Cap 41 (faculdade) - Manhã de amor e etc...

 Era um gesto diferente, uma suavidade encontrada. Pedro leva Alice para seu quarto aos beijos e tranca a porta.  Ele a pega no colo e a beija enquanto caminha até a cama.

 Ao deitá-la com suavidade, inicia carinhos seguidos de palavras de amor. As mãos vão procurando abrir as roupas e o rosto de Alice pega fogo enquanto o coração bate tão rápido que lhe dá a impressão de que iria ter uma parada cardíaca. O ouvido vai se aquecendo assim como toda a pele, o carinho a vai acalmando e a nudez do espírito, do corpo e do coração é a cena do ato de amor consumado durante a madrugada, onde as estrelas vem como gotas de sonhos fantásticos nesse mundo tão firme e áspero...

  Os raios de sol vem batizar o dia, assim como as mãos dadas vem dizer um “Eu te amo” silencioso e verdadeiro.

 Alice se senta na cama, com um sorriso de estranheza como se perguntasse “ainda sou eu”?  Vê que ao seu lado ele ainda dorme e por eles a vida poderia terminar ali.

 Depois que acordam, não ficam muito em casa, já que Beth já, já voltaria do trabalho noturno que aliás, Pedro começa a explicar quando leva Alice de moto para um passeio o mais longe possível de tudo.

-Trabalhando de madrugada? –Ela estranha a informação enquanto ele conta tudo enquanto caminham.

-Não estamos bem. Eu to trabalhando em dois lugares diferentes, além de estar fazendo faculdade e o Raul, como você sabe, tá no Elite Way agora.

-Você tem estado calado...

-Foram maus momentos, minha cabeça muito cheia, cansaço e tristeza por não ter você... Nós também estamos muito bem financeiramente.

-Olha Pedro, eu posso falar com o meu pai e...

-Eu não quero Alice. –Pedro dá a mão a ela enquanto chegam a um parque. –Eu vou conseguir tudo com meu trabalho, com meu suor, com meu esforço. Vou lutar pela banda, por meus estudos, pela minha família e por você, principalmente.

 Ela sorri e se sentam em um banco de madeira, enquanto algumas pessoas correm com seus cães em coleiras, vestindo roupas de ginástica.

-Eu queria tanto que nossa primeira vez tivesse sido em um lugar mais romântico...

-Ela foi perfeita. –Alice interrompe. –Porque foi com a pessoa que eu amo mais que tudo nessa vida e no momento certo, porque a gente se conhece, a gente quis que acontecesse e a gente já tinha conversado muitas vezes sobre isso...

-É que você merece o melhor.

-Eu já tenho o melhor. –Ela segura a mão dele, que sorri como há muito já havia esquecido.

 Eles se levantam em alguns minutos e recomeçam a manhã de sábado, como se recomeçassem toda uma vida.

Em plenas nove da manhã, Diego surpreende Roberta na janela, imóvel sobre o encosto da poltrona. A camiseta fina e o short curto que compõe seu pijama de tons verdes e suaves, balançam de leve assim como seus cachos, presos em um rabo de cavalo feito sem nenhum cuidado, com algumas mexas soltas sobre os olhos.

-Oi... –Ele dá um beijo em sua nuca e lhe entrega um copo de leite quente.

-Bom dia...

 A namorada pega e sorri enquanto ele debruça o queixo sobre seu ombro para ver com que vista ela tanto se distrai.

-Porque se levantou tão cedo? –O negro olhos de Diego olham de perto os tons dos lábios dela, que não tira os olhos do horizonte.

-Não é cedo.

-Pra você é.

-Hã... Eu não consegui ficar na cama...

-Que houve? Eu tava roncando?

-Não. –Ela ri. –Tive um pesadelo e me levantei, mas quando vim pra cá comecei a pensar naquele dia que apareceu uma luz aqui, lembra? –Ela desliza os dedos no vidro.

-Lembro. –Diego vai até a mão dela e segura, trazendo-a de volta e formulando um abraço. –Porque não me acordou quando teve o pesadelo?

-Pra que?

-Ué, pra eu te abraçar apertado assim. –E ele a aperta.

-Vai derrubar o leite!

 E eles quase caem da base da poltrona. Um pouco do leite realmente vai para o chão, mas eles continuam rindo.

-Para de se preocupar, vai? Te ver assim é muito ruim. Além do mais hoje tem show e segunda a maior parte dos problemas vão estar resolvidos.

-Ou não... Vai que a polícia não acha esse maluco dos soldadinhos e no resultado dá que eu to realmente grávida...

-Roberta, a gente...

-Eu sei que já conversamos, mas não consigo parar de pensar nisso.

-Não consegue?

-Não.

-E se eu te der um bom motivo pra pensar em outra coisa?

-Hm... –Ela balança a cabeça de um lado pro outro olhando pra cima.

