Pouco mais
de dois meses se passaram e apesar de terem descoberto que Caíque conseguira a
chave do apartamento de Roberta e Diego e que se infiltrava nele constantemente,
este não foi preso. O rapaz tinha o hábito de durante a noite dirigir lanternas
na janela da sala do casal, de causar medo de várias formas e tentar lembrar
Diego do que ele havia feito, mas por ter sido provado que estava mentalmente desequilibrado,
foi levado para uma clínica e lá internado sem previsão de alta.
Caio como participou pouco, e levou à
princípio como uma brincadeira que no fim percebeu ter ido muito longe, não
acumulou acusações suficientes para ser incriminado. Nenhum dos dois foi preso
no final das contas, mas com o irmão internado e tendo sido muito recriminado
pelos pais, Caio se mudou do prédio para a casa de praia.
-Então nada
pode ser feito? –Leonardo conversava com Franco pelo telefone. –Eles vão ficar
impunes?
-Receio que
sim, não há provas suficientes...
-Vou ter de
tomar minhas providências então. –O homem tinha um rosto tenso e desligou o
telefone já abrindo a porta da frente.
Problemas?...
***
Roberta e
Diego arrumaram a casa ao gosto deles, as coisas estavam indo bem e nas
consultas sempre iam os dois. O namorado fazia muitas perguntas e a médica (que
não era mais Drª Cecília) explicava que até aquele, que já era o quarto mês,
tudo estava bem. Ainda não podia dizer se o bebê nasceria com problemas, mas
como os cuidados estavam sendo respeitados, dizia ter de fé que não iria dar
nada errado. O casal, mesmo feliz, ficava angustiado com a incerteza. Se o tempo
pudesse passar mais rápido ou as coisas pudessem ser mais claras... Mas não
funcionava assim.
Em casa,
Roberta ficava bastante tempo sozinha. Estava de atestado médico por alguns dias
ainda e não podia voltar nem para a faculdade nem para a gravadora. Diego, ao
contrário, voltara para a faculdade e continuava no trabalho. Ligava o dia todo
para ela, mas só se viam a noite. Alice e Márcia a visitavam sempre, assim como
Eva, mas a visita que receberia nesta tarde seria um tanto inesperada.
Enquanto
trocava de roupa após o banho Roberta notou uma primeira onda de crescimento em
seu corpo, parou frente ao espelho admirando a pequena curva se formando e se pôs
a sentir com as mãos. Sorriu feito boba durante alguns minutos e imaginou como
seria. Teria os olhos dela? De Diego? Como seriam os cabelos? Os dedinhos
deviam ser muito pequenos... Minúsculos...
-Você é um
menino ou uma menina?... –Ela conversa com o bebê sentando-se na cama. –Sabia
que meu coração bate forte quando eu penso em você?...
Roberta
tinha um lado louco, um lado selvagem e grosseiro, mas sua doçura naquele
instante era natural como só a falta de plateia denuncia. É geralmente assim...
Muitos daqueles que se mostram verdadeiras rochas, têm os corações formados do
mais puro algodão.
-É que é estranha
a sensação de ter alguém dentro de mim... Mas também é lindo... –Ela olha para
o brilho do sol na janela, os cachos banhando os ombros naquela tarde fresca. –Ainda
mais que é um pedaço do Diego e um pedaço de mim, como ele mesmo disse.
Ela olha as
horas no celular e pensa que Diego está atrasado.
-Você está
indo muito bem. Continue forte, muito forte! E... –Ela logo pensa e dá um
salto. –Vou assaltar a geladeira pra te ajudar! –E corre para a cozinha no
andar de baixo.
Caminha rapidamente
até lá e começa a retirar frutas e iogurtes. Enquanto come procura ingredientes
para fazer um sanduíche e vai misturando tanta coisa quanto é possível de se encontrar
naquela casa.
A campainha
toca e ela ergue os olhos.
