Cap 34 (Faculdade) -A decisão de Alice

 Pavor!

 Pavor!!

 Pavor!!!

 Diego já não sabe o que pensar, muito menos o que dizer diante de tanta “delicadeza” que homens geralmente usam para falar de assuntos difíceis.

-Fica tranquilo cara. –Josias se aproxima e coloca a mão no ombro de Diego. -Ter um filho é uma das coisas mais difíceis, mas também mais emocionantes do mundo.

-Mas eu nem sei se ela tá grávida...

-Tem enjoo? –O senhor de bigodes paga uma vassoura enquanto pergunta.

-Tem.

-Tontura? Comendo fora de hora?

-Sim, mas...

-Vish... –Todos tem a mesma reação.

-Eu achei que fosse por outro motivo. –Diego baixa a cabeça segurando o queixo, como a tentar raciocinar melhor.

-Ela é de ficar doente? –Josias vai sondando também.

-Não. Geralmente ela nunca adoece, mas passamos por algumas coisas esse fim de semana...

-Ficamos sabendo cara. Que barra. Já pegaram o bandido?

-Não... Ainda não. Acho que a Roberta pode estar assim pelo que aconteceu.

-Olha, eu não sei exatamente o que aconteceu. –O senhor se aproxima de Diego. –Mas repare se ela continua mudando de humor, comendo muito...

-E tendo desejos. –Josias se lembra. –Minha mulher me pediu uma vez pra comprar sardinha pra ela comer amassada com banana.

-Argh... –Diego se enoja.

-A minha comia amendoim com feijão.

-Mas todas ficam assim?

-Ficam. –Outro funcionário, que parecia distraído, completa. -Geralmente tem vômitos, ânsia com cheiro de algumas comida e desmaiam em alguns casos também.

-É, né? –Diego já não sabe o que dizer.

-Gente, já passou da hora. –Josias é o primeiro a alertar. –Não fica grilado não, não é hoje que sai o resultado?

-É sim.

-Então bora lá, papai!

-Haha... Vou só fazer uma ligação e já vou.

 O dia todo Diego passa pensando no resultado do exame que Roberta fez para saber o que havia feito com que ficasse desacordada na casa de praia. Ainda ficaria no clube até a tarde e está contando os minutos para chegar ao apartamento e ver o bendito resultado.

 E enquanto o trabalho no clube não termina, no prédio, uma reunião do clube da Luluzinha iria se iniciar.

 Roberta está com os pés encolhidos no sofá enquanto conversa com Carla.

-O Diego te ligou?

-Ele pediu pra ver como você estava.

-Hm... –A menina olha para o lado, pensativa. –Ele tá cheio de dedos comigo. Já me ligou várias vezes hoje.

-Também... Depois de tudo que aconteceu. Deve ter sido traumatizante pra ele ver você ser jogada... –Carla empaca com medo de estar entrando em um assunto difícil.

-Não se preocupe, pode falar. Eu não me lembro de nada mesmo, pra mim é como se não tivesse acontecido.

-Sério?

-É, mas eu sei que o Diego ficou muito mal.

-Ele te ama muito.

-Eu sei.

 Nesse instante Alice entra eufórica e saltitante. Para na frente das duas e solta essa sem ao menos dizer “oi”.

-Eu decidi que vou fazer “vocês sabem o que” com o Caio!!! –Solta um gritinho agudo ao final da frase.

 As meninas olham paralisadas para Alice, que continua sorrindo como se tivesse dito que compraria um batom novo.

-Como? –Carla arregala os olhos enquanto Roberta entorta a cabeça e começa a dar uns tapinhas próximo ao ouvido.

-Não acredito que entrou água no meu ouvido durante o banho!

-Tá com dor? –Carla se preocupa.

-Não! Só acho que fiquei surda. Parece que eu ouvi a louca da Alice dizendo que ia pra cama com um cara que ela conhece a menos de um mês!!! –Ela praticamente grita, de tão assustada com o absurdo.

-Ai, Roberta! Você me assustou! –A dançarina reclama.

-Quem me assustou foi a Alice! Apesar de que eu nem sei por que me surpreendo ainda com ela. 

-Ah, gente, vocês tão exagerando... –Ela parece ficar constrangida com a reação das amigas. –E tem mais de um mês que eu o conheço, tá!

-Alice você não pode dar um passo tão serio assim, de qualquer jeito. –Carla é complacente ao falar, mas Roberta, não é tão calma e age enérgica com ela.

-Você pirou?! Mal conhece o Caio! Quantos beijos vocês trocaram até hoje? Tá achando que transar é comer croissant? Só existe UMA primeira vez e você vai fazer com qualquer um? Nem sabe se ele vai ser cuidadoso, se...

-E como você pode saber se o Caio não é especial?!- Alice começa a se irritar com Roberta.

-Tá bom... –Roberta fecha os olhos, respirando fundo. –Então me diga: Você ama o Caio?

Alice fica meio perdida, mas ainda assim não dá o braço a torcer.

-E o que amor tem haver com isso? Eu amava o Pedro e nunca rolou... –Ela cruza os braços como uma dondoca, porém uma dondoca decidida.

Carla segura Roberta que está prestes a bater em Alice.

-Amiga, não é assim que as coisas funcionam... –Carla toma a palavra. –Você vai acabar se arrependendo e não vai ter como consertar.

-Quer saber? –Alice fica na defensiva. –Eu achei que vocês eram minhas amigas! Que vocês me apoiariam e me ajudariam, me dariam dicas e essas coisas...

Roberta não se contém mais, levanta e começa a falar alto na tentativa de trazer Alice pra terra.

-E é por sermos suas amigas que não concordamos com essa loucura! Você esperou tanto e agora vai estragar tudo com uma pressa desnecessária!!!

