Era chato estar ali, na
espera do lado da pessoa com quem está brigado. Não era momento de lavar roupa
suja, mas até parece que conseguem evitar.
-A gente pode conversar?
-Já recuperou a memória?
–Diego cruza os braços, implicando.
-Você não pode acreditar que
eu...
-Tá na hora da gente entrar.
–E ele a interrompe indo na frente, o que deixa Roberta com vontade de
trucidá-lo.
Ao chegar na porta ele a deixa passar na
frente, mas sustenta um olhar frio com o
qual ela finge não se importar.
Uma vez dentro do quarto, eles são acolhidos
pelos olhos cansados de Carla, acompanhado de um meio sorriso, vindo do medo de
mais repreensões, principalmente por parte de Roberta.
-Como você está? –Diego é o
primeiro a perguntar, vindo atrás de Roberta que se aproxima da cama à sua
frente.
-Mal. –A menina não parece com
o menor humor.
-Também. –Roberta cruza os
braços. –Depois dessa loucura.
-Você veio pra brigar comigo? –Carla
se defende tentando parecer vítima e convence Diego.
-Não liga pra ela. Roberta não
sabe o que fala.
-Sei muito bem! –A menina emburra,
mas vai determinada sentando-se frente a Carla. –Eu quero seu bem. Você não
está sozinha, eu estou com você, todos os seus amigos estão, mas não pense que
vou te paparicar. Quero você curada!
O quarto fica em silêncio por um tempo, as
mentes assimilando as palavras, até que Carla sorri sem graça.
-Você é muito dura Roberta. –E
a palavra a seguir tira a tristeza da frase. –Obrigada por isso.
Talvez nada nunca mudasse, ou mudasse sempre,
mas algumas coisas eram como eram há tanto tempo que nenhum deles imaginava de
outro jeito. Ao sair e deixar outras pessoas entrarem, Diego ficou sério e ia
passando por Roberta sem dizer nada quando esta o pegou pelo braço.
-A gente pode conversar agora?
-Se você tiver se lembrado do
que aconteceu. –Ele cruza os braços e olha para ela desafiadoramente.
Roberta busca se acalmar antes de começar.
-No corredor não é o melhor
lugar, mas tudo bem... Eu juro pelo que você quiser...
-Ah, o velho truque de
jurar... –Diego lambe os lábios debochando.
-Ei! –Ela se irrita. –Eu não
fiz nada, você não pode acreditar que eu fiz algo de errado, porque eu não fiz.
-Sei. –Ele tenta acreditar,
sem muito sucesso. –Não se lembra de ter feito nada sozinha né?
-Nem sozinha nem com ninguém! –Roberta
põe ênfase, mas vê que não está sendo acreditada. –Eu acho que estava muito
cansada e cheguei e dormi... Eu sei que você espera explicações, mas eu não
tenho. E não porque eu não quero, mas porque realmente não posso. Os dois se silenciam e a garota continua, mais
calma ainda, dizendo cada palavra lentamente.
-Diego, me escuta. Agora é
aquele momento da relação em que eu vou precisar da sua confiança. Você me conhece,
eu nunca faria nada de mal pra você, eu amo você!
Diego pensa um pouco, talvez ela tivesse
razão. Já se conheciam muito e não poderiam se precipitar. Agora as coisas já
estavam mais frias em sua mente e já pensava que ter saído do apartamento tinha
sido algo precipitado, mas voltar atrás também era uma punhalada em seu
orgulho.
-Eu não sei Roberta. –Ele
desvia o olhar dela.
-Não sabe o que? –A garota continua.
–Não sabe se quer confiar em mim?
-Não é isso. Só não sei se
realmente devo reconsiderar e voltar para casa depois de tudo isso.
-Você não vai voltar mais?
-Acho que não. –Ele diz,
sabendo que no fundo é o que quer, mas reconhecer seria duro, era preciso que
ela pedisse e ele parecesse analisar a proposta e por amor a ela no fim,
aceitasse, provando ser um bom e justo cavalheiro. Só não contava que Roberta
não estava a fim de ser a dama que se lamenta a seus pés.