-Me dá a caneca. –Diego coloca a caneca sobre a mesinha e volta para Roberta. –Pronta?

-Sempre! –Ela exalta.

-Então vem pra cá!

-Ah!

 Ele a pega no colo muito rápido e atravessa com ela rindo em seus braços até o quarto, onde a deita sobre o lençol branco aquecido pelos dedos do sol.

 Quando Diego vem beijar sua boca, ela abraça o pescoço dele, deita os olhos como se fosse sonhar e o deixa entrar por um tempo esquecido. Beijo tranquilo da manhã, não precisavam se preocupar com nada, só com esse beijo, ao menos por mais uma hora, até terem que sair para organizar os preparativos para o show.

-Não.

-Sim...

-Não.

-Sim!

-Sim?

-Porque não? –Ele coloca a mão debaixo da blusa dela, tentando lhe convencer. –Dá tempo.

-A gente vai se atrasar... –Roberta olha por cima dos ombros de Diego, o relógio marcando 9 e meia sobre o criado mudo.

-E daí?

-A banda é um compromisso.

-E vai me dizer que você não quer?

-Assim, tão rápido?

-Mas eu faço direitinho... –Brota um sorriso safado no rosto de Diego e Roberta ri de lado.

-A gente tem que sair em meia hora seu doido!

-Ah... Então... –Ele vai até o ouvido dela e cochicha algo.

 Ainda com um sorriso no rosto ele desce por seu pescoço salpicando beijos suaves e arrepiantes.

-Você tá cada dia pior...

-É? –O namorado não para de lhe beijar e vem descendo pelos seus braços.

-É sim... –Roberta gruda os dedos nos cabelos dele. -... Mas não vai me convencer.

 Diego para na mesma hora e levanta a cabeça com um jeito implicante.

-Ah, não?

-Não. –Ela cruza os braços e vira o rosto.

-Hm... Mesmo se eu morder a sua orelha assim? –E ele vai nela com cuidado. –Mesmo se eu acariciar sua cintura desse jeito? –E ele enfia as mãos dentro da blusa dela enquanto ainda mordisca suave sua orelha.

-Me-mesmo assim...

 Roberta já descruza os braços e Diego continua.

-Não te convenço nem se eu disser que você me deixa arrepiado?... –Ele cochicha.

 E o som quente ao ouvido junto com o peito nu se esfregando, vai amolecendo Roberta.

-Hã-hã... –Os olhos dela se fecham quando ele não está olhando.

-Ah, mas e se eu disser que te amo?

-Isso eu já sei...

-Que te amo dos pés a cabeça? E que quero te provar com as mãos e com todo o meu corpo em cada milímetro de você?

-Que covardiiiia...

-Hm...

 E tendo ela cedido, Diego retorna a sua boca, com fogo, com intensidade, causando uma respiração descompassada. Ele arranca o pijama dela em dois tempos parando o beijo por poucos segundos, deixando-a completamente sem ar. Afunda os dedos nas coxas dela e desliza de cima a baixo enquanto a devora apertando-a em um abraço esmagador com seu beijo excitante descendo aos ombros e toda extensão do tórax.

 Roberta também retira a roupa dele muito depressa enquanto os ponteiros do relógio correm. Os dedos dela e as unhas vão conversando nos músculos dele, a cada dia mais atraentes graças à natação diária no clube.

“Ai meu Deus, como ele tá... Arr!” –Ela sobe por cima de Diego e começa a mordê-lo.

 Ah, se houvesse tempo o bastante, seriam muitas dentadas e mãos bobas, mas não há e Diego se devolve sobre ela, ajeitando seu corpo ao de Roberta, diminuindo o afobamento com um beijo mais tranquilo enquanto enlaça os dedos nos dela em uma junção pedida pela alma.

 Carinhosamente ele vem apertando os dedos e os lábios enquanto entra apaixonado no calor do corpo dela.

-Diego... –Ela sussurra inclinando a cabeça para trás e ele aproveita para arrepiá-la beijando sua garganta.

 Talvez ela tenha algo para lhe dizer, talvez que não demorasse, talvez que eles deviam ter começado, mas não consegue dizer mais nada. Fica a deslizar os pés pelo lençol, indo e vindo na aflição prazerosa que os movimentos dele lhe davam. É cuidadoso, profundo e tem um ritmo constante, tendendo a aumentar. Diego realmente está caprichando nos toques, caprichando nos arrepios e das provocações para fazer com que o pouco tempo não seja mal aproveitado.

 A visão parece embaçada, a textura do outro é sentida continuamente e os deixa completamente tontos.

 Ela se contorce nas mãos dele e isso o faz ficar louco e aumentar a intensidade, a velocidade e a vontade de traga-la para si. Os sons agoniantes, os tremores, as taquicardias, o trincar dos dentes, o cerrar dos olhos, o apertar das mãos e uma contração que os faz parar de respirar ao mesmo tempo.

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