!

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  10. Arrasando como sempre amr =D
    Mas esse final deichou muita curiozidade !!
    Não vejo a hr de ler o proximo ..

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  11. Oi Aline... Parabens!!! Vc é incrivel... adoro ler sua web... é maravilhosa....!
    Só queria saber como seria a versão em que a Roberta não estivesse gravida.... esse casal viveria mtas aventuras antes de formar um afamilia.... Mas eu adoro a web... Um beijo Val

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  12. Bom, a ideia era escrever q teriam uma família, pq a web finalizaria no capítulo 60. Foi depois q a Nina nasceu q me pediram p escrever até o 100, então sem gravidez, nem teria mais história. A web já teria acabado pq pra falar a vdd já não tava tendo mais sobre o que escrever, a história estava dando muitas voltas. Eu queria acabar com ela, mas com Nina, veio um novo gás. É estranho pq eu não queria criança na web e hj to mto apegada '-'

    Haha, beijo e obrigada ;)

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  13. Oi Aline....
    Parabens.... eu estou adorando cada capitulo novo!!!!
    Vc é incrivel... realmente a Nina deu uma virada na história..... Fico feliz em saber que com a vinda dela, vc vai continuar a escrever....



    Beijo... Val

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