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Cap 11 (Faculdade) -O violão

  Diego não está bem, mas mesmo assim não abaixa a cabeça. Apesar de tudo o abalar, a briga também o deixou mais forte e capaz de buscar com as próprias mãos um futuro.
  Assim que sai da gravadora, onde Roberta ainda permanece, ele volta ao apartamento. Resolve fazer o almoço, mas percebe ao terminar que não tem fome alguma. Olha por um momento pela janela e vê um senhor em um andaime trabalhando de macacão em uma janela do prédio em frente. Talvez ele tivesse filhos e até netos, talvez fosse um homem pobre, mas lutador. Ele fica naquela imagem algum tempo e por fim, depois de engolir a comida sem mal mastigar, se apronta e sai, deixando um bilhete na geladeira.


 Roberta lê e fica pensativa. A mãe, como boa sogra que é, havia deixado que viesse mais cedo para ficar com ele, mas e agora ele não estava.
-Alô? –Ela pega o celular que berrava dentro da bolsa. –Diego, onde você tá?
-O Caio me indicou pra um trabalho!
-Trabalho? Onde? –Ela roda o apartamento atenta a euforia dele.
-Eu te explico quando chegar. Só to ligando pra avisar que vou demorar um pouco, vou organizar tudo pra começar amanhã mesmo. Lá pras 6 horas eu to chegando. Beijo, linda! A gente vai ter motivos pra comemorar!
-Beijo... –Ela mal tem tempo de falar. Ele estava com pressa e eufórico.
 Roberta olha no relógio e ainda era bem cedo. De repente um sorriso travesso surge em seu rosto, uma ideia passa por sua mente e ela olha para a porta.
-Acho que vamos precisar comemorar em grande estilo... –Ela morde o lábio e sai.
 Ao se encontrar com o porteiro, lhe faz um pedido.
-O 31º andar não tem nada, é geralmente usado para festas de aniversário. Mas pra que você precisa dele?
-É uma surpresa pra alguém...
-Hm... –O homem entende, mas é sutil. –Aquele garoto é gente boa e você também. Eu vou resolver isso. –E depois de alguns instantes ele volta e lhe dá a chave. -Aqui menina.
-Valeu mesmo!
 Roberta caminha feliz com a chave em mãos e quando entra no elevador alguém entra junto e a aborda sorrindo.
-Você é Roberta!
-Sou... –Ela faz um olhar estranho. –Por quê?
-Eu te conheço da banda! Admiro muito o trabalho de vocês!
-Ah... –Roberta a abraça. –Qual é seu nome?
-Darliene, ou Darly, se quiser.
-Muito prazer, você mora aqui?
-Não, eu to visitando alguns parentes aqui no Rio, mas vou ficar algum tempo, então o que precisar é só falar.
-Sério? –Roberta leva o dedo ao queixo. –Acho que vou precisar agora!
 E quando a porta se abre elas já tinham conversado sobre tudo que era possível e é claro sobre o que fariam.
-Um jantar? –Darly se entusiasma. –Tenho umas ideias e vou te ajudar a montar a mesa. Eu sei cozinhar e outras coisas dá pra encomendar. Lá tem mesa, né?
-Acho que não... –Roberta tenta lembrar.
-Ah, a gente coloca uma toalha bem bonita, faz no estilo piquenique.
-Oba! Valeu!
-Fã também é pra isso!
 E quando as duas sobem e começam a arrumar as coisas, também conversam sobre os shows e sobre a banda.
-Sério? Eu sou a primeira a saber?
-É Darly! Tá podendo! A primeira fã a saber oficialmente que a banda vai continuar! Também depois da mãozona que tá me dando! As velas que me arranjou ficaram demais!
-Ficou mesmo! Ficou lindo o lugar! Agora eu já vou, vou deixar os retoques finais, que eu sei que tem, pra você. –Ela faz um olhar de que sabe. –Beijo! Qualquer coisa eu tô no 25º.
-Valeu Darly!

