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Cap 52 (faculdade) - Uma semana nada normal


Pouco mais de dois meses se passaram e apesar de terem descoberto que Caíque conseguira a chave do apartamento de Roberta e Diego e que se infiltrava nele constantemente, este não foi preso. O rapaz tinha o hábito de durante a noite dirigir lanternas na janela da sala do casal, de causar medo de várias formas e tentar lembrar Diego do que ele havia feito, mas por ter sido provado que estava mentalmente desequilibrado, foi levado para uma clínica e lá internado sem previsão de alta.
 Caio como participou pouco, e levou à princípio como uma brincadeira que no fim percebeu ter ido muito longe, não acumulou acusações suficientes para ser incriminado. Nenhum dos dois foi preso no final das contas, mas com o irmão internado e tendo sido muito recriminado pelos pais, Caio se mudou do prédio para a casa de praia.
-Então nada pode ser feito? –Leonardo conversava com Franco pelo telefone. –Eles vão ficar impunes?
-Receio que sim, não há provas suficientes...
-Vou ter de tomar minhas providências então. –O homem tinha um rosto tenso e desligou o telefone já abrindo a porta da frente.
Problemas?...

***

Roberta e Diego arrumaram a casa ao gosto deles, as coisas estavam indo bem e nas consultas sempre iam os dois. O namorado fazia muitas perguntas e a médica (que não era mais Drª Cecília) explicava que até aquele, que já era o quarto mês, tudo estava bem. Ainda não podia dizer se o bebê nasceria com problemas, mas como os cuidados estavam sendo respeitados, dizia ter de fé que não iria dar nada errado. O casal, mesmo feliz, ficava angustiado com a incerteza. Se o tempo pudesse passar mais rápido ou as coisas pudessem ser mais claras... Mas não funcionava assim.
Em casa, Roberta ficava bastante tempo sozinha. Estava de atestado médico por alguns dias ainda e não podia voltar nem para a faculdade nem para a gravadora. Diego, ao contrário, voltara para a faculdade e continuava no trabalho. Ligava o dia todo para ela, mas só se viam a noite. Alice e Márcia a visitavam sempre, assim como Eva, mas a visita que receberia nesta tarde seria um tanto inesperada.
Enquanto trocava de roupa após o banho Roberta notou uma primeira onda de crescimento em seu corpo, parou frente ao espelho admirando a pequena curva se formando e se pôs a sentir com as mãos. Sorriu feito boba durante alguns minutos e imaginou como seria. Teria os olhos dela? De Diego? Como seriam os cabelos? Os dedinhos deviam ser muito pequenos... Minúsculos...
-Você é um menino ou uma menina?... –Ela conversa com o bebê sentando-se na cama. –Sabia que meu coração bate forte quando eu penso em você?...
Roberta tinha um lado louco, um lado selvagem e grosseiro, mas sua doçura naquele instante era natural como só a falta de plateia denuncia. É geralmente assim... Muitos daqueles que se mostram verdadeiras rochas, têm os corações formados do mais puro algodão.
-É que é estranha a sensação de ter alguém dentro de mim... Mas também é lindo... –Ela olha para o brilho do sol na janela, os cachos banhando os ombros naquela tarde fresca. –Ainda mais que é um pedaço do Diego e um pedaço de mim, como ele mesmo disse.
Ela olha as horas no celular e pensa que Diego está atrasado.
-Você está indo muito bem. Continue forte, muito forte! E... –Ela logo pensa e dá um salto. –Vou assaltar a geladeira pra te ajudar! –E corre para a cozinha no andar de baixo.
Caminha rapidamente até lá e começa a retirar frutas e iogurtes. Enquanto come procura ingredientes para fazer um sanduíche e vai misturando tanta coisa quanto é possível de se encontrar naquela casa.
A campainha toca e ela ergue os olhos.
-Será que o Diego tá sem a chave? Não, deve ser a Alice.
Ao largar tudo e caminhar até a porta ela tem uma surpresa.
-O que o senhor quer?
-Posso entrar? –Leonardo mantém a voz macia.
-Claro.
Roberta revira os olhos, mas é gentil o quanto é possível. A conversa que se inicia na sala não é das melhores.
-Eu não quero morar na sua casa! –Ela é enérgica.
-É pra segurança de vocês três. Quero protegê-los.
-E por quê? O senhor nunca se importou!
Diego abre a porta neste exato momento e dando de cara com o pai não se intimida. Entra e vai direto onde está Roberta e ela se levanta.
-Oi. –Ele lhe dá um beijo. –Como passou o dia?
-Bem e você?
-Bem também... –E olhando para o pai. –E ele?
-Ah, eu não perguntei como foi o dia dele... –Roberta brinca.
-Eu vim propor de oferecer segurança pra vocês, um tratamento médico excelente pra ela e pra criança e uma moradia digna...
-Tá que nem as promessas do governo federal. –Diego também está de bom humor. –Tá pedindo voto de novo, pai?
-Não estou de brincadeira, eu só...
O homem de repente repara em Roberta, a pequena onda, quase imperceptível mesmo na camiseta justa, é notada quando ela se vira de lado. O homem fica olhando paralisado.
-Tudo bem? –Roberta estranha a atitude.
-Vocês já sabem o sexo?
O casal se olha espantado e Diego responde:
-Ainda é cedo... Mas eu já fiz minhas apostas.
-Eu quero fazer o que estiver ao meu alcance pra ajudar vocês.
-E porque isso agora?
-Diego...
-O senhor não nos despreza? Não despreza tudo que eu faço?
-Eu não quero que nada de mal aconteça a vocês. –O homem baixa a cabeça. –Eu sinto muito por tudo. Me perdoem... Eu não sei muito bem o que fazer para mostrar que me preocupo.
-Fique por perto.
O pai ouve a frase de Diego e não acredita.
-Como disse?
-Ficar por perto é o suficiente, vir nos visitar, ligar... Mas nos deixe viver em paz, não tente fazer tudo por nós, a gente não precisa de nada que não seja a sua presença.
O homem certamente não estava esperando ouvir tal frase, mas Roberta explica.
-Nós conversamos e decidimos que não queremos brigar. Se o senhor resolver baixar a bola a gente pode tentar ser uma família.
Estranho, era estranho para Leonardo escutar, mas via neles, de algum modo, dois adultos ainda sem idade, duas pessoas sabendo lidar melhor com a situação do que ele soube. Vergonha? Talvez alguma. A vida estava tentando lhe dar uma chance. E pegaria? Não era tão simples. A reconciliação precisaria ser construída dia após dia, como um muro forte, como um alicerce que não se abalaria mais. Não estão em condições de se permitir agir por impulso, agora é sério, mais do que nunca e se não for para ser concreto que não seja construído.
Alguns minutos depois que Leonardo foi embora, Diego foi com Roberta para a cozinha. Franziu a testa ao chegar lá e olhou para o balcão e para a namorada umas duas vezes sem saber por onde começar.
-Que foi?
-Você comeu tudo isso?
-Ah... –Roberta se senta no banquinho dando de ombros. –Nem é tanto.
-Não é a quantidade, é a mistura... –Ele começa a rir. –Que louco, iogurte e presunto?
-Ah, eu não misturei os dois, tomei um e depois comi o outro, ué! –Ela olha para os dedos com ar de riso.
Diego vai até ela com o mesmo riso e a abraça por trás beijando seu pescoço. Um arrepio a percorre deste o abdômen até os fios de cabelo. Os dias eram sempre assim, alegres, divertidos. O lugar estava fazendo bem a eles. Quando, no entanto, Roberta pôde voltar para a faculdade e para a gravadora, ambos se encontravam à tarde tão cansados que mal conseguiam ficar de pé.
As mudanças de Roberta em todos os sentidos começaram a ocorrer no quinto mês. No começo Diego não deu importância, mas em uma certa semana sempre que chegava do trabalho era como se uma pessoa diferente o recebesse... Ele começou a relembrar:

Segunda-feira:
-Oi meu lindo! –Roberta abriu a porta agarrando-se em seu pescoço e enchendo-o de beijos. –Vem, eu tava com tanta saudade de você!
E carinhos e grudes no sofá se estendiam pela tarde.
-Eu vou ir...
-Não, não vai... –Roberta não o deixa levantar.
-Mas eu preciso ir ao banheiro.
-Precisa não...

Terça-feira:
-Diego! Diego! Diego! –Ele salta de susto com os gritos dela.
-Roberta?
A garota vem em sua direção e lhe puxa pelas mãos, eufórica.
-Ah, eu nem acredito que você chegou! Temos tanta coisa pra fazer! Eu estou tão feliz que... –E começava a gargalhar.
-Mas porque tá tão feliz?
-Porque a vida! A vida é maravilhosa! –E abriu os braços e se virou para ele quase paranoica. –Não é?...
-Hã...

Quarta-feira:
-Diego! –A voz irritada o assusta assim que ele põe os pés em casa. –Eu vou te matar!
-Mas o que foi? –Ele a vê se aproximar com olhos de fogo e se encolhe.
-O que foi? –Ela grita. –E você me pergunta o que foi? Olha pra mim! Eu to grávida!
Diego só faz piscar os olhos no estilo de quem está “cric... cric... cric...”.

Quinta-feira:
-Roberta? –Diego abre a porta e a casa está silenciosa.
Ao caminhar até a sala a encontra de pernas cruzadas sobre o sofá, chorando.
-Oh meu amor, o que foi? –Chega perto dela que está com um enorme bico.
-Nada, é um seriado triste...
-Mas... –Diego olha bem pra tv. –Roberta, você tá vendo “Friends”!

Sexta-feira:
Diego entra de fininho, olha de um lado e outro como se estivesse esperando um tiro. Sobe a escada na ponta dos pés, quando Roberta acende a luz.
-Oi. –Ele sorri, com medo dela.
-Oi amor... –Roberta passa por ele, lhe dá um beijinho rápido e sobe o restante das escadas.

Comentários

  1. Muito perfeito Aline .
    Beijokas ;) Bianca aq.

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  2. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk é bem assim a alterações de humor - Gabi aqui tchuca :D

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  3. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK TO ADORANDO QYERO MAIS MAIS MAIS !!!

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  4. super ameeeeeeeeeeeeeeeeeeei
    kkkkkkkkkkkkkkkkkk muito bom, posta mais pf

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  5. ah aline você tá se superando a cada dia,cada dia que passa tá melhor...amei o capitulo de hoje até que a Roberta ficar gravida não foi uma má ideia....rindo muito de quarta Diego! –A voz irritada o assusta assim que ele põe os pés em casa. –Eu vou te matar!...o bebe podia ser uma menina
    Raiane

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  6. Amei,amei,amei quero mais Line! ;))))
    (Bjusss Julia)

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  7. não sei se é coreto usar essa palavra aqui mais ... VOCÊ É FODA DEMAIS

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  8. kkkkkkkkk muito bom essas mudanças de humor da roberta eu to rindo ate agora rsrsrs...

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  9. Posta +++++++++++++++++++++++++
    Ri muito kkkkk

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