-Ok... –O jeito dela é de quem
já tinha voltado atrás. –Se você quiser voltar, que volte. Agora se não quiser,
eu não vou ficar implorando.
-Espera! –Com um medo
inconsciente de perdê-la, Diego a puxa quando ela tenta ir embora e a trás para
muito perto. –Eu só fico louco quando coisas assim acontecem.
Roberta não para de olhar para os lábios dele
enquanto fala, seu hálito, a forma como a carne rosada se volta úmida e tensa
formando frases que ela não queria ouvir.
Tudo parecia ocorrer tão depressa, mas a
sensação dele era eterna, como se fosse um pedaço dela.
-Aquela casa é nossa. –Roberta
volta a si, se afastando alguns centímetros. -Nós devíamos conversar antes de
ir abandonando o outro.
-Eu não te abandonei.
-Não, só fez as malas e “tiau”!
–Ela provoca.
-Eu te procurei a noite toda!
Ligaram pra mim dizendo que você era a namorada do Caio e que tinha saído com
ele pra um motel!
-Que? –Roberta arregala os
olhos sem resposta.
-Eu vou apurar essa história,
depois volto pra casa. Antes disso não!
-Diego eu...
Roberta tenta se virar para segui-lo, mas fica
com o dedo apontando para um corredor vazio quando ele some rumo a saída.
Estava tudo ainda mais estranho, mas não podia dizer mais do que já havia dito.
Eram muitos riscos que estavam correndo. Não acreditava que suportaria ficar
sozinha sem saber de Diego e ficava cogitando a possibilidade de dormir no
quarto de Alice, coisa que soaria estranho pedir, mas tendo em vista as
circunstâncias que ninguém sabia além dela, talvez fosse o mais seguro e
prático a fazer.
Quando o quarto de Carla fica vazio por um
instante, ela observa ao redor. Há muitos presentes, destacando-se flores e
cartões... Há muito com o que se emocionar, principalmente consigo mesma. Os
fios ligados em seu corpo, os furos em seus braços, o mal estar dos remédios, a
sensação de estar ligada e presa de um jeito melindroso a objetos que a mantém
viva. Tudo se junta em emoções desconfortáveis e a deixa angustiada. Um tanto
enorme de arrependimento toma conta de seus olhos em forma de lágrimas, mas ela
as segura com a entrada de Tomás no quarto.
-Ei... –Ele encosta a porta meio
sem jeito e tímido. Era difícil não saber o que falar quando se tem tanta coisa
a dizer, mas ele arrisca. –Como está?
-Nossa, perdi a conta de
quantas vezes tive que responder isso hoje.
-Desculpa, não quis te encher.
–Ele murcha com o comentário.
-Não. –Carla tenta corrigir. –É
que... Bom... Estou sem saber o que te dizer e essa foi a única coisa que tá na
minha cabeça o dia todo... Saiu sem querer.
-Não se desculpe. –Tomás
adquire um sorriso leve e se senta frente a ela. Os olhos brilhantes e modos
serenos. –Eu te trouxe umas revistas e um livro. Acho que vai gostar.
-Sobre o que é o livro? –Carla
pega entusiasmada, já que o tédio ali era gritante.
-Romance... –Ele a observa
folhear, distraída. –É sobre um cara que tenta salvar o amor da vida dele. Ela
não acredita que tem uma vida inteira para aproveitar.
-Mas... Tomás... –A garota
franze a testa sem entender. –Não é isso que tá escrito aqui...
Quando ela ergue os olhos e o vê de olhos
vermelhos como fogo, sente um nó na garganta. Talvez fosse uma rara vez em que
o estava vendo sério e pronto a desmoronar, brigando contra alguma lágrima. E
por sua causa.
-Essa história ainda não tem
fim. –Ele tenta se recuperar. –E eu não vou deixar essa história terminar como
a de muitas terminam.
-E como terminam?
-Morte.
Carla sente um frio na espinha e talvez essa
palavra explicasse a dor nos olhos de Tomás. As coisas nunca haviam chegado tão
longe.
-Desculpa ter estragado o
show.
Tomás abaixa a cabeça e ri, encobrindo a
tristeza.
-Tá se desculpando pelo show,
quando devia estar se desculpando por quase se matar?