 Esse é o andar em que Diego havia levado Roberta no dia em que foram buscar o tal abajur, esse que depois do temporal virou um objeto muito querido. Roberta espalhou por aquele lugar algumas flores do campo, colocou uma toalha xadrez em tons vermelhos e nela comida japonesa (encomendada, lógico) e também alguns docinhos para sobremesa, feitos por Darly, que deu uma grande ajuda. Talvez não conseguisse terminar a tempo sem a ajuda dela.
 Ao lado do jantar, ela colocou um colchão, forrou com um lençol, almofadas e travesseiros em tons vermelhos e marrons, que com a luz da noite e das velas, tornava tudo ainda mais quente.
 Já são 5 da tarde e quando Roberta acaba de tomar banho, revira todo o guarda-roupa, irritada.
-Que eu vou vestir? Que droga! –Mas logo ela para a fúria e o olhar quando uma lâmpada se acende sobre sua cabeça. -Já sei...
 E ainda mais travessa, ela resolve fazer algo realmente para surpreender.

 A noite está agitada, mas Diego sente um alívio no peito ao entrar em casa.
-Roberta? –Ele olha e estranha. –Roberta... Cadê você? –Ele vai até o quarto, bate na porta do banheiro e retorna a sala. –Ué... Cadê...?
 Do nada, ele finalmente observa um bilhete colado na tv, o que foi bem pensado, porque na geladeira era mais difícil que ele vesse. 
 Ele ri, mas ao ler, fica intrigado.


  Ele se apressa, toma um banho e se apronta para vê-la, sem parar de pensar no que haveria naquele andar. Tantas coisas passam por sua mente e a loucura que está seus pensamentos quase o faz tropeçar nos próprios pés enquanto calça um tênis e ao procurar uma camisa, quase veste uma fronha.
 Ao pegar o elevador ele vai até o 31º andar, todos descem antes e ele segue sozinho. Quando a porta se abre ele entra com olhos atentos, e enquanto faz a curva no pequeno corredor que separa o salão com um muro, ouve um dedilhar de violão. A música conhecida e decorada há tempos, fala de ser um anjo, de chamar para ser feliz...
 Ele vai sendo guiado pela voz dela até que a vê. Não se sabe quanto tempo ele fica imóvel, mas com certeza se o muro não estivesse ali Diego já teria caído com a visão que tem. Somente ouve um estalido da chave batendo na cerâmica, caindo de suas mãos juntamente com um tanto de baba.

 À sua frente ela sorri, para de cantar e fica somente dedilhando com olhos fixos nos dele. O violão em frente ao corpo é a única coisa que a cobre, o que faz com que Diego não encontre palavra alguma para dizer. 
-Vai ficar só olhando? -Roberta para de vez com o violão e o namorado vem chegando perto com o coração batendo na garganta. 
 Ele vem contemplando a fantasia colocada diante dos olhos. Não dá para vê-la completamente, somente os ombros banhados pelos cabelos loiros e as pernas até a extensão das coxas. Mas apenas saber que um milímetro que ele afastasse aquele violão a teria completamente nua o enlouquecia.
-Uau... -Ele tenta respirar quando se ajoelha no colchão que ela está sentada.
-Canta comigo?
 Os olhos dela brilham juntamente com um sorriso travesso, mas a suavidade com que fala é o que mais deixa Diego vidrado.
 As mãos retornam ao violão e voltam a tocar acompanhando sua voz.

"Vou dizer, te levo em meu coração, e eu preciso sempre ter por perto esse teu olhar, que me traz o sol..."