-Desnecessária por que não é você que vê todo mundo fazendo e sendo feliz!!!  Vocês sabem como é ver a cara da Márcia e da Duda quando elas ficam com seus namorados? Eu quero saber como é ficar assim!!!

-Alice, a cara de felicidade é porque elas amam os namorados. É porque são pessoas especiais para elas...

-Claro, né?! –Roberta corta Carla. –Você acha que estariam felizes se fizessem por fazer?

-E o que é fazer por fazer, Roberta?

-Garota, você é... –Ela se segura para não dar a resposta que quer dar a Alice.

-Ah, quer saber, eu cansei desse sermão! Vocês tiveram a sorte de ter ao lado de vocês alguém que vocês amam e que amam vocês, eu sei que nunca vou amar como amei o Pedro, então pra que esperar? –Nesse momento Alice para e com o silêncio e o olhar reprovador das meninas, não segura as lágrimas.

 Com isso, Roberta e Carla diminuem o tom de bronca.

-Não fica assim, vai. –Carla a abraça, tentando consolá-la.

 Roberta, ainda emburrada, fica de braços cruzados olhando as duas, até que com pena, vai até lá e também a abraça.

-Por que você não conversa com o Pedro?

-É. –Carla se empolga. –Tá na cara que vocês ainda se gostam. Só precisam...

-De jeito nenhum! Ele terminou comigo, foi egoísta, nunca mostrou sequer uma pontinha de arrependimento, e sinceramente, não acredito que ele ainda goste de mim, desde que terminamos não me procurou uma única vez!

-Alice, ele também deve tá magoado! Você foi pra Nova Iorque sem ele, o que esperava? –Roberta tenta defender o amigo.

  As coisas pareciam ficar cada vez mais complicadas na cabeça das meninas e a conversa ainda rende algumas horas daquela manhã. Juntas, as meninas preparam o almoço ali mesmo, no apartamento de Roberta, indo embora somente quando Diego chega.

  Sem as meninas no apartamento e esquecidos os problemas de Alice, ele vai Direto ao ponto e pergunta a Roberta:

-E o exame?

-Não ficou pronto.

-Como assim? Não pode ser! Tem certeza?

-Tenho, eu liguei para o laboratório.

-Não, não, não... –Ele se chateia.

 Roberta para de lavar a louça e fixa o olhar em Diego.

-Você tá bem?

-Po... Porque pergunta?

-Você tá desesperado por esse exame.

-Não... –Ele coça a nuca. –Eu tô preocupado com você.

-Deixa de onda, eu te conheço, é bem mais do que isso.

-Vem cá... –Diego estende os braços e Roberta vai até ele, entrando naquele abraço. -Só quero ter certeza de que o que houve não te afetou mais do que parece. Não vou ter tranquilidade enquanto não ver esses exames.

-Eu entendo... Mas olha pra mim!

-E eu faço outra coisa? –Diego sorri sedutor.

-Hm... Então sabe que estou bem.

-Não sei. Acho que preciso de um beijo pra ver se você está bem mesmo.

-Ah, é?  

-É... Pra ver se não perdeu o jeito.

 Roberta fica risonha e aproxima-se dele. Vai dobrando o rosto, aproximando os lábios rosados e entrando na boca de Diego com carinho, com calor e paciência, mas não deixa durar muito, desgrudando-se dele na mesma leveza.

-E aí? Eu perdi o jeito?

-Hm... –Ele balança a cabeça desdenhando o beijo e recebe um tapa de Roberta. –É brincadeira... Você ainda não tá tão ruim assim não.

-Ainda? –Ela se afasta dele olhando pelo canto do olho. –Acho que tem alguém precisando ficar de abstinência de novo.

-É ruim hein! –Diego a puxa pela cintura. –Eu não fico longe de você nunca mais!

 E dizendo isso, ele abre outra vez os lábios dela, atravessando com toda paixão que tem para o sabor de mais um beijo profundo e inebriante.

-Hm... –Ela se afasta. –Eu tenho que acabar de lavar a louça.

-Deixa que eu arrumo.

-Não, eu não trabalhei, nem tive aula hoje...

-Mas eu quero arrumar pra você.

-Diego, eu sei que você tá cansado.

-Roberta gente não vai discutir porque um quer lavar a louça pro outro, né?

-Eu não. –Ela ergue as mãos. –É toda sua então.

 Diego arregaça as mangas e vai para a pia.

-Ah, então eu vou fazer algo pra gente comer. –Roberta se sente culpada.

-O que?

-Um bolo.

-Você não sabe fazer bolo... –Se Diego não estivesse olhando para o prato que está lavando, veria a cara de “ele quer apanhar” que Roberta faz.

-Mas tem livro de receita, tá? Vou pegar os ingredientes.

 Quando ela abre a geladeira, encontra uma vasilha e fecha imediatamente quando cheira.

-Argh, que nojo... –E sai de perto, deixando Diego paralisado com a cena.

Continua...

Hi!

Gente, é com um tanto de coragem, que eu nem sei de onde tirei, que fiz um novo blog, com meu diário pessoal. Tudo que já escrevi desde meus 11 anos. Ele conta uma época difícil da minha vida e talvez ele possa ajudar alguém como me ajudou.

Minha mair vontade por fazer psicologia é para ajudar as pessoas a encontrarem a felicidade. Pode parecer meio bobo e utópico, mas é a mais pura verdade. Eu não encontrei um profissional que me ajudasse e então quero ser o tipo que vai poder ajudar.

Se quiserem visitar esse meu "Diário virtual" e conhecer a minha vida e as primeiras coisas que escrevi antes mesmo de querer ser escritora, clique aqui.

<<Cap 33 (faculdade)          Cap 35 (faculdade)