-Na verdade eu só queria mudar
de assunto. –Ela se envergonha e vira para outro lado. –Me perdoa.
-Vou tentar.
-Eu sei que exagerei.
-Você quase tirou a melhor coisa
boa que eu conheci na vida.
Carla o olha continuamente e esquecidos de
tudo que já havia ocorrido e com o presente sendo o único a fazer a diferença,
eles ficam ali a se olhar até que seguram a mão um do outro e com uma firmeza
confusa, tentam acreditar que tudo irá ficar bem.
A cada passo no escuro, mesmo que houvesse
tropeços e hematomas, mesmo que nada soubessem do futuro, estavam dispostos a
tentar chegar a algum lugar. Talvez chegassem a cura e ela estivesse em algum lugar dentro
de Carla, um lugar muito escuro, sombrio e que por isso ninguém conseguia ver. Ela precisava de uma luz que lhe abrisse o caminho. Precisava da luz dele.
Como tem um tempo que eu não posto, esqueci bastante coisa, então me perdoem se o texto não tiver mto bom, tenho q pegar o ritmo de novo.
ResponderExcluirTudo bem so te pesso uma coisa n deixa a roberta e o diego separados eu to sofrendo muito com isso
ExcluirTudo bem mas eu quero te pedir uma coisa n deixa a roberta e o diego separados eu estou sofrendo muito.sabrina também escreveu o comentário de cima
ResponderExcluirÉ bom ver vc postar depois de tanto tempo =D só n desha a Robs e o Di separados por mt tempo :(
ResponderExcluirOBRIGADA ALINEEE!!!!
ResponderExcluirque bom que você está voltando a postar, Aline!
ResponderExcluirNa boa, o Diego não confia na Roberta? Sai de casa todo extressadinho humilhando a garota? Se a Robs se valoriza, vamos deixar ele seperados por um tempinho né… (; duas semanas (na web) já dá '-' hshaushaushashsauah
Até outro capitulo!
aline ta tudo muito lindo.
ResponderExcluirpf faz com q eles voltem,to com saudades de diro rsrsrs
aline ta muito bom
ResponderExcluirCaraca, você voltou, tô tão feliz! Amei a Carla com o Tomás, mas confesso que quero bater no Diego! Mais, muito mais...
ResponderExcluirAss: Anne
ótimo Aline! Estava sentido falta de ler capitulos novos da sua Web!!! Fikou mt bomm*-* PARABÉNS!
ResponderExcluirSimplesmente DEMAIS Aline!!!>.<
ResponderExcluir(Bjusssss Julia)
Aline e aquela história da suspeita da gravidez da roberta ?? o que vai dar nos exames ? Quer me matar de curiosidade garota !! Ah e me deseje sorte porque se eu nao passar na prova de mat amanhã eu fico de progreção =( @FCnovelarebeld1
ResponderExcluirFiquei tão feliz quando eu entrei aqui e vi que vc tinha postado o cap 44. Quero +++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
ResponderExcluirCom seu talento querida você poderia escrever sobre a bolsa de valores que seria interessantíssimo. Bem, estou mais que feliz com seu retorno, e te desejo tudo de bom amiga! Sem estresse, só diversão, se lembre sempre.
ResponderExcluirBjs Darly
tava cheia de saudades da web, ainda bem que continuas a escrever. bigada Aline
ResponderExcluirArrazando ainda mais, fiquei muuito feliz pq vc voltou a postar :)
ResponderExcluirÔ, Line, seja bem vinda de volta! Estava com muita saudade e fiquei super feliz com o novo capítulo. Tudo de melhor nesse regresso e como disse Darly, "sem estresse, só diversão, se lembre sempre". Beijos, querida!
ResponderExcluirnossa que cap. fofo!amei o Thomas e a Carla e quero que a Roberta e Diego volte logo pelo amor de Deus
ResponderExcluirAhahahahahah ainda nem caiu a ficha que passei de ano u_u , consegui responder todas contas de matemática que por sinal era de quase 1 folha inteirinha :/ segundo ano do ensino médio ai vou eu =)
ResponderExcluiramei d++ linee!!! to suuuper feliz q vc voltou a postarr!!! bjinhos
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