As luzes se apagam no mesmo tempo que Diego dá sua última compressão ao corpo dela, subindo, ambos, aflitos pela respiração.
Respirar, respirar, respirar. Eles
sentem que nunca respiraram com tanta vontade. Ela laça os braços em volta do
pescoço de Diego com força enquanto ele a aperta de modo que fiquem tão colados
quanto é possível. São tantas as sensações ao mesmo tempo, o cansaço na
respiração finalmente recuperada, o prazer ainda correndo suas artérias e
aguçando seus sentidos é indescritível, e percebendo que já não há nenhum
perigo, começam a rir.
Ainda abraçado a ela, Diego beija seu
pescoço enquanto repete:
-Eu te amo, te amo, te amo...
-Eu também te amo, seu tarado... –Roberta
esconde o rosto no pescoço dele, ainda se sentindo mole.
-Eu achei que a gente ia morrer.
-E em grande estilo.
Eles riem.
-Ia ser uma morte maravilhosa. -Diego segura
o rosto dela. -Meu Deus, isso foi...!
-Muito louco.
-Concordo... Mas foi demais, né?
-Sempre é...
-Linda. -Diego beija, cobrindo o sorriso
dela enquanto vão se desprendendo.
Vão aos beijos sentindo o corpo do
outro se despedir da união e alguns instantes depois, tendo recuperado alguma
energia, eles saem da piscina, se vestindo rapidamente para que ninguém visse e
correndo e rindo pelo gramado até chegar ao porão novamente.
Eles descem novamente as escadas em
busca de um pouco de sossego. Cansado, Diego se joga deitado puxando Roberta
por cima.
Os sorrisos enormes, juntamente com a
adrenalina, ainda presente vão diminuindo conforme ela vai se acomodando no
cantinho do sofá e ele vai sentindo o calor dela envolvendo seu peito. São
instantes em que vão se aquietando e os pensamentos vão surgindo, como
inevitável força após uma união tão intensa.
-Roberta...
-Hm?
-Você já imaginou como vai ser quando a gente
for mais velho? –Diego olha para o teto.
-Como assim?
Ele segura a mão dela sobre o peito e
volta os olhos para ela.
-Assim... Hoje temos 18, mas e daqui a 10
anos?
-Vamos ter 28... –Ela sorri, querendo deixar
a fala para ele e nisso ver onde vai chegar.
-E vamos estar juntos, né?
-Claro. –Ela se levanta. -O que exatamente
você tá querendo dizer, Diego?
-Sabe o que é? Somos muito novos e a gente da
nossa idade gosta de descobrir outras coisas, outras pessoas, não gosta de se
sentir preso.
Eles ficam se olhando em alguns
segundos de silêncio, até que Roberta se deita novamente sobre seu peito.
-Você já teve que se mudar de casa alguma vez?
-Já, mas... O que tem a ver?
-Quando minha mãe se casou com o Franco a
gente se mudou pra casa dele, mas eu ainda sinto falta da minha casa, se
pudesse voltaria pra lá.
-Ainda não entendi.
-Você é minha casa. –Ela sorri virando o
rosto para ele. -Ninguém vai ser pra mim o que você é... Mesmo sem nunca ter
morado na casa do Franco, eu tinha certeza que sempre gostaria mais da minha
casa.
Diego fica com um sorriso no rosto e
volta ao estado pensativo.
-Eu tinha um cobertor...
Roberta o encara, risonha.
-Ainda sinto falta do cheiro dele... Sem
aquele cheiro, os outros cobertores, eram só cobertores... Com o cheiro, era
especial.
-E eu sou seu cobertor? –Ela arrisca em um
olhar traquina.
-É sim! –Diego a abraça apertado, rindo. –Eu
também não precisava experimentar outro, pra saber que era aquele que eu
queria. –Ele acaricia o rosto dela. –Pra dormir comigo, pra me aquecer, pra me
fazer companhia...
-Quantas utilidades... –O riso
brota.
-Infinitas...
O sorriso dos dois vai diminuindo e
eles se beijam. Um beijo calmo e sincronizado, como se fosse uma coreografia
que as línguas já tivessem ensaiado. Um vai e vem de um úmido contato e de
sabores viciantes onde o fechar dos olhos é o caminho da paz.
A certeza que têm, é a de que qualquer
que seja o tempo, qualquer que seja o caminho, não faz diferença, por que ela
saberia onde morar e ele onde se enrolar...
Na volta para casa, após pularem o
portão, Roberta tem a impressão de terem sido vistos, mas logo muda de opinião.
Eles voltam de táxi e abraçados, voltando também a falar dos desejos.
-Já pensou no 3º?
-Já...
-E qual é? –Roberta fica atenta.
-Eu não vou usar ele agora.
-Por quê? Agora que eu tava gostando da
ideia... –Ele morde o lábio.
-Pegou o jeito né?
-Se peguei... –Ela vai para lhe dar um beijo,
mas percebe o olhar do taxista pelo espelho do retrovisor e volta. –Olha a
estrada aí moço! Se a gente morrer eu não pago não!
Diego ri.
-Aguarde, vou esperar um bom momento pra usar
e ah! Lembre-se: Não pode negar.
-Ok! –Ela ergue os braços, rendida.