-Será que o
Diego tá sem a chave? Não, deve ser a Alice.
Ao largar
tudo e caminhar até a porta ela tem uma surpresa.
-O que o
senhor quer?
-Posso
entrar? –Leonardo mantém a voz macia.
-Claro.
Roberta revira
os olhos, mas é gentil o quanto é possível. A conversa que se inicia na sala
não é das melhores.
-Eu não
quero morar na sua casa! –Ela é enérgica.
-É pra
segurança de vocês três. Quero protegê-los.
-E por quê?
O senhor nunca se importou!
Diego abre a
porta neste exato momento e dando de cara com o pai não se intimida. Entra e
vai direto onde está Roberta e ela se levanta.
-Oi. –Ele lhe
dá um beijo. –Como passou o dia?
-Bem e você?
-Bem
também... –E olhando para o pai. –E ele?
-Ah, eu não
perguntei como foi o dia dele... –Roberta brinca.
-Eu vim
propor de oferecer segurança pra vocês, um tratamento médico excelente pra ela
e pra criança e uma moradia digna...
-Tá que nem
as promessas do governo federal. –Diego também está de bom humor. –Tá pedindo
voto de novo, pai?
-Não estou
de brincadeira, eu só...
O homem de
repente repara em Roberta, a pequena onda, quase imperceptível mesmo na
camiseta justa, é notada quando ela se vira de lado. O homem fica olhando
paralisado.
-Tudo bem? –Roberta
estranha a atitude.
-Vocês já
sabem o sexo?
O casal se
olha espantado e Diego responde:
-Ainda é
cedo... Mas eu já fiz minhas apostas.
-Eu quero
fazer o que estiver ao meu alcance pra ajudar vocês.
-E porque
isso agora?
-Diego...
-O senhor
não nos despreza? Não despreza tudo que eu faço?
-Eu não
quero que nada de mal aconteça a vocês. –O homem baixa a cabeça. –Eu sinto
muito por tudo. Me perdoem... Eu não sei muito bem o que fazer para mostrar que
me preocupo.
-Fique por
perto.
O pai ouve a
frase de Diego e não acredita.
-Como disse?
-Ficar por
perto é o suficiente, vir nos visitar, ligar... Mas nos deixe viver em paz, não
tente fazer tudo por nós, a gente não precisa de nada que não seja a sua
presença.
O homem
certamente não estava esperando ouvir tal frase, mas Roberta explica.
-Nós
conversamos e decidimos que não queremos brigar. Se o senhor resolver baixar a
bola a gente pode tentar ser uma família.
Estranho,
era estranho para Leonardo escutar, mas via neles, de algum modo, dois adultos
ainda sem idade, duas pessoas sabendo lidar melhor com a situação do que ele
soube. Vergonha? Talvez alguma. A vida estava tentando lhe dar uma chance. E
pegaria? Não era tão simples. A reconciliação precisaria ser construída dia
após dia, como um muro forte, como um alicerce que não se abalaria mais. Não
estão em condições de se permitir agir por impulso, agora é sério, mais do que
nunca e se não for para ser concreto que não seja construído.
Alguns
minutos depois que Leonardo foi embora, Diego foi com Roberta para a cozinha.
Franziu a testa ao chegar lá e olhou para o balcão e para a namorada umas duas
vezes sem saber por onde começar.
-Que foi?
-Você comeu
tudo isso?
-Ah... –Roberta
se senta no banquinho dando de ombros. –Nem é tanto.
-Não é a
quantidade, é a mistura... –Ele começa a rir. –Que louco, iogurte e presunto?
-Ah, eu não
misturei os dois, tomei um e depois comi o outro, ué! –Ela olha para os dedos com
ar de riso.