 Diego nem pisca de tão fascinado com todo aquele cenário. Os tons quentes, as chamas das velas, o cheiro das flores e a voz dela... Ele não consegue falar, permanece com os olhos em Roberta que continua a cantar.
-Você não cantou... -Ela para sem terminar a música
-Acho que eu quero fazer outra coisa mais divertida.
 O casal se olha, os olhos dele e o sorriso dela denotam uma malícia desejosa fervendo em suas mentes e em cada gota de sangue onde o instinto podia se manifestar.
 Diego arrasta-se sobre o colchão até ela que o espera quieta com um sorriso nos lábios. O calor da mão dele sobre seus ombros quando chega, a arrepia. Diego desce por seu braço até onde sua mão dedilhava. Ao segurá-la ele a retira do violão indo até o braço do instrumento e tomando posse dele.
 Como em uma câmera lenta, ele o vai retirando da frente do corpo de Roberta, descobrindo seus segredos, sua beleza à luz de velas, com uma de sua mãos levantada e segura na dele.
 Ambos engolem o espírito de volta e a face se aquece quando Diego deposita o violão ao lado. Os olhos dele a percorrem muito de perto, inspecionando os tons e as curvas de cada pedacinho dela.
 Roberta chega o rosto mais perto e ficam a menos de um milímetro de se beijar. A respiração deles já se encontra aflita, saindo e entrando pela boca em um vapor que queima feito fogo.
 Quando Diego entra com as mãos em seu pescoço e a beija é como se a devorasse em uma volúpia desmedida que torna a arte de respirar um trabalho árduo.
 Roberta aperta seus braços com os dedos e com as unhas enquanto corresponde ao beijo com o mesma voracidade com que retira a blusa dele.
 Sobre o colchão ela se recolhe em seu colo, espremendo-se ao peito de Diego em um abraço de dar febre. As mãos dele entram em seus cabelos, descem pelas costas e descem mais e mais, apertando cada parte do corpo dela com uma paixão incontrolável.
 Botões abertos, roupas aos poucos expulsas do corpo. Ele precisa tê-la como precisa do ar, como precisa do alimento, como precisa de cada órgão vital que o mantém vivo. Algo dentro do peito parece explodir e as pernas tremem, as mãos suam...
 Roberta envolve os braços no pescoço de Diego e quase lhe arranca a língua com seus beijos. Já não há tecido sobre a pele e a forma como ela vem a ele o deixa em transe. Os dentes vão marcando o corpo dela, a boca vai se alimentando da pele e os olhos se deslumbrando com cada detalhe que pode tocar e sentir com toda intensidade possível. Quando já não suportam aguentar esperar, eles cessam o beijo, descolando os lábios molhados para se olhar nos olhos. 
 Eles sabem o que fazer e iniciam. Roberta agarra em seu pescoço e Diego a ajuda a lentamente se unir a ele. Ambos param a respiração para se experimentar na pulsação e no desequilíbrio, durante os instantes em que estar no outro é um complemento da doçura e do delírio.

Comentários

  1. AMEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII como eh perfeitoooo este capitulo!! <3

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  2. super amei, fiquei imaginando a cena q romântico... esperando ansiosamente os próximos capítulos

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  3. Infartando em 3 2 1.................................
    Eu to na web!!!! ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

    Darly

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  4. Capitulo espetacular!!!!
    Rolei de rir com a parte da fronha, e com a chave caindo.....Muito boa Aline!!!
    Quem dera a Marga tivesse tanta criatividade quanto vc......
    Darly

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  5. Aline!! que capitulo foi esse!!! E que linda homenagem vc fez à sua amiga... Linda!!

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  6. posta maiiis ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

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  7. Aline me coloca na web tambem por favorzinho *-*
    Muito lindo esse capitulo!
    (bjs Julia)

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  8. Posta +++++++++++++++++++++++++
    AMEI AMEI AMEI

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  9. Ai.. o que dizer??? humm.... AMEI, AMEI, AMEI.!
    olha só... a Darly ta podendo ein?!, também né ela merece acompanha desde o comecinho desta linda web novela, e sempre dando força pra Aline!
    ta de p-arabens!!
    bjuuuuuus
    'Mariin Aguiar.... estou de volta!

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  10. Mariin sua linda!!!
    Eu adoro essa web, e a Aline é uma amigona pra mim, acompanha-la e dar força é um prazer, ser amiga dela é um privilégio. Que bom que está de volta, não deixe de curtir cada capitulo, nossa futura escritora tem de ser prestigiada sempre....
    Darly

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