Eles voltam para casa e ficam
namorando toda aquela noite para ver nos próximos dias a vida de trabalho e
faculdade recomeçar. Eles têm show no fim de semana e algumas coisas começam a
ficar preocupantes. Pedro falta a alguns ensaios e quando fala no telefone
parece sempre cansado. Carla passa mal várias vezes na semana e mesmo dizendo
que come, não tem feições muito saudáveis, além de Alice que continua com a
obsessividade de ficar com Caio.
-Ele foi um fofo quando contei pra ele...
–Ela conta tudo às meninas enquanto lancham na cantina da faculdade.
-Tá Alice! Mas se você não o ama devia
esperar. –Márcia tenta aconselhar.
-Minha primeira vez não foi ruim, mas se
pudesse voltar no tempo esperaria mais. –Duda expõe. –Esperaria o Lucas, ele é
tão especial pra mim, com meu ex foi mais por pressa que por outra coisa, ele
foi muito carinhoso, mas não era a hora certa.
-A minha foi péssima! –Uma amiga de Márcia
também tenta alertar. –O cara ficou cobrando por estarmos juntos há um tempão,
na hora H eu quis desistir, mas ele não deixou, forçou a barra, foi uma droga e
eu acabei terminando com ele, e fiquei com ódio dos homens e com nojo de sexo
por muito tempo.
-Credo! –Alice se assusta, porém logo se
recompõe. –Mas o Caio não é assim, ele é super carinhoso e paciente.
-É Alice, mas se você não ama ele espera mais
um pouco, ao menos até ter certeza de que vai valer a pena.
-Tenho certeza de que não vou me arrepender
Márcia, assim que contei pra ele, ele disse para irmos com calma, foi um amor
comigo, nenhum outro seria assim.
-Ah, tá! –Duda ri tirando o canudinho de milk
shake da boca. –Muitos são assim só para poder conseguir o que querem, meu bem!
Fica esperta!
-E outra, se você esperou atá agora, pode
esperar pra fazer com amor, isso só acontece uma vez.
-Você e o Pedro namoraram tanto tempo e mesmo
assim não rolou? Você não amava ele?! –Duda pergunta, interrompendo Márcia.
-Não. Acho que acabamos deixando passar o
momento... –Alice suspira saudosa.
-Você ainda sente algo por ele?
-Não! –Ela é rápida, mas logo vacila. –Quer
dizer... Gosto do Caio, gosto de estar com ele, de conversar com ele, mas o que
eu senti pelo Pedro, nunca vou sentir por mais ninguém...
-Então vai atrás desse tal Pedro menina! –A
amiga de Márcia tenta dar uma força mesmo sem saber da história. É o tipo da
romântica incurável.
-Não é assim Joyce... Ele terminou comigo.
-E isso te impede por quê? O orgulho é o pior
conselheiro. Essa pode ser a melhor experiência da sua vida, como pode também
ser a pior, pensa bem... – Joyce tenta ajudar.
Elas encerram o assunto quando o
intervalo acaba. Alice volta para a aula pensativa.
Na aula, Roberta sente o celular vibrar
no momento em que o professor explica a matéria da prova, mas ao ver que era
Diego, corre para fora para atender.
-O que foi?
-A Dr. Cecília me ligou. –Esse é o nome da
médica que daria o laudo do exame que seria apresentado à polícia. –Ela quer
falar com a gente. Ficou marcado para amanhã, você pode faltar à aula?
-Não sei, acho que sim.
Roberta fica aliviada e tensa ao mesmo
tempo, finalmente ficaria sabendo o resultado dos seus exames e já tem a
certeza de que não está grávida, mas por outro lado não consegue deixar de
pensar que pode ter sido dopada ou pode ter alguma doença.
De qualquer maneira ela consegue
assistir a aula até o fim, prestando atenção a tudo e depois que sai da
faculdade e passa a tarde no trabalho acaba até se esquecendo. A verdade é que
a noite na hora do ensaio, ela nem está pensando em nada além do show.
Eles ensaiam bastante no salão, já que
Pedro finalmente não os deu “furo”. Carla está calada, mas ninguém presta muita
atenção, por que afinal, todos estão. A banda nunca havia estado daquele jeito
e as coisas pareciam estar pegando um rumo torto para todos eles.
-Pronta pra jantar? –Diego a olha tirar o
tênis, sentada na cama, após o ensaio.
-Quase.
-E amanhã? –Ele vai e se senta ao lado dela.
-Também tá pronta?
-Amanhã?
-A consulta...
-Ah, tá... Estou sim. Tudo vai dar certo.
Roberta tenta aparentar tranquilidade.
Mas na manhã seguinte não consegue evitar que Diego perceba sua tensão.
-Ela ainda não chegou? Mas que tipo de
médica ela é? Tá achando que eu não tenho mais nada pra fazer?
-Calma, Roberta. –Ele tenta segurá-la quando
a namorada se levanta da cadeira e começa a andar de um lado e outro. –Ela deve
ter tido algum imprevisto. Eu vou ver com a atendente.
A
namorada se senta emburrada na cadeira e espera que ele retorne.
-E aí?
-Ela já vai nos atender.
Bom demaixxx, o 40 já ta pronto? Vai postar hj? (:
ResponderExcluirposta qqr coisa do 40, o rascunho... por favooooooooooooor *-*
ResponderExcluirposta o 40 pfv aline eu to super super anciosa!!
ResponderExcluiraaaaaaaaaaa que perfeito sera que a Roberta ta mesmo gravida ou não? posta o rascunho do 40 please!!
ResponderExcluirsuper malucos esse dois
ResponderExcluiramei mt