Diego vai
até ela com o mesmo riso e a abraça por trás beijando seu pescoço. Um arrepio a
percorre deste o abdômen até os fios de cabelo. Os dias eram sempre assim,
alegres, divertidos. O lugar estava fazendo bem a eles. Quando, no entanto,
Roberta pôde voltar para a faculdade e para a gravadora, ambos se encontravam à
tarde tão cansados que mal conseguiam ficar de pé.
As mudanças
de Roberta em todos os sentidos começaram a ocorrer no quinto mês. No começo
Diego não deu importância, mas em uma certa semana sempre que chegava do
trabalho era como se uma pessoa diferente o recebesse... Ele começou a
relembrar:
Segunda-feira:
-Oi meu
lindo! –Roberta abriu a porta agarrando-se em seu pescoço e enchendo-o de
beijos. –Vem, eu tava com tanta saudade de você!
E carinhos e
grudes no sofá se estendiam pela tarde.
-Eu vou
ir...
-Não, não vai...
–Roberta não o deixa levantar.
-Mas eu
preciso ir ao banheiro.
-Precisa
não...
Terça-feira:
-Diego!
Diego! Diego! –Ele salta de susto com os gritos dela.
-Roberta?
A garota vem
em sua direção e lhe puxa pelas mãos, eufórica.
-Ah, eu nem
acredito que você chegou! Temos tanta coisa pra fazer! Eu estou tão feliz
que... –E começava a gargalhar.
-Mas porque
tá tão feliz?
-Porque a
vida! A vida é maravilhosa! –E abriu os braços e se virou para ele quase
paranoica. –Não é?...
-Hã...
Quarta-feira:
-Diego! –A voz
irritada o assusta assim que ele põe os pés em casa. –Eu vou te matar!
-Mas o que
foi? –Ele a vê se aproximar com olhos de fogo e se encolhe.
-O que foi? –Ela
grita. –E você me pergunta o que foi? Olha pra mim! Eu to grávida!
Diego só faz
piscar os olhos no estilo de quem está “cric... cric... cric...”.
Quinta-feira:
-Roberta? –Diego
abre a porta e a casa está silenciosa.
Ao caminhar
até a sala a encontra de pernas cruzadas sobre o sofá, chorando.
-Oh meu
amor, o que foi? –Chega perto dela que está com um enorme bico.
-Nada, é um
seriado triste...
-Mas... –Diego
olha bem pra tv. –Roberta, você tá vendo “Friends”!
Sexta-feira:
Diego entra
de fininho, olha de um lado e outro como se estivesse esperando um tiro. Sobe a
escada na ponta dos pés, quando Roberta acende a luz.
-Oi. –Ele sorri,
com medo dela.
-Oi amor... –Roberta
passa por ele, lhe dá um beijinho rápido e sobe o restante das escadas.
Muito perfeito Aline .
ResponderExcluirBeijokas ;) Bianca aq.
kkkkkkkkkkkkkkkkk Ownt que fofinho >< u.u
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk é bem assim a alterações de humor - Gabi aqui tchuca :D
ResponderExcluirKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK TO ADORANDO QYERO MAIS MAIS MAIS !!!
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkkkkk ameeeei posta mais
ResponderExcluirsuper ameeeeeeeeeeeeeeeeeeei
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkkkkk muito bom, posta mais pf
ah aline você tá se superando a cada dia,cada dia que passa tá melhor...amei o capitulo de hoje até que a Roberta ficar gravida não foi uma má ideia....rindo muito de quarta Diego! –A voz irritada o assusta assim que ele põe os pés em casa. –Eu vou te matar!...o bebe podia ser uma menina
ResponderExcluirRaiane
Amei,amei,amei quero mais Line! ;))))
ResponderExcluir(Bjusss Julia)
não sei se é coreto usar essa palavra aqui mais ... VOCÊ É FODA DEMAIS
ResponderExcluirkkkkkkkkk muito bom essas mudanças de humor da roberta eu to rindo ate agora rsrsrs...
ResponderExcluirPosta +++++++++++++++++++++++++
ResponderExcluirRi muito kkkkk